Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
O recuo anunciado do relator da CPI do Cachoeira, o petista Odair Cunha, no sentido de desistir dos indiciamentos do editor da revista Veja Policarpo Jr. e do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem significado forte. Resta, contudo, descobrir qual é.
O PT “amarelou”? Se sim, a pergunta que decorre é uma só: por quê? Medo, dirão. Mas medo de quê? O que a mídia poderia fazer a mais do que já está fazendo?
E a questão é a mídia, pois o PSDB, sem ela, não tem força alguma. Não tem militância para além de meia dúzia de bate-paus que escrevem cartinhas contra o PT a jornais e que passam o dia comentando em blogs simpatizantes do governo a fim de insultar blogueiros.
Bem, se a causa do anunciado recuo petista na CPI é a mídia, só pode ser dela que o PT supostamente tem medo. Só não se entende como ela poderia aumentar ainda mais os ataques ao partido, pois o dia só tem 24 horas…
Surge, então, a reflexão sobre por que o PT se empenha tão pouco em reagir aos ataques que sofre. E, aliás, sobre por que o partido do governo não usa as armas que tem como essa que a CPI lhe pôs no colo.
Qualquer investigação sobre o envolvimento de Policarpo Jr. com Cachoeira revelará muito mais do que a “mera relação entre repórter e fonte”. Fontes não escolhem onde o veículo do repórter deve publicar notícias e tampouco escolhem que notícias esse veículo irá publicar, e as escutas das conversas entre “Poli” e “Cachô” mostram exatamente isso.
Sem falar na declaração de ré do esquema, da mulher de Cachoeira, que disse a um juiz, em audiência oficial, que Policarpo era “empregado” do marido. E que ameaçou usar a revista em que o jornalista trabalha para difamar a autoridade que a interrogava.
Quanto ao procurador-geral da República, o caso é ainda mais grave. Não surgiu ainda uma explicação para o arquivamento das investigações contra Cachoeira e o acobertamento de Demóstenes Torres. No mínimo, deveria ser aberta uma investigação da Polícia Federal
Sobre Policarpo, Veja e Gurgel, portanto, espanta que o PT não se empenhe em usar armas como essas. Talvez esteja apenas atendendo ao Palácio do Planalto, mesmo que a contragosto. Afinal, Dilma nada em popularidade e não lhe interessa fazer marola.
Pela popularidade que a presidente tema perder, há, portanto, que quantificar seu preço. Enquanto o governo opta por apanhar sem reagir porque a surra não lhe reduz a popularidade, membros do partido desse governo – inclusive o mais importante, que o elegeu – vão sendo pisoteados pela mídia, alguns pagando altas penas de privação de liberdade…
Mas o governo segue forte. Dificilmente Dilma terá sua popularidade afetada por campanhas denuncistas. O povo vota com o bolso. Pelo menos até que a economia sofra algum revés. Então veremos o custo de o PT se deixar carimbar como inventor da corrupção no Brasil.
O PT “amarelou”? Se sim, a pergunta que decorre é uma só: por quê? Medo, dirão. Mas medo de quê? O que a mídia poderia fazer a mais do que já está fazendo?
E a questão é a mídia, pois o PSDB, sem ela, não tem força alguma. Não tem militância para além de meia dúzia de bate-paus que escrevem cartinhas contra o PT a jornais e que passam o dia comentando em blogs simpatizantes do governo a fim de insultar blogueiros.
Bem, se a causa do anunciado recuo petista na CPI é a mídia, só pode ser dela que o PT supostamente tem medo. Só não se entende como ela poderia aumentar ainda mais os ataques ao partido, pois o dia só tem 24 horas…
Surge, então, a reflexão sobre por que o PT se empenha tão pouco em reagir aos ataques que sofre. E, aliás, sobre por que o partido do governo não usa as armas que tem como essa que a CPI lhe pôs no colo.
Qualquer investigação sobre o envolvimento de Policarpo Jr. com Cachoeira revelará muito mais do que a “mera relação entre repórter e fonte”. Fontes não escolhem onde o veículo do repórter deve publicar notícias e tampouco escolhem que notícias esse veículo irá publicar, e as escutas das conversas entre “Poli” e “Cachô” mostram exatamente isso.
