Por Raquel Wandelli, no site Jornalistas Livres:
A segunda parte do bordão, “Deus acima de tudo”, também era inscrita na fivela dos soldados do Exército Nazista. O refrão integrou inclusive o Hino Nacional da Alemanha até ser suprimido no final da guerra. Católico de batismo, Hitler se esforçava para demonstrar fervor religioso. Em muitas imagens do período de guerra ele aparece apertando a mão de um padre durante um discurso, ou marchando à frente de um pelotão de padres que o seguia fazendo o sinal nazista. Indícios de prática e incentivo a essa ideologia proscrita da civilização vão, contudo, bem além do slogan da campanha eleitoral bolsonarista. O mais espantoso é que essa contravenção política siga em frente sem ser ao menos interpelada.
Às vésperas do segundo turno, as referências explícitas ao nazismo do candidato que obteve 46% dos votos válidos já escandalizam o mundo e provocam reações de indignação de outros países. A justiça brasileira, porém, finge não perceber o que está acontecendo, embora a exaltação ao nazismo seja crime inafiançável no Brasil, assim como em qualquer país signatário das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O avanço inexplicável do candidato no primeiro turno, aliás, se sustenta na doutrinação nazista intensificada há cerca de cinco anos, com o ataque à política de direitos humanos, como se ela, e não a intolerância, fosse responsável pela violência no país. A violação do mais importante legado da civilização ocidental encontra sua síntese perfeita na declaração de Bolsonaro de que “as minorias terão que se curvar às maiorias”. Essa máxima da filosofia do holocausto, proferida num comício realizado em Campina Grande, na Paraíba, levou ao delírio uma multidão aos gritos de “mito, mito, mito!”
Sobretudo na Alemanha e Europa, que foram inteiramente destruídas pela demência de Hitler, a presença de um candidato com esse nível de ameaça à justiça, à paz social e aos direitos humanos causa neste momento pavor e perplexidade. Neste sábado (13/10), a Alemanha anunciou que caso o candidato seja eleito, vai romper unilateralmente as relações comerciais com o Brasil e a tendência é o mesmo ser seguida por outros países democratas. Trata-se da potência com mais investimentos de multinacionais no Brasil, como a Volkswagen, Mercedes e Siemens. Segundo a presidente do Grupo Parlamentar Teuto-Brasileiro, Yasmin Fahimi, a possível eleição de Jair Bolsonaro pode impedir uma retomada da parceria estratégica fundamental para a já combalida economia brasileira. Declarou ela:
“O BRASIL ESTÁ À BEIRA DE UMA GRANDE RUPTURA. FICAMOS CHOCADOS COMO O FATO DE QUE, COM JAIR BOLSONARO, UMA PESSOA QUE TORNOU SOCIALMENTE ACEITÁVEL UM DISCURSO DE ÓDIO TENHA CHEGADO À LIDERANÇA. DO LADO ALEMÃO, NÃO VEJO NENHUMA BASE PARA UMA PARCERIA ESTRATÉGICA COM UM PRESIDENTE COMO BOLSONARO”.
Mesmo combatendo o nazismo com rigor, a Alemanha vive sob a ressurgência de grupos terroristas, como a Ku Klux Klan, os Skinheads, as milícias paralelas de extermínio, entre outros. Eles não cessam de reeditar a memória vexaminosa do holocausto que tornou o povo alemão cúmplice do Terceiro Reich no maior extermínio humano da história mundial. O problema é que o clamor e o aviso dessas forças internacionais não chegam à metade da população brasileira que teve suas consciências sequestradas pelo aliciamento neonazista intensificado a partir de 2013.
Conivente com a onda de horror, a grande mídia brasileira, sobretudo os monopólios de televisão, finge não estar vendo a invasão fascista e já trata Bolsonaro como eleito. Seja por intimidação, adesão, omissão, conveniência ou interesses de negócios, a Record, chefiada pelo mercenário bispo Edir Macedo; Globo; Bandeirantes e SBT, todas sabotam os alertas que chegam do exterior ao povo brasileiro, tentando salvá-lo da bolha hipnótica do nazifascismo. E também dos artistas, intelectuais, ativistas poetas, músicos que enviam suas mensagens náufragas na tentativa de salvar o pais das garras do fascismo.
Arnaldo Antunes gravou o compungente “Isto não é um poema”, reunindo numa sintaxe de guerra, em que a poesia se torna impossível, todos os episódios que mancham de sangue vermelho a bandeira nacional e a diversidade do povo brasileiro. Durante o feriadão, uma onda de mensagens vindas de todas as partes do mundo inundou as redes sociais, com a hashtag #BOL卐ONARO, que ganhou o topo mundial do Twitter, acentuando o símbolo da suástica no nome do candidato extremista. Em sua passagem pelo Rio, Roger Waters enfrentou a reação bolsonarista ao projetar Ele Não no palco. E em artigo publicado pela Folha de S. Paulode domingo, Caetano Veloso afirmou que é dever de todo brasileiro fazer algo para evitar a eleição de Bolsonaro, em repúdio a um artigo de Olavo de Carvalho exortando o candidato a destruir totalmente seus opositores enquanto grupos, organizações e até indivíduos, imediatamente após sua posse. “É evidente que todo cidadão brasileiro que mereça esse nome deve agir contra a possibilidade de eleição de Bolsonaro”, afirmou.
Na negligência do dever patriótico das grandes redes de ajudar a eliminar essas práticas criminosas da política, a mídia independente luta sem trégua e descanso contra o perigo, enfrentando sozinha o império robótico das Fake News da campanha do militar reformado pelo Whatsapp. Suas páginas são invadidas dia e noite por um exército de autômatos, muitos deles com perfis também falsos, que não dialogam, não interagem, não argumentam, apenas intimidam, xingam e repetem o bordão de sempre no qual todos que não concordam com o B17 são tachados de “comunistas, maconheiros, vagabundos, corruptos, ladrões, petralhas ou encostados na Lei Rouanet”. Por último, a histeria e a maldade fascistas chegou ao cúmulo de acusar quem apoia o candidato Fernando Haddad, advogado e professor universitário, ex-ministro da Educação, que se opõe ao armamento da população e ao ensino do uso de armas a crianças, de promover prática de pedofilia. Calúnias desse nível, baseadas em montagens grosseiras, continuam circulando nas redes sociais e repetidas pelos fanáticos sem freio, num jogo político dos mais sujos, só comparável às baixarias da campanha contra Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
As “ideias” do militar punido com a reserva nos anos 80 pelo Comando Maior do Exército, por tentar explodir bombas nos quartéis para protestar contra os baixos salários sempre dividiram o seu público, entre aduladores e pessoas horrorizadas com o seu comportamento, desde a vida militar ativa. No início dos anos 90, já no governo Sarney, foi proibido de entrar nos quartéis do Rio de Janeiro em decisão exemplar única na história do Exército Brasileiro, que nunca mais repetiu essa medida com um parlamentar. Acusado de “canalha, covarde e contrabandista” por um oficial e denunciado por ameaças de morte contra uma jornalista, agressões à ex-mulher e a colegas de farda, o capitão Jair Bolsonaro foi banido durante um ano dos quartéis. A justificativa alegava desrespeito à hierarquia das Forças Armadas, intriga, com presença invasiva nos corredores militares para promover campanha política e angariar votos para sua candidatura a deputado federal, conforme reportagem publicada no DCM e nos Jornalistas Livres por Vinícius Segalla, que teve acesso a um dossiê do Exército-Maior das Forças Armadas.
