Após a fase de otimismo econômico do início da globalização financeira e as políticas receitadas pelo Consenso de Washington do final de década de 1980, passou-se a assistir ao desempenho econômico e social decepcionante, sobretudo desde a crise de dimensão global iniciada em 2008. O regime de expansão das forças produtivas segue muito abaixo do verificado até o início deste século.
O contexto atual de baixo dinamismo econômico vem reforçando cada vez mais as interpretações de que o capitalismo encontra-se mais uma vez em direção à estagnação de longa duração. Os saltos tecnológicos, embora importantes, apresentam-se insuficientes para motivar a volta sustentável do crescimento econômico.
A adoção do receituário da austeridade fiscal em vários países não surtiu efeitos positivos, a não ser a queda provocada dos custos do trabalho como tentativa de estimular maior lucratividade por parte das empresas. Mas sem elevação dos rendimentos, o consumo global não se acelera, impedindo que a demanda efetiva sustente lucros futuros crescentes.
Além disso, a desigualdade ampliada na repartição da renda, com altíssimo patamar de pobres e desempregados, conecta imediatamente as nações ricas ao passado do século 19. O fosso entre ricos e pobres só tem aumentado.
Nesse sentido que o sistema financeiro apresenta-se como decisivo na organização e gestão das riquezas e rendas dos capitalistas. Todavia, a corda que serve para segurar o valor real dos ativos financeirizados dos ricos não se mostra eficiente para empurrar as economias para frente, pelo contrário, favorecendo o ambiente de estagnação no capitalismo.
Ademais, nota-se que o que vem segurando muitas economias capitalistas de uma depressão grave tem sido a trava da renda indireta recebida pela maior parte da população sustentada pelo Estado de bem estar social. Do total do rendimento médio da população, cerca de 40% passa diretamente pela intermediação do fundo público.
Por isso, não fosse a política monetária expansionista nas economias mais ricas, o quadro internacional seria mais grave. Neste momento, uma possível elevação na taxa de juros dos Estados Unidos pode azedar ainda mais os prognósticos para o ano de 2016.
Por estar submetida ao crescimento econômico medíocre, a mudança da política monetária nos Estados Unidos, com aumento dos juros, tende a apontar para uma instabilidade acentuada, fortalecendo a prevalência do caminho da estagnação secular. Assim, a preparação para o novo ambiente que se avizinha requer a desvalorização de suas moedas que, mesmo sob o impacto de maior inflação, privilegia a posição de superávit no comércio externo.
A existência de saldo comercial positivo na atualidade conta positivamente na posição de força relativa de cada país. Também o acúmulo significativo de reservas em moedas estrangeiras ajuda frente à perspectiva de possível fuga de capital para os Estados Unidos com taxas de juros mais elevadas.
Interessa ainda destacar os sinais de mudanças na política de gasto dos países ricos. Tal como na década de 1930, com a prevalência do quadro depressivo de longo prazo, o aumento do gasto público militar tendeu a ser um caminho perseguido por parcela das economias.
Guardada a devida proporção, constata-se que nos dias de hoje o gasto militar, associado cada vez mais à segurança e informação, concentra parte importante do total das despesas dos governos. Os Estados Unidos, por exemplo, seguem respondendo por dois quintos das despesas militares totais do mundo. Desde 2001, elas crescem 6,5% como média anual.
O contexto atual de baixo dinamismo econômico vem reforçando cada vez mais as interpretações de que o capitalismo encontra-se mais uma vez em direção à estagnação de longa duração. Os saltos tecnológicos, embora importantes, apresentam-se insuficientes para motivar a volta sustentável do crescimento econômico.
A adoção do receituário da austeridade fiscal em vários países não surtiu efeitos positivos, a não ser a queda provocada dos custos do trabalho como tentativa de estimular maior lucratividade por parte das empresas. Mas sem elevação dos rendimentos, o consumo global não se acelera, impedindo que a demanda efetiva sustente lucros futuros crescentes.
Além disso, a desigualdade ampliada na repartição da renda, com altíssimo patamar de pobres e desempregados, conecta imediatamente as nações ricas ao passado do século 19. O fosso entre ricos e pobres só tem aumentado.
Nesse sentido que o sistema financeiro apresenta-se como decisivo na organização e gestão das riquezas e rendas dos capitalistas. Todavia, a corda que serve para segurar o valor real dos ativos financeirizados dos ricos não se mostra eficiente para empurrar as economias para frente, pelo contrário, favorecendo o ambiente de estagnação no capitalismo.
Ademais, nota-se que o que vem segurando muitas economias capitalistas de uma depressão grave tem sido a trava da renda indireta recebida pela maior parte da população sustentada pelo Estado de bem estar social. Do total do rendimento médio da população, cerca de 40% passa diretamente pela intermediação do fundo público.
Por isso, não fosse a política monetária expansionista nas economias mais ricas, o quadro internacional seria mais grave. Neste momento, uma possível elevação na taxa de juros dos Estados Unidos pode azedar ainda mais os prognósticos para o ano de 2016.
Por estar submetida ao crescimento econômico medíocre, a mudança da política monetária nos Estados Unidos, com aumento dos juros, tende a apontar para uma instabilidade acentuada, fortalecendo a prevalência do caminho da estagnação secular. Assim, a preparação para o novo ambiente que se avizinha requer a desvalorização de suas moedas que, mesmo sob o impacto de maior inflação, privilegia a posição de superávit no comércio externo.
A existência de saldo comercial positivo na atualidade conta positivamente na posição de força relativa de cada país. Também o acúmulo significativo de reservas em moedas estrangeiras ajuda frente à perspectiva de possível fuga de capital para os Estados Unidos com taxas de juros mais elevadas.
Interessa ainda destacar os sinais de mudanças na política de gasto dos países ricos. Tal como na década de 1930, com a prevalência do quadro depressivo de longo prazo, o aumento do gasto público militar tendeu a ser um caminho perseguido por parcela das economias.
Guardada a devida proporção, constata-se que nos dias de hoje o gasto militar, associado cada vez mais à segurança e informação, concentra parte importante do total das despesas dos governos. Os Estados Unidos, por exemplo, seguem respondendo por dois quintos das despesas militares totais do mundo. Desde 2001, elas crescem 6,5% como média anual.
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