Por Anderson Bahia, no site da UJS:
O maior líder popular e de esquerda da história do Brasil continua sendo uma das peças principais no tabuleiro da política nacional. Diuturnamente, é o pensamento fixo dos setores mais retrógrados, que o querem fora da disputa em 2018; e, da mesma forma, na mente de parte dos setores progressistas, que enxergam na sua candidatura a certeza da vitória para o país voltar a promover direitos.
O objetivo dos primeiros avançou alguns passos desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma do Palácio do Planalto. Desde lá, sentem-se à vontade para empreender, com Moro no comando, uma perseguição jamais vista no país. A última cartada, por enquanto, dessa euforia foi condenar Lula sem provas no chamado “caso do triplex”. Algo que não se sustenta nem na medida seguinte tomada pelo juiz de Curitiba quando mandou bloquear os seus bens e, pasmem, na lista não se encontra o tal apartamento de Guarujá.
À condenação, Lula tem reagido bravamente. Circula o Brasil, concede entrevistas para TV´s, rádios, jornais, portais e blog´s em várias regiões do país. Nessa peregrinação, repete em alto e bom som o teor da condenação: de caráter político e que tem como pano de fundo criminalizar o enfrentamento à desigualdade social, que tanto marcou suas duas gestões.
Sagaz, Lula já se lançou candidato. Sabe que precisa mostrar cada vez mais força política para resistir à perseguição de mesma natureza que sofre. Essa postura coloca de forma ativa a combatividade da militância do seu partido, de aliados e de milhares de simpatizantes/eleitores. A iniciativa de apresentar sua candidatura ao próximo pleito presidencial atende bem ao objetivo de confrontar a condenação. Fica aquém, entretanto, de apresentar linhas claras para sanar a crise econômica e político-institucional no país. Empolga militantes, recupera o entusiasmo de parte daqueles que deixaram, depois da eleição de 2014, de se sentir representados pelo campo político governava o país desde 2003, mas, por outro lado, não aglutina nenhum um novo setor representativo na sociedade.
Até aqui, a discussão em torno de um programa concreto para apresentar uma alternativa ao país não tem sido mencionada no discurso do ex-presidente. Na posse da nova presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, abriu uma exceção e falou dessa necessidade. Ao que parece, em resposta a provocação de um discurso anterior que havia chamado atenção para esse aspecto. De caráter estratégico, um programa abre possibilidade de diálogo com setores diversos da sociedade. É um ponto de partida para que agentes econômicos e setores políticos da rachada base de Temer possam se interessar em, pelo menos, saber o que podem ganhar com uma eventual vitória de Lula. E, a partir daí, definirem ou não se perfilar com o tal projeto, caso existisse.
Na engenharia política, a última movimentação conhecida por meio da imprensa vai no mesmo rumo. Divulgou-se o suposto interesse, não desmentido, de Lula em ter Flávio Dino (PCdoB) como seu vice. Há quem dê pulos de alegrias com a notícia. Afinal, diante do clima passional que vai tomando conta de todos os espectros da política e das “bolhas” formadas nas redes sociais isso se encaixa perfeitamente. Mas para o desafio da construção de uma frente ampla joga pouco papel. Há quem diga que nenhum.
É possível que que haja a superestimação de alguns dados por parte dos apoiadores imediatos do ex-presidente. Há quem avalie a enorme rejeição a Temer e as suas reformas como automático aumento de força de Lula. O crescimento do número de filiados ao PT após sua condenação também. Assim como o fato dele figurar em primeiro nas pesquisas eleitorais que simulam a disputa de 2018. Sendo que nada disso indica que a esquerda sozinha tenha ultrapassado sua média de 20 a 30% de votos.
Além disso, o foco prioritário na disputa do próximo ano negligencia o desmonte que semanalmente Temer e sua base no Congresso Nacional promovem. Abrir mão de influenciar nos rumos que estão por ser construído com a possível queda do ilegítimo também. Sua candidatura reforça sua imagem e realinha o seu partido internamente, mas já poderia jogar um papel maior para o país ao aglutinar mais forças, dialogar com amplos setores e lideranças diversas um projeto para o Brasil e influenciar nas peças que estão em permanente movimento a cada dia que passa.
Impedir Lula de disputar em 2018 é uma violação grave que precisa ser denunciada veementemente. Por outro lado, isso só não basta. Há uma série de arranjos a serem construídos e que são impossíveis de se consolidarem no curto espaço de tempo entre as convenções eleitorais e o dia da votação.