Analisando-se a trajetória de rebeldia e de submissão do capitão ao poderio militar, não há qualquer contradição: fica claro que ele infernizou a vida do Exército sob a égide da Nova República, após a democratização, justamente opondo-se aos que se recolheram para as casernas e decidiram deixar a política para as instituições civis. Em contrapartida, sempre enalteceu os ícones das Forças Armadas que atuaram na ditadura e continuam chamando o golpe de Revolução de 64. Desde sempre Bolsonaro se identificou com a parte mais torpe e inescrupulosa da corporação. Daí vem o culto à imagem dos torturadores, em especial ao seu ídolo general Brilhante Ustra, “o terror da presidente Dilma Rousseff”, como declarou ao dizer sim ao impeachment e dedicá-lo à memória do criminoso que enfiava ratos vivos na vagina de suas vítimas durante as sessões de tortura.
“Uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade”, dizia a máxima de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, que inspira Steve Bannon, o guru da campanha de Bolsonaro e Mourão nas redes sociais. Repetindo calúnias sobre judeus e comunistas, Goebbels inflava o sentimento de superioridade dos alemães em jornais e panfletos. Mas foi usando o rádio e o cinema (dois meios insurgentes que exerciam grande fascínio, como as redes sociais hoje), que o líder mais cruel da humanidade aliciou grandes massas como cúmplices do seu projeto de morte. Valendo-se sempre da mentira contra os seus inimigos, que chamava de fracos e de ratos, ergueu seu mundo insano mentindo também sobre as qualidades dos que considerava fortes e belos, embora ele mesmo estivesse longe de corresponder ao padrão de beleza que vangloriava. Esse sentimento parece estar bem representado nas palavras do general Mourão, o vice do B., ao encerrar uma entrevista a jornalistas no aeroporto de Brasília para atender o neto e o filho que o aguardavam. Apontando para o neto, bem mais claro que ele e o filho, afirmou, como se desculpando pela própria descendência negra: “Meu neto é um cara bonito, viu ali, é o . Valendo-se de propaganda racista e de mensagens subliminares que estimulam o ódio e a xenofobia, incutiu a crença da superioridade ariana no inconsciente alemão com a ajuda da invenção de uma linguagem cinematográfica. No cinema nazista, os militares aparecem sempre filmados de baixo para cima, para ressaltar a supremacia bélica, enquanto os judeus são mergulhados no efeito de inferioridade pela câmera alta.
Adolf Hitler apresentava, porém, uma vantagem sobre Bolsonaro: hábil orador, tinha larga cultura clássica e conhecimento de economia e geopolítica que usou para legitimar seus planos de purificação da raça ariana, com o extermínio de militantes de esquerda, judeus, imigrantes árabes, negros, homossexuais. Muitos estudos foram realizados sobre as relações entre o seu desvario pelo poder e seu caráter ressentido e agressivo com mulheres. Temperamental, explosivo e inculto, Bolsonaro não demonstra cultura mínima para a posição que pretende ocupar ou capacidade de desenvolver uma conversa inteligente. É acusado de fugir dos debates por medo de suas próprias declarações. Afirma coisas como “um afrodescendente não serve nem para procriar”, “claro que as mulheres deveriam ganhar menos porque engravidam”, “preferia ter um filho morto a ter um filho gay”, “ou os trabalhadores precisam escolher entre ter direitos ou emprego” e “não te estupro porque você não merece”, figuram na longa coleção de bestialidades abomináveis. E, no entanto a vítima do oportuno atentado a faca que o feriu gravemente e o premiou com intermináveis atestados médicos é aclamada por uma multidão de seguidores de cujo torpor nem a história, nem a estupidez do próprio líder é capaz de arrancar.
MAS SE NAZISMO É CRIME, COMO PODE UM CANDIDATO QUE FAZ APOLOGIA À TORTURA, A SÍMBOLOS E IDEIAS NAZIFASCISTAS ESTAR SOLTO E AINDA SER CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA?
O que falta acontecer para acordarem os que deveriam zelar para manter o país livre dessa degradação ética, oral, política e social? Como não reagem as instâncias jurídicas e as instituições democráticas brasileiras, o STF, a OAB, o Senado, a Câmara Federal, os partidos, o próprio PT, a própria Frente Unificada Haddad Manuela para impedir que a besta se instale no Palácio do Planalto do maior país da América Latina? A ascensão pelo voto de um presidente que prega a violência nazista num país com as dimensões e importância do Brasil seria uma tragédia de proporções não só continentais, para a América Latina, mas para toda a democracia ocidental, como apontou o jornalista Pepe Escobar, em artigo publicado no sábado pelos Jornalistas Livres. Equivaleria ao lançamento de uma bomba atômica no século XXI. Mas parece que muito tarde acordamos de um sono comatoso, com a ilusão de que esse passado de horrores estava encerrado no século XX.
Enquanto isso, o nazifascismo ressurge assustador na promessa da sinistra dinastia Bolsonaro, com sua fábrica de ogros fazendo já centenas de vítimas em via pública, onde a ordem de extermínio já está dada. Enquanto o bolsonarismo está livre para inocular no seio do povo brasileiro o vírus da sua ideologia de morte, negros, gays, trans, mulheres, estudantes, nordestinos são abatidos nas ruas feito animais antes mesmo do segundo turno. O símbolo da suástica sobe as paredes das universidades brasileiras, igrejas e muros de escolas. Também é marcado a ferro e fogo, como gado, na lateral do abdômen da estudante de 19 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Acrescentada dos ingredientes do neoliberalismo, a droga nazista parte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde refaz a volta cruel da história, acordando a herança ancestral do hitlerismo. O Partido Nazista fez mais adeptos no Sul do que em qualquer outra região do Brasil, como mostra o documentário Anauê! o integralismo e o nazismo na região de Blumenau, do cineasta Zeca Pires. Santa Catarina chegou a ter 45 mil simpatizantes, quase um terço do total no Brasil. Ainda no ano passado, grupos extremistas foram presos e investigados por comemorar o aniversário do Führer, um advogado negro recebeu ameaça de morte e a cidade acordou pichada de símbolos e cartazes com símbolos da suástica e cruz de celta ou cruz de ferro.
Se antes o vírus nazista ficava restrito à Região Sul, a campanha Bolsonaro inoculou-o no inconsciente de grupos espalhados por todo o Brasil, de modo que hoje o ódio racista não poupa classe, nem idade, nem cor. Negros são esfaqueados por negros, nordestinos humilhados por nordestinos. Está no cerne do nazismo semear a discórdia entre os povos, as etnias, os gêneros para manter o poder do dominador. E um povo antes considerado no mundo inteiro como relativamente pacífico e amoroso aplaude essas atrocidades aos gritos de “Mito, mito, mito!”. Como disse a filósofa Maria de Lourdes Borges, PhD em Hegel e Kant, no dia seguinte ao primeiro turno das eleições, dormimos no Brasil e acordamos com a sensação de estarna Alemanha de 1945.
