Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:
Estamos num momento de encruzilhada da luta política, em que mudar o foco da questão principal é o maior favor que se pode prestar à direita.
A possibilidade de construir um país democrático e soberano, com bem-estar para o povo e progresso social concretiza-se, nas condições atuais, por meio da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. No cenário da campanha eleitoral em curso, não há outra alternativa à vista e tudo o que se faça que não contemple este objetivo é a mais pura expressão do oportunismo político e ideológico.
Os comunistas têm clareza quanto a este aspecto da luta que protagonizam, de sentido histórico. Dominando o bom método de colocar a grande política no posto de comando, os objetivos nacionais acima de interesses pessoais e localistas, participam na campanha pela reeleição de Dilma como a mãe de todas as batalhas em 2014.
A operação para viabilizar, neste embate eleitoral, uma chamada terceira via e criar alternativas capazes de interromper o ciclo progressista inaugurado com a eleição de Lula em 2002 e continuado por Dilma, iniciou-se logo depois das eleições municipais de 2012, quando começou a tomar corpo um discurso que o saudoso Leonel Brizola, com suas bem humoradas imagens, caracterizaria como o ato de “costear o alambrado”, o momento prévio ao salto para o lado de lá.
Não cabe aqui discutir sobre as boas ou más intenções ou a legitimidade de pretensões de atores políticos individuais. Menos ainda, de revolver a biografia de quem foi reconhecidamente progressista e prestou serviços à luta democrática e popular no país. Não se trata tampouco de pôr em tela de juízo arranjos eleitorais locais numa ou noutra unidade da imensa e variegada Federação.
Independentemente dos objetivos proclamados, a aliança PSB-Rede, com a formação da chapa Eduardo Campos-Marina Silva, anunciada em outubro do ano passado, criou mais uma força conservadora no espectro político nacional, pretensamente de “terceira via”. Seu conteúdo e caráter, explicitados nos pronunciamentos de então, já sinalizavam a tentativa de constituir uma frente e uma candidatura anti-Dilma, anti-PT e antiesquerda.
Já então era evidente que o nascente sujeito político – a coalizão PSB-Rede – que se pretendia diferente de tudo e de todos, uma força eleitoral nova, já não guardava relação programática e de objetivos com a esquerda.
Os reduzidos índices de intenção de voto na candidatura de Eduardo Campos mantinham o tema em baixo perfil, pois tudo indicava que a construção da “terceira via” não alcançaria o êxito esperado por seus idealizadores.
Eis que o acaso trágico, em menos de dez dias, provoca um revolvimento no quadro eleitoral, com a substituição de Eduardo Campos por Marina Silva na postulação pela Presidência da República, uma decisão política tomada sob impacto emocional e por pressão da mídia, que praticamente decretou a formação da nova chapa, não dando aos socialistas históricos a possibilidade de sequer debater outra alternativa.
O debate eleitoral volta a ser dominado por patranhas e aldrabices, como a contenda entre a “nova” e a “velha” política, os “bons” e os “maus” políticos, e tergiversações como a promessa de ruptura da “polarização entre o PT e o PSDB”, que segundo esse discurso resistem a reconhecer os méritos recíprocos nas duas últimas décadas, como se tivesse havido continuidade entre o governo de FHC e o de Lula. A abordagem da candidata da aliança PSB-Rede deliberadamente voltada para confundir a opinião pública, diz que, sendo de “terceira via”, Marina governará com os “bons políticos” do PT, do PSDB etc., etc.
Enquanto isso, a candidata faz compromissos explícitos e públicos com o capital financeiro, ao qual, se eventualmente eleita, subordinará os interesses do país e do povo, compõe-se com os latifundiários capitalistas e ajusta, para agradar o “agronegócio”, que tanto amaldiçoou, o discurso do fundamentalismo ambientalista.
Além da companhia de banqueiros e oligarcas reacionários, Marina Silva vive agora o apuro de dar explicações sobre o uso de uma aeronave financiada por empresários processados pela justiça e por contribuintes fantasmas, uma flagrante ilegalidade que só poderia ser paga com a impugnação da candidatura.
O momento eleitoral é fortemente marcado pela incerteza sobre a decisão que irão tomar os núcleos principais da classe dominante – se manterão a prioridade do seu apoio a Aécio Neves, o candidato em que investiram inicialmente, ou se, diante das novas circunstâncias, ungirão Marina.
O fato é que neste embate não há terceira via, mas apenas duas. A simplificação da polarização política como uma disputa entre duas máquinas partidárias faz parte do esforço propagandístico para apresentar a candidata da Rede como a nova força capaz de abrir um caminho distinto na vida política brasileira.
Todos sabemos que a real polarização na sociedade brasileira é entre as forças patrióticas e as entreguistas, entre os democratas e os que modelam um sistema político elitista, entre os interesses do povo e os das classes dominantes retrógradas, entre o progresso social e o sistema de dominação opressivo e explorador. Na atual correlação de forças, os patriotas, democratas-populares e progressistas alinham-se em torno da candidatura da presidenta Dilma.
Tomando em consideração a polarização real das forças políticas e o que cada uma delas representa, o que está em jogo e o sentido histórico das eleições presidenciais, a chamada terceira via, com a candidatura de Marina Silva, serve objetivamente, tanto quanto a de Aécio Neves, à direita, aos conservadores e neoliberais.
Até o dia da eleição, viveremos um grande embate político, definidor dos rumos que o Brasil tomará adiante. Nesta luta, o valor supremo está na nitidez programática da esquerda, na mobilização do povo, na união das forças progressistas e na determinação de levar à vitória a campanha pela reeleição da presidenta Dilma.
