Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
NDAA: Um longo adiante para um Satcom mais forte e unificado
Com a recente assinatura, por parte do Presidente, da Lei de Autorização à Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) para o ano fiscal de 2018, o governo dos Estados Unidos dá um grande passo rumo ao reconhecimento da importância da resiliência espacial e de uma consistente e consolidada liderança estratégica no espaço. O potencial impacto disso não pode ser exagerado.
A NDAA serve como uma resposta legislativa para a urgente necessidade de que usuários militares tenham pronto acesso a comunicação via satélite (satcom) resiliente, robusta e segura. Com o ambiente espacial crescendo cada vez mais contestado e operacionalmente desafiado, a NDAA fornece uma estrutura para uma crucial reorganização e consolidação das capacidades espaciais - e marca o primeiro passo nessa direção.
No momento em que o Legislativo e o Executivo avançam na implementação da lei, há três grandes áreas para observar:
CONSOLIDAÇÃO DA COMUNICAÇÃO VIA SATÉLITE
Em meio às principais provisões da NDAA para o ano fiscal de 2018, em termos de programas de segurança nacional no espaço, estão mudanças na organização e na gestão espacial. A NDAA exige que o vice-Secretário de Defesa desenvolva um plano independente para estabelecer um departamento militar separado e responsável pelas atividades espaciais de segurança do Departamento de Defesa até 31 de dezembro de 2018. Esse é um claro reconhecimento de que a comunicação via satélite aparece como uma área que requer foco e energia em níveis extremamente altos. Um escritório único do Departamento de Defesa supervisionará todas as atividades espaciais do País, reivindicando a propriedade das aquisições, políticas e práticas, que abordarão questões-chave como a necessidade de elevar as capacidades de comunicação via satélite, garantindo um ambiente especial mais protegido.
CAPACIDADES DE SATCOM EXPANDIDAS
Sob a NDAA, a comunicação via satélite vai "ganhar destaque" em novas e atraentes formas. Tudo isso vai começar com o comandante do Comando Espeacial da Força Aérea (AFSPC) e comandante do Componente Espacial da Força Conjunta, General John W. Raymond.
O General Raymond terá um mandato de pelo menos seis anos, como única autoridade para organizar, treinar, equipar e manter o espaço e o cyber-espaço prontos para missões do Comando Aeroespacial dos Estados Unidos, do Comando Estratégico dos Estados Unidos e de outros comando ao redor do mundo.
Isso mostra um movimento ainda mais profundo em direção à consolidação da autoridade, ao mesmo tempo em que especifica que o comsatcom (comunicação comercial via satélite) é um fator chave no modelo de aquisição do espaço por parte do governo. Pela primeira vez, o comsatcom vai "se sentar" logo ao lado da comunicação militar via satélite (milsatcom), uma transição que possibilitará ao Departamento de Defesa ter a vantagem de uma abordagem totalmente integrada à comunicação via satélite, conforme ela avança rumo a uma arquitetura unificada.
A CONVERGÊNCIA DE AQUISIÇÃO E OPERAÇÃO DO SATCOM
A NDAA promete uma notável expansão de autoridade ao alinhar as responsabilidades operacionais e de aquisição sob uma única liderança com a Força Aérea. Com a sua "dupla função" de comandante do AFSCPC e da JFSCC - como parte da USSTRATCOM -, o General Raymond será responsável por organizar, treinar e equipar as divisões espaciais da Força Aérea, além de executar comandos operacionais e controlar forças espaciais conjuntas. Isso equivale a muito mais do que uma mudança de nomes e tarefas. É um reconhecimento - apoiado na ação - de que o General Raymond vai supervisionar, ao mesmo tempo, a aquisição e a operação no espaço. Novamente, é um movimento em direção à integração e à consolidação otimizadas. Combinará iniciativas de compra com a implementação de capacidades fortalecidas.
Este último ponto se refere ao fator "E daí?". Aos nossos recrutas - homens e mulheres -, afinal de contas, não interessa de onde vêm os equipamentos e serviços que envolvem a comunicação via satélite. Eles querem saber se a comunicação via satélite permitirá que eles efetivamente tenham sucesso em sua missão.
