Por Fábio Dias Ribeiro Elste, no site Jornalistas Livres:
Corrupção é
O sobrenome Bolsonaro parece estar no centro de um escândalo sem precedentes na história brasileira. O governo de Jair Bolsonaro já mostra sinais de desgaste com pouco mais de um mês no poder, e tudo graças ao escândalo originado pelo relatório do COAF (Conselho de Atividades Financeiras). A “Folha” publicou, ainda em dezembro de 2018, a reportagem sobre o relatório do órgão.
Ver mais: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/coaf-aponta-movimentacao-atipica-de-ex-assessor-de-flavio-bolsonaro.shtml e o jornal espanhol “El país” recentemente foi mais direto: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/19/politica/1547855965_283326.html.
A pressão de parte da velha mídia convencional, capitaneada pela “Folha de S. Paulo” e pelo “Grupo Globo”, alijados de vultosas verbas publicitárias, tem provocado rachaduras na imagem de “caçadores de corruptos”, aqui incluídos a família Bolsonaro e o ícone da nova direita, Sérgio Moro.
O Ministro da Justiça no Governo do principal beneficiário de sua atuação, quando era Juiz Federal em Curitiba, está cada vez mais desmoralizado pelo “queirozão”. Os fortes indícios de um lucrativo esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro e sua curiosa falta de posicionamento, que era regra contra o PT e Lula, estão desmanchando a fama de intolerante contra corrupção, construída com muito autoritarismo.
Milícias
Mas o relatório do COAF causou um estrago ainda maior: expôs o envolvimento de Queiroz com as milícias do Rio, bem como do próprio senador eleito Flávio Bolsonaro, já que empregava em seu gabinete a mãe e a companheira do suspeito de ser o principal líder do “escritório do crime”, Adriano da Nóbrega. Elas também teriam depositado dinheiro na conta de Queiroz. Além disso, Flávio Bolsonaro indicou Nóbrega para uma menção honrosa em 2004, mesma homenagem que prestou para outro suspeito de ser um dos líderes milicianos.
Flávio Bolsonaro, recém empossado senador, enquanto era deputado estadual no Rio,chegou a dizer, em sua conta no Twitter, que a juíza de direito Patrícia Acioli, morta por julgar e mandar para a prisão diversos policiais ligados a grupos de extermínio, era culpada por “colecionar inimigos”.
Flávio disse que Acioli tinha costume de “humilhar gratuitamente réus”. Para o deputado, a magistrada impunha aos acusados atitudes de humilhação, chamando-os de vagabundos, adjetivo que a família Bolsonaro usa com frequência para se referir a pretos e pobres, quando são presos.
O próprio presidente Jair Bolsonaro, em 2003, chegou a parabenizar a atuação dos grupos de extermínios (assassinatos cometidos pelas milícias) , já que não há pena de morte no Brasil. O discurso pode ser visto no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=RDk7H3rjYm4.
O jornalista Glenn Greenwald, principal repórter do “The Intercept”, acaba de lançar um reportagem sobre o tema, detalhando o escândalo, mas tem sido alvo de bots pró-Bolsonaro, para evitar que o vídeo receba evidência no YouTube.
Máfia
Outras Nações já enfrentaram problemas semelhantes, através do envolvimento de agentes públicos com a corrupção e outros crimes ainda mais graves. Na Rússia, pós-dissolução da URSS, a máfia cooptou muitos membros da KGB e do exército e infiltrou seus membros em muitos países, para obter negócios extremamente lucrativos e sofisticados. Veja mais: https://super.abril.com.br/historia/czares-da-mafia/
Seremos os próximos a conviver com uma estrutura política tomada por assassinos de aluguel e pessoas da pior estirpe? Nossas instituições serão capazes de conter as milícias e impedir que se estabilizem no Planalto?
Queiroz é só a ponta do iceberg.
* Fábio Dias Ribeiro é advogado atuante, especialista em Direitos Humanos e Cidadania, Mestre em Sociologia, graduando em filosofia e ativista social.
