segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Milícia fascista do MBL ataca nas escolas

Por Altamiro Borges

As milícias fascistas, a maioria delas ligadas ao sinistro Movimento Brasil Livre (MBL), seguem espalhando terror nas escolas ocupadas pelos jovens secundaristas. As primeiras ações ocorreram no Paraná, sob as ordens do governador tucano Beto Richa. Na sequência, houve registro de ataques em Brasília. Agora, foi a vez do Rio de Janeiro. O vereador paulistano Fernando Holiday, o jovem negro eleito pelo DEM que se coloca como líder da cruzada contra as cotas raciais nas faculdades, viajou à capital carioca para provocar os “invasores de escolas”. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) foi o alvo dos agressores. Vale conferir a reportagem do Jornal do Brasil sobre o incidente:


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Homens tentam impedir visita de Jandira a ocupação no Pedro II e geram tensão

Por Pamela Mascarenhas


A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) foi realizar uma visita de apoio à ocupação de estudantes do Colégio Pedro II na Tijuca, no Rio de Janeiro, neste sábado (12), e foi impedida por pessoas que se diziam pais dos alunos de entrar no local. Depois que Jandira conseguiu ter acesso à escola, eles seguiram a equipe da deputada, fazendo provocações em vídeo. Como não foram reconhecidos pelos pais nem pelos alunos presentes e também não quiseram se identificar, uma regra da ocupação para visitas, a presença deles gerou tensão.

De acordo com a deputada, os responsáveis pelos estudantes estão em contato com advogados para identificar e, eventualmente, processar o grupo, que fez imagens de menores de idade, o que é proibido por lei. Em conversa com o JB por telefone na tarde deste sábado, Jandira destacou que foi à ocupação para apoiar e saber se os alunos precisavam de alguma ajuda, amplificar a visibilidade do ato, e frisou que a visita foi anunciada pelas redes sociais.

"Quando ia chegando, havia quatro figuras na esquina, um se colocou na minha frente e disse 'você não vai entrar, você não pode entrar'", contou a deputada, que explicou que disse ao grupo que entraria no local, considerando que agentes públicos têm passagem em prédios públicos. Jandira conseguiu entrar, e os homens entraram em seguida, fazendo as imagens em vídeo.

"Os alunos reagiram e disseram 'aqui tem regras'. Pediram nome, eles não deram, também não quiseram apagar o vídeo", comentou Jandira, que informou ao grupo que se eles publicassem o vídeo com o rosto dos menores de idade, seriam processados.

"Os pais começaram a ficar preocupados, os alunos também. Nós conversamos, eu expliquei a eles que se trata de um movimento fascistoide de tentar desqualificar a ocupação e fazer parecer que trata-se de um movimento de depredação."

Jandira elogiou a organização dos alunos do CPII da Tijuca, com regras sobre entrada e saída de pessoas, abastecimento de alimentos, divisão de tarefas como de alimentação e limpeza entre meninos e meninas. "Eles estavam cozinhando, meninos e meninas lavando a louça, consertando cadeiras, é um negócio incrível, super organizado, preservado."

Visita do MBL e do DEM

Logo em seguida, apareceram no local o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ) e o membro do MBL Fernando Holiday, eleito vereador da cidade de São Paulo pelo DEM. Em vídeo publicado na página do MBL no Facebook, os dois dizem que decidiram ir ao colégio para verificar a suposta realização de uma palestra por Jandira Feghali com o senador Lindbergh Farias (PT/RJ), criticando o fato de não haver vozes dissonantes no suposto debate.

O vídeo termina com o momento em que Sóstenes e Fernando tentam entrar no local, e o integrante do MBL é impedido, com uma voz no vídeo que diz que ele não poderia entrar por fazer parte de um "movimento fascista". Em um segundo vídeo publicado depois da visita deles, Sóstenes e Holiday comentam sobre a presença de Jandira, mas não citam em nenhum momento a suposta palestra que tinha desagradado os dois.

Neste segundo vídeo, gravado por volta das 13h deste sábado, Sóstenes fala que houve um "conflito um pouco áspero" na ocupação antes deles chegarem, fez críticas ao governo do PT e destacou que os estudantes estariam alinhados ao antigo governo e não ao atual. "É um grupo pequeno de alunos, mas que deve, democraticamente, ter o nosso respeito, apesar de eu não concordar com o mérito, o mérito é discutível", disse Sóstenes no vídeo após a visita, prometendo visitar outras ocupações.

"Lógico que a ocupação é das pessoas que têm, ideologicamente, um alinhamento à esquerda, é democracia, ninguém é obrigado a pensar igual, nós pensamos diferente", completou o deputado federal. "Foi tudo na paz, no final das contas", acrescentou Holiday. "Demonstramos que o MBL também é um movimento democrático que sabe ouvir o outro lado", defendeu.

