Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Antes de começar a escrever este post passei horas nas redes sociais escrevendo comentários sobre a “revolução francesa” brasileira, que já começou.
Apesar de a intervenção federal determinada por Michel Temer no Rio ter sido preponderantemente gerada por seus interesses políticos, não se pode negar que a criminalidade disparou naquele Estado após contrair degenerescência econômica aguda.
Enquanto escrevo isto, o ministro da Justiça está na imprensa pedindo “cuidado” aos Estados vizinhos do Rio (SP, MG e ES), porque a bandidagem iria fugir do Rio para outros Estados, segundo ele.
Como se esses outros Estados não tivessem tanto ou mais criminosos quanto o Rio…
Enfim, o fato é que esse aumento da criminalidade no país decorre de um fenômeno que a direita brasileira não quer aceitar nem sob tortura o fato incontestável de que mais pobreza e mais desigualdade aumentam a criminalidade.
- pobreza
- desigualdade
A direita não aceita a tese de que pobreza, em alguma medida, e a desigualdade, de forma definitiva, aumentam a criminalidade, mas basta olhar para países (pobres e ricos) em que a desigualdade é decente que veremos que os índices de criminalidade são muito menores.
O mecanismo que faz pobreza e desigualdade gerarem criminalidade prende-se menos à falta do básico para pobres do que à ânsia de ter que a mídia e a publicidade provocam em um mundo capitalista.
A mídia e a publicidade vendem uma filosofia de vida: você é o que você tem. Se você não tem, você não é. Se não tiver aquele celular, aquele tênis, aquele carro, você não é ninguém. E você se sente ninguém, se não tiver.
Não basta ser decente, ser inteligente, ser generoso, ser simpático; você tem que ter bens materiais. Não basta você ser inteligente e instruído se não tiver um diploma que diga o que você tem tais atributos. Por isso existem tantos energúmenos diplomados arrotando uma densidade intelectual que aquele individuo só tem naquele pedaço de papel que diz quem ele é…
Vivemos em uma sociedade superficial, de pessoas e filosofia superficiais.
Infelizmente, há uma máquina de desinformação montada pela direita para tentar convencer as vítimas da desigualdade de que a pobreza nada tem que ver com a criminalidade. Pois vá a qualquer penitenciária que descobrirá que está lotada de pobres. Em avassaladora maioria, negros pobres.
Porém, a direita monta esquemas de comunicação para dizer o contrário do que é um fato inquestionável, comprovado por TODO estudo social sério.
Só os muito, mas muito ricos beneficiam-se dessa realidade porque têm seus “seguranças” armados, carros blindados, palácios fortificados etc.
Bem, a má notícia é que estamos chegando rápido ao ponto de ruptura. O problema da criminalidade está se agravando rapidamente porque entre 2003 e 2014 a vida dos brasileiros melhorou rápida e profundamente. O choque do empobrecimento causado pelo golpe e suas medidas exterminadoras de direitos e concentradoras de renda está fermentando a violência e a criminalidade como não se via no país desde o governo FHC (1995 – 2002).
Acostume-se com a repressão como método de combate os problemas sociais porque ela vai aumentar conforme for aumentando a criminalidade. O problema é que essa “solução” única que a direita enxerga é como enxugar gelo.
Ninguém que comete crimes ignora como são a polícia, a Justiça e o sistema carcerário brasileiros. Este blogueiro já foi a muitas comunidades pobres conversar com as pessoas e sabe que a filosofia dos que aderem ao crime é a de que seria melhor viver pouco – e morrer nas mãos da polícia – do que levar uma vida de privações.
Em um país em que o importante é ter e, não, ser.
A repressão, a violência policial, as prisões desumanas, nada disso vai intimidar os que enveredam pelo caminho da criminalidade como forma de mobilidade social. Quem apela ao crime para melhorar de vida já sabe o que o espera.
Isso sem falar que nossas prisões medievais geram quantidades industriais de pessoas que enlouquecem nessas masmorras e, depois de cumprida a pena, são soltas na sociedade.
A “solução” que a direita quer para o problema, na verdade, é matar os “bandidos”. Em um país com mais de 200 milhões de almas, essa é a ideia mais imbecil que alguém poderia ter. Nem se usássemos as câmaras de gás do nazismo daríamos conta de combater a criminalidade pelo medo – ninguém comete crimes pensando em ser preso.
Nesse contexto é que as “reformas” insanas de Temer, que a imprensa corporativa adora, estão gerando uma convulsão social que já se evidencia pelo que estamos vendo no Rio de Janeiro e que ainda vamos ver no resto do brasil.
O golpe e suas medidas para tirar dos pobres o que governos petistas deram e repassar aos ricos armaram uma bomba-relógio e essa bomba deve explodir muito próximo da eleição. O Brasil pode ir às urnas neste ano em convulsão social e desacreditado ante o mundo.
