Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:
Em primeiro lugar, você precisa entrar para o funcionalismo público. Depois, recomenda-se que você consiga um emprego no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lá tem pelo menos cinco servidores aposentados que receberam valores líquidos superiores a R$ 100 mil mensais entre janeiro e dezembro de 2015, segundo o setor responsável pelos pagamentos, conforme foi revelado pelos repórteres Rachel Gamarski e Carla Araújo, no Estadão de domingo.
O teto constitucional estabelecido para o serviço público em todos os níveis é de R$ 33,7 mil, que é o atual salário do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Ninguém poderia ganhar mais do que ele, mas a farra dos supersalários é tão grande e incontrolável que estimativas feitas pelo Ministério da Fazenda apontam para um total de quase R$ 10 bilhões por ano pagos pelos cofres públicos acima do que a lei permite.
Para se ter uma ideia do que isso representa, é este o total que o governo federal pretende arrecadar com a recriação da CPMF se a proposta de ajuste fiscal for aprovada pelo Congresso Nacional, o que parece muito difícil de acontecer.
No momento em que o governo volta a jogar todas as suas fichas na CPMF e na reforma da previdência, seria bom que se coibisse os abusos praticados nas aposentadorias dos funcionários públicos, os principais responsáveis pelo proclamado "rombo no sistema" - e não só no STJ, mas em todas áreas dos governos federal, estaduais e municipais. Pergunto: quem vai querer mexer com isso em pleno ano eleitoral?
Na Câmara, certamente não será, tantas são as alterações já feitas pelos deputados no projeto de lei enviado pelo governo que pretendia acabar com os supersalários dos servidores do Legislativo e do Judiciário. No Ministério Público Federal, justamente o órgão responsável pela investigação da Operação Lava Jato, mais de 50% dos procuradores e subprocuradores já estão ganhando salários acima do teto constitucional. Ou seja, não se trata mais de aberrações em uma ou outra repartição pública, mas da regra.
Se você não fizer questão de receber mais de R$ 100 mil por mês, o MPF também é recomendado para quem quer ter uma velhice tranquila sem problemas financeiros: segundo o levantamento feito pelo Broadcast da Agência Estado, em alguns casos a remuneração média de um sub-procurador da República chegou a R$ 62 mil em 2015, nada mal.
Pode-se imaginar como se sente um contribuinte, como eu, por exemplo, que depois de 51 anos de trabalho como jornalista, sem interrupção, recebe uma aposentadoria pouco superior a R$ 2 mil por mês, o que não dá nem para pagar o plano de saúde da família.
Em primeiro lugar, você precisa entrar para o funcionalismo público. Depois, recomenda-se que você consiga um emprego no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lá tem pelo menos cinco servidores aposentados que receberam valores líquidos superiores a R$ 100 mil mensais entre janeiro e dezembro de 2015, segundo o setor responsável pelos pagamentos, conforme foi revelado pelos repórteres Rachel Gamarski e Carla Araújo, no Estadão de domingo.
O teto constitucional estabelecido para o serviço público em todos os níveis é de R$ 33,7 mil, que é o atual salário do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). Ninguém poderia ganhar mais do que ele, mas a farra dos supersalários é tão grande e incontrolável que estimativas feitas pelo Ministério da Fazenda apontam para um total de quase R$ 10 bilhões por ano pagos pelos cofres públicos acima do que a lei permite.
Para se ter uma ideia do que isso representa, é este o total que o governo federal pretende arrecadar com a recriação da CPMF se a proposta de ajuste fiscal for aprovada pelo Congresso Nacional, o que parece muito difícil de acontecer.
No momento em que o governo volta a jogar todas as suas fichas na CPMF e na reforma da previdência, seria bom que se coibisse os abusos praticados nas aposentadorias dos funcionários públicos, os principais responsáveis pelo proclamado "rombo no sistema" - e não só no STJ, mas em todas áreas dos governos federal, estaduais e municipais. Pergunto: quem vai querer mexer com isso em pleno ano eleitoral?
Na Câmara, certamente não será, tantas são as alterações já feitas pelos deputados no projeto de lei enviado pelo governo que pretendia acabar com os supersalários dos servidores do Legislativo e do Judiciário. No Ministério Público Federal, justamente o órgão responsável pela investigação da Operação Lava Jato, mais de 50% dos procuradores e subprocuradores já estão ganhando salários acima do teto constitucional. Ou seja, não se trata mais de aberrações em uma ou outra repartição pública, mas da regra.
Se você não fizer questão de receber mais de R$ 100 mil por mês, o MPF também é recomendado para quem quer ter uma velhice tranquila sem problemas financeiros: segundo o levantamento feito pelo Broadcast da Agência Estado, em alguns casos a remuneração média de um sub-procurador da República chegou a R$ 62 mil em 2015, nada mal.
Pode-se imaginar como se sente um contribuinte, como eu, por exemplo, que depois de 51 anos de trabalho como jornalista, sem interrupção, recebe uma aposentadoria pouco superior a R$ 2 mil por mês, o que não dá nem para pagar o plano de saúde da família.
3 comentários:
É por isso que o governo do PT vem sendo desprestigiado até mesmo por quem votou nele. Esperava-se uma postura diferente disso, mas o que se vê é lamentável. Um governo fraco, patético, de adesão aos poderosos. Não dá mais. Que venha o buraco negro.
SERVIDOR é diferente de JUIZ/DESEMBARGADOR/MINISTRO. No Judiciário e Ministério Público, SERVIDORES estão há dez anos sem recomposição salarial.
Já notaram que quase todos os super salários em todos os níveis de governo, municipal, estadual e federal, são sempre ligados a área jurídica enquanto médicos, engenheiros, arquitetos, veterinários, etc. recebem salários ridículos e que não incentivam a seguir carreira no serviço público ?
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