Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Como se esperava, o Comitê de Política Monetária aumentou em mais meio ponto a taxa pública de juros, a Selic.
Passou, agora, a 9,5% ao ano, frente aos 9% anteriores.
É, certamente, ainda muito baixa frente à história de juros monstruosos pagos por este sofrido país. Mas é muito alta – e agora mais ainda, como o declínio da inflação – seja qual for o critério de comparação internacional que se utilize.
Voltamos à deprimente situação de sermos o país que maiores juros reais, descontada a inflação, pagamos no mundo.
Em parte, porque somos vítimas de uma “Síndrome de Estocolmo” financeira. A expressão, criada para definir a paradoxal adoção, pelos sequestrados, da lógica e dos parâmetros de seus sequestradores, se aplica a um país que passa se se considerar dependente dos fluxos de capital especulativo que vem irriga, mas parasitando, a circulação de dinheiro em sua economia.
Também as sanguessugas ajudavam a irrigar as veias dos pacientes em tempos antigos, mas cobravam um preço em sangue para fazê-lo.
De outra parte, vivemos o “perigo” da recuperação da economia americana – e de seus inimagináveis impasses entre o calote e a retomada de seu progresso, que levaria ao “enxugamento” da liquidez mundial e, por isso, a um refluxo dos capitais aplicados nos países emergentes, que teriam, então, de elevar os juros para deter a fuga destes recursos para a “segurança” – que ironia! – dos títulos do Tesouro americano.
Sei que o raciocínio técnico do Banco Central aponta a elevação da taxa de juros como um dos “diques” que se pode erguer contra isso.
E também que o rentismo nacional – temos bancos pra lá do “padrão Fifa”, ora pois – está de boca aberta esperando esse aumento do botim que faz dos recursos públicos.
Apenas me pergunto se a “prudência” do Banco Central em relação a um desequilíbrio cambial que possa vir de uma eventual fuga de capitais funciona mesmo pela via da taxa de juros.
O surto altista do dólar ocorrido recentemente mostra que o “colchão” das reservas cambiais jogou um papel muito mais importante na descida – até demasiada – da taxa de câmbio, que tem “efeito-manada” muito mais evidente sobre o fluxo de capitais.
Enfim, nunca há dignidade na escravidão, salvo quando se acumula forças para romper grilhões.
Duvido muito que a tecnocracia econômica brasileira maneje as correntes que nos atam de forma que só deseje que elas se estiquem para podermos serrá-las.
Estamos supondo mover as peças para um 2014 “mais tranquilo”, dando agora aos leões a carne que achamos que eles nos vão avançar para ter, amanhã.
Como se os seus apetites não crescessem à medida em que comem.
Como se esperava, o Comitê de Política Monetária aumentou em mais meio ponto a taxa pública de juros, a Selic.
Passou, agora, a 9,5% ao ano, frente aos 9% anteriores.
É, certamente, ainda muito baixa frente à história de juros monstruosos pagos por este sofrido país. Mas é muito alta – e agora mais ainda, como o declínio da inflação – seja qual for o critério de comparação internacional que se utilize.
Voltamos à deprimente situação de sermos o país que maiores juros reais, descontada a inflação, pagamos no mundo.
Em parte, porque somos vítimas de uma “Síndrome de Estocolmo” financeira. A expressão, criada para definir a paradoxal adoção, pelos sequestrados, da lógica e dos parâmetros de seus sequestradores, se aplica a um país que passa se se considerar dependente dos fluxos de capital especulativo que vem irriga, mas parasitando, a circulação de dinheiro em sua economia.
Também as sanguessugas ajudavam a irrigar as veias dos pacientes em tempos antigos, mas cobravam um preço em sangue para fazê-lo.
De outra parte, vivemos o “perigo” da recuperação da economia americana – e de seus inimagináveis impasses entre o calote e a retomada de seu progresso, que levaria ao “enxugamento” da liquidez mundial e, por isso, a um refluxo dos capitais aplicados nos países emergentes, que teriam, então, de elevar os juros para deter a fuga destes recursos para a “segurança” – que ironia! – dos títulos do Tesouro americano.
Sei que o raciocínio técnico do Banco Central aponta a elevação da taxa de juros como um dos “diques” que se pode erguer contra isso.
E também que o rentismo nacional – temos bancos pra lá do “padrão Fifa”, ora pois – está de boca aberta esperando esse aumento do botim que faz dos recursos públicos.
Apenas me pergunto se a “prudência” do Banco Central em relação a um desequilíbrio cambial que possa vir de uma eventual fuga de capitais funciona mesmo pela via da taxa de juros.
O surto altista do dólar ocorrido recentemente mostra que o “colchão” das reservas cambiais jogou um papel muito mais importante na descida – até demasiada – da taxa de câmbio, que tem “efeito-manada” muito mais evidente sobre o fluxo de capitais.
Enfim, nunca há dignidade na escravidão, salvo quando se acumula forças para romper grilhões.
Duvido muito que a tecnocracia econômica brasileira maneje as correntes que nos atam de forma que só deseje que elas se estiquem para podermos serrá-las.
Estamos supondo mover as peças para um 2014 “mais tranquilo”, dando agora aos leões a carne que achamos que eles nos vão avançar para ter, amanhã.
Como se os seus apetites não crescessem à medida em que comem.
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