Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:
Houve uma gritaria supostamente legalista quando, há poucos dias, o candidato Ciro Gomes afirmou que Lula só sairá da prisão se a Justiça e o Ministério público “voltarem para suas caixinhas”.
Ciro já explicou dezenas de vezes que se referia aos excessos, desmandos e exorbitâncias que acontecem nesta esfera.
O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galoro, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, revela comportamentos da procuradora-geral da República e de dois desembargadores, no dia do “prende-solta” de Lula, bastante ilustrativos da desordem apontada por Ciro.
Ontem eles tentaram justificar o que fizeram mas ficou evidente que exorbitaram.
Em nota, o presidente do TRF-4, Thompson Flores, admitiu que telefonou mesmo ao diretor-geral da PF, pedindo que não cumprisse a ordem de soltura emitida pelo desembargador Rogério Favreto, de seu próprio tribunal, que no plantão de domingo, dia 8 de julho, concedera habeas corpus a Lula.
Diz ele na nota que o fez porque, em seguida, iria emitir ordem judicial anulando a decisão do plantonista.
A nota refere-se também a registro da revista “Veja”, segundo o qual o desembargador Gebran Neto teria dito, a pessoas de seu relacionamento, que “agiu fora da lei” para impedir o mal maior, que seria a soltura de Lula.
Gebran, como se sabe, foi o primeiro a desautorizar o colega Favreto, invocando sua condição de relator do processo.
Diz a nota que Gebran “não autoriza ninguém a falar em seu nome, nem a imputar-lhe declaração sobre fatos objeto de julgamento”. Não nega categoricamente que tenha dito o que lhe é atribuído.
A procuradora-geral Raquel Dodge, que também telefonou ao diretor-geral da PF naquele domingo, não se manifestou.
Quando autoridades do sistema de Justiça “saem de suas caixinhas” tão afrontosamente, permitem discursos como o que fez ontem na Câmara o deputado petista Paulo Pimenta.
Depois de afirmar que três autoridades se juntaram para burlar a Justiça, o que é um crime, e que a associação de mais de duas pessoas para cometer crimes caracteriza quadrilha, ele pergunta: “quem vai investigar esta quadrilha de togados?”
Colocar cada qual em sua caixinha, como disse Ciro, não é manietar a Justiça ou coisa assim, como se tentou vender.
É restabelecer os limites que impedem ocorrência como as daquele domingo, só possíveis quando o Estado de Direito preserva a forma mas não a inteireza.
Só rindo
Na semana passada, depois da frustração com o debate da Band, os internautas apelaram para o humor, constata a análise de redes sociais da Aja Solutions. Realmente, diante da combinação entre bizarrice e mesmice, só rindo.
Todos os candidatos foram atingidos por memes com pegadas diversas, da aparência física às falas e gestos no debate.
Marina Silva comparada ao E.T de Spielberg; Álvaro Dias ao Coringa; Ciro, Meirelles, Alckmin e Bolsonaro reunidos como os quatro cavaleiros do apocalipse; mas foi de cabo Daciolo, com sua pergunta sobre uma incogitada URSAL, união de repúblicas socialistas latino-americanas, que tiraram mais sarro.
Agora apareceu uma professora antipetista informando que a sigla foi invenção dela.
A gafe de Alckmin ao confundir a apresentadora Angélica com Eliana, também rendeu muito.
Ontem, foi a foto de Ciro e sua vice Katia Abreu que viralizou. Com ela, exageraram no photofhop.
Mas houve também coisa séria e grave nas redes. Estão sendo apuradas denúncias de que quase todos os candidatos estão usando robôs e outras técnicas ilícitas para impulsionar suas postagens.
Em debate
Começa amanha no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, o seminário “Jornalismo: As novas configurações do Quarto Poder”, com a participação de jornalistas, acadêmicos e escritores nacionais e internacionais, entre eles os americanos John Lee Anderson e Robert Darnton.
O jornalismo passa por grandes transformações numa era de mudanças. Precisa mesmo ser discutido para que sobreviva sem perder sua essência.
