segunda-feira, 1 de junho de 2015

Azeredo, o "mensaleiro" bem empregado

Por Altamiro Borges

Se fosse com algum petista acusado de corrupção seria o maior escândalo, com direito a manchetes garrafais e comentários hidrófobos nas emissoras de rádio e tevê. Mas com os tucanos, o tratamento da mídia é sempre cordial. Em março passado, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) confirmou a contratação de Eduardo Azeredo, com um salário de R$ 25 mil, para atuar como diretor-executivo das áreas internacional e de tecnologia da entidade. Só agora a notícia vazou, mas nenhum veículo fez escarcéu diante da curiosa contratação.

O tucano está na origem do chamado "mensalão" – que a mídia amiga batizou de "mensalão mineiro" –. o esquema de corrupção montado pela agência de publicidade de Marcos Valério que começou a operar no governo de Eduardo Azeredo em Minas Gerais. Ele mesmo confessou o crime, que serviu para montagem do Caixa-2 do PSDB – inclusive para a campanha pela reeleição de FHC – em 1998. Apesar das provas, o tucano até hoje não foi julgado e agora presta serviços à Fiemg. A mídia tucana, porém, não fez escândalo diante do fato. A maioria dos brasileiros nem saberá do caso escandaloso.

Em uma nota curtíssima, a Folha apenas registrou o episódio. "Eduardo Azeredo começou a trabalhar em março, pouco mais de um ano após renunciar ao cargo de deputado federal. Ao deixar a Câmara, disse em carta que não concorda com as acusações pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Ele acusou ainda a Procuradoria-Geral da República, que pediu 22 anos de prisão, de reeditar a Inquisição. Com isso, o STF devolveu o seu processo à primeira instância, em Belo Horizonte, onde ainda não foi julgado". A vida segue e nenhum tucano vai para a cadeia! Já o PT amarga o carimbo de "partido dos corruptos", que penetrou no imaginário popular e gera cenas de ódio fascista.

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