Por Altamiro Borges
Reportagem publicada na Folha nesta terça-feira (26) informa que a Polícia Federal encontrou indícios de que Rodrigo Maia, o capacho dos patrões que preside a Câmara Federal, recebeu grana indireta da Odebrecht, o chamado “caixa três”, para as suas campanhas eleitorais. A denúncia é grave, mas como o demo tem sido impecável na defesa dos interesses da cloaca empresarial logo deverá desaparecer do noticiário. “Em relatório de um dos inquéritos que investigam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a PF apontou indícios de que suas campanhas receberam dinheiro de empresas a mando da Odebrecht, prática chamada pelos investigadores de ‘caixa três’”, descreve o jornalista Reynaldo Turollo Jr.
Ainda segundo a matéria, a Cervejaria Petrópolis, que fabrica a Itaipava, seria a principal parceira da empreiteira nesta prática criminosa. “Segundo a Odebrecht, a cervejaria doou nas eleições de 2008, 2010, 2012 e 2014 cerca de R$ 120 milhões a diversos políticos a pedido da empreiteira - e usou ainda outras duas empresas com as quais mantinha negócios. Agora, as investigações têm buscado os beneficiários, que não foram devidamente identificados nas delações. No seu relatório, a Polícia Federal destacou ter localizado na prestação de contas da campanha de Rodrigo Maia de 2014 uma doação de R$ 200 mil da empresa Praiamar Indústria Comércio e Distribuição, ligada à Cervejaria Petrópolis”.
A grana foi doada ao diretório nacional do DEM, que repassou ao deputado carioca. “Também em relação a 2014, a PF anotou haver doações da Cervejaria Petrópolis ao diretório nacional do DEM, no valor de R$ 6,1 milhões. Já em 2010, segundo a polícia, a campanha de Rodrigo Maia à Câmara recebeu R$ 389 mil do diretório estadual do DEM fluminense. O diretório, por sua vez, havia recebido R$ 20 mil da Praiamar e R$ 80 mil da Leyroz Caxias Indústria Comércio e Logística, outra empresa ligada à Cervejaria Petrópolis... A PF observou que é ‘certo de que existe a possibilidade de [os valores repassados a Rodrigo Maia pelo diretório] terem sido originados das referidas empresas parceiras da Odebrecht [Praiamar e Leyroz]’”.
O estranho nesta investigação é que o relatório da Polícia Federal é de 28 de junho. Desde aquela data, o órgão até tentou ouvir o deputado. “Houve um adiamento, a pedido da defesa, mas mesmo assim Rodrigo Maia não compareceu na nova data marcada. O depoimento foi remarcado para 3 de outubro. Nesse dia, porém, chegou à PF uma petição da defesa argumentando que pedira ao relator do caso no STF, Edson Fachin, para redistribuir o inquérito sob a alegação de que não havia conexão entre essa apuração e a Lava Jato”. De junho para cá, o presidente da Câmara Federal aprovou várias maldades contra os trabalhadores e os interesses nacionais, mas não foi incomodado pela mídia rentista nem pelos “justiceiros” do Ministério Público. Segue com seu trabalho sujo!
O "valor do passe" do Botafogo
Esta não é a primeira vez que Rodrigo Maia é denunciado por mutretas. Em meados do ano passado, o demo foi acusado de ter prestado favores à OAS em troca de doações eleitorais. Mensagens de celular trocadas entre o deputado e o ex-presidente da empreiteira, Léo Pinheiro, foram exibidas inclusive no Jornal Nacional, da TV Globo. O Supremo Tribunal Federal abriu inquérito, afirmando haver indícios de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, mas a investigação é mantida em sigilo absoluto até hoje. O tema é “oculto”, ou seja, nem se quer aparece no banco de dados do STF. Segundo matéria da Folha de 2016, “no celular de Léo Pinheiro, havia mensagens de uma pessoa identificada como Rodrigo Maia com pedidos de doação, encontros e conversa sobre projetos do Congresso. ‘A doação de 250 vai entrar?’, escreveu um número identificado como o do deputado do DEM”.
