Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência:
Na primeira metade do século 19, indignado com as trampolinagens dos que usavam os jornais para a autopromoção, difamação de adversários, intrigas e picaretagens de todo o tipo, Honoré de Balzac, na obra prima “As Ilusões Perdidas”, livro dos livros da majestosa “Comédia Humana”, qualificava a imprensa da época como o “lupanar do pensamento”.
A fértil imaginação e o agudo senso de realidade do maior de todos os escritores franceses não imaginaria, contudo, o nível de abjeção, indignidade, desonra e sujeira a que poderiam decair os meios de comunicação do Brasil de quase dois séculos depois.
Pois foi a isto que chegou o programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, na noite da segunda-feira (25), quando a entrevistada foi a pré-candidata do Partido Comunista do Brasil à Presidência da República, Manuela D'Ávila.
O que, em condições normais seria uma entrevista política para ajudar o eleitorado a se esclarecer num quadro nebuloso e confuso, transformou-se num festival de horrores, uma sucessão de despautérios e sandices, protagonizadas por um conjunto bizarro de entrevistadores, com a “moderação” de um vira-casaca. Não eram entrevistadores em cena, mas verborrágicos e ignorantes inquisidores, que sequer sabiam formular questões, coligir dados, contextualizar informações.
Mal-educados e boçais, interrompiam a entrevistada, cortavam-lhe a palavra, incapazes de ouvir e responder os argumentos. Uma mal ajambrada bancada composta por fascistas notórios, neoliberais de carteirinha, repórteres monitorados à distância por chefes de redação de decadentes jornalões – e um yuppie fantasiado de filósofo, apologista dos movimentos de “regime change” das redes sociais.
A pré-candidata, eloquente, impávida e digna, era solenemente ignorada pela bancada quando expunha suas ideias, um desrespeito também ao público, que a julgar pela repercussão das suas declarações acompanhou com vivo interesse e apoio. O desdém dos entrevistadores com a verdade era ainda mais óbvio quando a representante do PCdoB defendia valores humanistas, o programa político de combate às desigualdades, de luta pelo desenvolvimento nacional e outros temas caros ao debate político e ideológico indispensável para tirar o Brasil da pior crise que enfrenta desde sempre em sua tortuosa história como nação.
Os frequentadores do lupanar, corrompidos pela senil ideologia burguesa e imperialista, brandiam frases desconexas que se ouvem desde os tempos da guerra fria sobre grandes vultos da história de lutas pela emancipação dos povos, como Stálin e Mao Tsetung, e tentavam intrigar o Brasil com um país vizinho e irmão, a Venezuela. Embriagado por um ódio figadal a tudo o que é humano – sentimento antípoda ao dos comunistas e democratas – um deles, coordenador da campanha de um fascistoide, defensor do estupro e da tortura – gritava histrionicamente em favor da “castração química para estupradores”.
Em coro, os inquisidores repetiam irritados que Lula está preso por ser culpado de crime de corrupção, diante da afirmação serena e firme da pré-candidata, de que não só Lula é inocente, como detém o direito legítimo a candidatar-se à Presidência da República.
Nunca se viu semelhante truculência num programa de televisão dedicado a entrevistas políticas. Por um motivo essencial, que não deve escapar à percepção de todas as correntes progressistas: no centro da Roda Viva estava uma pré-candidata do Partido Comunista do Brasil. É sempre bom lembrar que a fúria anticomunista, quando desencadeada por meio de atos e fatos, atinge todos os democratas e liquida a democracia.
Na primeira metade do século 19, indignado com as trampolinagens dos que usavam os jornais para a autopromoção, difamação de adversários, intrigas e picaretagens de todo o tipo, Honoré de Balzac, na obra prima “As Ilusões Perdidas”, livro dos livros da majestosa “Comédia Humana”, qualificava a imprensa da época como o “lupanar do pensamento”.
A fértil imaginação e o agudo senso de realidade do maior de todos os escritores franceses não imaginaria, contudo, o nível de abjeção, indignidade, desonra e sujeira a que poderiam decair os meios de comunicação do Brasil de quase dois séculos depois.
Pois foi a isto que chegou o programa de entrevistas Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, na noite da segunda-feira (25), quando a entrevistada foi a pré-candidata do Partido Comunista do Brasil à Presidência da República, Manuela D'Ávila.
O que, em condições normais seria uma entrevista política para ajudar o eleitorado a se esclarecer num quadro nebuloso e confuso, transformou-se num festival de horrores, uma sucessão de despautérios e sandices, protagonizadas por um conjunto bizarro de entrevistadores, com a “moderação” de um vira-casaca. Não eram entrevistadores em cena, mas verborrágicos e ignorantes inquisidores, que sequer sabiam formular questões, coligir dados, contextualizar informações.
Mal-educados e boçais, interrompiam a entrevistada, cortavam-lhe a palavra, incapazes de ouvir e responder os argumentos. Uma mal ajambrada bancada composta por fascistas notórios, neoliberais de carteirinha, repórteres monitorados à distância por chefes de redação de decadentes jornalões – e um yuppie fantasiado de filósofo, apologista dos movimentos de “regime change” das redes sociais.
A pré-candidata, eloquente, impávida e digna, era solenemente ignorada pela bancada quando expunha suas ideias, um desrespeito também ao público, que a julgar pela repercussão das suas declarações acompanhou com vivo interesse e apoio. O desdém dos entrevistadores com a verdade era ainda mais óbvio quando a representante do PCdoB defendia valores humanistas, o programa político de combate às desigualdades, de luta pelo desenvolvimento nacional e outros temas caros ao debate político e ideológico indispensável para tirar o Brasil da pior crise que enfrenta desde sempre em sua tortuosa história como nação.
Os frequentadores do lupanar, corrompidos pela senil ideologia burguesa e imperialista, brandiam frases desconexas que se ouvem desde os tempos da guerra fria sobre grandes vultos da história de lutas pela emancipação dos povos, como Stálin e Mao Tsetung, e tentavam intrigar o Brasil com um país vizinho e irmão, a Venezuela. Embriagado por um ódio figadal a tudo o que é humano – sentimento antípoda ao dos comunistas e democratas – um deles, coordenador da campanha de um fascistoide, defensor do estupro e da tortura – gritava histrionicamente em favor da “castração química para estupradores”.
Em coro, os inquisidores repetiam irritados que Lula está preso por ser culpado de crime de corrupção, diante da afirmação serena e firme da pré-candidata, de que não só Lula é inocente, como detém o direito legítimo a candidatar-se à Presidência da República.
Nunca se viu semelhante truculência num programa de televisão dedicado a entrevistas políticas. Por um motivo essencial, que não deve escapar à percepção de todas as correntes progressistas: no centro da Roda Viva estava uma pré-candidata do Partido Comunista do Brasil. É sempre bom lembrar que a fúria anticomunista, quando desencadeada por meio de atos e fatos, atinge todos os democratas e liquida a democracia.
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