sexta-feira, 12 de julho de 2019
General Heleno e a cocaína no avião da FAB
Por Jeferson Miola, em seu blog:
A cada explicação do general Augusto Heleno, o escândalo do tráfico internacional de cocaína no avião presidencial fica menos esclarecido.
Na primeira explicação, em 27 de junho, ele considerou “falta de sorte” [aqui] a apreensão feita pela polícia espanhola dos 39 kg de cocaína transportados pelo sargento da FAB Manuel Silva Rodrigues em avião da frota presidencial.
Não ficou claro o quê exatamente o general quis dizer por “falta de sorte” ante o flagrante de tráfico internacional de cocaína operado em avião oficial da Presidência da República.
A cada explicação do general Augusto Heleno, o escândalo do tráfico internacional de cocaína no avião presidencial fica menos esclarecido.
Na primeira explicação, em 27 de junho, ele considerou “falta de sorte” [aqui] a apreensão feita pela polícia espanhola dos 39 kg de cocaína transportados pelo sargento da FAB Manuel Silva Rodrigues em avião da frota presidencial.
Não ficou claro o quê exatamente o general quis dizer por “falta de sorte” ante o flagrante de tráfico internacional de cocaína operado em avião oficial da Presidência da República.
Bolsonarismo trava uma guerra perdida
Por Rosana Pinheiro-Machado, no site The Intercept-Brasil:
Existem duas maneiras de narrar e interpretar a reação e os desdobramentos da conferência que ministrei em São Borja, município de grande importância para o imaginário gaúcho, onde estão enterrados Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, no início de julho. Elas são também duas maneiras de interpretar o Brasil de hoje.
A notícia da 44ª edição da minha palestra Da Esperança ao Ódio, na Unipampa, não foi bem-recebida no “Texas gaúcho”, como São Borja é chamada por seus habitantes. Homens, que têm orgulho de serem “xucros”, diriam que isso ocorreu porque, no pampa, têm mais machos valentes do que em outros lugares do mundo. Afinal, como comentavam algumas pessoas nas redes sociais: “aqui essa mocreia (sic) não se cria.”
Eduardo Bolsonaro e o "nepotismo aberto"
Em declaração dada a jornalistas em Brasília, ontem (11), o presidente Jair Bolsonaro disse considerar o nome de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), para ocupar o posto de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. “Ele é amigo dos filhos do Donald Trump, fala inglês e espanhol, tem uma vivência muito grande do mundo. Poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente”, disse.
Além de áudios, Greenwald tem fotos e vídeos
Foto: Divulgação/UNE |
"Poderes, segredos e democracia" foi o tema do debate realizado na tarde desta quinta-feira (11), na Universidade de Brasília, como parte da programação 57º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). O principal convidado para a mesa de debates foi o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept Brasil.
Greenwald foi homenageado pelo trabalho que sua equipe tem desenvolvido ao tornar pública atuação política da força-tarefa da Lava Jato, revelando o papel de chefe e articulador do ex-juiz Sérgio Moro, atual ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PSL).
E agora, Dallagnol?
Raramente alguém foi tão velozmente desmentido pelos fatos.
Ao recusar o convite da Câmara para falar sobre seus desvios de conduta apontados pelos diálogos da Vazajato, o procurador Deltan Dallagnol disse que era um "técnico".
Horas depois, o site The Intercept Brasil divulgou áudio em que o procurador se apresenta não como um técnico do sistema de justiça, mas como um agente político.
Um agente que externou satisfação com a notícia de que o ministro Fux, do STF, proibira uma entrevista de Lula pouco antes das eleições presidenciais em segundo turno, o que poderia, segundo seus temores, favorecer o candidato petista Fernando Haddad.
A redescoberta da nação
Por Luiz Carlos Bresser-Pereira
A grande crise que começou em 2013 dura até hoje. No plano econômico, ela é estrutural; decorre do fato de desde os anos 1980 tanto o Estado quanto o setor privado terem perdido capacidade de investir; no plano político, ela começa com as grandes manifestações de junho de 2013 que marcaram o rompimento da classe média brasileira com o pacto democrático-popular das Diretas-Já.
A grande crise que começou em 2013 dura até hoje. No plano econômico, ela é estrutural; decorre do fato de desde os anos 1980 tanto o Estado quanto o setor privado terem perdido capacidade de investir; no plano político, ela começa com as grandes manifestações de junho de 2013 que marcaram o rompimento da classe média brasileira com o pacto democrático-popular das Diretas-Já.
O rompimento da classe média decorreu da incapacidade dos governos, tenham sido eles de centro-direita ou de centro-esquerda, de retomar o desenvolvimento econômico interrompido em 1980.