Homem de ideias medíocres e insanas, odioso e sedento de poder, Hitler foi, durante longo tempo, ignorado e subestimado em suas pretensões de dominar o mundo até ascender ao comando do Terceiro Reich com amplo apoio popular. De modo muito semelhante, Bolsonaro também foi negligenciado nos quase 30 anos de vida parlamentar em que esteve abrigado em várias siglas de representatividade insignificante. Nesse período, deixou como saldo dois únicos projetos aprovados de agrados à caserna, sempre em benefício dos privilégios militares, que lhe garantiram o apoio inegável dos aparatos de repressão. Ao contrário de Hitler, que usou seu lastro cultural e sua erudição clássica em favor de suas ambições, Bolsonaro representa o culto à ignorância para um povo condicionado a se informar e se formar pelas redes sociais do MBL, Vem pra Rua e da Candidatura “O Brasil acima de tudo”, onde imperam a vulgaridade e o Fake News. Declaradamente dispensa a leitura de livros, despreza a formação superior, combate as instituições universitárias, sobretudo as áreas humanas, em favor da formação tecnicista.
Em meio a propostas parlamentares marcadas pelo ridículo e irrelevância, votou contra todos os direitos trabalhistas, inclusive das empregadas domésticas, feito do qual ele se orgulhou publicamente, selando seu pacto com o empresariado e com as elites brasileiras. Sua principal obra foi, contudo, a disseminação do vírus de uma política baseada no ódio às minorias, no combate aos direitos trabalhistas, na desmoralização das políticas públicas na mentalidade mediana do povo brasileiro. Tudo isso, como na experiência nazista, encoberto por um falso moralismo de quem legitima os atos mais execrados pela moral cristã, como estupro, feminicídio, milícias de extermínio, às quais ele declarou apoio em entrevista, adultério, tortura, prostituição, zoofilia, enfim, violência racial, ambiental, política e de gênero.
À diferença do nazismo alemão e do fascismo italiano, esse projeto é untado por um falso patriotismo que se desintegra ao ser contraposto à fúria bolsonarista pela privatização e entrega para as grandes corporações internacionais das riquezas nacionais: petróleo, energia, biotecnologia, meio ambiente, territórios indígenas, minério, Amazônia. Sem as benesses do nacionalismo europeu, o projeto privatizador de todas as estatais brasileiras, mesmo em áreas estratégicas para a soberania nacional, tende, ao contrário, a criar um Estado fraco, ausente e entregue aos ditames dos impérios estrangeiros.
Mesmo a proposta de garantir a segurança dos cidadãos se mostra uma farsa em favor do comércio da indústria armamentista mundial, há muito tempo empenhado em, através da influência na política, fazer do país um grande mercado consumidor de armas. E como o país pode aumentar o consumo de armas? Obviamente não com políticas de segurança, mas com ideologias que disseminem o ódio e a violência, capazes de justificar a compra de grandes lotes de armas pelo Estado. Todos os indícios desse plano perverso estão dados: desde o primeiro turno, grandes meios de comunicação (El País, Exame, Folha de S. Paulo, Estadão, Valor Econômico, Veja, Uol etc) anunciam o crescimento espantoso da Taurus, indústria gaúcha multinacionalizada, cujas ações nas Bolsas de Valores dispararam na frente de todas as outras com o efeito Bolsonaro durante a campanha eleitoral. O próprio candidato deixa essa mensagem bem explícita ao gravar um vídeo dentro da Taurus em que declara seu amor pelas armas como militar, acaricia o último modelo de um fuzil e promete promover a compra de um reluzente revólver para cada cidadão brasileiro. “Não que eu seja garoto-propaganda da Taurus, mas…”, inicia ele, na gravação de um vídeo tosco do ponto de vista técnico, mas eficiente do ponto de vista semiótico.
Por isso as incontáveis cenas em que Bolsonaro aparece fazendo o gesto da metralhadora ou ensinando crianças a atirar, como diz ter feito com seus filhos desde os cinco anos, não devem ser vistas como bizarrice de um político mentecapto pela esquerda ou brincadeira sem maiores consequências pelos seus seguidores. Outra semelhança com o hitlerismo, esses gestos são ordens subliminares de armamento clandestino das milícias neonazistas plenamente obedecidas por homens e mulheres já saíram às ruas para votar ou para matar. Elas são propagandas muito conscientes do candidato e de seus filhos (irmãos metralha?) para a indústria armamentista que patrocina sua campanha. Cada pose fotográfica com uma arma imaginária que Bolsonaro dispara, seja sorridente ou bradando “vamos metralhar a petralhada do Acre” ou “vamos metralhar a favela da Rocinha como solução final” é um apelo de compra que será reproduzido aos milhões pelos seus seguidores.
A promessa do “pai fascista” de garantir a cada cidadão brasileiro obediente a posse de uma arma esconde outra a evidência: a de que a segurança pública será privatizada nas mãos de cada indivíduo. Com o revólver ele recebe a tarefa de cuidar de sua própria segurança, na base do olho por olho, dente por dente. “Não é apenas a sua segurança, é a sua liberdade. Povo armado é povo livre”, diz o líder no mesmo comercial.
Além do culto as armas, o modus operandi comum com o totalitarismo italiano mais evidente é o uso da bandeira do combate à corrupção como porta de entrada para a violência política. Em todas as experiências contemporâneas, o fascismo se fortalece colando a corrupção na mentalidade das massas como prática da esquerda, ainda que a direita se mostre infinitas vezes mais recorrente nessa prática. No caso brasileiro, o número de parlamentares de direita indiciados ou citados pela Lava-Jato ultrapassa de longe a esquerda, mesmo no caso do PT, que esteve 13 anos no poder, e perde em comparação proporcional ao PSL, um partido muitas vezes menor. Quanto mais à esquerda, menor o índice de corrupção. Mas ainda que a impunidade de inúmeros políticos de direita no Brasil, como Michel Temer, João Rodrigues, Roberto Jefferson (que acaba de anunciar apoio a Bolsonaro), Beto Richa, Aécio Neves ou Zezé Perrela, escancare a hipocrisia dessa bandeira levantada pelos próprios corruptos, a extrema direita se alimenta da ignorância para estalar o seu chicote calunioso no lombo alheio.
Tratada de forma despolitizada e descontextualizada pelos meios de comunicação, o facho da corrupção tem um efeito de obliteração do raciocínio. Ele é capaz de cegar um povo sem formação política, para o qual nada tem um sentido mais simples e concreto do que culpar um político que é chamado de ladrão por um militar. Grande parte da população brasileira só consegue se inserir na discussão política por esse viés. Apresentada como causa estruturante das injustiças sociais e não com efeito da estrutura econômica, baseada na desigualdade social, ela esconde o fato de que a corrupção é a base do capitalismo. Num sistema em que o Estado só existe para manter a exploração das classes trabalhadoras, pois o poder de fato é exercido pelo mercado financeiro, o parlamento se coloca entre o Estado e a sociedade para ser corrompido pelo poder econômico. Desde o seu planejamento financeiro, as grandes empresas destinam em seus orçamentos gordas porcentagens para o pagamento de propinas em troca da aprovação de leis que reforçam os privilégios das elites, alargam os lucros dos bancos, sabotam os direitos trabalhistas, envenenam a alimentação dos brasileiros com produtos cancerígenos, dizimam aldeias indígenas, entregam o petróleo…
Na contramão dessa política de privilégios, a esquerda tem um papel decisivo para que esse jogo de forças perverso seja completamente vitorioso e leve a classe trabalhadora à completa ruína. Por isso ela precisa ser combatida ferozmente pelo nazifascismo em nome da ameaça do comunismo e do socialismo, hoje ironicamente os defensores mais intransigentes do respeito à democracia, enquanto o neoliberalismo não cansa de violá-la. A esquerda precisa ser eliminada porque tem um papel importantíssimo no equilíbrio de forças reconhecido pelas grandes potências da social democracia. Só ela, com sua radicalidade de princípios em favor dos direitos sociais, é capaz de frear a sede de lucro e de destruição de projetos emergentes que conjugam a fórmula explosiva neoliberalismo mais nazifascismo. “Chega de comunismo, acabou PCdoB”, brada em comício no Rio de Janeiro a dupla de deputadas estaduais mais votados, ovacionados por uma multidão ensandecida. São os mesmos que partiram ao meio a placa em homenagem à Marielle Franco, profanando o seu túmulo e assassinando mais uma vez e vereadora negra abatida a tiros por três homens até hoje não identificados.
