Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil |
Uma gripe pesada me deixou de cama e, apesar de não fazer bem para a saúde, assisti à cobertura da Globonews sobre as manifestações contra o governo Dilma.
Nem vou fazer críticas à qualidade do jornalismo, deplorável. Apenas registro que as pessoas agredidas pelos manifestantes foram tratadas como provocadores, mesmo que um deles tenha sido hostilizado pelo simples fato de vestir uma camiseta vermelha, sem nenhuma referência ao PT.
O que me impressionou foi o bordão de omitir o evidente – que as manifestações foram sensivelmente menores – e a saída óbvia de dizer que ainda assim era muita gente, sempre amparando-se na pesquisa Datafolha, que mostrou, dependendo do que se quer se ver, que tanto é grande o desgaste do governo Dilma quanto parou o movimento vertiginoso de queda que a credibilidade do governo enfrentou.
Esta é a questão essencial. O que aconteceu para que o tão propalado “amanhã vai ser maior” apregoado há um mês tenha se frustrado?
A inflação caiu? A tendência de alta do desemprego foi revertida? O salário melhorou?
Coisa nenhuma.
Aconteceu que o governo não “bateu cabeça” como vinha fazendo.
Não botaram Dilma na TV para pedir desculpas. Não convocou manifestações. Não botou dois bocós para dar entrevistas.
Governo governa, ponto.
Defende-se, certo, mas essencialmente avança, com o poder que tem, nem mais do que tem, nem menos do que tem.
Não é possível que um governo popular não saiba encontrar espaços para iniciativas de caráter popular, imediatas, no campo da economia.
É uma tolice querer “reganhar” os setores da classe média que foram à rua no dia 15 de março e hoje.
Quem tem de ser recuperado é quem foi às urnas em outubro.
1 comentários:
O resultado positivo das marchas de domingo é fazer o povão trabalhador abrir seus olhos, ele esta muito alheio a tudo que signifique politica,só se preocupando em sobrar uns dinheirinhos para levar a família ao shoppin, ele viu pela tv que o jogo de interesses tá ai e que é preciso ficar atento aos movimentos da elite egoísta e anti social.
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