Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
De um dia para outro, mudou tudo de novo. Quinta-feira foi um divisor de águas na crise: as decisões do STF sobre o rito do impeachment e uma sequência de vitórias no Congresso Nacional deram um novo fôlego à presidente Dilma Rousseff nesta reta final de 2015.
Os grandes derrotados do dia foram o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e todos os caciques tucanos que se aliaram a eles para jogar tudo na derrubada do governo com o apoio da velha mídia.
Os ventos do poder mudaram em Brasília. Após o fracasso das manifestações pelo impeachment no último domingo e da derrota no Judiciário, que anulou as manobras de Cunha para a formação da Comissão Especial na Câmara, as oposições agora derretem em praça pública, deixando colunistas e blogueiros do Instituto Millenium à beira de um ataque de nervos.
Perderam o rumo também o líder do PSDB no STF, Gilmar Mendes, e seu fiel aliado Dias Toffoli, mais uma vez votos vencidos, junto com o ministro relator Edson Fachin, que levou uma goleada do plenário logo em sua estreia para os holofotes supremos.
A maioria dos ministros decidiu que o rito do impeachment vai ter que começar tudo de novo, com voto aberto para a indicação dos membros da Comissão Especial, que só poderão ser indicados pelos líderes partidários, sem a lista avulsa de Cunha, e deu mais poder decisório ao Senado caso o processo seja instalado na Câmara.
A grande aliança político-jurídico-midiática pró-golpe, que estava só esperando a hora de subir a rampa com Temer, deu meia volta, saiu de fininho e antecipou as férias. A vida dá muitas voltas e desta vez deu um nó na ala rebelde liderada por Cunha-Temer, atropelada pelo excesso de esperteza ao ir com muita sede ao pote.
Com estrategistas do porte de Moreira Franco e Eliseu Padilha e lideres populares como Paulo Skaf e Alexandre Frota, só podia mesmo dar nisso. Por mais erros que o governo cometa, sempre pode contar com a ajuda das lambanças da oposição.
No dia seguinte às manifestações que levaram 55 mil pessoas às ruas de São Paulo contra o impeachment da presidente, foram prestar apoio a Dilma 64 representantes dos movimentos sociais, intelectuais e artistas. "Nossos movimentos são contra o golpe em curso na Câmara e a favor da democracia. Elegemos Dilma e 27 governadores, todos os eleitos devem ser respeitados. O povo votou, só o povo pode retirá-los", afirmou João Pedro Stédile, líder do MST.
Enquanto isso, as movimentações golpistas de Michel Temer, que saiu dos seus cuidados de vice decorativo para montar um "novo governo de união nacional", eram detonadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, que assumiu de vez o papel de líder do governo no Congresso Nacional.
Primeiro, os governistas do PMDB, comandados por Renan, devolveram Leonardo Picciani, fiel aliado de Dilma, que havia sido derrubado por Cunha-Temer na semana passada, à liderança do partido na Câmara. Antes do dia acabar, Renan aprovou no plenário do Senado requerimento encaminhado ao TCU para investigar as pedaladas do vice-presidente em sete decretos assinados por ele este ano, autorizando a abertura de crédito orçamentário - exatamente as mesmas razões alegadas pelos três "juristas" do pedido de impeachment.
Esta semana, o governo federal obteve ainda vitórias em sequência no Congresso, com a aprovação dos vetos aos projetos da pauta-bomba de Cunha e da proposta orçamentária para 2016. Foram vitórias políticas tão importantes que deixaram em segundo plano a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, antecipada por ele mesmo durante a última reunião do ano do Conselho Monetário Nacional.
Assim, a presidente Dilma Rousseff poderá entrar em 2016 inaugurando finalmente seu segundo mandato, não só com novo ministro para comandar a política econômica, mas também promovendo as mudanças necessárias para atender às demandas de quem a elegeu e apoia na luta contra o impeachment.
E vamos que vamos.
Os grandes derrotados do dia foram o vice-presidente Michel Temer, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e todos os caciques tucanos que se aliaram a eles para jogar tudo na derrubada do governo com o apoio da velha mídia.
Os ventos do poder mudaram em Brasília. Após o fracasso das manifestações pelo impeachment no último domingo e da derrota no Judiciário, que anulou as manobras de Cunha para a formação da Comissão Especial na Câmara, as oposições agora derretem em praça pública, deixando colunistas e blogueiros do Instituto Millenium à beira de um ataque de nervos.
Perderam o rumo também o líder do PSDB no STF, Gilmar Mendes, e seu fiel aliado Dias Toffoli, mais uma vez votos vencidos, junto com o ministro relator Edson Fachin, que levou uma goleada do plenário logo em sua estreia para os holofotes supremos.
A maioria dos ministros decidiu que o rito do impeachment vai ter que começar tudo de novo, com voto aberto para a indicação dos membros da Comissão Especial, que só poderão ser indicados pelos líderes partidários, sem a lista avulsa de Cunha, e deu mais poder decisório ao Senado caso o processo seja instalado na Câmara.
A grande aliança político-jurídico-midiática pró-golpe, que estava só esperando a hora de subir a rampa com Temer, deu meia volta, saiu de fininho e antecipou as férias. A vida dá muitas voltas e desta vez deu um nó na ala rebelde liderada por Cunha-Temer, atropelada pelo excesso de esperteza ao ir com muita sede ao pote.
Com estrategistas do porte de Moreira Franco e Eliseu Padilha e lideres populares como Paulo Skaf e Alexandre Frota, só podia mesmo dar nisso. Por mais erros que o governo cometa, sempre pode contar com a ajuda das lambanças da oposição.
No dia seguinte às manifestações que levaram 55 mil pessoas às ruas de São Paulo contra o impeachment da presidente, foram prestar apoio a Dilma 64 representantes dos movimentos sociais, intelectuais e artistas. "Nossos movimentos são contra o golpe em curso na Câmara e a favor da democracia. Elegemos Dilma e 27 governadores, todos os eleitos devem ser respeitados. O povo votou, só o povo pode retirá-los", afirmou João Pedro Stédile, líder do MST.
Enquanto isso, as movimentações golpistas de Michel Temer, que saiu dos seus cuidados de vice decorativo para montar um "novo governo de união nacional", eram detonadas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, que assumiu de vez o papel de líder do governo no Congresso Nacional.
Primeiro, os governistas do PMDB, comandados por Renan, devolveram Leonardo Picciani, fiel aliado de Dilma, que havia sido derrubado por Cunha-Temer na semana passada, à liderança do partido na Câmara. Antes do dia acabar, Renan aprovou no plenário do Senado requerimento encaminhado ao TCU para investigar as pedaladas do vice-presidente em sete decretos assinados por ele este ano, autorizando a abertura de crédito orçamentário - exatamente as mesmas razões alegadas pelos três "juristas" do pedido de impeachment.
Esta semana, o governo federal obteve ainda vitórias em sequência no Congresso, com a aprovação dos vetos aos projetos da pauta-bomba de Cunha e da proposta orçamentária para 2016. Foram vitórias políticas tão importantes que deixaram em segundo plano a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, antecipada por ele mesmo durante a última reunião do ano do Conselho Monetário Nacional.
Assim, a presidente Dilma Rousseff poderá entrar em 2016 inaugurando finalmente seu segundo mandato, não só com novo ministro para comandar a política econômica, mas também promovendo as mudanças necessárias para atender às demandas de quem a elegeu e apoia na luta contra o impeachment.
E vamos que vamos.
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