Foto: EFE |
Milhares de trabalhadores e trabalhadoras fecharam os principais acessos da capital Buenos Aires e das cidades do interior do país desde a manhã desta quarta-feira (29) em uma paralisação nacional convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), demais centrais sindicais e pelos movimentos sociais argentinos contra a aplicação das políticas neoliberais do governo Macri.
Esse já é a sexta paralisação nacional realizada desde que a crise se instalou na Argentina sob o comando do presidente Mauricio Macri. O nível de pobreza e o grau de miserabilidade da população argentina tem aumentado assustadoramente ao ponto de já ser comparado com a crise de 2001, quando as pressões populares derrubaram 5 presidentes em 12 dias.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censo (INDEC), a inflação elevada e a recessão econômica na Argentina aumentaram o índice de pobreza do país para 32% no segundo semestre de 2018, o que equivale a 12,9 milhões de pessoas vivendo nessa situação. Além disso, 6,7% da população, ou 1,8 milhão de pessoas, vive abaixo do nível de indigência.
Macri venceu as eleições no final de 2015 prometendo enterrar de vez a era dos Kirchner e aplicar no país políticas (de cunho neoliberal) ancoradas no crescimento a partir de privatizações, reformas estruturantes com equilíbrio fiscal. O resultado, em seu último ano de governo, é um desastre. Para amenizar a situação, teve de buscar ajuda no Fundo Monetário Internacional (FMI) com um empréstimo de 57 bilhões de dólares e se comprometeu a realizar mais ajustes que só favoreceram os setores financeiros e industriais.
No próximo mês de outubro, a Argentina irá às urnas e apesar da alta rejeição popular e a pressão interna para que desista, Macri mantém-se como candidato. Deverá enfrentar a ex-presidenta e atual senadora Cristina Kirchner que anunciou que será vice numa chapa de coalizão que tem seu ex-chefe de governo Alberto Fernandez como titular.
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