Quando a esquerda é aniquilada pela calúnia ou repressão a toda forma de ativismo, essa fórmula resulta em líderes truculentos como Rodrigo Deterte, nas Filipinas, Salviani, na Itália, Fujimori, que ainda ameaça o Peru, ou Donald Trump, nos Estados Unidos, entre um conjunto de ditadores insurgentes cuja face mais vulgar é, sem dúvida, Bolsonaro. Um líder impalatável ou “intransponível para a realidade europeia”, para se referir às recentes declarações da principal líder da extrema direita francesa, Marie Le Pen, segundo quem “Bolsonaro diz coisas desagradáveis”. Talvez desagradáveis porque com sua violência grotesca e indisfarçada, que seus seguidores chamam de autenticidade, ele exponha ao mundo a essência mais cruel e verdadeira da sereia nazifacista que ameaça a sobrevivência do Brasil colorido e adorado em todo o mundo e da própria democracia ocidental.
Inflamados pelo discurso de ódio do deputado, seus filhos e outros seguidores, militantes extremistas espalham atacam, matam, estupram, espancam mulheres, negros, gays, trans, estudantes e opositores à candidatura nazista pelo Brasil afora.
A lista do terrorismo é uma amostra do cenário de guerra que espera o país caso Bolsonaro seja eleito. Veja alguns casos publicamente denunciados e notificados.
- CAPOEIRISTA é morto com 12 facadas por militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2y4nMTm
O mestre capoeirista Moa do Katendê foi morto com 12 facadas nas costas, em Salvador (BA), depois de falar que tinha votado em Fernando Haddad.
- MULHER é torturada por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2PtgqzE
As torturas aconteceram dentro de um carro, e as ofensas, além de homofóbicas, também eram racistas.
- MULHER é atacada com barra de ferro por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2RGFQv2
Vocalista foi agredida em passarela de Nova Iguaçu, após responder a ambulantes que a ameaçaram.
- CACHORRO é morto em carreata por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2QuTxfe
O cachorro, de nome Marley, que latiu para uma carreata em apoio a Bolsonaro, que passava pelas ruas de Muniz Ferreira (BA), morreu depois de tomar três tiros disparados por um integrante da carreata que tinha se irritado com os latidos.
- MULHER foi agredida e marcada com suástica por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2A2UdDh
Ela foi agredida por usar a camiseta #elenão.
- JOVEM é agredida por apoiadores de Bolsonaro: https://bit.ly/2Oq81Aj
A mulher foi sofreu violência física e verbal enquanto voltava para casa.
- PROFESSOR é ameaçado de morte por militante de Bolsonaro: https://glo.bo/2INUOvi
O pai de um aluno se sentiu atacado politicamente com a explicação do professor sobre os usos da Lei Rouanet.
- HOMEM é morto em Curitiba por militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2y2Thxd
O assassino, que tinha conhecido o rapaz em um aplicativo de paquera, teria gritado “viva Bolsonaro” depois do crime.
- JORNALISTA é agredida e ameaçada de estupro por militantes de Bolsonaro: https://glo.bo/2ykZUu4
Uma jornalista, em Recife (PE), foi agredida por dois homens ao sair do local de votação. Um deles vestia uma camiseta do Bolsonaro.
- MULHER é brutalmente agredida por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2ydbdFj
As imagens são assustadoras.
- SERVIDORA PÚBLICA foi espancada em Pernambuco após criticar Bolsonaro: http://bit.ly/2ye1SNI
Ela foi agredida por uma mulher que estava numa mesa de apoiadores do capitão reformado.
- MILITANTES de Bolsonaro postam fotos com armas nas urnas: https://bit.ly/2yqQBIY
Um eleitor, usando o cano de uma pistola, digitou e confirmou o número de seu candidato (17) na urna eletrônica. Muito orgulhoso, postou o vídeo nas redes sociais.
- MÃE É AGREDIDA, COM A FILHA, por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2pGhlkQ
Homens, vestidos com roupas de alusão a Bolsonaro, gritaram no rosto da mulher e de sua filha.
- JOVEM É AGREDIDO por militantes de Bolsonaro simplesmente por estar vestindo vermelho: https://bit.ly/2C1ZEDM
O rapaz foi agredido por um grupo de homens por ser de esquerda.
- JOVEM é agredida por militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2IHKViu
Vidro de seu carro foi quebrado e manchas de sangue foram registradas durante carreata no Paraná.
- FUNCIONÁRIA é ameaçada com arma por militantes de Bolsonaro: https://glo.bo/2MAXod0
A mulher relatou ter sido ameaçada com armas de fogo.
- CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO acorda com suásticas e símbolos nazistas em ato de vandalismo: https://bit.ly/2QNmkvD
Os registros foram feitos por uma das vereadoras da cidade.
- PROFESSOR DA USP faz saudação nazista enquanto defendia Bolsonaro: https://bit.ly/2RMPtIv
A saudação foi feita numa discussão pública no Facebook.
- HOMEM com boné vermelho é agredido no Paraná por militantes do Bolsonaro: https://bit.ly/2OjDHHG
Segundo relatos, agressores eram parte de uma torcida organizada e proferiram gritos de apoio ao deputado Jair Bolsonaro.
- LIVROS sobre ditadura foram rasgados na biblioteca da Universidade de Brasília: https://glo.bo/2Qv14KT
Até obras de referência sobre artistas do Renascimento estão sendo alvo de vandalismo.
- PESSOAS são ameaçadas por torcida organizada com gritos homofóbicos: https://bit.ly/2OPiq88
As falas teriam sido “Ô bicharada, toma cuidado/ O Bolsonaro vai matar viado”.
- HOMEM é agredido por motorista de Uber militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2ORmBQT
A agressão começou quando ele respondeu à pergunta do motorista sobre seu posicionamento político.
- MULHER é agredida por integrante de manifestação pró-Bolsonaro: https://bit.ly/2PtgqzE
As rasteiras vieram porque ela não aceitou os adesivos da campanha.
= EDIFÍCIO foi vandalizado por simpatizantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2PtgqzE
Os agressores se irritaram com a bandeira na janela de um apartamento.
- PROFESSORA sofre ofensas raciais de alunos: https://glo.bo/2CaQepI
Os alunos também desenharam uma suástica.
- SUÁSTICAS e outras propagandas neonazistas são registradas em vários bairros de São Paulo: https://bit.ly/2CCOciX
Na manhã deste domingo (14/10) a Capela da Igreja Católica de São Pedro da Serra, em Friburgo (RJ), amanheceu pichada com símbolos da suástica, como provável resposta ao encontro mantido pelo candidato Fernando Haddad com a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil. O fato coroou de horror a onda de violência na semana em que bolsonaristas assassinaram o mestre baiano Moa do Katendê, agrediram e marcaram uma estudante gaúcha de 19 anos com a suástica na barriga porque vestia uma camiseta do Ele Não.
