terça-feira, 30 de julho de 2013

Aécio Neves está nervoso

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ok, funcionou.

A falta de clareza do governo Dilma, sua abulia comunicativa e a escolha errada dos canais de contato com a população deixaram terreno para que as manifestações de rua – que começaram com a questão local, o aumento das tarifas de transporte – se generalizassem, com a ajuda luxuosa dos governadores Geraldo Alckmin e Sérgio Cabral, que mandaram descer o porrete nas pessoas e da mídia, que logo transformou “coxinhas” como o da Veja em heróis da pátria.

E a popularidade de Dilma pagou um preço por isso, seria estúpido negar.

Como pagou um preço pela inapetência de seus auxiliares por qualquer confronto: a Presidenta ligava a tração nas quatro rodas e sua caixa de marchas política – José Eduardo Cardoso, Michel Temer, Aloísio Mercadante e outros – engatavam imediatamente a marcha-à-ré.

Tudo muito bem, tudo muito bom, mas…

Acontece que Aécio Neves continua parado na “Lei Seca” da política, com o porre de Fernando Henrique Cardoso a embaralhar-lhe os movimentos.

Ao ponto de o insuspeito Estadão dizer, sexta-feira, que “o que se mais comentou no mercado financeiro após as últimas pesquisas de opinião foi o fato de o senador Aécio Neves (MG), possível candidato do PSDB à Presidência da República em 2014, não ter decolado nas intenções de voto após as manifestações populares de junho, ficando bem atrás até da ex-ministra Marina Silva”.

Aécio, considerado o candidato mais “amigável ao mercado” (eles falam market friendly, bacana, né?) está se saindo uma decepção para a “turma da bufunfa”.

Talvez isso explique porque a tucanagem – e ele, especialmente – esteja tão agitada, a ponto de falar asneira sobre asneira.

O que ele usou como argumento para dizer que a presidente Dilma Rousseff “zomba da inteligência dos brasileiros” ao comparar os dados de seu governo com os do ex-presidente do PSDB Fernando Henrique Cardoso é, francamente, coisa de quem faltou às aulas de matemática.

Diz ele, lá no Estadão de hoje:

“Para o tucano, o raciocínio da petista é incorreto porque “trata apenas de números absolutos, ignorando as gigantescas diferenças entre as conjunturas das duas épocas”.

Bom, como a conjuntura mundial é de crise profunda, vamos falar dos números absolutos colocados no pròprio jornal:

“Na entrevista, Dilma afirmou que, em 30 meses de seu governo, foram criados 4,4 milhões de empregos no País, ante 824.394 novos postos de trabalho em todo o primeiro mandato de Fernando Henrique”.

Logo, mesmo desconsiderando que ainda faltam 18 meses para Dilma completar tempo igual, já se criou um número de empregos “apenas” 434% maior.

A segunda comparação feita por Dilma é mais cruel ainda com a falta de raciocínio matemático de Aécio: a presidenta disse que a meta inflacionária será cumprida pelo décimo ano consecutivo e que FHC a “estourou” em três dos quatro anos de seu segundo governo. Como inflação é taxa, é percentagem, não há que falar em “números absolutos”…

O senador mineiro, além do mais, não tem do que reclamar. Quem andou se exibindo pendurado no “estorvo” foi ele mesmo, esquecendo que o povo conhece aquela máxima do “dize-me com quem andas e te direi quem és”…

2 comentários:

Unknown disse...

Perfeito !!!

Paula disse...

Caramba, Miro. Diz pro Fernando que este texto dele parece aquele jogo de lancar dardos ou setinhas. Fernando acertou todas na mosca, no centro. Agora, o nosso friendly Aecio... Cambaleante, parece nao conseguir acertar uma.