Em outra denúncia que veio à tona em 2016, Rodrigo Maia já fora acusado de receber propina da Odebrecht. Em delação feita ao Ministério Público, João Borba Filho, ex-executivo da empreiteira, afirmou que repassou pessoalmente R$ 350 mil em espécie ao demo. Segundo matéria do Jornal do Brasil, “o dinheiro teria sido entregue na casa do próprio deputado. O repasse teria sido feito a pedido do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, pai de Rodrigo. De acordo com ele, o recurso seria distribuído para o partido Democratas. Borba Filho ressaltou que recebeu pedido para viabilizar um acordo que havia sido fechado entre Odebrecht e Cesar Maia. O chefe de gabinete do então prefeito do Rio teria dito que a entrega deveria ser feita a Rodrigo Maia”.
Em abril deste ano, a Folha deu mais pormenores desta maracutaia em matéria de Angela Boldrini. “Em depoimento, outro ex-executivo da Odebrecht, Luiz Eduardo da Rocha Soares, detalhou que, em 2014, o pagamento ilícito feito ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era indicado como o ‘valor de passe’ de ‘volante’ do ‘Fluminense’ em planilha da empresa. Segundo as planilhas, que constam em pedido de abertura de inquérito encaminhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, as analogias futebolísticas eram padronizadas: a posição ‘volante’ identificava o cargo de deputado, e o clube, ‘Fluminense’, o Democratas, partido de Maia. Já o ‘valor do passe’, especificado apenas como ‘cem’, é o dinheiro que a empresa repassou ao parlamentar para a campanha... Rodrigo Maia já havia sido associado a outro time de futebol carioca, o ‘Botafogo’”.
*****
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- Os primeiros golpes de Rodrigo Maia
- Situação de Maia é pior que a de Temer
- DEM desidrata o PSB e esnoba o PSDB
- Base encolhe e Temer vira refém de Maia
Reportagem publicada na Folha nesta terça-feira (26) informa que a Polícia Federal encontrou indícios de que Rodrigo Maia, o capacho dos patrões que preside a Câmara Federal, recebeu grana indireta da Odebrecht, o chamado “caixa três”, para as suas campanhas eleitorais. A denúncia é grave, mas como o demo tem sido impecável na defesa dos interesses da cloaca empresarial logo deverá desaparecer do noticiário. “Em relatório de um dos inquéritos que investigam o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a PF apontou indícios de que suas campanhas receberam dinheiro de empresas a mando da Odebrecht, prática chamada pelos investigadores de ‘caixa três’”, descreve o jornalista Reynaldo Turollo Jr.
Ainda segundo a matéria, a Cervejaria Petrópolis, que fabrica a Itaipava, seria a principal parceira da empreiteira nesta prática criminosa. “Segundo a Odebrecht, a cervejaria doou nas eleições de 2008, 2010, 2012 e 2014 cerca de R$ 120 milhões a diversos políticos a pedido da empreiteira - e usou ainda outras duas empresas com as quais mantinha negócios. Agora, as investigações têm buscado os beneficiários, que não foram devidamente identificados nas delações. No seu relatório, a Polícia Federal destacou ter localizado na prestação de contas da campanha de Rodrigo Maia de 2014 uma doação de R$ 200 mil da empresa Praiamar Indústria Comércio e Distribuição, ligada à Cervejaria Petrópolis”.