A identificação do candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) com o neonazismo fica a cada dia mais escancarada e assumida, desde o seu slogan de campanha. “Brasil acima de tudo” é o plágio criminoso de “Deutschland Über Alles”, que significa “Alemanha acima de tudo”. Submetidos à lavagem cerebral da propaganda nazista, os alemães bradavam com ardor patriótico, a mão direita sobre o peito ou a o braço erguido, o lema dessa política de terror que levou o mundo à Segunda Guerra Mundial e exterminou mais de seis milhões de judeus e de cinco milhões de não-judeus.
A segunda parte do bordão, “Deus acima de tudo”, também era inscrita na fivela dos soldados do Exército Nazista. O refrão integrou inclusive o Hino Nacional da Alemanha até ser suprimido no final da guerra. Católico de batismo, Hitler se esforçava para demonstrar fervor religioso. Em muitas imagens do período de guerra ele aparece apertando a mão de um padre durante um discurso, ou marchando à frente de um pelotão de padres que o seguia fazendo o sinal nazista. Indícios de prática e incentivo a essa ideologia proscrita da civilização vão, contudo, bem além do slogan da campanha eleitoral bolsonarista. O mais espantoso é que essa contravenção política siga em frente sem ser ao menos interpelada.
Às vésperas do segundo turno, as referências explícitas ao nazismo do candidato que obteve 46% dos votos válidos já escandalizam o mundo e provocam reações de indignação de outros países. A justiça brasileira, porém, finge não perceber o que está acontecendo, embora a exaltação ao nazismo seja crime inafiançável no Brasil, assim como em qualquer país signatário das Nações Unidas e da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O avanço inexplicável do candidato no primeiro turno, aliás, se sustenta na doutrinação nazista intensificada há cerca de cinco anos, com o ataque à política de direitos humanos, como se ela, e não a intolerância, fosse responsável pela violência no país. A violação do mais importante legado da civilização ocidental encontra sua síntese perfeita na declaração de Bolsonaro de que “as minorias terão que se curvar às maiorias”. Essa máxima da filosofia do holocausto, proferida num comício realizado em Campina Grande, na Paraíba, levou ao delírio uma multidão aos gritos de “mito, mito, mito!”
Sobretudo na Alemanha e Europa, que foram inteiramente destruídas pela demência de Hitler, a presença de um candidato com esse nível de ameaça à justiça, à paz social e aos direitos humanos causa neste momento pavor e perplexidade. Neste sábado (13/10), a Alemanha anunciou que caso o candidato seja eleito, vai romper unilateralmente as relações comerciais com o Brasil e a tendência é o mesmo ser seguida por outros países democratas. Trata-se da potência com mais investimentos de multinacionais no Brasil, como a Volkswagen, Mercedes e Siemens. Segundo a presidente do Grupo Parlamentar Teuto-Brasileiro, Yasmin Fahimi, a possível eleição de Jair Bolsonaro pode impedir uma retomada da parceria estratégica fundamental para a já combalida economia brasileira. Declarou ela:
“O BRASIL ESTÁ À BEIRA DE UMA GRANDE RUPTURA. FICAMOS CHOCADOS COMO O FATO DE QUE, COM JAIR BOLSONARO, UMA PESSOA QUE TORNOU SOCIALMENTE ACEITÁVEL UM DISCURSO DE ÓDIO TENHA CHEGADO À LIDERANÇA. DO LADO ALEMÃO, NÃO VEJO NENHUMA BASE PARA UMA PARCERIA ESTRATÉGICA COM UM PRESIDENTE COMO BOLSONARO”.
Mesmo combatendo o nazismo com rigor, a Alemanha vive sob a ressurgência de grupos terroristas, como a Ku Klux Klan, os Skinheads, as milícias paralelas de extermínio, entre outros. Eles não cessam de reeditar a memória vexaminosa do holocausto que tornou o povo alemão cúmplice do Terceiro Reich no maior extermínio humano da história mundial. O problema é que o clamor e o aviso dessas forças internacionais não chegam à metade da população brasileira que teve suas consciências sequestradas pelo aliciamento neonazista intensificado a partir de 2013.
Conivente com a onda de horror, a grande mídia brasileira, sobretudo os monopólios de televisão, finge não estar vendo a invasão fascista e já trata Bolsonaro como eleito. Seja por intimidação, adesão, omissão, conveniência ou interesses de negócios, a Record, chefiada pelo mercenário bispo Edir Macedo; Globo; Bandeirantes e SBT, todas sabotam os alertas que chegam do exterior ao povo brasileiro, tentando salvá-lo da bolha hipnótica do nazifascismo. E também dos artistas, intelectuais, ativistas poetas, músicos que enviam suas mensagens náufragas na tentativa de salvar o pais das garras do fascismo.
Arnaldo Antunes gravou o compungente “Isto não é um poema”, reunindo numa sintaxe de guerra, em que a poesia se torna impossível, todos os episódios que mancham de sangue vermelho a bandeira nacional e a diversidade do povo brasileiro. Durante o feriadão, uma onda de mensagens vindas de todas as partes do mundo inundou as redes sociais, com a hashtag #BOL卐ONARO, que ganhou o topo mundial do Twitter, acentuando o símbolo da suástica no nome do candidato extremista. Em sua passagem pelo Rio, Roger Waters enfrentou a reação bolsonarista ao projetar Ele Não no palco. E em artigo publicado pela Folha de S. Paulode domingo, Caetano Veloso afirmou que é dever de todo brasileiro fazer algo para evitar a eleição de Bolsonaro, em repúdio a um artigo de Olavo de Carvalho exortando o candidato a destruir totalmente seus opositores enquanto grupos, organizações e até indivíduos, imediatamente após sua posse. “É evidente que todo cidadão brasileiro que mereça esse nome deve agir contra a possibilidade de eleição de Bolsonaro”, afirmou.
Na negligência do dever patriótico das grandes redes de ajudar a eliminar essas práticas criminosas da política, a mídia independente luta sem trégua e descanso contra o perigo, enfrentando sozinha o império robótico das Fake News da campanha do militar reformado pelo Whatsapp. Suas páginas são invadidas dia e noite por um exército de autômatos, muitos deles com perfis também falsos, que não dialogam, não interagem, não argumentam, apenas intimidam, xingam e repetem o bordão de sempre no qual todos que não concordam com o B17 são tachados de “comunistas, maconheiros, vagabundos, corruptos, ladrões, petralhas ou encostados na Lei Rouanet”. Por último, a histeria e a maldade fascistas chegou ao cúmulo de acusar quem apoia o candidato Fernando Haddad, advogado e professor universitário, ex-ministro da Educação, que se opõe ao armamento da população e ao ensino do uso de armas a crianças, de promover prática de pedofilia. Calúnias desse nível, baseadas em montagens grosseiras, continuam circulando nas redes sociais e repetidas pelos fanáticos sem freio, num jogo político dos mais sujos, só comparável às baixarias da campanha contra Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
As “ideias” do militar punido com a reserva nos anos 80 pelo Comando Maior do Exército, por tentar explodir bombas nos quartéis para protestar contra os baixos salários sempre dividiram o seu público, entre aduladores e pessoas horrorizadas com o seu comportamento, desde a vida militar ativa. No início dos anos 90, já no governo Sarney, foi proibido de entrar nos quartéis do Rio de Janeiro em decisão exemplar única na história do Exército Brasileiro, que nunca mais repetiu essa medida com um parlamentar. Acusado de “canalha, covarde e contrabandista” por um oficial e denunciado por ameaças de morte contra uma jornalista, agressões à ex-mulher e a colegas de farda, o capitão Jair Bolsonaro foi banido durante um ano dos quartéis. A justificativa alegava desrespeito à hierarquia das Forças Armadas, intriga, com presença invasiva nos corredores militares para promover campanha política e angariar votos para sua candidatura a deputado federal, conforme reportagem publicada no DCM e nos Jornalistas Livres por Vinícius Segalla, que teve acesso a um dossiê do Exército-Maior das Forças Armadas.
