Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
Nesta segunda-feira, 25 de junho de 2018, o PSDB chega aos 30 anos no pior momento da sua vida, sem motivos para comemorações.
Certamente, este partido aliado à bancada do boi e ameaçado pela Lava Jato, não era o dos sonhos de Mario Covas, o seu primeiro presidenciável, em 1989.
Ameaçado, na verdade, é apenas força de expressão, já que a Justiça sempre dá um jeito de livrar os tucanos das denúncias que pesam contra eles, mas a imagem do do partido está tão desgastada que sequer consegue lançar um candidato competitivo a presidente.
Comandado ainda por FHC, o partido dos tucanos hoje tem mais a cara de Aécio Neves do que de Mário Covas.
Covas era o simbolo da política com ética e liderou o movimento dissidente para sair do PMDB de Orestes Quércia, que não dava muita importância a estas preocupações intelectuais.
Depois de eleger Fernando Henrique Cardoso duas vezes em primeiro turno, o PSDB só voltou ao poder pelas mãos golpistas de Michel Temer, após 14 anos de derrotas para o PT.
Caminhando cada vez mais para a direita, trombou nesta campanha com Jair Bolsonaro, o candidato da extrema direita que disputa o mesmo eleitorado e lidera as pesquisas sem Lula.
Aliado ao mercado, à mídia e à Justiça, o PSDB é hoje o partido preferido de apenas 3% dos eleitores, bem distante do PT, que tem o apoio de 20%, segundo o Datafolha, mesmo depois da prisão do ex-presidente Lula.
Dos seus 49 deputados, a grande maioria é de São Paulo e Minas e pertence à bancada do boi, formada pelos setores mais conservadores do agronegócio.
Em 1988, quando foi fundado, o partido defendia a reforma agrária, combatida por Ronaldo Caiado, do DEM, que depois se tornaria seu aliado.
Nada menos de 40% da sua bancada federal é formada por ruralistas que defendem a liberação de agrotóxicos e combatem a demarcação de terras indígenas.
Inexistente no Nordeste e em outras regiões do país, nada do PSDB de hoje lembra o dos seus fundadores.
Seu último presidenciável, em 2014, o senador Aécio Neves, foi pego em flagrante ao receber R$ 2 milhões em propina solicitada ao empresário Joesley Batista, mas até hoje nem foi a julgamento, graças a uma Justiça morosa e seletiva.
A cada semana surgem novas denúncias sobre os governos tucanos que mandam em São Paulo há mais de duas décadas, atingindo o ex-governador Geraldo Alckmin , entre outros.
Alvos da Lava Jato, os caciques Aécio Neves e José Serra sumiram de cena e só pensam em manter o foro privilegiado.
O que sobrou?
Sobrou como cara nova cara do PSDB apenas o empresário João Doria, demitido no governo de José Sarney, que abandonou a prefeitura de São Paulo 15 meses após a posse e agora é lembrado para ocupar o lugar do seu padrinho Geraldo Alckmin, empacado com 7% nas pesquisas presidenciais.
Triste fim. Mario Covas deve estar se revirando na tumba.
Vida que segue.
Nesta segunda-feira, 25 de junho de 2018, o PSDB chega aos 30 anos no pior momento da sua vida, sem motivos para comemorações.
Certamente, este partido aliado à bancada do boi e ameaçado pela Lava Jato, não era o dos sonhos de Mario Covas, o seu primeiro presidenciável, em 1989.
Ameaçado, na verdade, é apenas força de expressão, já que a Justiça sempre dá um jeito de livrar os tucanos das denúncias que pesam contra eles, mas a imagem do do partido está tão desgastada que sequer consegue lançar um candidato competitivo a presidente.
Comandado ainda por FHC, o partido dos tucanos hoje tem mais a cara de Aécio Neves do que de Mário Covas.
Covas era o simbolo da política com ética e liderou o movimento dissidente para sair do PMDB de Orestes Quércia, que não dava muita importância a estas preocupações intelectuais.
Depois de eleger Fernando Henrique Cardoso duas vezes em primeiro turno, o PSDB só voltou ao poder pelas mãos golpistas de Michel Temer, após 14 anos de derrotas para o PT.
Caminhando cada vez mais para a direita, trombou nesta campanha com Jair Bolsonaro, o candidato da extrema direita que disputa o mesmo eleitorado e lidera as pesquisas sem Lula.
Aliado ao mercado, à mídia e à Justiça, o PSDB é hoje o partido preferido de apenas 3% dos eleitores, bem distante do PT, que tem o apoio de 20%, segundo o Datafolha, mesmo depois da prisão do ex-presidente Lula.
Dos seus 49 deputados, a grande maioria é de São Paulo e Minas e pertence à bancada do boi, formada pelos setores mais conservadores do agronegócio.
Em 1988, quando foi fundado, o partido defendia a reforma agrária, combatida por Ronaldo Caiado, do DEM, que depois se tornaria seu aliado.
Nada menos de 40% da sua bancada federal é formada por ruralistas que defendem a liberação de agrotóxicos e combatem a demarcação de terras indígenas.
Inexistente no Nordeste e em outras regiões do país, nada do PSDB de hoje lembra o dos seus fundadores.
Seu último presidenciável, em 2014, o senador Aécio Neves, foi pego em flagrante ao receber R$ 2 milhões em propina solicitada ao empresário Joesley Batista, mas até hoje nem foi a julgamento, graças a uma Justiça morosa e seletiva.
A cada semana surgem novas denúncias sobre os governos tucanos que mandam em São Paulo há mais de duas décadas, atingindo o ex-governador Geraldo Alckmin , entre outros.
Alvos da Lava Jato, os caciques Aécio Neves e José Serra sumiram de cena e só pensam em manter o foro privilegiado.
O que sobrou?
Sobrou como cara nova cara do PSDB apenas o empresário João Doria, demitido no governo de José Sarney, que abandonou a prefeitura de São Paulo 15 meses após a posse e agora é lembrado para ocupar o lugar do seu padrinho Geraldo Alckmin, empacado com 7% nas pesquisas presidenciais.
Triste fim. Mario Covas deve estar se revirando na tumba.
Vida que segue.
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