Graças a essas mudanças, haverá um líder encarregado da aquisição e da entrega operacional - uma conexão crítica, se estamos em busca de responder a complexidades e desafios de uma missão moderna. Com fornecedores comerciais totalmente preparados para melhorar profundamente as capacidades da comunicação via satélite para os militares, consideramos que a expansão das responsabilidades do general Raymond é marcante.
Resta ver como a retórica sobre a importância do espaço será igualada por políticas e financiamento. A indústria do satélite vai assistir de perto e com grande expectativa a uma parceria que estabelecerá mais integração, coesão e capacidades para aquisição e operação de comunicação via satélite. Com isso, usuários militares terão sua pergunta "E daí?" respondida com um afirmativo senso de que seus comandantes realmente entenderão o que interessa - máxima funcionalidade de comunicação via satélite, resiliência, portabilidade e segurança - e o que não interessa (ou seja, "quem possui o quê").
Que a comunicação via satélite é fundamental na defesa da soberania nacional, é de conhecimento até do mundo mineral, como diria o Mino Carta.
Países sérios tratam essa indústria como prioridade porque sabem o peso que ela tem sobre campos dos mais diversos - da democratização do acesso à banda larga até o desenvolvimento de ações militares de altíssimo risco.
No Brasil, várias empresas estrangeiras já metem o bedelho na indústria de comunicação via satélite: Hispasat, Telesat Canada Yasat, Star One e Hughes.
E, recentemente, como o amigo navegante sabe, esse governo de canalhas e canalhas decidiu, com protagonismo do Ministro (sic) Gilberto Kassab, o Kibe, entregar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) à norte-americana Viasat.
Ou seja, os americanos vão usar 100% da capacidade em banda ka de um satélite que foi construído justamente para escapar da espionagem... dos americanos!
Para, teoricamente (teoricamente, como sustenta a TV Afiada), levar internet banda larga a áreas rurais.
Isso, claro, vai parar na Justiça.
Mas, até lá, é provável que os militares brasileiros passem a se comunicar em inglês, via satélite brasileiro.
Afinal, isso já facilita o trabalho de escuta dos americanos, não é isso, amigo navegante?
Apenas para comparação, o Conversa Afiada faz questão de oferecer a tradução de importante reportagem que o site Satellite Today publicou na quinta-feira, 22/III, em que se mostra como os norte-americanos encaram a comunicação via satélite:
*****
Países sérios tratam essa indústria como prioridade porque sabem o peso que ela tem sobre campos dos mais diversos - da democratização do acesso à banda larga até o desenvolvimento de ações militares de altíssimo risco.
No Brasil, várias empresas estrangeiras já metem o bedelho na indústria de comunicação via satélite: Hispasat, Telesat Canada Yasat, Star One e Hughes.
E, recentemente, como o amigo navegante sabe, esse governo de canalhas e canalhas decidiu, com protagonismo do Ministro (sic) Gilberto Kassab, o Kibe, entregar o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) à norte-americana Viasat.
Ou seja, os americanos vão usar 100% da capacidade em banda ka de um satélite que foi construído justamente para escapar da espionagem... dos americanos!
Para, teoricamente (teoricamente, como sustenta a TV Afiada), levar internet banda larga a áreas rurais.
Isso, claro, vai parar na Justiça.
Mas, até lá, é provável que os militares brasileiros passem a se comunicar em inglês, via satélite brasileiro.
Afinal, isso já facilita o trabalho de escuta dos americanos, não é isso, amigo navegante?
Apenas para comparação, o Conversa Afiada faz questão de oferecer a tradução de importante reportagem que o site Satellite Today publicou na quinta-feira, 22/III, em que se mostra como os norte-americanos encaram a comunicação via satélite:
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NDAA: Um longo adiante para um Satcom mais forte e unificado
Com a recente assinatura, por parte do Presidente, da Lei de Autorização à Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) para o ano fiscal de 2018, o governo dos Estados Unidos dá um grande passo rumo ao reconhecimento da importância da resiliência espacial e de uma consistente e consolidada liderança estratégica no espaço. O potencial impacto disso não pode ser exagerado.
A NDAA serve como uma resposta legislativa para a urgente necessidade de que usuários militares tenham pronto acesso a comunicação via satélite (satcom) resiliente, robusta e segura. Com o ambiente espacial crescendo cada vez mais contestado e operacionalmente desafiado, a NDAA fornece uma estrutura para uma crucial reorganização e consolidação das capacidades espaciais - e marca o primeiro passo nessa direção.