Um projeto contra o país
Por Roberto Amaral, em seu blog:
O que podemos chamar de bolsonarismo (com ou sem o capitão) investe com vigor na destruição de nosso futuro. Incompetente no mais, nesta tarefa exibe inusitada proficiência, pois vai à raiz do essencial, ao fazer do conhecimento seu inimigo número 1. Porém, sequer nisso é original, pois simplesmente segue o script típico de todo regime de ultradireita, em todos os tempos.
Assim na Espanha franquista, assim na Alemanha de Hitler, assim no Brasil dos idos da última ditadura.
Nada disso nos é estranho.
O que podemos chamar de bolsonarismo (com ou sem o capitão) investe com vigor na destruição de nosso futuro. Incompetente no mais, nesta tarefa exibe inusitada proficiência, pois vai à raiz do essencial, ao fazer do conhecimento seu inimigo número 1. Porém, sequer nisso é original, pois simplesmente segue o script típico de todo regime de ultradireita, em todos os tempos.
Assim na Espanha franquista, assim na Alemanha de Hitler, assim no Brasil dos idos da última ditadura.
Nada disso nos é estranho.
Rumo certo na ação unitária
Por João Guilherme Vargas Netto
A batalha em defesa da aposentadoria foi perdida no Congresso Nacional quando enfrentou três adversários fortes: o rentismo (e sua caixa de ressonância na mídia), o bolsonarismo (e sua ideologia conservadora e neoliberal) e Rodrigo Maia que comandou habilmente suas hostes congressuais com ajuda de emendas aos parlamentares pelo governo (impagáveis).
Isto porque a correlação de forças sociais estabelecida durante as eleições ainda não se modificou radicalmente, embora comece a manifestar sintomas de alteração (conforme as últimas pesquisas).
A batalha em defesa da aposentadoria foi perdida no Congresso Nacional quando enfrentou três adversários fortes: o rentismo (e sua caixa de ressonância na mídia), o bolsonarismo (e sua ideologia conservadora e neoliberal) e Rodrigo Maia que comandou habilmente suas hostes congressuais com ajuda de emendas aos parlamentares pelo governo (impagáveis).
Isto porque a correlação de forças sociais estabelecida durante as eleições ainda não se modificou radicalmente, embora comece a manifestar sintomas de alteração (conforme as últimas pesquisas).
Deus, Farda, Família: galeria dos hipócritas
Por Reginaldo Corrêa de Moraes, no site Carta Maior:
Glenn Greenwald ficou muito famoso desde junho deste ano de 2019. Todos sabemos a razão. Pouca gente o conhecia. Talvez ainda mal conheça, já que uma certa malta de psicopatas tenta construir uma “biografia paralela” do jornalista.
Para começar, antes de ser o repórter premiado e autor de numerosos livros de investigação, ele era advogado, com larga experiência em litígios. Não nasceu ontem.
Um de seus livros talvez tenha particular interesse para o leitor brasileiro, por conta das pimentas que fornece para que compreendamos a fauna que nos rodeia e, infelizmente, nos governa.
O livro é este: Great American Hypocrites: Toppling the Big Myths of Republican Politics (Crown Publishers, N. York. 2008)
Glenn Greenwald ficou muito famoso desde junho deste ano de 2019. Todos sabemos a razão. Pouca gente o conhecia. Talvez ainda mal conheça, já que uma certa malta de psicopatas tenta construir uma “biografia paralela” do jornalista.
Para começar, antes de ser o repórter premiado e autor de numerosos livros de investigação, ele era advogado, com larga experiência em litígios. Não nasceu ontem.
Um de seus livros talvez tenha particular interesse para o leitor brasileiro, por conta das pimentas que fornece para que compreendamos a fauna que nos rodeia e, infelizmente, nos governa.
O livro é este: Great American Hypocrites: Toppling the Big Myths of Republican Politics (Crown Publishers, N. York. 2008)
O rolo compressor contra a aposentadoria
Editorial do site Vermelho:
A aprovação da “reforma” da Previdência Social em primeira votação na Câmara dos Deputados representa um ato de grande significado do governo Bolsonaro para a destruição do legado modernizante do Brasil. Trata-se de um ataque ao núcleo do sistema de seguridade social, o pilar de sustentação da rede de proteção e distribuição de renda que o país construiu ao longo de uma jornada de lutas que atravessou décadas, governos e regimes políticos.