Analisando-se a trajetória de rebeldia e de submissão do capitão ao poderio militar, não há qualquer contradição: fica claro que ele infernizou a vida do Exército sob a égide da Nova República, após a democratização, justamente opondo-se aos que se recolheram para as casernas e decidiram deixar a política para as instituições civis. Em contrapartida, sempre enalteceu os ícones das Forças Armadas que atuaram na ditadura e continuam chamando o golpe de Revolução de 64. Desde sempre Bolsonaro se identificou com a parte mais torpe e inescrupulosa da corporação. Daí vem o culto à imagem dos torturadores, em especial ao seu ídolo general Brilhante Ustra, “o terror da presidente Dilma Rousseff”, como declarou ao dizer sim ao impeachment e dedicá-lo à memória do criminoso que enfiava ratos vivos na vagina de suas vítimas durante as sessões de tortura.
“Uma mentira repetida muitas vezes torna-se uma verdade”, dizia a máxima de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler, que inspira Steve Bannon, o guru da campanha de Bolsonaro e Mourão nas redes sociais. Repetindo calúnias sobre judeus e comunistas, Goebbels inflava o sentimento de superioridade dos alemães em jornais e panfletos. Mas foi usando o rádio e o cinema (dois meios insurgentes que exerciam grande fascínio, como as redes sociais hoje), que o líder mais cruel da humanidade aliciou grandes massas como cúmplices do seu projeto de morte. Valendo-se sempre da mentira contra os seus inimigos, que chamava de fracos e de ratos, ergueu seu mundo insano mentindo também sobre as qualidades dos que considerava fortes e belos, embora ele mesmo estivesse longe de corresponder ao padrão de beleza que vangloriava. Esse sentimento parece estar bem representado nas palavras do general Mourão, o vice do B., ao encerrar uma entrevista a jornalistas no aeroporto de Brasília para atender o neto e o filho que o aguardavam. Apontando para o neto, bem mais claro que ele e o filho, afirmou, como se desculpando pela própria descendência negra: “Meu neto é um cara bonito, viu ali, é o . Valendo-se de propaganda racista e de mensagens subliminares que estimulam o ódio e a xenofobia, incutiu a crença da superioridade ariana no inconsciente alemão com a ajuda da invenção de uma linguagem cinematográfica. No cinema nazista, os militares aparecem sempre filmados de baixo para cima, para ressaltar a supremacia bélica, enquanto os judeus são mergulhados no efeito de inferioridade pela câmera alta.
Adolf Hitler apresentava, porém, uma vantagem sobre Bolsonaro: hábil orador, tinha larga cultura clássica e conhecimento de economia e geopolítica que usou para legitimar seus planos de purificação da raça ariana, com o extermínio de militantes de esquerda, judeus, imigrantes árabes, negros, homossexuais. Muitos estudos foram realizados sobre as relações entre o seu desvario pelo poder e seu caráter ressentido e agressivo com mulheres. Temperamental, explosivo e inculto, Bolsonaro não demonstra cultura mínima para a posição que pretende ocupar ou capacidade de desenvolver uma conversa inteligente. É acusado de fugir dos debates por medo de suas próprias declarações. Afirma coisas como “um afrodescendente não serve nem para procriar”, “claro que as mulheres deveriam ganhar menos porque engravidam”, “preferia ter um filho morto a ter um filho gay”, “ou os trabalhadores precisam escolher entre ter direitos ou emprego” e “não te estupro porque você não merece”, figuram na longa coleção de bestialidades abomináveis. E, no entanto a vítima do oportuno atentado a faca que o feriu gravemente e o premiou com intermináveis atestados médicos é aclamada por uma multidão de seguidores de cujo torpor nem a história, nem a estupidez do próprio líder é capaz de arrancar.
MAS SE NAZISMO É CRIME, COMO PODE UM CANDIDATO QUE FAZ APOLOGIA À TORTURA, A SÍMBOLOS E IDEIAS NAZIFASCISTAS ESTAR SOLTO E AINDA SER CANDIDATO A PRESIDENTE DA REPÚBLICA?
O que falta acontecer para acordarem os que deveriam zelar para manter o país livre dessa degradação ética, oral, política e social? Como não reagem as instâncias jurídicas e as instituições democráticas brasileiras, o STF, a OAB, o Senado, a Câmara Federal, os partidos, o próprio PT, a própria Frente Unificada Haddad Manuela para impedir que a besta se instale no Palácio do Planalto do maior país da América Latina? A ascensão pelo voto de um presidente que prega a violência nazista num país com as dimensões e importância do Brasil seria uma tragédia de proporções não só continentais, para a América Latina, mas para toda a democracia ocidental, como apontou o jornalista Pepe Escobar, em artigo publicado no sábado pelos Jornalistas Livres. Equivaleria ao lançamento de uma bomba atômica no século XXI. Mas parece que muito tarde acordamos de um sono comatoso, com a ilusão de que esse passado de horrores estava encerrado no século XX.
Enquanto isso, o nazifascismo ressurge assustador na promessa da sinistra dinastia Bolsonaro, com sua fábrica de ogros fazendo já centenas de vítimas em via pública, onde a ordem de extermínio já está dada. Enquanto o bolsonarismo está livre para inocular no seio do povo brasileiro o vírus da sua ideologia de morte, negros, gays, trans, mulheres, estudantes, nordestinos são abatidos nas ruas feito animais antes mesmo do segundo turno. O símbolo da suástica sobe as paredes das universidades brasileiras, igrejas e muros de escolas. Também é marcado a ferro e fogo, como gado, na lateral do abdômen da estudante de 19 anos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Acrescentada dos ingredientes do neoliberalismo, a droga nazista parte do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde refaz a volta cruel da história, acordando a herança ancestral do hitlerismo. O Partido Nazista fez mais adeptos no Sul do que em qualquer outra região do Brasil, como mostra o documentário Anauê! o integralismo e o nazismo na região de Blumenau, do cineasta Zeca Pires. Santa Catarina chegou a ter 45 mil simpatizantes, quase um terço do total no Brasil. Ainda no ano passado, grupos extremistas foram presos e investigados por comemorar o aniversário do Führer, um advogado negro recebeu ameaça de morte e a cidade acordou pichada de símbolos e cartazes com símbolos da suástica e cruz de celta ou cruz de ferro.
Se antes o vírus nazista ficava restrito à Região Sul, a campanha Bolsonaro inoculou-o no inconsciente de grupos espalhados por todo o Brasil, de modo que hoje o ódio racista não poupa classe, nem idade, nem cor. Negros são esfaqueados por negros, nordestinos humilhados por nordestinos. Está no cerne do nazismo semear a discórdia entre os povos, as etnias, os gêneros para manter o poder do dominador. E um povo antes considerado no mundo inteiro como relativamente pacífico e amoroso aplaude essas atrocidades aos gritos de “Mito, mito, mito!”. Como disse a filósofa Maria de Lourdes Borges, PhD em Hegel e Kant, no dia seguinte ao primeiro turno das eleições, dormimos no Brasil e acordamos com a sensação de estarna Alemanha de 1945.