Houve uma gritaria supostamente legalista quando, há poucos dias, o candidato Ciro Gomes afirmou que Lula só sairá da prisão se a Justiça e o Ministério público “voltarem para suas caixinhas”.
Ciro já explicou dezenas de vezes que se referia aos excessos, desmandos e exorbitâncias que acontecem nesta esfera.
O diretor-geral da Polícia Federal, Rogério Galoro, em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, revela comportamentos da procuradora-geral da República e de dois desembargadores, no dia do “prende-solta” de Lula, bastante ilustrativos da desordem apontada por Ciro.
Ontem eles tentaram justificar o que fizeram mas ficou evidente que exorbitaram.
Em nota, o presidente do TRF-4, Thompson Flores, admitiu que telefonou mesmo ao diretor-geral da PF, pedindo que não cumprisse a ordem de soltura emitida pelo desembargador Rogério Favreto, de seu próprio tribunal, que no plantão de domingo, dia 8 de julho, concedera habeas corpus a Lula.
Diz ele na nota que o fez porque, em seguida, iria emitir ordem judicial anulando a decisão do plantonista.
A nota refere-se também a registro da revista “Veja”, segundo o qual o desembargador Gebran Neto teria dito, a pessoas de seu relacionamento, que “agiu fora da lei” para impedir o mal maior, que seria a soltura de Lula.
Gebran, como se sabe, foi o primeiro a desautorizar o colega Favreto, invocando sua condição de relator do processo.
Diz a nota que Gebran “não autoriza ninguém a falar em seu nome, nem a imputar-lhe declaração sobre fatos objeto de julgamento”. Não nega categoricamente que tenha dito o que lhe é atribuído.
A procuradora-geral Raquel Dodge, que também telefonou ao diretor-geral da PF naquele domingo, não se manifestou.
Quando autoridades do sistema de Justiça “saem de suas caixinhas” tão afrontosamente, permitem discursos como o que fez ontem na Câmara o deputado petista Paulo Pimenta.
Depois de afirmar que três autoridades se juntaram para burlar a Justiça, o que é um crime, e que a associação de mais de duas pessoas para cometer crimes caracteriza quadrilha, ele pergunta: “quem vai investigar esta quadrilha de togados?”
Colocar cada qual em sua caixinha, como disse Ciro, não é manietar a Justiça ou coisa assim, como se tentou vender.
É restabelecer os limites que impedem ocorrência como as daquele domingo, só possíveis quando o Estado de Direito preserva a forma mas não a inteireza.
Só rindo
Na semana passada, depois da frustração com o debate da Band, os internautas apelaram para o humor, constata a análise de redes sociais da Aja Solutions. Realmente, diante da combinação entre bizarrice e mesmice, só rindo.
Todos os candidatos foram atingidos por memes com pegadas diversas, da aparência física às falas e gestos no debate.
Marina Silva comparada ao E.T de Spielberg; Álvaro Dias ao Coringa; Ciro, Meirelles, Alckmin e Bolsonaro reunidos como os quatro cavaleiros do apocalipse; mas foi de cabo Daciolo, com sua pergunta sobre uma incogitada URSAL, união de repúblicas socialistas latino-americanas, que tiraram mais sarro.
Agora apareceu uma professora antipetista informando que a sigla foi invenção dela.
A gafe de Alckmin ao confundir a apresentadora Angélica com Eliana, também rendeu muito.
Ontem, foi a foto de Ciro e sua vice Katia Abreu que viralizou. Com ela, exageraram no photofhop.
Mas houve também coisa séria e grave nas redes. Estão sendo apuradas denúncias de que quase todos os candidatos estão usando robôs e outras técnicas ilícitas para impulsionar suas postagens.
Em debate
Começa amanha no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, o seminário “Jornalismo: As novas configurações do Quarto Poder”, com a participação de jornalistas, acadêmicos e escritores nacionais e internacionais, entre eles os americanos John Lee Anderson e Robert Darnton.
O jornalismo passa por grandes transformações numa era de mudanças. Precisa mesmo ser discutido para que sobreviva sem perder sua essência.
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