A aprovação da “reforma” da Previdência Social em primeira votação na Câmara dos Deputados representa um ato de grande significado do governo Bolsonaro para a destruição do legado modernizante do Brasil. Trata-se de um ataque ao núcleo do sistema de seguridade social, o pilar de sustentação da rede de proteção e distribuição de renda que o país construiu ao longo de uma jornada de lutas que atravessou décadas, governos e regimes políticos.
quinta-feira, 11 de julho de 2019
Onde estamos e para onde vamos?
Por José Luís Fiori, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:
Fatos são fatos: na segunda década do século XXI, o Brasil ainda é o país mais industrializado da América Latina e é a oitava maior economia do mundo. Possui um Estado centralizado, uma sociedade altamente urbanizada e é o principal player internacional do continente sul-americano. E apesar de sua situação atual, absolutamente desastrosa, segue sendo um dos países com maior potencial pela frente, se tomarmos em conta seu território, sua população e sua dotação de recursos estratégicos.
Nova Previdência? É só a velha maracutaia!
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Neste mundo de faz de conta em que vivemos, o mercado vai poder dormir tranquilo, e os mais pobres vão se ferrar outra vez.
Mais dia, menos dia, a “Nova Previdência” será aprovada.
Quase metade da população apoia a reforma, segundo o Datafolha, mas a imensa maioria não sabe nem do que se trata.
Venderam o peixe como salvação da lavoura para o país não quebrar, torraram bilhões em propaganda mentirosa e compra de deputados e tem muito imbecil achando que a vida agora vai melhorar.
Quem vai pagar essa conta somos todos nós, agora e no futuro, mas o país continua bestificado assistindo ao balcão de negócios instalado no Congresso.
PHA chutava a canela do gigante adormecido
Por Hildegard Angel, em seu blog:
Tempos atrás, assisti, no programa Domingo Espetacular, do jornalista Paulo Henrique Amorim, a uma reportagem muito curiosa sobre um corpo mantido a baixíssima temperatura, numa funerária de São Gonçalo, guardado num caixão de zinco. Tratava-se de um senhor morto, cujas filhas brigavam na justiça com a irmã caçula, que pretendia levá-lo para Michigan, nos Estados Unidos, onde repousaria numa empresa de criogenia, ao lado de milhares de outros cadáveres congelados anos a fio, aguardando para serem um dia ressuscitados. Paulo Henrique abria a reportagem, propondo: “Imagine morrer e voltar à vida graças ao avanço da ciência.”
Tempos atrás, assisti, no programa Domingo Espetacular, do jornalista Paulo Henrique Amorim, a uma reportagem muito curiosa sobre um corpo mantido a baixíssima temperatura, numa funerária de São Gonçalo, guardado num caixão de zinco. Tratava-se de um senhor morto, cujas filhas brigavam na justiça com a irmã caçula, que pretendia levá-lo para Michigan, nos Estados Unidos, onde repousaria numa empresa de criogenia, ao lado de milhares de outros cadáveres congelados anos a fio, aguardando para serem um dia ressuscitados. Paulo Henrique abria a reportagem, propondo: “Imagine morrer e voltar à vida graças ao avanço da ciência.”
Rodrigo Maia e seu “Troféu Abacaxi”
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Na ressaca da vitória do governo Bolsonaro na votação da reforma da Previdência, os jornais hoje mostra em que apuros está o pretenso “Senhor Reformas”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
A ânsia de produzir o resultado – simbólico, midiático e governista – de forçar uma votação antes do recesso, com acordos que não estavam maduros, que não contemplavam as diferenças entre as bancadas que queriam aliviar alguns dos aspectos mais ferozes da reforma levou aos impasses que têm de resolver hoje, antes de retomar os destaques que têm este objetivo.
Na ressaca da vitória do governo Bolsonaro na votação da reforma da Previdência, os jornais hoje mostra em que apuros está o pretenso “Senhor Reformas”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
A ânsia de produzir o resultado – simbólico, midiático e governista – de forçar uma votação antes do recesso, com acordos que não estavam maduros, que não contemplavam as diferenças entre as bancadas que queriam aliviar alguns dos aspectos mais ferozes da reforma levou aos impasses que têm de resolver hoje, antes de retomar os destaques que têm este objetivo.
Por mínimo de decência, STF deve soltar Lula
Ilustração: Gladson Targa |
Não há dúvida de que as revelações do Intercept Brasil despertaram a consciência de inúmeros brasileiros que adormeciam embalados pelo mais recente salvador da pátria.
Pena que até agora não foram suficientes para retirar o Supremo Tribunal Federal de um sono profundo sobre a situação de Lula em Curitiba.
Vítima mais conhecida das maquinações ilegais de autoridades que deveriam, acima de tudo, preocupar-se em agir dentro da lei, Lula permanece trancafiado em sua cela minúscula, com direito a rápidas saídas para banhos de sol.
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