Por Altamiro Borges
Na disputa presidencial de 2014, as forças de oposição – a velha e a dissidente – saíram em desvantagem no horário eleitoral “gratuito” de rádio e tevê, que começa em 19 de agosto. Devido à costura de alianças mais amplas, Dilma Rousseff conquistou quase metade do tempo para expor o balanço do seu governo, fazer o contraponto ao triste reinado de FHC, desmascarar as “medidas impopulares” dos neoliberais e apresentar suas propostas de mudanças para o futuro. Mas isto parece que não abalou Aécio Neves e Eduardo Campos, segundo informa Julia Duailibi, um das poucas vozes críticas do Estadão. A jornalista revela que os oposicionistas pretendem apostar as suas fichas no “horário eleitoral” da TV Globo.
“As campanhas dos principais candidatos da oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), dão menos importância ao horário eleitoral que à cobertura do Jornal Nacional, da Rede Globo, o telejornal de maior audiência do País. Nos bastidores, os integrantes das campanhas dizem que a cobertura do Jornal Nacional sobre o dia dos candidatos, que começará em agosto, pouco antes do horário eleitoral na TV, tornou-se mais importante que a propaganda oficial. Minimizam, assim, a vantagem que a líder nas pesquisas, Dilma Rousseff (PT), tem de tempo do horário eleitoral - a petista terá mais de 11 minutos de exposição contra pouco mais de quatro minutos de Aécio e quase dois minutos de Campos”.
Os comandos das duas campanhas não confessaram os reais motivos deste “foco” no JN – nem a colunista polemizou com as razões apresentadas. Eles apenas alegaram “que a população tende a olhar com menos desconfiança para a informação que vem de um telejornal. A propaganda oficial, comandada pelos marqueteiros, já deixaria o eleitor desconfiado e atento ao ‘pega na mentira’ do candidato... As campanhas de Aécio e Campos dizem que o jogo só começará a ser jogado com o início dessa cobertura na TV. A Globo ainda não divulgou os detalhes da cobertura, mas as campanhas afirmam que ela começará no dia 4 de agosto e que os principais candidatos devem ter o mesmo tempo de aparição”.
Mas não é preciso ser um gênio para entender o “foco” no JN – o telejornal de maior audiência da tevê brasileira, apesar do acentuado declínio dos últimos anos. A famiglia Marinho não esconde seu feroz oposicionismo à atual presidenta. Isto ficou explícito no julgamento midiático do chamado “mensalão do PT” e também na cobertura “vira-lata” dos preparativos da Copa do Mundo. Agora, a TV Globo, com seus “calunistas” regiamente pagos, faz de tudo para criar um clima de pessimismo com os rumos da economia. Aécio e Campos sabem que este tipo de cobertura “imparcial” serve para dificultar a reeleição de Dilma Rousseff e para alavancar as campanhas oposicionistas.
Ou seja: a disputa presidencial terá na televisão – especialmente na Rede Globo – um decisivo campo de batalha. Como o governo Dilma não fez nada para coibir este brutal poder de manipulação da sociedade, é bom que a sua campanha utilize bem o horário “gratuito” que ainda resta na rádio e tevê para politizar a sociedade. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata petista terá 11 minutos e 48 segundos em cada bloco de 25 minutos de propaganda; o tucano Aécio Neves ficará com 4 minutos e 31 segundos; e o dissidente Eduardo Campos terá 1 minuto e 49 segundos. Todos os outros oito candidatos que disputam a presidência terão menos tempo ainda de exposição.
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“As campanhas dos principais candidatos da oposição, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), dão menos importância ao horário eleitoral que à cobertura do Jornal Nacional, da Rede Globo, o telejornal de maior audiência do País. Nos bastidores, os integrantes das campanhas dizem que a cobertura do Jornal Nacional sobre o dia dos candidatos, que começará em agosto, pouco antes do horário eleitoral na TV, tornou-se mais importante que a propaganda oficial. Minimizam, assim, a vantagem que a líder nas pesquisas, Dilma Rousseff (PT), tem de tempo do horário eleitoral - a petista terá mais de 11 minutos de exposição contra pouco mais de quatro minutos de Aécio e quase dois minutos de Campos”.
Os comandos das duas campanhas não confessaram os reais motivos deste “foco” no JN – nem a colunista polemizou com as razões apresentadas. Eles apenas alegaram “que a população tende a olhar com menos desconfiança para a informação que vem de um telejornal. A propaganda oficial, comandada pelos marqueteiros, já deixaria o eleitor desconfiado e atento ao ‘pega na mentira’ do candidato... As campanhas de Aécio e Campos dizem que o jogo só começará a ser jogado com o início dessa cobertura na TV. A Globo ainda não divulgou os detalhes da cobertura, mas as campanhas afirmam que ela começará no dia 4 de agosto e que os principais candidatos devem ter o mesmo tempo de aparição”.
Mas não é preciso ser um gênio para entender o “foco” no JN – o telejornal de maior audiência da tevê brasileira, apesar do acentuado declínio dos últimos anos. A famiglia Marinho não esconde seu feroz oposicionismo à atual presidenta. Isto ficou explícito no julgamento midiático do chamado “mensalão do PT” e também na cobertura “vira-lata” dos preparativos da Copa do Mundo. Agora, a TV Globo, com seus “calunistas” regiamente pagos, faz de tudo para criar um clima de pessimismo com os rumos da economia. Aécio e Campos sabem que este tipo de cobertura “imparcial” serve para dificultar a reeleição de Dilma Rousseff e para alavancar as campanhas oposicionistas.
Ou seja: a disputa presidencial terá na televisão – especialmente na Rede Globo – um decisivo campo de batalha. Como o governo Dilma não fez nada para coibir este brutal poder de manipulação da sociedade, é bom que a sua campanha utilize bem o horário “gratuito” que ainda resta na rádio e tevê para politizar a sociedade. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a candidata petista terá 11 minutos e 48 segundos em cada bloco de 25 minutos de propaganda; o tucano Aécio Neves ficará com 4 minutos e 31 segundos; e o dissidente Eduardo Campos terá 1 minuto e 49 segundos. Todos os outros oito candidatos que disputam a presidência terão menos tempo ainda de exposição.
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1 comentários:
A partir do momento em que o jornalismo global defende permanentemente (dentro e fora dos períodos eleitorais) uma visão meritocrática e privada do Estado, os telejornais da emissora partilham da mesma visão do PSDB sobre Estado, governo e o Brasil em geral.
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