Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Os jornais se lambuzam hoje com um suposto pedido da Receita Federal para a quebra do sigilo bancários das empresas dos filhos de Lula e de Gilberto Carvalho.
O primeiro já disse quanto e porque recebeu dinheiro de um empresa investigada na operação Zelotes, quatro anos depois do episódio que esta é apontada como suspeita.
No segundo caso, da filha de Gilberto Carvalho, uma simples fábrica artesanal de macarrão – e uma cantina, simples, até pouco tempo atrás, agora fechada – nem sequer se alega nada: apenas “querem saber” se ela recebeu dinheiro de alguém sob suspeita.
O pai ofereceu os seus extratos bancários e telefônicos, além das declarações fiscais que, aliás, já estão disponíveis, porque servidores são obrigados por lei autorizar o acesso da Controladoria Geral da União às suas declarações de Imposto de Renda. Na prática, servidor não tem sigilo fiscal.
Não adianta, é preciso criar a situação de exploração política. Nem bastaria apurar sigilosa e discretamente e, se encontrado algo, proceder.
Assim, na base do “queremos saber” e, provavelmente, os juízes concederão, com o “fundamento jurídico” de que são filhos de Lula e do Secretário Geral de Lula, enquanto presidente. Porque “tá dominado, tá tudo dominado” por um espírito de uso do poder judicial como ferramenta para conseguir o que o voto não lhes deu.
É preciso humilhar e atingir a família, algo que não pode deixar de indignar pessoas de bem. É preciso desestabiliza-los com o estigma em quem eles têm de mais precioso: os filhos.
A “área de inteligência” nunca tomou providências sobre as filhas de Paulo Roberto Costa, que fizeram negócios milionários, ou a de Eduardo Cunha, da qual só se ficou sabendo por conta do bloqueio feito por autoridades da Suíça. Nem foram ver se os supostos milhões entregues a Sérgio Guerra e Eduardo Campos, segundo as denúncias de Alberto Youssef, por acaso, entraram na conta do espólio ou de seus herdeiros.
A Polícia Federal e a Receita Federal são órgãos do Poder Executivo. Seus servidores estão sujeitos não ao controle do mérito do que têm como dever de ofício apurar, mas ao controle dos métodos que utilizam. Como, porém, o Poder Executivo acoelhou-se e permite até que policiais treinem tiro ao alvo numa caricatura da Presidente, virou tudo uma festa coxinha.
Luís Cláudio Lula da Silva e Myriam Carvalho podem e devem ser investigados como qualquer cidadão, desde que o sejam diante de indícios concretos e com a prudência que todas as situações como esta recomenda.
Há 80 anos, numa outra república, pessoas também foram perseguidas por serem filhos, netos e bisnetos de “indesejáveis”.
Também estavam marcados por uma estrela, embora amarela e de seis pontas, não de cinco.
Os jornais se lambuzam hoje com um suposto pedido da Receita Federal para a quebra do sigilo bancários das empresas dos filhos de Lula e de Gilberto Carvalho.
O primeiro já disse quanto e porque recebeu dinheiro de um empresa investigada na operação Zelotes, quatro anos depois do episódio que esta é apontada como suspeita.
No segundo caso, da filha de Gilberto Carvalho, uma simples fábrica artesanal de macarrão – e uma cantina, simples, até pouco tempo atrás, agora fechada – nem sequer se alega nada: apenas “querem saber” se ela recebeu dinheiro de alguém sob suspeita.
O pai ofereceu os seus extratos bancários e telefônicos, além das declarações fiscais que, aliás, já estão disponíveis, porque servidores são obrigados por lei autorizar o acesso da Controladoria Geral da União às suas declarações de Imposto de Renda. Na prática, servidor não tem sigilo fiscal.
Não adianta, é preciso criar a situação de exploração política. Nem bastaria apurar sigilosa e discretamente e, se encontrado algo, proceder.
Assim, na base do “queremos saber” e, provavelmente, os juízes concederão, com o “fundamento jurídico” de que são filhos de Lula e do Secretário Geral de Lula, enquanto presidente. Porque “tá dominado, tá tudo dominado” por um espírito de uso do poder judicial como ferramenta para conseguir o que o voto não lhes deu.
É preciso humilhar e atingir a família, algo que não pode deixar de indignar pessoas de bem. É preciso desestabiliza-los com o estigma em quem eles têm de mais precioso: os filhos.
A “área de inteligência” nunca tomou providências sobre as filhas de Paulo Roberto Costa, que fizeram negócios milionários, ou a de Eduardo Cunha, da qual só se ficou sabendo por conta do bloqueio feito por autoridades da Suíça. Nem foram ver se os supostos milhões entregues a Sérgio Guerra e Eduardo Campos, segundo as denúncias de Alberto Youssef, por acaso, entraram na conta do espólio ou de seus herdeiros.
A Polícia Federal e a Receita Federal são órgãos do Poder Executivo. Seus servidores estão sujeitos não ao controle do mérito do que têm como dever de ofício apurar, mas ao controle dos métodos que utilizam. Como, porém, o Poder Executivo acoelhou-se e permite até que policiais treinem tiro ao alvo numa caricatura da Presidente, virou tudo uma festa coxinha.
Luís Cláudio Lula da Silva e Myriam Carvalho podem e devem ser investigados como qualquer cidadão, desde que o sejam diante de indícios concretos e com a prudência que todas as situações como esta recomenda.
Há 80 anos, numa outra república, pessoas também foram perseguidas por serem filhos, netos e bisnetos de “indesejáveis”.
Também estavam marcados por uma estrela, embora amarela e de seis pontas, não de cinco.
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