A grana foi doada ao diretório nacional do DEM, que repassou ao deputado carioca. “Também em relação a 2014, a PF anotou haver doações da Cervejaria Petrópolis ao diretório nacional do DEM, no valor de R$ 6,1 milhões. Já em 2010, segundo a polícia, a campanha de Rodrigo Maia à Câmara recebeu R$ 389 mil do diretório estadual do DEM fluminense. O diretório, por sua vez, havia recebido R$ 20 mil da Praiamar e R$ 80 mil da Leyroz Caxias Indústria Comércio e Logística, outra empresa ligada à Cervejaria Petrópolis... A PF observou que é ‘certo de que existe a possibilidade de [os valores repassados a Rodrigo Maia pelo diretório] terem sido originados das referidas empresas parceiras da Odebrecht [Praiamar e Leyroz]’”.
O estranho nesta investigação é que o relatório da Polícia Federal é de 28 de junho. Desde aquela data, o órgão até tentou ouvir o deputado. “Houve um adiamento, a pedido da defesa, mas mesmo assim Rodrigo Maia não compareceu na nova data marcada. O depoimento foi remarcado para 3 de outubro. Nesse dia, porém, chegou à PF uma petição da defesa argumentando que pedira ao relator do caso no STF, Edson Fachin, para redistribuir o inquérito sob a alegação de que não havia conexão entre essa apuração e a Lava Jato”. De junho para cá, o presidente da Câmara Federal aprovou várias maldades contra os trabalhadores e os interesses nacionais, mas não foi incomodado pela mídia rentista nem pelos “justiceiros” do Ministério Público. Segue com seu trabalho sujo!
O "valor do passe" do Botafogo
Esta não é a primeira vez que Rodrigo Maia é denunciado por mutretas. Em meados do ano passado, o demo foi acusado de ter prestado favores à OAS em troca de doações eleitorais. Mensagens de celular trocadas entre o deputado e o ex-presidente da empreiteira, Léo Pinheiro, foram exibidas inclusive no Jornal Nacional, da TV Globo. O Supremo Tribunal Federal abriu inquérito, afirmando haver indícios de corrupção ativa e lavagem de dinheiro, mas a investigação é mantida em sigilo absoluto até hoje. O tema é “oculto”, ou seja, nem se quer aparece no banco de dados do STF. Segundo matéria da Folha de 2016, “no celular de Léo Pinheiro, havia mensagens de uma pessoa identificada como Rodrigo Maia com pedidos de doação, encontros e conversa sobre projetos do Congresso. ‘A doação de 250 vai entrar?’, escreveu um número identificado como o do deputado do DEM”.
Em outra denúncia que veio à tona em 2016, Rodrigo Maia já fora acusado de receber propina da Odebrecht. Em delação feita ao Ministério Público, João Borba Filho, ex-executivo da empreiteira, afirmou que repassou pessoalmente R$ 350 mil em espécie ao demo. Segundo matéria do Jornal do Brasil, “o dinheiro teria sido entregue na casa do próprio deputado. O repasse teria sido feito a pedido do ex-prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, pai de Rodrigo. De acordo com ele, o recurso seria distribuído para o partido Democratas. Borba Filho ressaltou que recebeu pedido para viabilizar um acordo que havia sido fechado entre Odebrecht e Cesar Maia. O chefe de gabinete do então prefeito do Rio teria dito que a entrega deveria ser feita a Rodrigo Maia”.
Em abril deste ano, a Folha deu mais pormenores desta maracutaia em matéria de Angela Boldrini. “Em depoimento, outro ex-executivo da Odebrecht, Luiz Eduardo da Rocha Soares, detalhou que, em 2014, o pagamento ilícito feito ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), era indicado como o ‘valor de passe’ de ‘volante’ do ‘Fluminense’ em planilha da empresa. Segundo as planilhas, que constam em pedido de abertura de inquérito encaminhado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF, as analogias futebolísticas eram padronizadas: a posição ‘volante’ identificava o cargo de deputado, e o clube, ‘Fluminense’, o Democratas, partido de Maia. Já o ‘valor do passe’, especificado apenas como ‘cem’, é o dinheiro que a empresa repassou ao parlamentar para a campanha... Rodrigo Maia já havia sido associado a outro time de futebol carioca, o ‘Botafogo’”.
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