Estamos num momento de encruzilhada da luta política, em que mudar o foco da questão principal é o maior favor que se pode prestar à direita.
A possibilidade de construir um país democrático e soberano, com bem-estar para o povo e progresso social concretiza-se, nas condições atuais, por meio da reeleição da presidenta Dilma Rousseff. No cenário da campanha eleitoral em curso, não há outra alternativa à vista e tudo o que se faça que não contemple este objetivo é a mais pura expressão do oportunismo político e ideológico.
Os comunistas têm clareza quanto a este aspecto da luta que protagonizam, de sentido histórico. Dominando o bom método de colocar a grande política no posto de comando, os objetivos nacionais acima de interesses pessoais e localistas, participam na campanha pela reeleição de Dilma como a mãe de todas as batalhas em 2014.
A operação para viabilizar, neste embate eleitoral, uma chamada terceira via e criar alternativas capazes de interromper o ciclo progressista inaugurado com a eleição de Lula em 2002 e continuado por Dilma, iniciou-se logo depois das eleições municipais de 2012, quando começou a tomar corpo um discurso que o saudoso Leonel Brizola, com suas bem humoradas imagens, caracterizaria como o ato de “costear o alambrado”, o momento prévio ao salto para o lado de lá.
Não cabe aqui discutir sobre as boas ou más intenções ou a legitimidade de pretensões de atores políticos individuais. Menos ainda, de revolver a biografia de quem foi reconhecidamente progressista e prestou serviços à luta democrática e popular no país. Não se trata tampouco de pôr em tela de juízo arranjos eleitorais locais numa ou noutra unidade da imensa e variegada Federação.
Independentemente dos objetivos proclamados, a aliança PSB-Rede, com a formação da chapa Eduardo Campos-Marina Silva, anunciada em outubro do ano passado, criou mais uma força conservadora no espectro político nacional, pretensamente de “terceira via”. Seu conteúdo e caráter, explicitados nos pronunciamentos de então, já sinalizavam a tentativa de constituir uma frente e uma candidatura anti-Dilma, anti-PT e antiesquerda.
Já então era evidente que o nascente sujeito político – a coalizão PSB-Rede – que se pretendia diferente de tudo e de todos, uma força eleitoral nova, já não guardava relação programática e de objetivos com a esquerda.
Os reduzidos índices de intenção de voto na candidatura de Eduardo Campos mantinham o tema em baixo perfil, pois tudo indicava que a construção da “terceira via” não alcançaria o êxito esperado por seus idealizadores.
Eis que o acaso trágico, em menos de dez dias, provoca um revolvimento no quadro eleitoral, com a substituição de Eduardo Campos por Marina Silva na postulação pela Presidência da República, uma decisão política tomada sob impacto emocional e por pressão da mídia, que praticamente decretou a formação da nova chapa, não dando aos socialistas históricos a possibilidade de sequer debater outra alternativa.
O debate eleitoral volta a ser dominado por patranhas e aldrabices, como a contenda entre a “nova” e a “velha” política, os “bons” e os “maus” políticos, e tergiversações como a promessa de ruptura da “polarização entre o PT e o PSDB”, que segundo esse discurso resistem a reconhecer os méritos recíprocos nas duas últimas décadas, como se tivesse havido continuidade entre o governo de FHC e o de Lula. A abordagem da candidata da aliança PSB-Rede deliberadamente voltada para confundir a opinião pública, diz que, sendo de “terceira via”, Marina governará com os “bons políticos” do PT, do PSDB etc., etc.
Enquanto isso, a candidata faz compromissos explícitos e públicos com o capital financeiro, ao qual, se eventualmente eleita, subordinará os interesses do país e do povo, compõe-se com os latifundiários capitalistas e ajusta, para agradar o “agronegócio”, que tanto amaldiçoou, o discurso do fundamentalismo ambientalista.
Além da companhia de banqueiros e oligarcas reacionários, Marina Silva vive agora o apuro de dar explicações sobre o uso de uma aeronave financiada por empresários processados pela justiça e por contribuintes fantasmas, uma flagrante ilegalidade que só poderia ser paga com a impugnação da candidatura.
O momento eleitoral é fortemente marcado pela incerteza sobre a decisão que irão tomar os núcleos principais da classe dominante – se manterão a prioridade do seu apoio a Aécio Neves, o candidato em que investiram inicialmente, ou se, diante das novas circunstâncias, ungirão Marina.
O fato é que neste embate não há terceira via, mas apenas duas. A simplificação da polarização política como uma disputa entre duas máquinas partidárias faz parte do esforço propagandístico para apresentar a candidata da Rede como a nova força capaz de abrir um caminho distinto na vida política brasileira.
Todos sabemos que a real polarização na sociedade brasileira é entre as forças patrióticas e as entreguistas, entre os democratas e os que modelam um sistema político elitista, entre os interesses do povo e os das classes dominantes retrógradas, entre o progresso social e o sistema de dominação opressivo e explorador. Na atual correlação de forças, os patriotas, democratas-populares e progressistas alinham-se em torno da candidatura da presidenta Dilma.
Tomando em consideração a polarização real das forças políticas e o que cada uma delas representa, o que está em jogo e o sentido histórico das eleições presidenciais, a chamada terceira via, com a candidatura de Marina Silva, serve objetivamente, tanto quanto a de Aécio Neves, à direita, aos conservadores e neoliberais.
Até o dia da eleição, viveremos um grande embate político, definidor dos rumos que o Brasil tomará adiante. Nesta luta, o valor supremo está na nitidez programática da esquerda, na mobilização do povo, na união das forças progressistas e na determinação de levar à vitória a campanha pela reeleição da presidenta Dilma.
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