Antes de começar a escrever este post passei horas nas redes sociais escrevendo comentários sobre a “revolução francesa” brasileira, que já começou.
Apesar de a intervenção federal determinada por Michel Temer no Rio ter sido preponderantemente gerada por seus interesses políticos, não se pode negar que a criminalidade disparou naquele Estado após contrair degenerescência econômica aguda.
Enquanto escrevo isto, o ministro da Justiça está na imprensa pedindo “cuidado” aos Estados vizinhos do Rio (SP, MG e ES), porque a bandidagem iria fugir do Rio para outros Estados, segundo ele.
Como se esses outros Estados não tivessem tanto ou mais criminosos quanto o Rio…
Enfim, o fato é que esse aumento da criminalidade no país decorre de um fenômeno que a direita brasileira não quer aceitar nem sob tortura o fato incontestável de que mais pobreza e mais desigualdade aumentam a criminalidade.
- pobreza
- desigualdade
A direita não aceita a tese de que pobreza, em alguma medida, e a desigualdade, de forma definitiva, aumentam a criminalidade, mas basta olhar para países (pobres e ricos) em que a desigualdade é decente que veremos que os índices de criminalidade são muito menores.
O mecanismo que faz pobreza e desigualdade gerarem criminalidade prende-se menos à falta do básico para pobres do que à ânsia de ter que a mídia e a publicidade provocam em um mundo capitalista.
A mídia e a publicidade vendem uma filosofia de vida: você é o que você tem. Se você não tem, você não é. Se não tiver aquele celular, aquele tênis, aquele carro, você não é ninguém. E você se sente ninguém, se não tiver.
Não basta ser decente, ser inteligente, ser generoso, ser simpático; você tem que ter bens materiais. Não basta você ser inteligente e instruído se não tiver um diploma que diga o que você tem tais atributos. Por isso existem tantos energúmenos diplomados arrotando uma densidade intelectual que aquele individuo só tem naquele pedaço de papel que diz quem ele é…
Vivemos em uma sociedade superficial, de pessoas e filosofia superficiais.
Infelizmente, há uma máquina de desinformação montada pela direita para tentar convencer as vítimas da desigualdade de que a pobreza nada tem que ver com a criminalidade. Pois vá a qualquer penitenciária que descobrirá que está lotada de pobres. Em avassaladora maioria, negros pobres.
Porém, a direita monta esquemas de comunicação para dizer o contrário do que é um fato inquestionável, comprovado por TODO estudo social sério.
Só os muito, mas muito ricos beneficiam-se dessa realidade porque têm seus “seguranças” armados, carros blindados, palácios fortificados etc.
Bem, a má notícia é que estamos chegando rápido ao ponto de ruptura. O problema da criminalidade está se agravando rapidamente porque entre 2003 e 2014 a vida dos brasileiros melhorou rápida e profundamente. O choque do empobrecimento causado pelo golpe e suas medidas exterminadoras de direitos e concentradoras de renda está fermentando a violência e a criminalidade como não se via no país desde o governo FHC (1995 – 2002).
Acostume-se com a repressão como método de combate os problemas sociais porque ela vai aumentar conforme for aumentando a criminalidade. O problema é que essa “solução” única que a direita enxerga é como enxugar gelo.
Ninguém que comete crimes ignora como são a polícia, a Justiça e o sistema carcerário brasileiros. Este blogueiro já foi a muitas comunidades pobres conversar com as pessoas e sabe que a filosofia dos que aderem ao crime é a de que seria melhor viver pouco – e morrer nas mãos da polícia – do que levar uma vida de privações.
Em um país em que o importante é ter e, não, ser.
A repressão, a violência policial, as prisões desumanas, nada disso vai intimidar os que enveredam pelo caminho da criminalidade como forma de mobilidade social. Quem apela ao crime para melhorar de vida já sabe o que o espera.
Isso sem falar que nossas prisões medievais geram quantidades industriais de pessoas que enlouquecem nessas masmorras e, depois de cumprida a pena, são soltas na sociedade.
A “solução” que a direita quer para o problema, na verdade, é matar os “bandidos”. Em um país com mais de 200 milhões de almas, essa é a ideia mais imbecil que alguém poderia ter. Nem se usássemos as câmaras de gás do nazismo daríamos conta de combater a criminalidade pelo medo – ninguém comete crimes pensando em ser preso.
Nesse contexto é que as “reformas” insanas de Temer, que a imprensa corporativa adora, estão gerando uma convulsão social que já se evidencia pelo que estamos vendo no Rio de Janeiro e que ainda vamos ver no resto do brasil.
O golpe e suas medidas para tirar dos pobres o que governos petistas deram e repassar aos ricos armaram uma bomba-relógio e essa bomba deve explodir muito próximo da eleição. O Brasil pode ir às urnas neste ano em convulsão social e desacreditado ante o mundo.
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