Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Se há episódio que simboliza à perfeição como é injusta a guerra que o Ministério Público e o juiz Sergio Moro movem contra Lula desde o segundo semestre 2015, e, diga-se, concomitantemente ao início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, esse episódio reside na polêmica desencadeada pela cobrança feita ao ex-presidente pelo juiz Sergio Moro, durante depoimento daquele a este em 13 de setembro, no sentido de que apresentasse recibos do pagamento de aluguel de um apartamento que ocupa em São Bernardo do Campo.
Tudo começou durante o depoimento em questão. Moro e o MPF colocaram em dúvida o pagamento de aluguéis antes de 2015. No dia seguinte, acusaram Lula publicamente de não ter os recibos.
A Lava Jato afirmou que o apartamento não é alugado, que é de Lula e que um contrato de aluguel foi forjado para justificar o uso do imóvel.
Na ação, o ex-presidente Lula é apontado como o verdadeiro dono do apartamento. Segundo as investigações, o apartamento mais um terreno para a sede do Instituto Lula somam R$ 13 milhões em propina paga pela Odebrecht.
O ex-presidente negou e disse que a mulher dele, Marisa Letícia, alugou o apartamento para uso da família em 2011. O juiz Sérgio Moro perguntou a Lula como foram feitos os pagamentos do aluguel a partir de então e se ele guardou os comprovantes.
Moro: Por exemplo, foram feitos depósitos bancários entre 2011 e 2015 desses aluguéis?
Lula: Acho que foram feitos os depósitos bancários, não sei como, mas foi feito. Foi pagamento.
Moro: O senhor ex-presidente tem recibos do pagamento desses aluguéis?
Lula: Deve ter recibo, deve ter, posso procurar o contador e saber se tem recibo.
Moro: Salvo engano do juízo, os recibos não foram apresentados ainda. O senhor ex-presidente sabe o motivo?
Lula: Eu não sei. Nem sei se já foi pedido para os advogados apresentar.
Alguns dias depois, a defesa de Lula anuncia ter os recibos que Moro, MPF e mídia cobraram. 31 recibos originais de aluguel do apartamento vizinho ao de Lula em São Bernardo do Campo (SP) iriam ser entregues à 13ª Vara Federal de Curitiba anteriores a 2015 – o dono do imóvel, após ser preso pela Lava Jato, afirmara que, de 2011 a 2015, não receberá um centavo de aluguel.
Em seguida, Costamarques retruca afirmando ter assinado, em um único dia, todos os recibos de aluguel de 2015 referentes ao apartamento vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo, usado pelo petista e sua família. Segundo Costamarques, os documentos foram levados a ele pelo contador de Lula – que, depois se soube, também era contador de Costamamarques –, chamado João Muniz Leite.
Os recibos teriam sido levados a Costamarques a pedido de Roberto Teixeira — advogado e amigo do ex-presidente –, quando o senhorio de Lula estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, em novembro daquele ano.
Passam-se mais alguns dias e a força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato diz que os recibos de pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do Campo (SP), seriam “ideologicamente falsos”
Pouco depois, Hospital Sírio Libanês comunicaria mais de uma vez o juiz Sergio Moro que o advogado Roberto Teixeira não compareceu ao local no segundo semestre de 2015. O juiz repetiu TRÊS VEZES a pergunta ao hospital e nas três vezes o hospital deu a mesma resposta.
Na última terça-feira, porém, a polêmica chegaria realmente ao fim com a apresentação da última prova de que Costamarques mentiu ao afirmar que não recebeu alugueis de Lula de 2011 a 2014, e que recebeu tudo de uma vez em 2015 após o cerco da Lava Jato se fechar contra o ex-presidente.
A defesa do advogado Roberto Teixeira, que também é réu na ação, apresentou à Justiça um e-mail de abril de 2014. O e-mail é de Glaucos para seu contador, João Muniz Leite, que o encaminhou a Roberto Teixeira.
Teixeira recebeu o e-mail porque analisava juridicamente as declarações de imposto de renda de Dona Marisa, locatária oficial do imóvel. A mensagem de Costamarques a Teixeira lista uma relação de pagamentos de aluguel do apartamento referentes a todo ano de 2013.
A defesa de Glauco da Costamarques voltou a afirmar que o cliente dele só passou a receber o aluguel no fim de 2015 e que vai analisar o e-mail apresentado pelo advogado Roberto Teixeira.
Porém, o golpe de misericórdia na polêmica reside em informação fornecida pela defesa do ex-presidente Lula de que dispõe dos depósitos bancários de pagamento do aluguel entre 2011 e 2015, informação que a mídia não destacou e que você poderá conferir no vídeo [aqui], que contém reportagem desta página sobre o assunto.
