Por Altamiro Borges
Na semana passada, o maior banco da Suíça, o UBS, anunciou um rombo de US$ 2 bilhões – cerca de R$ 3,5 bilhões. De imediato, o funcionário Kweku Adoboli, lotado no escritório de Londres, foi preso, acusado de ter feito operações financeiras fraudulentas. O banco tenta limpar a sua imagem. Joga toda a culpa no detido e garante que os seus clientes não sofrerão qualquer prejuízo.
Mas a sujeira é visível. Evidencia o caos em que se transformou o sistema financeiro mundial, totalmente desregulamentado pelos sucessivos governos neoliberais, e responsável pelo brutal agravamento da crise capitalista. Adoboli trabalhava com as complexas operações de derivativos – uma malandragem dos banqueiros e rentistas para especular com papéis futuros.
A ditadura do capital financeiro
A mesma picaretagem é feita por outros grandes bancos do planeta. Não é para menos que vários estão sob suspeita. Há boatos de fraudes e quebradeiras em outras instituições financeiras – o melhor seria chamá-las de instituições criminosas, mafiosas. Nem mesmo o baque da crise econômica de 2008 serviu para corrigir as distorções deste sistema corroído, apodrecido.
Diante do sinal de alerta dado pela fraude no UBS, os governos da Suíça e Reino Unido, atingidos pelo escândalo, anunciaram que adotarão “medidas duras” de controle dos bancos. É puro jogo de cena. O capital financeiro manda nestes governos. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, inclusive foi eleito com o apoio dos banqueiros. A Suíça é o reino da libertinagem financeira.
A reação histérica dos banqueiros
O risco de novos controles gerou a imediata e histérica reação da oligarquia financeira. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF), associação que reúne 440 dos maiores bancos mundiais, afirmou que “as novas regras vão dificultar ainda mais a recuperação da economia” e ainda prognosticou - ou ameaçou – o aumento das taxas de juros para compensar as perdas do sistema bancário.
A ameaça de novos controles, como já foi dito, era só jogo de cena. Nesta semana, a União Européia anunciou que “decidiu adiar” a adoção de regras mais rigorosas. Segundo o espanhol Joaquín Almunia, comissário da EU, “não seria seguro” colocar em vigor agora tais medidas. Ao invés de punir os agiotas financeiros, os governos decidiram foi dar mais ajuda aos criminosos.
Salvamento com dinheiro público
A exemplo do que ocorreu quando da quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008, os cinco bancos centrais de países ricos anunciaram uma ação conjunta de “salvamento” do sistema financeiro. Os BCs da zona do euro, EUA, Japão, Reino Unido e Suíça vão, nos próximos três meses, fornecer uma linha ilimitada em dólar para os bancos europeus, ameaçados de quebradeira.
Na prática, o sistema capitalista, no seu atual estágio, está totalmente financeirizado. Os especuladores geram o caos na economia e ainda recebem bilhões dos cofres públicos. O UBS, por exemplo, perdeu € 50 bilhões na crise de 2008 e só saiu do buraco com a ajuda do dinheiro do governo suíço – ou melhor, do povo suíço. Na sequência, o banco ainda demitiu de 3,5 mil funcionários.
“Tensões sociais borbulhando”
Essa é a lógica do sistema. Enquanto a oligarquia financeira especula, frauda e assalta os cofres públicos, a miséria vitima bilhões de pessoas no planeta. Mas a paciência tem limite. Até a nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, está preocupada com “as tensões sociais borbulhando abaixo da superfície”.
Para ela, “o alto desemprego, perene, sobretudo entre os jovens; a austeridade fiscal que erode as proteções sociais; a sensação de injustiça e de que os mercados têm prioridade sobre a economia real, alimentam a crise de confiança”. Não dá mesmo para confiar num sistema que “socorre” os agiotas financeiros e exclui milhões de desempregados e miseráveis no planeta!