Sem falar na declaração de ré do esquema, da mulher de Cachoeira, que disse a um juiz, em audiência oficial, que Policarpo era “empregado” do marido. E que ameaçou usar a revista em que o jornalista trabalha para difamar a autoridade que a interrogava.
Quanto ao procurador-geral da República, o caso é ainda mais grave. Não surgiu ainda uma explicação para o arquivamento das investigações contra Cachoeira e o acobertamento de Demóstenes Torres. No mínimo, deveria ser aberta uma investigação da Polícia Federal
Sobre Policarpo, Veja e Gurgel, portanto, espanta que o PT não se empenhe em usar armas como essas. Talvez esteja apenas atendendo ao Palácio do Planalto, mesmo que a contragosto. Afinal, Dilma nada em popularidade e não lhe interessa fazer marola.
Pela popularidade que a presidente tema perder, há, portanto, que quantificar seu preço. Enquanto o governo opta por apanhar sem reagir porque a surra não lhe reduz a popularidade, membros do partido desse governo – inclusive o mais importante, que o elegeu – vão sendo pisoteados pela mídia, alguns pagando altas penas de privação de liberdade…
Mas o governo segue forte. Dificilmente Dilma terá sua popularidade afetada por campanhas denuncistas. O povo vota com o bolso. Pelo menos até que a economia sofra algum revés. Então veremos o custo de o PT se deixar carimbar como inventor da corrupção no Brasil.
5 comentários:
Penso exatamente o mesmo. O povo vota com o bolso. Isso é fato! E há alguns motivos para que o PT não reaja aos ataques da mídia. Talvez a alta popularidade da Dilma seja um desses motivos. É interessante também observar, como o PSDB e a mídia ainda não atacaram diretamente a presidenta.
A minha secretaria acha que a Dilma eh quem mandou oJB condenar
até isso a oposição perdeu Rsrsrs
Penso que quem amarelou não foi o PT e sim a famosa "base aliada", representada no ato pelo deputado Miro Teixeira, dando sequência às reuniões havidas no Palácio do Jaburu, entre o vice presidente e ilustríssimos representantes da mídia.
De modo que, para mim, restariam duas alternativas:
- manter os indiciamentos no relatório e causar uma celeuma inútil no âmbito da CPMI ou
- retirar os indiciamentos e dar nome aos bois que eram contra os mesmos.
Foi o que faltou para o PT - demonstrar claramente para a patuléia quem foi contra as convocações do caneta e do brindeiro e por fim quem foi contra os indiciamentos dos dois.
Fica restando o que vai ser feito com a documentação gerada pela CPMI, a qual foi ou será entregue ao Ministério Público e à Polícia Federal.
Perdoe-me o incansável combatente Eduardo. Concordo com grande parte do enfoque dado. Mas, a extensão "o povo vota com o bolso" parece-me um palavreado muito utilizado pela direita. Todos os Programas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Brasil Carinhoso, etc..têm a amplitude de Políticas Sociais que buscam resgatar o respeito à cidadania de milhões de brasileiros. Agora, mais calma, lendo várias análises concluo que o recuo na CPI do Cachoeira pode ter sido acertado. A mídia brigou pela retirada dos nomes de Policarpo e Gurgel, mas, o que pretendia era a TOTAL desaprovação do relatório de Odair. Aí, poderia dizer que "acabou em pizza", consolidando uma vitória mais ampla. Nem por isso me convenço que o PT e seus parlamentares deveriam manter tanto "imobilismo".
Que mee desculpe o Dr. Rosinha, mas não há nada que me convença e não há justifica plausível sobre atitude do “ilustre” Relator da CPMI de modificar o seu relatório para beneficiar o “PIG”, o Procurador-Geral, e quem sabe, outras pessoas. O PT perdeu a maior oportunidade de desmascarar, de uma vez por todas, o seu histórico e maior inimigo: a “mídia nativa”. Perdendo, também, a grande oportunidade de encaminhar ao Congresso Nacional, com total apoio da população, o Projeto sobre a Lei de Medios. Não posso falar em nome de todos, mas eu, “blogueiro sujo”, me sinto traído, e o que é pior, pelo meu Partido (PT) ao qual sou filiado desde de 1984. Lamentável, deprimente e decepcionante…! Com a palavra o Presidente Rui Falcão…!
Postar um comentário