No momento em que o Legislativo e o Executivo avançam na implementação da lei, há três grandes áreas para observar:
CONSOLIDAÇÃO DA COMUNICAÇÃO VIA SATÉLITE
Em meio às principais provisões da NDAA para o ano fiscal de 2018, em termos de programas de segurança nacional no espaço, estão mudanças na organização e na gestão espacial. A NDAA exige que o vice-Secretário de Defesa desenvolva um plano independente para estabelecer um departamento militar separado e responsável pelas atividades espaciais de segurança do Departamento de Defesa até 31 de dezembro de 2018. Esse é um claro reconhecimento de que a comunicação via satélite aparece como uma área que requer foco e energia em níveis extremamente altos. Um escritório único do Departamento de Defesa supervisionará todas as atividades espaciais do País, reivindicando a propriedade das aquisições, políticas e práticas, que abordarão questões-chave como a necessidade de elevar as capacidades de comunicação via satélite, garantindo um ambiente especial mais protegido.
CAPACIDADES DE SATCOM EXPANDIDAS
Sob a NDAA, a comunicação via satélite vai "ganhar destaque" em novas e atraentes formas. Tudo isso vai começar com o comandante do Comando Espeacial da Força Aérea (AFSPC) e comandante do Componente Espacial da Força Conjunta, General John W. Raymond.
O General Raymond terá um mandato de pelo menos seis anos, como única autoridade para organizar, treinar, equipar e manter o espaço e o cyber-espaço prontos para missões do Comando Aeroespacial dos Estados Unidos, do Comando Estratégico dos Estados Unidos e de outros comando ao redor do mundo.
Isso mostra um movimento ainda mais profundo em direção à consolidação da autoridade, ao mesmo tempo em que especifica que o comsatcom (comunicação comercial via satélite) é um fator chave no modelo de aquisição do espaço por parte do governo. Pela primeira vez, o comsatcom vai "se sentar" logo ao lado da comunicação militar via satélite (milsatcom), uma transição que possibilitará ao Departamento de Defesa ter a vantagem de uma abordagem totalmente integrada à comunicação via satélite, conforme ela avança rumo a uma arquitetura unificada.
A CONVERGÊNCIA DE AQUISIÇÃO E OPERAÇÃO DO SATCOM
A NDAA promete uma notável expansão de autoridade ao alinhar as responsabilidades operacionais e de aquisição sob uma única liderança com a Força Aérea. Com a sua "dupla função" de comandante do AFSCPC e da JFSCC - como parte da USSTRATCOM -, o General Raymond será responsável por organizar, treinar e equipar as divisões espaciais da Força Aérea, além de executar comandos operacionais e controlar forças espaciais conjuntas. Isso equivale a muito mais do que uma mudança de nomes e tarefas. É um reconhecimento - apoiado na ação - de que o General Raymond vai supervisionar, ao mesmo tempo, a aquisição e a operação no espaço. Novamente, é um movimento em direção à integração e à consolidação otimizadas. Combinará iniciativas de compra com a implementação de capacidades fortalecidas.
Este último ponto se refere ao fator "E daí?". Aos nossos recrutas - homens e mulheres -, afinal de contas, não interessa de onde vêm os equipamentos e serviços que envolvem a comunicação via satélite. Eles querem saber se a comunicação via satélite permitirá que eles efetivamente tenham sucesso em sua missão.
Graças a essas mudanças, haverá um líder encarregado da aquisição e da entrega operacional - uma conexão crítica, se estamos em busca de responder a complexidades e desafios de uma missão moderna. Com fornecedores comerciais totalmente preparados para melhorar profundamente as capacidades da comunicação via satélite para os militares, consideramos que a expansão das responsabilidades do general Raymond é marcante.
Resta ver como a retórica sobre a importância do espaço será igualada por políticas e financiamento. A indústria do satélite vai assistir de perto e com grande expectativa a uma parceria que estabelecerá mais integração, coesão e capacidades para aquisição e operação de comunicação via satélite. Com isso, usuários militares terão sua pergunta "E daí?" respondida com um afirmativo senso de que seus comandantes realmente entenderão o que interessa - máxima funcionalidade de comunicação via satélite, resiliência, portabilidade e segurança - e o que não interessa (ou seja, "quem possui o quê").
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