Na semana passada, o maior banco da Suíça, o UBS, anunciou um rombo de US$ 2 bilhões – cerca de R$ 3,5 bilhões. De imediato, o funcionário Kweku Adoboli, lotado no escritório de Londres, foi preso, acusado de ter feito operações financeiras fraudulentas. O banco tenta limpar a sua imagem. Joga toda a culpa no detido e garante que os seus clientes não sofrerão qualquer prejuízo.
Mas a sujeira é visível. Evidencia o caos em que se transformou o sistema financeiro mundial, totalmente desregulamentado pelos sucessivos governos neoliberais, e responsável pelo brutal agravamento da crise capitalista. Adoboli trabalhava com as complexas operações de derivativos – uma malandragem dos banqueiros e rentistas para especular com papéis futuros.
A ditadura do capital financeiro
A mesma picaretagem é feita por outros grandes bancos do planeta. Não é para menos que vários estão sob suspeita. Há boatos de fraudes e quebradeiras em outras instituições financeiras – o melhor seria chamá-las de instituições criminosas, mafiosas. Nem mesmo o baque da crise econômica de 2008 serviu para corrigir as distorções deste sistema corroído, apodrecido.
Diante do sinal de alerta dado pela fraude no UBS, os governos da Suíça e Reino Unido, atingidos pelo escândalo, anunciaram que adotarão “medidas duras” de controle dos bancos. É puro jogo de cena. O capital financeiro manda nestes governos. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, inclusive foi eleito com o apoio dos banqueiros. A Suíça é o reino da libertinagem financeira.
A reação histérica dos banqueiros
O risco de novos controles gerou a imediata e histérica reação da oligarquia financeira. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF), associação que reúne 440 dos maiores bancos mundiais, afirmou que “as novas regras vão dificultar ainda mais a recuperação da economia” e ainda prognosticou - ou ameaçou – o aumento das taxas de juros para compensar as perdas do sistema bancário.
A ameaça de novos controles, como já foi dito, era só jogo de cena. Nesta semana, a União Européia anunciou que “decidiu adiar” a adoção de regras mais rigorosas. Segundo o espanhol Joaquín Almunia, comissário da EU, “não seria seguro” colocar em vigor agora tais medidas. Ao invés de punir os agiotas financeiros, os governos decidiram foi dar mais ajuda aos criminosos.
Salvamento com dinheiro público
A exemplo do que ocorreu quando da quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008, os cinco bancos centrais de países ricos anunciaram uma ação conjunta de “salvamento” do sistema financeiro. Os BCs da zona do euro, EUA, Japão, Reino Unido e Suíça vão, nos próximos três meses, fornecer uma linha ilimitada em dólar para os bancos europeus, ameaçados de quebradeira.
Na prática, o sistema capitalista, no seu atual estágio, está totalmente financeirizado. Os especuladores geram o caos na economia e ainda recebem bilhões dos cofres públicos. O UBS, por exemplo, perdeu € 50 bilhões na crise de 2008 e só saiu do buraco com a ajuda do dinheiro do governo suíço – ou melhor, do povo suíço. Na sequência, o banco ainda demitiu de 3,5 mil funcionários.
“Tensões sociais borbulhando”
Essa é a lógica do sistema. Enquanto a oligarquia financeira especula, frauda e assalta os cofres públicos, a miséria vitima bilhões de pessoas no planeta. Mas a paciência tem limite. Até a nova diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, está preocupada com “as tensões sociais borbulhando abaixo da superfície”.
Para ela, “o alto desemprego, perene, sobretudo entre os jovens; a austeridade fiscal que erode as proteções sociais; a sensação de injustiça e de que os mercados têm prioridade sobre a economia real, alimentam a crise de confiança”. Não dá mesmo para confiar num sistema que “socorre” os agiotas financeiros e exclui milhões de desempregados e miseráveis no planeta!
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