Homem de ideias medíocres e insanas, odioso e sedento de poder, Hitler foi, durante longo tempo, ignorado e subestimado em suas pretensões de dominar o mundo até ascender ao comando do Terceiro Reich com amplo apoio popular. De modo muito semelhante, Bolsonaro também foi negligenciado nos quase 30 anos de vida parlamentar em que esteve abrigado em várias siglas de representatividade insignificante. Nesse período, deixou como saldo dois únicos projetos aprovados de agrados à caserna, sempre em benefício dos privilégios militares, que lhe garantiram o apoio inegável dos aparatos de repressão. Ao contrário de Hitler, que usou seu lastro cultural e sua erudição clássica em favor de suas ambições, Bolsonaro representa o culto à ignorância para um povo condicionado a se informar e se formar pelas redes sociais do MBL, Vem pra Rua e da Candidatura “O Brasil acima de tudo”, onde imperam a vulgaridade e o Fake News. Declaradamente dispensa a leitura de livros, despreza a formação superior, combate as instituições universitárias, sobretudo as áreas humanas, em favor da formação tecnicista.
Em meio a propostas parlamentares marcadas pelo ridículo e irrelevância, votou contra todos os direitos trabalhistas, inclusive das empregadas domésticas, feito do qual ele se orgulhou publicamente, selando seu pacto com o empresariado e com as elites brasileiras. Sua principal obra foi, contudo, a disseminação do vírus de uma política baseada no ódio às minorias, no combate aos direitos trabalhistas, na desmoralização das políticas públicas na mentalidade mediana do povo brasileiro. Tudo isso, como na experiência nazista, encoberto por um falso moralismo de quem legitima os atos mais execrados pela moral cristã, como estupro, feminicídio, milícias de extermínio, às quais ele declarou apoio em entrevista, adultério, tortura, prostituição, zoofilia, enfim, violência racial, ambiental, política e de gênero.
À diferença do nazismo alemão e do fascismo italiano, esse projeto é untado por um falso patriotismo que se desintegra ao ser contraposto à fúria bolsonarista pela privatização e entrega para as grandes corporações internacionais das riquezas nacionais: petróleo, energia, biotecnologia, meio ambiente, territórios indígenas, minério, Amazônia. Sem as benesses do nacionalismo europeu, o projeto privatizador de todas as estatais brasileiras, mesmo em áreas estratégicas para a soberania nacional, tende, ao contrário, a criar um Estado fraco, ausente e entregue aos ditames dos impérios estrangeiros.
Mesmo a proposta de garantir a segurança dos cidadãos se mostra uma farsa em favor do comércio da indústria armamentista mundial, há muito tempo empenhado em, através da influência na política, fazer do país um grande mercado consumidor de armas. E como o país pode aumentar o consumo de armas? Obviamente não com políticas de segurança, mas com ideologias que disseminem o ódio e a violência, capazes de justificar a compra de grandes lotes de armas pelo Estado. Todos os indícios desse plano perverso estão dados: desde o primeiro turno, grandes meios de comunicação (El País, Exame, Folha de S. Paulo, Estadão, Valor Econômico, Veja, Uol etc) anunciam o crescimento espantoso da Taurus, indústria gaúcha multinacionalizada, cujas ações nas Bolsas de Valores dispararam na frente de todas as outras com o efeito Bolsonaro durante a campanha eleitoral. O próprio candidato deixa essa mensagem bem explícita ao gravar um vídeo dentro da Taurus em que declara seu amor pelas armas como militar, acaricia o último modelo de um fuzil e promete promover a compra de um reluzente revólver para cada cidadão brasileiro. “Não que eu seja garoto-propaganda da Taurus, mas…”, inicia ele, na gravação de um vídeo tosco do ponto de vista técnico, mas eficiente do ponto de vista semiótico.
Por isso as incontáveis cenas em que Bolsonaro aparece fazendo o gesto da metralhadora ou ensinando crianças a atirar, como diz ter feito com seus filhos desde os cinco anos, não devem ser vistas como bizarrice de um político mentecapto pela esquerda ou brincadeira sem maiores consequências pelos seus seguidores. Outra semelhança com o hitlerismo, esses gestos são ordens subliminares de armamento clandestino das milícias neonazistas plenamente obedecidas por homens e mulheres já saíram às ruas para votar ou para matar. Elas são propagandas muito conscientes do candidato e de seus filhos (irmãos metralha?) para a indústria armamentista que patrocina sua campanha. Cada pose fotográfica com uma arma imaginária que Bolsonaro dispara, seja sorridente ou bradando “vamos metralhar a petralhada do Acre” ou “vamos metralhar a favela da Rocinha como solução final” é um apelo de compra que será reproduzido aos milhões pelos seus seguidores.
A promessa do “pai fascista” de garantir a cada cidadão brasileiro obediente a posse de uma arma esconde outra a evidência: a de que a segurança pública será privatizada nas mãos de cada indivíduo. Com o revólver ele recebe a tarefa de cuidar de sua própria segurança, na base do olho por olho, dente por dente. “Não é apenas a sua segurança, é a sua liberdade. Povo armado é povo livre”, diz o líder no mesmo comercial.
Além do culto as armas, o modus operandi comum com o totalitarismo italiano mais evidente é o uso da bandeira do combate à corrupção como porta de entrada para a violência política. Em todas as experiências contemporâneas, o fascismo se fortalece colando a corrupção na mentalidade das massas como prática da esquerda, ainda que a direita se mostre infinitas vezes mais recorrente nessa prática. No caso brasileiro, o número de parlamentares de direita indiciados ou citados pela Lava-Jato ultrapassa de longe a esquerda, mesmo no caso do PT, que esteve 13 anos no poder, e perde em comparação proporcional ao PSL, um partido muitas vezes menor. Quanto mais à esquerda, menor o índice de corrupção. Mas ainda que a impunidade de inúmeros políticos de direita no Brasil, como Michel Temer, João Rodrigues, Roberto Jefferson (que acaba de anunciar apoio a Bolsonaro), Beto Richa, Aécio Neves ou Zezé Perrela, escancare a hipocrisia dessa bandeira levantada pelos próprios corruptos, a extrema direita se alimenta da ignorância para estalar o seu chicote calunioso no lombo alheio.
Tratada de forma despolitizada e descontextualizada pelos meios de comunicação, o facho da corrupção tem um efeito de obliteração do raciocínio. Ele é capaz de cegar um povo sem formação política, para o qual nada tem um sentido mais simples e concreto do que culpar um político que é chamado de ladrão por um militar. Grande parte da população brasileira só consegue se inserir na discussão política por esse viés. Apresentada como causa estruturante das injustiças sociais e não com efeito da estrutura econômica, baseada na desigualdade social, ela esconde o fato de que a corrupção é a base do capitalismo. Num sistema em que o Estado só existe para manter a exploração das classes trabalhadoras, pois o poder de fato é exercido pelo mercado financeiro, o parlamento se coloca entre o Estado e a sociedade para ser corrompido pelo poder econômico. Desde o seu planejamento financeiro, as grandes empresas destinam em seus orçamentos gordas porcentagens para o pagamento de propinas em troca da aprovação de leis que reforçam os privilégios das elites, alargam os lucros dos bancos, sabotam os direitos trabalhistas, envenenam a alimentação dos brasileiros com produtos cancerígenos, dizimam aldeias indígenas, entregam o petróleo…
Na contramão dessa política de privilégios, a esquerda tem um papel decisivo para que esse jogo de forças perverso seja completamente vitorioso e leve a classe trabalhadora à completa ruína. Por isso ela precisa ser combatida ferozmente pelo nazifascismo em nome da ameaça do comunismo e do socialismo, hoje ironicamente os defensores mais intransigentes do respeito à democracia, enquanto o neoliberalismo não cansa de violá-la. A esquerda precisa ser eliminada porque tem um papel importantíssimo no equilíbrio de forças reconhecido pelas grandes potências da social democracia. Só ela, com sua radicalidade de princípios em favor dos direitos sociais, é capaz de frear a sede de lucro e de destruição de projetos emergentes que conjugam a fórmula explosiva neoliberalismo mais nazifascismo. “Chega de comunismo, acabou PCdoB”, brada em comício no Rio de Janeiro a dupla de deputadas estaduais mais votados, ovacionados por uma multidão ensandecida. São os mesmos que partiram ao meio a placa em homenagem à Marielle Franco, profanando o seu túmulo e assassinando mais uma vez e vereadora negra abatida a tiros por três homens até hoje não identificados.