A ascensão da “nova direita” no mundo, com ideias conservadoras (no sentido mais obscuro que se possa pensar), tem sido uma espécie de “Ragnarok” da moral e da ética. Observamos o surgimento de figuras públicas que chegaram ao poder, com discursos cada vez mais violentos e extremos (no pior sentido da palavra), como é o caso de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Ocorre que essa virada conservadora tem revelado uma ligação profunda com o crime organizado, basta ver que o presidente estadunidense foi acusado de envolvimento com lavagem internacional de dinheiro, entre outras ações que o colocam sob a ameaça de um impeachment. Fonte: (https://exame.abril.com.br/mundo/negocios-de-trump-sugerem-lavagem-de-dinheiro-diz-pesquisador/ e https://br.reuters.com/article/topNews/idBRKBN1DH1TY-OBRTP).
Corrupção é
O sobrenome Bolsonaro parece estar no centro de um escândalo sem precedentes na história brasileira. O governo de Jair Bolsonaro já mostra sinais de desgaste com pouco mais de um mês no poder, e tudo graças ao escândalo originado pelo relatório do COAF (Conselho de Atividades Financeiras). A “Folha” publicou, ainda em dezembro de 2018, a reportagem sobre o relatório do órgão.
Ver mais: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/coaf-aponta-movimentacao-atipica-de-ex-assessor-de-flavio-bolsonaro.shtml e o jornal espanhol “El país” recentemente foi mais direto: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/19/politica/1547855965_283326.html.
A pressão de parte da velha mídia convencional, capitaneada pela “Folha de S. Paulo” e pelo “Grupo Globo”, alijados de vultosas verbas publicitárias, tem provocado rachaduras na imagem de “caçadores de corruptos”, aqui incluídos a família Bolsonaro e o ícone da nova direita, Sérgio Moro.
O Ministro da Justiça no Governo do principal beneficiário de sua atuação, quando era Juiz Federal em Curitiba, está cada vez mais desmoralizado pelo “queirozão”. Os fortes indícios de um lucrativo esquema de corrupção no gabinete de Flávio Bolsonaro e sua curiosa falta de posicionamento, que era regra contra o PT e Lula, estão desmanchando a fama de intolerante contra corrupção, construída com muito autoritarismo.
Milícias
Mas o relatório do COAF causou um estrago ainda maior: expôs o envolvimento de Queiroz com as milícias do Rio, bem como do próprio senador eleito Flávio Bolsonaro, já que empregava em seu gabinete a mãe e a companheira do suspeito de ser o principal líder do “escritório do crime”, Adriano da Nóbrega. Elas também teriam depositado dinheiro na conta de Queiroz. Além disso, Flávio Bolsonaro indicou Nóbrega para uma menção honrosa em 2004, mesma homenagem que prestou para outro suspeito de ser um dos líderes milicianos.
Flávio Bolsonaro, recém empossado senador, enquanto era deputado estadual no Rio,chegou a dizer, em sua conta no Twitter, que a juíza de direito Patrícia Acioli, morta por julgar e mandar para a prisão diversos policiais ligados a grupos de extermínio, era culpada por “colecionar inimigos”.
Flávio disse que Acioli tinha costume de “humilhar gratuitamente réus”. Para o deputado, a magistrada impunha aos acusados atitudes de humilhação, chamando-os de vagabundos, adjetivo que a família Bolsonaro usa com frequência para se referir a pretos e pobres, quando são presos.
O próprio presidente Jair Bolsonaro, em 2003, chegou a parabenizar a atuação dos grupos de extermínios (assassinatos cometidos pelas milícias) , já que não há pena de morte no Brasil. O discurso pode ser visto no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=RDk7H3rjYm4.
O jornalista Glenn Greenwald, principal repórter do “The Intercept”, acaba de lançar um reportagem sobre o tema, detalhando o escândalo, mas tem sido alvo de bots pró-Bolsonaro, para evitar que o vídeo receba evidência no YouTube.
Máfia
Outras Nações já enfrentaram problemas semelhantes, através do envolvimento de agentes públicos com a corrupção e outros crimes ainda mais graves. Na Rússia, pós-dissolução da URSS, a máfia cooptou muitos membros da KGB e do exército e infiltrou seus membros em muitos países, para obter negócios extremamente lucrativos e sofisticados. Veja mais: https://super.abril.com.br/historia/czares-da-mafia/
Seremos os próximos a conviver com uma estrutura política tomada por assassinos de aluguel e pessoas da pior estirpe? Nossas instituições serão capazes de conter as milícias e impedir que se estabilizem no Planalto?
Queiroz é só a ponta do iceberg.
* Fábio Dias Ribeiro é advogado atuante, especialista em Direitos Humanos e Cidadania, Mestre em Sociologia, graduando em filosofia e ativista social.
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