Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:
A Lava Jato é previsível. Ela inicia o ano de 2018 com ataques diretos ao advogado Rodrigo Tacla Durán, que ofereceu documentos abundantes provando as falcatruas da operação.
De quebra, a Lava Jato inicia uma nova etapa. Depois de afastar as grandes construtoras do mercado, abrindo espaço para grupos estrangeiros ocuparem espaço no país, a operação deve começar a “limpar o terreno” das construtoras médias e pequenas.
O modus operandi é sempre o mesmo: muitas prisões temporárias, sempre visando obter delações que sigam uma narrativa já pré-determinada por procuradores e Sergio Moro.
As prisões cautelares fazem girar a roda da indústria da delação premiada, na medida em que os réus precisam contratar escritórios “especializados” em delação, integrantes da “panela de Curitiba”, entre os quais, parentes e amigos de procuradores e do próprio juiz Sergio Moro.
O que é errado, além disso, é a concentração de um número tão grande de investigações num só juiz, e que este mesmo magistrado seja ao mesmo tempo o juiz de instrução, que comanda as investigações, e, em seguida, também o juiz que irá julgar todos os casos.
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No blog do Fausto Macedo
48.ª fase da Lava Jato apura uso de operadores Adir Assad e Tacla Duran em esquema de rodovias
RICARDO BRANDT, ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA, JULIA AFFONSO E LUIZ VASSALLO
22/02/2018, 7:19
Operação Integração suspeita que empresas de fachada usadas no caso Petrobrás também serviram para concessionárias ocultarem corrupção de agentes do DNIT, DER/PR e da Casa Civil do Paraná
O foco da 48.ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira, 22, é o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do “Anel da Integração”. São apurados pagamentos de propinas para agentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná e da Casa Civil do governo do Estado do Paraná.
O ponto comum alvo da Operação Integração – nome da 48.ª fase – é o uso de dois operadores de propinas alvos do esquema de corrupção na Petrobrás: Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran.
“Uma das concessionárias se utilizou dos serviços de Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para operacionalizar, ocultar e dissimular valores oriundos de atos de corrupção. Dentre os serviços prestados por estes operadores está a viabilização do pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”, informou a Polícia Federal, que desde as 6 horas está nas ruas cumprindo mandados nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
A primeira etapa da Lava Jato de 2018 cumpre 50 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão temporária decretados pelo juiz federal Sérgio Moro. “A ação tem por objeto a apuração, dentre outros, dos crimes de corrupção, fraude a licitações e lavagem de ativos”, informou a PF.
Em novembro de 2016, a Lava Jato chegou nas primeiras provas do esquema com a 36.ª fase, a Operação Dragão. Foi descoberto na ocasião que a Empresa Concessionária de Rodovias Norte S.A. (Econorte) repassou R$ 1,21 milhões para o escritório de advocacia de Tacla Duran.
A Econorte, da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), com outras empresas do grupo depositaram quase R$ 5 milhões nas contas correntes mantidas pelo escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados.
O Grupo Triunfo também fez pagamentos para as empresas do operador de propinas Adir Assad Legend Engenheiros Associados e J.S.M. Engenharia e Terraplenagem, um total de R$ 62,43 milhões entre 2008 e 2015.
O documento aponta ainda os repasses suspeitos para duas outras investigadas em fases anteriores da Lava Jato. A GPI Investimentos, do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Collor, e para a Planner Corretora.
***
COM A PALAVRA, O GOVERNO DO PARANÁ
O governador Beto Richa determinou hoje a pronta instauração de processo de investigação para o esclarecimento de eventuais irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, na chamada “Operação Integração”, que envolve a concessão de rodovias federais no Paraná. A investigação será conduzida pela Controladoria Geral do Estado.
Tanto os contratos quanto os aditivos relacionados ao chamado Anel de Integração foram conduzidos pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), que é o poder concedente. E todos terminaram submetidos ao crivo da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná – Agepar, que homologou seus termos. Os contratos originais do Anel de Integração foram assinados em 1997.
Quanto aos fatos que envolvem o sr. Carlos Nasser, esclarece que ele exercia a função de assessor político junto à Casa Civil, cargo de terceiro escalão, sem qualquer vínculo com o Gabinete do Governador.
Em razão disso, o governador determinou o seu imediato afastamento do cargo, até a apuração completa dos fatos.
Curitiba, 22 de fevereiro de 2018.