Quando a esquerda é aniquilada pela calúnia ou repressão a toda forma de ativismo, essa fórmula resulta em líderes truculentos como Rodrigo Deterte, nas Filipinas, Salviani, na Itália, Fujimori, que ainda ameaça o Peru, ou Donald Trump, nos Estados Unidos, entre um conjunto de ditadores insurgentes cuja face mais vulgar é, sem dúvida, Bolsonaro. Um líder impalatável ou “intransponível para a realidade europeia”, para se referir às recentes declarações da principal líder da extrema direita francesa, Marie Le Pen, segundo quem “Bolsonaro diz coisas desagradáveis”. Talvez desagradáveis porque com sua violência grotesca e indisfarçada, que seus seguidores chamam de autenticidade, ele exponha ao mundo a essência mais cruel e verdadeira da sereia nazifacista que ameaça a sobrevivência do Brasil colorido e adorado em todo o mundo e da própria democracia ocidental.
Inflamados pelo discurso de ódio do deputado, seus filhos e outros seguidores, militantes extremistas espalham atacam, matam, estupram, espancam mulheres, negros, gays, trans, estudantes e opositores à candidatura nazista pelo Brasil afora.
A lista do terrorismo é uma amostra do cenário de guerra que espera o país caso Bolsonaro seja eleito. Veja alguns casos publicamente denunciados e notificados.
- CAPOEIRISTA é morto com 12 facadas por militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2y4nMTm
O mestre capoeirista Moa do Katendê foi morto com 12 facadas nas costas, em Salvador (BA), depois de falar que tinha votado em Fernando Haddad.
- MULHER é torturada por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2PtgqzE
As torturas aconteceram dentro de um carro, e as ofensas, além de homofóbicas, também eram racistas.
- MULHER é atacada com barra de ferro por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2RGFQv2
Vocalista foi agredida em passarela de Nova Iguaçu, após responder a ambulantes que a ameaçaram.
- CACHORRO é morto em carreata por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2QuTxfe
O cachorro, de nome Marley, que latiu para uma carreata em apoio a Bolsonaro, que passava pelas ruas de Muniz Ferreira (BA), morreu depois de tomar três tiros disparados por um integrante da carreata que tinha se irritado com os latidos.
- MULHER foi agredida e marcada com suástica por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2A2UdDh
Ela foi agredida por usar a camiseta #elenão.
- JOVEM é agredida por apoiadores de Bolsonaro: https://bit.ly/2Oq81Aj
A mulher foi sofreu violência física e verbal enquanto voltava para casa.
- PROFESSOR é ameaçado de morte por militante de Bolsonaro: https://glo.bo/2INUOvi
O pai de um aluno se sentiu atacado politicamente com a explicação do professor sobre os usos da Lei Rouanet.
- HOMEM é morto em Curitiba por militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2y2Thxd
O assassino, que tinha conhecido o rapaz em um aplicativo de paquera, teria gritado “viva Bolsonaro” depois do crime.
- JORNALISTA é agredida e ameaçada de estupro por militantes de Bolsonaro: https://glo.bo/2ykZUu4
Uma jornalista, em Recife (PE), foi agredida por dois homens ao sair do local de votação. Um deles vestia uma camiseta do Bolsonaro.
- MULHER é brutalmente agredida por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2ydbdFj
As imagens são assustadoras.
- SERVIDORA PÚBLICA foi espancada em Pernambuco após criticar Bolsonaro: http://bit.ly/2ye1SNI
Ela foi agredida por uma mulher que estava numa mesa de apoiadores do capitão reformado.
- MILITANTES de Bolsonaro postam fotos com armas nas urnas: https://bit.ly/2yqQBIY
Um eleitor, usando o cano de uma pistola, digitou e confirmou o número de seu candidato (17) na urna eletrônica. Muito orgulhoso, postou o vídeo nas redes sociais.
- MÃE É AGREDIDA, COM A FILHA, por militantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2pGhlkQ
Homens, vestidos com roupas de alusão a Bolsonaro, gritaram no rosto da mulher e de sua filha.
- JOVEM É AGREDIDO por militantes de Bolsonaro simplesmente por estar vestindo vermelho: https://bit.ly/2C1ZEDM
O rapaz foi agredido por um grupo de homens por ser de esquerda.
- JOVEM é agredida por militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2IHKViu
Vidro de seu carro foi quebrado e manchas de sangue foram registradas durante carreata no Paraná.
- FUNCIONÁRIA é ameaçada com arma por militantes de Bolsonaro: https://glo.bo/2MAXod0
A mulher relatou ter sido ameaçada com armas de fogo.
- CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO PAULO acorda com suásticas e símbolos nazistas em ato de vandalismo: https://bit.ly/2QNmkvD
Os registros foram feitos por uma das vereadoras da cidade.
- PROFESSOR DA USP faz saudação nazista enquanto defendia Bolsonaro: https://bit.ly/2RMPtIv
A saudação foi feita numa discussão pública no Facebook.
- HOMEM com boné vermelho é agredido no Paraná por militantes do Bolsonaro: https://bit.ly/2OjDHHG
Segundo relatos, agressores eram parte de uma torcida organizada e proferiram gritos de apoio ao deputado Jair Bolsonaro.
- LIVROS sobre ditadura foram rasgados na biblioteca da Universidade de Brasília: https://glo.bo/2Qv14KT
Até obras de referência sobre artistas do Renascimento estão sendo alvo de vandalismo.
- PESSOAS são ameaçadas por torcida organizada com gritos homofóbicos: https://bit.ly/2OPiq88
As falas teriam sido “Ô bicharada, toma cuidado/ O Bolsonaro vai matar viado”.
- HOMEM é agredido por motorista de Uber militante de Bolsonaro: https://bit.ly/2ORmBQT
A agressão começou quando ele respondeu à pergunta do motorista sobre seu posicionamento político.
- MULHER é agredida por integrante de manifestação pró-Bolsonaro: https://bit.ly/2PtgqzE
As rasteiras vieram porque ela não aceitou os adesivos da campanha.
= EDIFÍCIO foi vandalizado por simpatizantes de Bolsonaro: https://bit.ly/2PtgqzE
Os agressores se irritaram com a bandeira na janela de um apartamento.
- PROFESSORA sofre ofensas raciais de alunos: https://glo.bo/2CaQepI
Os alunos também desenharam uma suástica.
- SUÁSTICAS e outras propagandas neonazistas são registradas em vários bairros de São Paulo: https://bit.ly/2CCOciX
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