Se há episódio que simboliza à perfeição como é injusta a guerra que o Ministério Público e o juiz Sergio Moro movem contra Lula desde o segundo semestre 2015, e, diga-se, concomitantemente ao início do processo de impeachment de Dilma Rousseff, esse episódio reside na polêmica desencadeada pela cobrança feita ao ex-presidente pelo juiz Sergio Moro, durante depoimento daquele a este em 13 de setembro, no sentido de que apresentasse recibos do pagamento de aluguel de um apartamento que ocupa em São Bernardo do Campo.
Tudo começou durante o depoimento em questão. Moro e o MPF colocaram em dúvida o pagamento de aluguéis antes de 2015. No dia seguinte, acusaram Lula publicamente de não ter os recibos.
A Lava Jato afirmou que o apartamento não é alugado, que é de Lula e que um contrato de aluguel foi forjado para justificar o uso do imóvel.
Na ação, o ex-presidente Lula é apontado como o verdadeiro dono do apartamento. Segundo as investigações, o apartamento mais um terreno para a sede do Instituto Lula somam R$ 13 milhões em propina paga pela Odebrecht.
O ex-presidente negou e disse que a mulher dele, Marisa Letícia, alugou o apartamento para uso da família em 2011. O juiz Sérgio Moro perguntou a Lula como foram feitos os pagamentos do aluguel a partir de então e se ele guardou os comprovantes.
Moro: Por exemplo, foram feitos depósitos bancários entre 2011 e 2015 desses aluguéis?
Lula: Acho que foram feitos os depósitos bancários, não sei como, mas foi feito. Foi pagamento.
Moro: O senhor ex-presidente tem recibos do pagamento desses aluguéis?
Lula: Deve ter recibo, deve ter, posso procurar o contador e saber se tem recibo.
Moro: Salvo engano do juízo, os recibos não foram apresentados ainda. O senhor ex-presidente sabe o motivo?
Lula: Eu não sei. Nem sei se já foi pedido para os advogados apresentar.
Alguns dias depois, a defesa de Lula anuncia ter os recibos que Moro, MPF e mídia cobraram. 31 recibos originais de aluguel do apartamento vizinho ao de Lula em São Bernardo do Campo (SP) iriam ser entregues à 13ª Vara Federal de Curitiba anteriores a 2015 – o dono do imóvel, após ser preso pela Lava Jato, afirmara que, de 2011 a 2015, não receberá um centavo de aluguel.
Em seguida, Costamarques retruca afirmando ter assinado, em um único dia, todos os recibos de aluguel de 2015 referentes ao apartamento vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Bernardo do Campo, usado pelo petista e sua família. Segundo Costamarques, os documentos foram levados a ele pelo contador de Lula – que, depois se soube, também era contador de Costamamarques –, chamado João Muniz Leite.
Os recibos teriam sido levados a Costamarques a pedido de Roberto Teixeira — advogado e amigo do ex-presidente –, quando o senhorio de Lula estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, em novembro daquele ano.
Passam-se mais alguns dias e a força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) na Operação Lava Jato diz que os recibos de pagamento de aluguel do apartamento vizinho ao do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em São Bernardo do Campo (SP), seriam “ideologicamente falsos”
Pouco depois, Hospital Sírio Libanês comunicaria mais de uma vez o juiz Sergio Moro que o advogado Roberto Teixeira não compareceu ao local no segundo semestre de 2015. O juiz repetiu TRÊS VEZES a pergunta ao hospital e nas três vezes o hospital deu a mesma resposta.
Na última terça-feira, porém, a polêmica chegaria realmente ao fim com a apresentação da última prova de que Costamarques mentiu ao afirmar que não recebeu alugueis de Lula de 2011 a 2014, e que recebeu tudo de uma vez em 2015 após o cerco da Lava Jato se fechar contra o ex-presidente.
A defesa do advogado Roberto Teixeira, que também é réu na ação, apresentou à Justiça um e-mail de abril de 2014. O e-mail é de Glaucos para seu contador, João Muniz Leite, que o encaminhou a Roberto Teixeira.
Teixeira recebeu o e-mail porque analisava juridicamente as declarações de imposto de renda de Dona Marisa, locatária oficial do imóvel. A mensagem de Costamarques a Teixeira lista uma relação de pagamentos de aluguel do apartamento referentes a todo ano de 2013.
A defesa de Glauco da Costamarques voltou a afirmar que o cliente dele só passou a receber o aluguel no fim de 2015 e que vai analisar o e-mail apresentado pelo advogado Roberto Teixeira.
Porém, o golpe de misericórdia na polêmica reside em informação fornecida pela defesa do ex-presidente Lula de que dispõe dos depósitos bancários de pagamento do aluguel entre 2011 e 2015, informação que a mídia não destacou e que você poderá conferir no vídeo [aqui], que contém reportagem desta página sobre o assunto.
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