Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Só dá ele no noticiário: esta semana, o prefeito João Doria acelerou e acabou atropelando seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, na corrida pela candidatura presidencial do PSDB.
Cortejado pelo PMDB de Michel Temer e o DEM de Rodrigo Maia, o prefeito paulistano botou o bloco na rua e programou uma série de viagens pelo país, já em campanha para 2018, em busca de apoios.
Doria nem disfarça mais: virou um prefeito em trânsito, que não chegou a esquentar a cadeira em busca de vôos mais altos.
Ao final deste mês, terá visitado oito Estados e já está com a agenda ocupada com viagens marcadas até março do ano que vem, pelo Brasil e ao exterior, quando termina o prazo para mudar de partido.
Alckmin sentiu o golpe e voou para Brasília em busca da ajuda do ex-concorrente interno Aécio Neves, para fazer ainda este ano a convenção que vai indicar o candidato dos tucanos.
É tudo o que Doria não quer porque pegaria muito mal se lançar para presidente antes de completar um ano à frente da prefeitura paulistana.
Além disso, por mais combalido que esteja, o presidente licenciado do partido ainda controla a maioria dos diretórios estaduais, o que dificultaria os planos do prefeito.
As portas escancaradas de outros partidos e os fartos elogios recebidos do presidente Michel Temer, na segunda-feira, em São Paulo, animaram Doria a antecipar sua campanha, independentemente da decisão do PSDB.
Embora garanta que não pensa em trocar de partido, o prefeito faturou os afagos do PMDB e do DEM, que atribui ao "reconhecimento" do seu trabalho, para mostrar aos tucanos que poderá ser candidato de qualquer jeito.
Nas pesquisas para 2018, Doria aparece à frente de Alckmin, embora ambos estejam muito atrás de Lula e Bolsonaro a esta altura do campeonato.
O fato concreto é que a aliança governista formada por Michel Temer e os donos do mercado ainda não têm um candidato competitivo para a eleição presidencial.
Com o PSDB esfacelado, o PMDB sem nomes, todo enroscado na Lava Jato, e o DEM até pensando em mudar de nome outra vez, João Doria quer se apresentar como única opção do seu campo político e corre para subir logo nas pesquisas.
Empresário bem sucedido e seu próprio marqueteiro, o ex-presidente da Embratur no governo de José Sarney sempre foi um cara obcecado - primeiro, por dinheiro; agora, pelo poder.
Demorou, mas nem o criador Geraldo Alckmin acredita mais nas juras de fidelidade da sua criatura. Daqui para a frente, é cada um para seu lado.
Alckmin foi o único cacique tucano a apoiar e bancar a candidatura municipal de Doria na convenção tucana numa disputa bastante acirrada, marcada por denúncias que acabaram na Justiça.
Por uma série de circunstâncias, a criatura de Alckmin era o candidato certo, na hora certa, no lugar certo, para impedir a reeleição do petista Fernando Haddad.
Num ambiente polarizado pelas denúncias da Lava-Jato, Doria apresentou-se como o não político anti-petista, um gestor para colocar ordem na cidade, acima de partidos e da velha política.
Deu tão certo que ganhou logo no primeiro turno e agora quer repetir a dose como o anti-Lula, principal tema da sua campanha presidencial.
Seu grande desafio é que o Brasil não é São Paulo. E Lula pode ser impedido pela Justiça de disputar a eleição.
O cenário para 2018 ainda está totalmente indefinido, mas João Doria já quer garantir sua posição na largada.
Vida que segue.
Só dá ele no noticiário: esta semana, o prefeito João Doria acelerou e acabou atropelando seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin, na corrida pela candidatura presidencial do PSDB.
Cortejado pelo PMDB de Michel Temer e o DEM de Rodrigo Maia, o prefeito paulistano botou o bloco na rua e programou uma série de viagens pelo país, já em campanha para 2018, em busca de apoios.
Doria nem disfarça mais: virou um prefeito em trânsito, que não chegou a esquentar a cadeira em busca de vôos mais altos.
Ao final deste mês, terá visitado oito Estados e já está com a agenda ocupada com viagens marcadas até março do ano que vem, pelo Brasil e ao exterior, quando termina o prazo para mudar de partido.
Alckmin sentiu o golpe e voou para Brasília em busca da ajuda do ex-concorrente interno Aécio Neves, para fazer ainda este ano a convenção que vai indicar o candidato dos tucanos.
É tudo o que Doria não quer porque pegaria muito mal se lançar para presidente antes de completar um ano à frente da prefeitura paulistana.
Além disso, por mais combalido que esteja, o presidente licenciado do partido ainda controla a maioria dos diretórios estaduais, o que dificultaria os planos do prefeito.
As portas escancaradas de outros partidos e os fartos elogios recebidos do presidente Michel Temer, na segunda-feira, em São Paulo, animaram Doria a antecipar sua campanha, independentemente da decisão do PSDB.
Embora garanta que não pensa em trocar de partido, o prefeito faturou os afagos do PMDB e do DEM, que atribui ao "reconhecimento" do seu trabalho, para mostrar aos tucanos que poderá ser candidato de qualquer jeito.
Nas pesquisas para 2018, Doria aparece à frente de Alckmin, embora ambos estejam muito atrás de Lula e Bolsonaro a esta altura do campeonato.
O fato concreto é que a aliança governista formada por Michel Temer e os donos do mercado ainda não têm um candidato competitivo para a eleição presidencial.
Com o PSDB esfacelado, o PMDB sem nomes, todo enroscado na Lava Jato, e o DEM até pensando em mudar de nome outra vez, João Doria quer se apresentar como única opção do seu campo político e corre para subir logo nas pesquisas.
Empresário bem sucedido e seu próprio marqueteiro, o ex-presidente da Embratur no governo de José Sarney sempre foi um cara obcecado - primeiro, por dinheiro; agora, pelo poder.
Demorou, mas nem o criador Geraldo Alckmin acredita mais nas juras de fidelidade da sua criatura. Daqui para a frente, é cada um para seu lado.
Alckmin foi o único cacique tucano a apoiar e bancar a candidatura municipal de Doria na convenção tucana numa disputa bastante acirrada, marcada por denúncias que acabaram na Justiça.
Por uma série de circunstâncias, a criatura de Alckmin era o candidato certo, na hora certa, no lugar certo, para impedir a reeleição do petista Fernando Haddad.
Num ambiente polarizado pelas denúncias da Lava-Jato, Doria apresentou-se como o não político anti-petista, um gestor para colocar ordem na cidade, acima de partidos e da velha política.
Deu tão certo que ganhou logo no primeiro turno e agora quer repetir a dose como o anti-Lula, principal tema da sua campanha presidencial.
Seu grande desafio é que o Brasil não é São Paulo. E Lula pode ser impedido pela Justiça de disputar a eleição.
O cenário para 2018 ainda está totalmente indefinido, mas João Doria já quer garantir sua posição na largada.
Vida que segue.
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