O maior líder popular e de esquerda da história do Brasil continua sendo uma das peças principais no tabuleiro da política nacional. Diuturnamente, é o pensamento fixo dos setores mais retrógrados, que o querem fora da disputa em 2018; e, da mesma forma, na mente de parte dos setores progressistas, que enxergam na sua candidatura a certeza da vitória para o país voltar a promover direitos.
O objetivo dos primeiros avançou alguns passos desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma do Palácio do Planalto. Desde lá, sentem-se à vontade para empreender, com Moro no comando, uma perseguição jamais vista no país. A última cartada, por enquanto, dessa euforia foi condenar Lula sem provas no chamado “caso do triplex”. Algo que não se sustenta nem na medida seguinte tomada pelo juiz de Curitiba quando mandou bloquear os seus bens e, pasmem, na lista não se encontra o tal apartamento de Guarujá.
À condenação, Lula tem reagido bravamente. Circula o Brasil, concede entrevistas para TV´s, rádios, jornais, portais e blog´s em várias regiões do país. Nessa peregrinação, repete em alto e bom som o teor da condenação: de caráter político e que tem como pano de fundo criminalizar o enfrentamento à desigualdade social, que tanto marcou suas duas gestões.
Sagaz, Lula já se lançou candidato. Sabe que precisa mostrar cada vez mais força política para resistir à perseguição de mesma natureza que sofre. Essa postura coloca de forma ativa a combatividade da militância do seu partido, de aliados e de milhares de simpatizantes/eleitores. A iniciativa de apresentar sua candidatura ao próximo pleito presidencial atende bem ao objetivo de confrontar a condenação. Fica aquém, entretanto, de apresentar linhas claras para sanar a crise econômica e político-institucional no país. Empolga militantes, recupera o entusiasmo de parte daqueles que deixaram, depois da eleição de 2014, de se sentir representados pelo campo político governava o país desde 2003, mas, por outro lado, não aglutina nenhum um novo setor representativo na sociedade.
Até aqui, a discussão em torno de um programa concreto para apresentar uma alternativa ao país não tem sido mencionada no discurso do ex-presidente. Na posse da nova presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffman, abriu uma exceção e falou dessa necessidade. Ao que parece, em resposta a provocação de um discurso anterior que havia chamado atenção para esse aspecto. De caráter estratégico, um programa abre possibilidade de diálogo com setores diversos da sociedade. É um ponto de partida para que agentes econômicos e setores políticos da rachada base de Temer possam se interessar em, pelo menos, saber o que podem ganhar com uma eventual vitória de Lula. E, a partir daí, definirem ou não se perfilar com o tal projeto, caso existisse.
Na engenharia política, a última movimentação conhecida por meio da imprensa vai no mesmo rumo. Divulgou-se o suposto interesse, não desmentido, de Lula em ter Flávio Dino (PCdoB) como seu vice. Há quem dê pulos de alegrias com a notícia. Afinal, diante do clima passional que vai tomando conta de todos os espectros da política e das “bolhas” formadas nas redes sociais isso se encaixa perfeitamente. Mas para o desafio da construção de uma frente ampla joga pouco papel. Há quem diga que nenhum.
É possível que que haja a superestimação de alguns dados por parte dos apoiadores imediatos do ex-presidente. Há quem avalie a enorme rejeição a Temer e as suas reformas como automático aumento de força de Lula. O crescimento do número de filiados ao PT após sua condenação também. Assim como o fato dele figurar em primeiro nas pesquisas eleitorais que simulam a disputa de 2018. Sendo que nada disso indica que a esquerda sozinha tenha ultrapassado sua média de 20 a 30% de votos.
Além disso, o foco prioritário na disputa do próximo ano negligencia o desmonte que semanalmente Temer e sua base no Congresso Nacional promovem. Abrir mão de influenciar nos rumos que estão por ser construído com a possível queda do ilegítimo também. Sua candidatura reforça sua imagem e realinha o seu partido internamente, mas já poderia jogar um papel maior para o país ao aglutinar mais forças, dialogar com amplos setores e lideranças diversas um projeto para o Brasil e influenciar nas peças que estão em permanente movimento a cada dia que passa.
Impedir Lula de disputar em 2018 é uma violação grave que precisa ser denunciada veementemente. Por outro lado, isso só não basta. Há uma série de arranjos a serem construídos e que são impossíveis de se consolidarem no curto espaço de tempo entre as convenções eleitorais e o dia da votação.
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