SECRETARIA DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
***
COM A PALAVRA, RODRIGO TACLA DURAN
Nota de esclarecimento
1. No dia dia 25 de abril de 2017, após dez pedidos de prorrogação de uma investigação iniciada em 14 de julho de 2015, a Receita Federal encerrou o procedimento de fiscalização contra meu escritório de advocacia sem lavrar auto de infração. Ou seja: toda minha movimentação financeira foi corretamente declarada e os respectivos impostos recolhidos.
2. Conforme certidão emitida pela Receita Federal no dia 20 de fevereiro de 2018, anteontem, o escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados tem situação fiscal regular.
3. Todos os trabalhos prestados para o Grupo Triunfo foram indevidamente apreendidos em novembro de 2016, durante busca e apreensão ilegal autorizada pelo juiz Sérgio Moro, desrespeitando o sigilo profissional e outras prerrogativas, conforme despacho da presidência da OAB-SP.
4. Sou espanhol, vivo em Madri com minha família, meu endereço é conhecido pelas autoridades espanholas e brasileiras. O juiz Sergio Moro tem meu endereço. A Justiça espanhola negou minha extradição e, no dia 19 de dezembro de 2017, a Receita Federal da Espanha encerrou fiscalização contra mim concluindo que eu não cometi qualquer irregularidade ou delito.
5. Nunca sofri qualquer condenação criminal e tenho colaborado com a Justiça Espanhola e de diversos países. Embora o procurador Douglas Fischer, da Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, tenha recomendado o envio para a Espanha de supostas provas contra mim em poder do juiz Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba, conforme determinam acordos e tratados internacionais, até hoje isso não foi feito ao arrepio da lei.
6. Há uma denúncia apresentada por parlamentares junto à Procuradoria Geral da República, requerendo investigação sobre irregularidades ocorridas durante negociações do meu acordo de colaboração com a Força Tarefa do Paraná em março de 2016, o que torna impedidos tanto os procuradores da Lava Jato, quanto o juiz Sergio Moro, de conduzirem processos e investigações contra mim, uma vez que todos têm interesse direto no desfecho de quaisquer causas envolvendo meu nome.
Madri, 22 de fevereiro de 2018.
Rodrigo Tacla Duran
A Lava Jato é previsível. Ela inicia o ano de 2018 com ataques diretos ao advogado Rodrigo Tacla Durán, que ofereceu documentos abundantes provando as falcatruas da operação.
De quebra, a Lava Jato inicia uma nova etapa. Depois de afastar as grandes construtoras do mercado, abrindo espaço para grupos estrangeiros ocuparem espaço no país, a operação deve começar a “limpar o terreno” das construtoras médias e pequenas.
O modus operandi é sempre o mesmo: muitas prisões temporárias, sempre visando obter delações que sigam uma narrativa já pré-determinada por procuradores e Sergio Moro.
As prisões cautelares fazem girar a roda da indústria da delação premiada, na medida em que os réus precisam contratar escritórios “especializados” em delação, integrantes da “panela de Curitiba”, entre os quais, parentes e amigos de procuradores e do próprio juiz Sergio Moro.
O que é errado, além disso, é a concentração de um número tão grande de investigações num só juiz, e que este mesmo magistrado seja ao mesmo tempo o juiz de instrução, que comanda as investigações, e, em seguida, também o juiz que irá julgar todos os casos.
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No blog do Fausto Macedo
48.ª fase da Lava Jato apura uso de operadores Adir Assad e Tacla Duran em esquema de rodovias
RICARDO BRANDT, ENVIADO ESPECIAL A CURITIBA, JULIA AFFONSO E LUIZ VASSALLO
22/02/2018, 7:19
Operação Integração suspeita que empresas de fachada usadas no caso Petrobrás também serviram para concessionárias ocultarem corrupção de agentes do DNIT, DER/PR e da Casa Civil do Paraná
O foco da 48.ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira, 22, é o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em concessão de rodovias federais no Estado do Paraná que fazem parte do “Anel da Integração”. São apurados pagamentos de propinas para agentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Paraná e da Casa Civil do governo do Estado do Paraná.
O ponto comum alvo da Operação Integração – nome da 48.ª fase – é o uso de dois operadores de propinas alvos do esquema de corrupção na Petrobrás: Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran.
“Uma das concessionárias se utilizou dos serviços de Adir Assad e Rodrigo Tacla Duran para operacionalizar, ocultar e dissimular valores oriundos de atos de corrupção. Dentre os serviços prestados por estes operadores está a viabilização do pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos”, informou a Polícia Federal, que desde as 6 horas está nas ruas cumprindo mandados nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.