Jandira também falou sobre a forma que os estudantes receberam o deputado federal e o membro do MBL. "Os estudantes decidiram que entrariam todos, se identificando e deixando o celular em cima da mesa. Eles visitaram a ocupação e foram bem recebidos, eles [alunos] apresentaram o movimento a eles da mesma forma que apresentaram a mim", contou a parlamentar.

A deputada destaca que o momento de tensão principal foi quando os homens sem identificação fizeram vídeos sem autorização. "O nível de intolerância é difícil. Agora, os pais mandaram imagens para os advogados, que vão tentar identificar e processar. Para os alunos, que não têm muita experiência política, isso gera uma tensão acima do tolerável."


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As ambições eleitorais do grupelho

Antes que causem alguma tragédia, os fascistas mirins do MBL deveriam ser investigados pelos órgãos competentes. Quais os motivos das ações deste grupo nas escolas ocupadas? É por dinheiro? Nas marchas pelo impeachment de Dilma ficou provado que esta seita recebeu recursos dos partidos golpistas – principalmente do PSDB e do PMDB. Também houve a suspeita de que seria financiada por entidades estrangeiras, como a Fundação Koch, que representa os interesses da bilionária família dos donos de petróleo dos EUA. Ou as provocações dos fedelhos do MBL têm motivações puramente eleitoreiras? Eles desejam um palanque sangrento para as eleições de 2018?

Uma notinha neste domingo (13) na Folha golpista – que vive paparicando os fascistas mirins e até cedeu espaço nas suas páginas ao líder do MBL, o “intelectual” Kim Kataguiri – revela as ambições eleitorais da seita. “Em busca de se firmar como força política, o Movimento Brasil Livre divulgará o plano para eleger 15 deputados federais ligados ao grupo em 2018. O anúncio será feito no congresso nacional do MBL, no próximo fim de semana. Gilmar Mendes e João Doria irão ao encontro”. Nas eleições municipais de outubro, a seita elegeu o seu primeiro prefeito, em Monte Sião (MG), e sete vereadores. Ela também poderá contar com um representante na Câmara Federal a partir de janeiro.

Quarto suplente de deputado pelo PSDB no Paraná, o jovem golpista Paulo Martins deverá assumir o mandato. “O MBL, ao qual está ligado, espera que fique encarregado, entre outras coisas, de relatar o projeto enviado ao Senado que torna facultativa a contribuição sindical. Martins é autor do projeto de mesmo teor, que tramita em regime de prioridade", informou a mesma Folha. Para o líder da seita neoliberal, "os sindicatos são anabolizados por dinheiro público, possuem capacidade de mobilização e pressão política artificiais... Em geral, eles não se preocupam com o que interessa ao país. Estão focados na manutenção de privilégios da elite sindical'". Será que o deputado Paulinho da Força, que deu dinheiro para esta gente promover as manifestações do "Fora Dilma", vai pedir a grana de volta?

Disputa de hegemonia no movimento estudantil

Para viabilizar suas ambições eleitorais, o sinistro MBL – que durante as marchas golpistas enganou os 'coxinhas' com o falso discurso do apartidarismo – parece estar decidido a disputar a hegemonia no movimento estudantil. Neste domingo (13), o insuspeito Estadão – que também ajudou a projetar os fascistas mirins – publicou uma matéria reveladora sobre os projetos do MBL. Assinada pela jornalista Luísa Martins, a reportagem mostra que “um dos protagonistas das manifestações pelo impeachment da ex-presidenta Dilma, o Movimento Brasil Livre agora tenta crescer no movimento estudantil. A ofensiva montada contra as ocupações de escolas expôs a estratégia do grupo para ganhar espaço em um território influenciado por partidos de oposição a Michel Temer".

Ainda segundo o Estadão, "o MBL já tem atuação em chapas de universidades (públicas e privadas), representação em centros acadêmicos e grêmios estudantis. A ideia é fazer um contraponto às duas entidades mais representativas do movimento estudantil: a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes)... Para Kim Kataguiri, coordenador nacional do grupo, essas instituições funcionam como um 'jogo de cartas marcadas'".

"O movimento designou um 'embaixador' em cada uma das 172 cidades em que atua (em 22 Estados e no Distrito Federal) para monitorar as ocupações secundaristas, acompanhando as assembleias e produzindo 'conteúdo de contradição'. A ofensiva montada pelo grupo contra as ocupações é baseada na ideia de que os estudantes estão sendo doutrinados, manipulados e usados pela UNE e pela Ubes. O discurso é similar ao sugerido pelo próprio Ministério da Educação, de que PT, PCdoB e PSOL patrocinam os protestos em uma ação de 'oportunismo político' que caracterizam como 'criminosa'. O grupo, que tem ideias liberais como a privatização de bancos públicos e a defesa do Escola Sem Partido, adota tom obstinado nas redes sociais com expressões como 'barbárie', 'palhaçada', 'selvageria' e “lavagem cerebral” para classificar os atos".

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