Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:
Mais cedo do que a oposição esperava e certamente temia, Lula voltou ao jogo da competição presidencial na condição de “cabo eleitoral”, anunciada inicialmente ao Partido dos Trabalhadores, e confirmada na longa entrevista a CartaCapital (ed. 802), quando sepultou de vez o movimento “Volta Lula”:
“Sou cabo eleitoral da companheira Dilma Rousseff para o segundo mandato à Presidência (...) bem formada ideologicamente e muito leal. Nunca iria disputar sua candidatura”.
Lula fechou o ciclo dos petistas que insistiam no retorno dele à disputa direta para presidente e, também, dos oposicionistas que estimulavam, ardilosamente, o movimento pró-Lula, com a finalidade de enfraquecer a candidata, em momento de queda nas pesquisas. Valiam-se ainda dos dados dessas sondagens, onde fica exposta a paixão do eleitor pelo metalúrgico que invadiu o clube restrito dos ex-mandatários brasileiros.
Desce o pano.
O ex-presidente Lula entrou de novo em cena, com mais determinação, após a convenção do PSDB, que homologou a candidatura de Aécio Neves à Presidência. Neto de Tancredo, ex-governador de Minas Gerais e, atualmente, senador da República Aécio, como tem feito, endureceu o discurso contra o PT. Afirmou que um tsunami varreria os petistas do Planalto, onde, ao contrário de São Paulo, governado há 20 anos pelos tucanos, haveria água suficiente para atender a todos os sonhos.
FHC, tucano-mor, compareceu ao evento. O ex-presidente, como se sabe, finge que acredita em eleições puras, incluindo a reeleição dele próprio, embalada pela compra de votos no Congresso para a aprovação da necessária emenda constitucional. A partir daí, passou a envergar o surrado fardão da ética. O País, segundo ele, não quer mais “os corruptos, os ladrões que ficam empulhando” o Estado.
Não era preciso mais. Foi o suficiente para Lula dar as respostas que julgou convenientes. Ele entrou em campo e mudou as regras do jogo. Tirou o governo do córner, acuado por dificuldades econômicas, a pressão da mídia e a queda de Dilma nas pesquisas de intenções de votos. Surgiu, então, a possibilidade de realização do segundo turno.
Um segundo trunfo da presidenta é a extensa agenda de programas do governo construída ao longo de quase quatro anos. Eis alguns: Pronatec, Pro-Uni, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos.
Essa agenda terá papel importante no horário da propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio. Esse é o terceiro trunfo de Dilma. Em princípio, ela terá perto de 12 minutos de programa. Isso significa a metade do horário eleitoral ainda a ser oficialmente definido e dividido com outros candidatos. Oficiosamente, os dois maiores adversários da presidenta (Aécio Neves e Eduardo Campos) terão pouco mais de quatro minutos e pouco menos de dois minutos, respectivamente.
O tempo é pequeno. Longo, porém, para o discurso dos dois. Além do palavrório vazio, não se conhece o programa de governo da oposição.
Isso faz a diferença.
Mais cedo do que a oposição esperava e certamente temia, Lula voltou ao jogo da competição presidencial na condição de “cabo eleitoral”, anunciada inicialmente ao Partido dos Trabalhadores, e confirmada na longa entrevista a CartaCapital (ed. 802), quando sepultou de vez o movimento “Volta Lula”:
“Sou cabo eleitoral da companheira Dilma Rousseff para o segundo mandato à Presidência (...) bem formada ideologicamente e muito leal. Nunca iria disputar sua candidatura”.
Lula fechou o ciclo dos petistas que insistiam no retorno dele à disputa direta para presidente e, também, dos oposicionistas que estimulavam, ardilosamente, o movimento pró-Lula, com a finalidade de enfraquecer a candidata, em momento de queda nas pesquisas. Valiam-se ainda dos dados dessas sondagens, onde fica exposta a paixão do eleitor pelo metalúrgico que invadiu o clube restrito dos ex-mandatários brasileiros.
Desce o pano.
O ex-presidente Lula entrou de novo em cena, com mais determinação, após a convenção do PSDB, que homologou a candidatura de Aécio Neves à Presidência. Neto de Tancredo, ex-governador de Minas Gerais e, atualmente, senador da República Aécio, como tem feito, endureceu o discurso contra o PT. Afirmou que um tsunami varreria os petistas do Planalto, onde, ao contrário de São Paulo, governado há 20 anos pelos tucanos, haveria água suficiente para atender a todos os sonhos.
FHC, tucano-mor, compareceu ao evento. O ex-presidente, como se sabe, finge que acredita em eleições puras, incluindo a reeleição dele próprio, embalada pela compra de votos no Congresso para a aprovação da necessária emenda constitucional. A partir daí, passou a envergar o surrado fardão da ética. O País, segundo ele, não quer mais “os corruptos, os ladrões que ficam empulhando” o Estado.
Não era preciso mais. Foi o suficiente para Lula dar as respostas que julgou convenientes. Ele entrou em campo e mudou as regras do jogo. Tirou o governo do córner, acuado por dificuldades econômicas, a pressão da mídia e a queda de Dilma nas pesquisas de intenções de votos. Surgiu, então, a possibilidade de realização do segundo turno.
Um segundo trunfo da presidenta é a extensa agenda de programas do governo construída ao longo de quase quatro anos. Eis alguns: Pronatec, Pro-Uni, Minha Casa Minha Vida, Mais Médicos.
Essa agenda terá papel importante no horário da propaganda eleitoral gratuita na televisão e no rádio. Esse é o terceiro trunfo de Dilma. Em princípio, ela terá perto de 12 minutos de programa. Isso significa a metade do horário eleitoral ainda a ser oficialmente definido e dividido com outros candidatos. Oficiosamente, os dois maiores adversários da presidenta (Aécio Neves e Eduardo Campos) terão pouco mais de quatro minutos e pouco menos de dois minutos, respectivamente.
O tempo é pequeno. Longo, porém, para o discurso dos dois. Além do palavrório vazio, não se conhece o programa de governo da oposição.
Isso faz a diferença.
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