A primeira etapa da Lava Jato de 2018 cumpre 50 mandados de busca e apreensão e 7 mandados de prisão temporária decretados pelo juiz federal Sérgio Moro. “A ação tem por objeto a apuração, dentre outros, dos crimes de corrupção, fraude a licitações e lavagem de ativos”, informou a PF.
Em novembro de 2016, a Lava Jato chegou nas primeiras provas do esquema com a 36.ª fase, a Operação Dragão. Foi descoberto na ocasião que a Empresa Concessionária de Rodovias Norte S.A. (Econorte) repassou R$ 1,21 milhões para o escritório de advocacia de Tacla Duran.
A Econorte, da Triunfo Participações e Investimentos (TPI), com outras empresas do grupo depositaram quase R$ 5 milhões nas contas correntes mantidas pelo escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados.
O Grupo Triunfo também fez pagamentos para as empresas do operador de propinas Adir Assad Legend Engenheiros Associados e J.S.M. Engenharia e Terraplenagem, um total de R$ 62,43 milhões entre 2008 e 2015.
O documento aponta ainda os repasses suspeitos para duas outras investigadas em fases anteriores da Lava Jato. A GPI Investimentos, do empresário Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Collor, e para a Planner Corretora.
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COM A PALAVRA, O GOVERNO DO PARANÁ
O governador Beto Richa determinou hoje a pronta instauração de processo de investigação para o esclarecimento de eventuais irregularidades apontadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, na chamada “Operação Integração”, que envolve a concessão de rodovias federais no Paraná. A investigação será conduzida pela Controladoria Geral do Estado.
Tanto os contratos quanto os aditivos relacionados ao chamado Anel de Integração foram conduzidos pelo Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER), que é o poder concedente. E todos terminaram submetidos ao crivo da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura do Paraná – Agepar, que homologou seus termos. Os contratos originais do Anel de Integração foram assinados em 1997.
Quanto aos fatos que envolvem o sr. Carlos Nasser, esclarece que ele exercia a função de assessor político junto à Casa Civil, cargo de terceiro escalão, sem qualquer vínculo com o Gabinete do Governador.
Em razão disso, o governador determinou o seu imediato afastamento do cargo, até a apuração completa dos fatos.
Curitiba, 22 de fevereiro de 2018.
SECRETARIA DE ESTADO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
***
COM A PALAVRA, RODRIGO TACLA DURAN
Nota de esclarecimento
1. No dia dia 25 de abril de 2017, após dez pedidos de prorrogação de uma investigação iniciada em 14 de julho de 2015, a Receita Federal encerrou o procedimento de fiscalização contra meu escritório de advocacia sem lavrar auto de infração. Ou seja: toda minha movimentação financeira foi corretamente declarada e os respectivos impostos recolhidos.
2. Conforme certidão emitida pela Receita Federal no dia 20 de fevereiro de 2018, anteontem, o escritório Tacla Duran Sociedade de Advogados tem situação fiscal regular.
3. Todos os trabalhos prestados para o Grupo Triunfo foram indevidamente apreendidos em novembro de 2016, durante busca e apreensão ilegal autorizada pelo juiz Sérgio Moro, desrespeitando o sigilo profissional e outras prerrogativas, conforme despacho da presidência da OAB-SP.
4. Sou espanhol, vivo em Madri com minha família, meu endereço é conhecido pelas autoridades espanholas e brasileiras. O juiz Sergio Moro tem meu endereço. A Justiça espanhola negou minha extradição e, no dia 19 de dezembro de 2017, a Receita Federal da Espanha encerrou fiscalização contra mim concluindo que eu não cometi qualquer irregularidade ou delito.
5. Nunca sofri qualquer condenação criminal e tenho colaborado com a Justiça Espanhola e de diversos países. Embora o procurador Douglas Fischer, da Secretaria de Cooperação Internacional do Ministério Público Federal, tenha recomendado o envio para a Espanha de supostas provas contra mim em poder do juiz Sérgio Moro e dos procuradores de Curitiba, conforme determinam acordos e tratados internacionais, até hoje isso não foi feito ao arrepio da lei.
6. Há uma denúncia apresentada por parlamentares junto à Procuradoria Geral da República, requerendo investigação sobre irregularidades ocorridas durante negociações do meu acordo de colaboração com a Força Tarefa do Paraná em março de 2016, o que torna impedidos tanto os procuradores da Lava Jato, quanto o juiz Sergio Moro, de conduzirem processos e investigações contra mim, uma vez que todos têm interesse direto no desfecho de quaisquer causas envolvendo meu nome.
Madri, 22 de fevereiro de 2018.
Rodrigo Tacla Duran
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