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Na entressafra entre o fim do mensalão e a ameaça do apagão elétrico anunciado todos os dias pela imprensa, que marca este início de 2013, o grande desafio dos jornalistas e dos partidos aliados é encontrar um candidato viável para enfrentar a presidente Dilma Rousseff na sucessão presidencial daqui a dois anos.
O primeiro a tomar a iniciativa foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que lançou com pompa e circunstância Aécio Neves e se apresentou como o tutor da sua candidatura ainda no final do ano passado. Como o ex-governador mineiro refugou num primeiro momento, outros nomes começaram a entrar na dança das especulações e das pesquisas.
Em lugar de Aécio, passou a ganhar espaço o governador pernambucano Eduardo Campos, apontado como um dos vencedores das eleições municipais de 2012, a noiva mais cobiçada tanto pelo governo como pela oposição, embora ele jure fidelidade ao governo Dilma pelo menos até o final deste ano.
Enquanto Dilma e Campos se encontravam para conversar a bordo do litoral baiano em plenas férias, especuladores profissionais voltaram a falar no nome de Marina Silva, a candidata de 20 milhões de votos em 2010, que só tem um problema: não tem partido. Nem parece, pelo menos por enquanto, disposta a criar algum.
Na falta de opções no campo da oposição, na última pesquisa do Datafolha lançaram até o nome do ministro Joaquim Barbosa, o "herói nacional do STF", que alcançou surpreendentes 10% de intenções de votos, mas tem o mesmo problema de Marina: faltam-lhe um partido e disposição para entrar na disputa.
E já que ninguém quer se arriscar a ser a anti-Dilma, pelo menos nas atuais condições da vida real da economia, apesar de todos os problemas que não são poucos, que ainda asseguram à presidente altos índices de popularidade, eis que ressurge em cena o candidato permanente, ele mesmo, José Serra, que havia desaparecido desde a sua última derrota eleitoral em outubro.
No começo da semana, seu nome foi lançado para ser secretário de Saúde de Geraldo Alckmin, primeiro passo para se candidatar a senador, mas o governador logo desmentiu esta possibilidade. Seria pouca areia para o caminhão de Serra, sempre em busca de alçar vôos maiores.
A grande novidade veio no dia seguinte, em reportagem de Catia Seabra, na "Folha": "Segundo aliados, Serra ainda não desistiu do sonho de chegar ao Palácio do Planalto nem que para isso tenha de se filiar a outro partido".
Qual? O recém-criado PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab, que chegou a ser apontado como uma opção para Serra, seu antigo aliado, está cada vez mais nos braços da presidente Dilma Rousseff, de quem deve ganhar um ministério.
Quem mais? Claro, sempre sobra o PPS de Roberto Freire, que hoje está entre as bancadas nanicas na Câmara e também não sabe para onde ir na busca por aliança com algum outro partido. "É a união da falta de fome com a vontade de não comer", como diz o ferino jornalista Carlinhos Brickmann.
Sempre em busca de uma boa onda, Roberto Freire revelou à repórter que desde o ano passado vem discutindo com Serra o projeto de criação de outro partido. "Serra ainda continua ativo", garantiu ele.
O presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra, não gostou nada da ameaça de traição de Serra, que para alguns tucanos está apenas querendo valorizar seu passe na renovação da direção nacional do partido, em maio.
Para Guerra, a candidatura de Aécio está consolidada no partido e independe dos rumos que José Serra tomar.
O problema do PSDB e da oposição em geral não se restringe a encontrar alguém para enfrentar Dilma nas eleições, mas onde buscar candidatos competitivos para os palanques estaduais que possam sustentar a campanha presidencial.
A situação está tão difícil que no Rio de Janeiro, por exemplo, segundo maior Estado do país, começaram a pensar em soluções heterodoxas, já que na última campanha municipal seu candidato, Otavio Leite, ficou na rabeira dos nanicos.
Em reunião com Aécio, da qual participaram o ex-presidente FHC e economistas eméritos do partido (Armínio Fraga, Edmar Bacha e Gustavo Franco), chegaram a pensar até no nome de um dos três para empunhar a bandeira tucana no Rio.
Como eles não se animaram, houve um que sugeriu a "importação" de tucanos de outros Estados: Alvaro Dias, do Paraná, e quem diria, até José Serra, de São Paulo.
Por último, lembraram de um nome fora do partido, mas muito popular em certos segmentos da sociedade carioca: o do apresentador de televisão Luciano Hulk. Parece que a reunião terminou por aí. Dá para entender agora porque Aécio resiste tanto ao convite presidencial de FHC. Sem esquecer que Dilma e o PT têm Lula no banco de reservas...
Se o caro leitor tiver alguma sugestão de nome da oposição para desafiar Dilma em 2014, por favor escreva para o Balaio. Os tucanos, os especuladores e a midia aliada agradecem.
Em tempo: um amigo me avisou agora que na última edição da "Veja", a que está nas bancas, já tem um ministério inteirinho e um programa de governo pronto para quem derrotar Dilma.
4 comentários:
Que me desculpe o xará, mas o texto dele peca pela informalidade excessiva. O que vcs acham da frase:
"Enquanto Dilma e Campos se encontravam para conversar a BORDO do litoral baiano"? Meu caro xará, vamos combinar que isto nao tem sentido. Atualmente é um tal de querer ser original ofendendo o idioma que virou hit. Alguem viu a Dilma em algum navio chamado LITORAL BAIANO? Kotscho, dá licença...
Minha sugestão para o PSDB:
TIRIRICA!
A preocupação com o léxico é extremamente louvável, principalmente, numa análise da falta de opções que a oposição apresenta. Sim, aproveitando a oportunidade sugiro aos destemidos oposicionista o nome do professor Pasquale Cipro Neto. Se opção é boa, eu não sei; porém, dentro do contexto, "seria correta".
Quem não sabe nada sobre o conteúdo, comenta sobre o frasco ... Sugiro o balofo, é um candidato literalmente de peso e combina com o PSDB, é amiguinho da Rede Globo e não manja P* nenhuma de Desenvolvimento. Não vão conseguir nada melhor que isso mesmo. lol
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