Por Altamiro Borges
Com brutal truculência, a Tropa de Choque da Polícia Militar reprimiu um protesto contra o aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô em São Paulo na noite desta quinta-feira (6). Segundo informações ainda parciais, mais de 30 pessoas ficaram feridas e várias foram detidas. A PM usou bombas de gás e disparou balas de borracha para dispersar os manifestantes, que fecharam ruas e avenidas e danificaram alguns veículos do transporte público. A capital paulista se transformou numa praça de guerra!
Segundo o "Movimento Passe Livre SP", que organizou o protesto, mais de 4 mil pessoas foram às ruas para criticar o reajuste das passagens - de R$ 3 para R$ 3,20. A PM calculou em 2 mil presentes e não poupou recursos e ferocidade para reprimir os manifestantes. Uma das faixas do protesto dizia: "Haddad e Alckmin, R$ 3,20 é um assalto. Revogação Já". Outra reivindicou transporte gratuito para a população mais carente.
Em nota oficial, a prefeitura paulistana justificou o aumento da passagem de ônibus: "O reajuste abaixo da inflação é um esforço da prefeitura para não onerar em excesso os passageiros". Já as direções do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) também alegaram que o aumento foi menor do que a inflação entre janeiro de 2012 e maio de 2013, de 7,2%. Fernando Haddad (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB) firmaram acordo no mês passado para reajuste menores das tarifas num esforço de combate à inflação.
O protesto em São Paulo repete o que já ocorre em outras capitais. Em Natal (RN), a chamada "revolta do busão", que dura várias semanas, conseguiu reverter a decisão da prefeitura de reajuste dos ônibus. No Rio de Janeiro, em Goiânia e em Porto Alegre também já ocorreram manifestações de rua..
3 comentários:
Em Natal, não reverteu o aumento não. A passagem agora é R$ 2,30, mas só baixou dos 2,40 por causa da desoneração de impostos promovida pelo governo federal. A passagem de ônibus continua 10 centavos mais cara que no início do ano e o serviço, bastante péssimo.
O protesto é valido pois é um absurdo o preço do transporte coletivo em São Paulo mas você também esqueceu de escrever que alguns manifestantes colocaram fogo no lixo, depredaram uma estação de metro e outros estabelecimentos.
Falar que a PM é vilã da história é muito fácil sempre que acontece uma manifestação.
Mais uma vez, a sociedade é vítima de atos de truculência, abuso de poder e despreparo por parte de alguns policiais militares que deveriam protegê-la, mas fazem o contrário. E se o cidadão de bem, principalmente o pobre e simplório, questiona abordagens truculentas, é preso por desacato. Se a PM não tem preparo para agir em situação como a de ontem, na Av. Paulista, rasguemos qualquer cartilha de comportamento e abordagem policial, qualquer mandamento em relação a direitos humanos.
Um ser que se diz “autoridade” tem que ter o conhecimento básico de leis, de Direito, de Direitos Humanos. A pessoa de bem se sente constrangida, tratada como bandido diante a PM. E quando o cidadão lembra o policial que seus direitos constitucionais não estão sendo respeitados, a situação é invertida. O policial leva a pessoa para a delegacia, detida, por “desobediência”, “desacato”. Isso é muito mais comum do que se imagina. Não é possível que se trate todo mundo como se fosse bandido, com abordagens truculentas, em carro com crianças, idosos, trabalhadores.
Prevaricação nós temos bastante. Concussão também, mas atualmente, abuso de autoridade é campeão. Como agente público, é preciso ter preparação para uma conduta diante de situações que merecem intervenção especial e não cumprir muito mal a obrigação que assumiu perante o Estado e a sociedade. Mas, como é sabido, policial não paga condução, não paga o que come nos estabelecimentos (por isso são apelidados de “coxinhas”), tiram vantagem de todas as situações que possibilitem. Tirem-lhes o uniforme e a arma e eles não são nada.
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