Por Altamiro Borges
Após ser desmascarada pelo site The Intercept-Brasil e por vários ativistas digitais, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho “solicitou voluntariamente” na sexta-feira (1) o seu afastamento da investigação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Há boatos, porém, de que o “pedido” foi precedido de bate-boca entre integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro, que não gostaram da sua presença na entrevista que livrou a cara do “capetão” Jair Bolsonaro e rotulou de “mentira” o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra – que vazou no Jornal Nacional da TV Globo.
A coletiva à imprensa acabou expondo a promotora, o que permitiu que o seu passado sinistro viesse à tona. Postagens nas redes sociais trouxeram fotos de Carmen Eliza com a camiseta de campanha de Jair Bolsonaro e abraçada ao jagunço Rodrigo Amorim (PSL-RJ), que destruiu a placa em homenagem a Marielle Franco e foi eleito deputado estadual. “Há anos que não me sinto tão emocionada", postou a fascistinha em seu Instagram no dia da posse do “capetão”, em 1º de janeiro. Os internautas também recordaram a sua atuação nociva na investigação do assassinato do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013. Já a revista Época lembrou outro episódio controverso:
“A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que deixou hoje o caso Marielle Franco, foi a mesma que, em 2017, pediu que a Justiça revogasse a prisão preventiva de dois policiais filmados na favela de Acari matando um homem. Ao oferecer denúncia contra os policiais, Carmen Eliza sugeriu a transferência dos dois para um batalhão, no qual eles passaram a fazer apenas serviços administrativos, permanecendo afastados de parentes das vítimas e de testemunhas. Os dois policiais já haviam matado 37 pessoas supostamente durante operações policiais”, relatou o jornalista Guilherme Amado.
O impacto destas postagens foi imediato, reforçando as dúvidas sobre a investigação da morte da vereadora. “Em razão dos acontecimentos recentes, que avalia terem alcançado o seu ambiente familiar e de trabalho, Carmen Eliza optou voluntariamente por não mais atuar no Caso Marielle Franco e Anderson Gomes”, afirma a nota do desmoralizado MP-RJ. A decisão do afastamento, porém, não deveria limpar a barra da promotora nem servir à sua impunidade. O certo seria apurar se a militante bolsonarista cometeu outros crimes, visando proteger os milicianos envolvidos no assassinato e as suas relações com o clã Bolsonaro.
A Lei Orgânica Nacional do Ministério Público veda que promotores exerçam "atividade político-partidária". Já o Conselho Nacional do Ministério Público expediu, em 2016, uma determinação proibindo "a participação de membros do Ministério Público em situações que possam ensejar claramente a demonstração de apoio público a candidato ou que deixe evidenciado, mesmo que de maneira informal, a vinculação a determinado partido político". A legislação não explicita quais devem ser as sanções. Mas o afastamento não representa qualquer punição. E agora? O Ministério Público vai ficar só nisso, afundando ainda mais a sua reputação?
Após ser desmascarada pelo site The Intercept-Brasil e por vários ativistas digitais, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho “solicitou voluntariamente” na sexta-feira (1) o seu afastamento da investigação sobre os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e do motorista Anderson Gomes. Há boatos, porém, de que o “pedido” foi precedido de bate-boca entre integrantes do Ministério Público do Rio de Janeiro, que não gostaram da sua presença na entrevista que livrou a cara do “capetão” Jair Bolsonaro e rotulou de “mentira” o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra – que vazou no Jornal Nacional da TV Globo.
A coletiva à imprensa acabou expondo a promotora, o que permitiu que o seu passado sinistro viesse à tona. Postagens nas redes sociais trouxeram fotos de Carmen Eliza com a camiseta de campanha de Jair Bolsonaro e abraçada ao jagunço Rodrigo Amorim (PSL-RJ), que destruiu a placa em homenagem a Marielle Franco e foi eleito deputado estadual. “Há anos que não me sinto tão emocionada", postou a fascistinha em seu Instagram no dia da posse do “capetão”, em 1º de janeiro. Os internautas também recordaram a sua atuação nociva na investigação do assassinato do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013. Já a revista Época lembrou outro episódio controverso:
“A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, que deixou hoje o caso Marielle Franco, foi a mesma que, em 2017, pediu que a Justiça revogasse a prisão preventiva de dois policiais filmados na favela de Acari matando um homem. Ao oferecer denúncia contra os policiais, Carmen Eliza sugeriu a transferência dos dois para um batalhão, no qual eles passaram a fazer apenas serviços administrativos, permanecendo afastados de parentes das vítimas e de testemunhas. Os dois policiais já haviam matado 37 pessoas supostamente durante operações policiais”, relatou o jornalista Guilherme Amado.
O impacto destas postagens foi imediato, reforçando as dúvidas sobre a investigação da morte da vereadora. “Em razão dos acontecimentos recentes, que avalia terem alcançado o seu ambiente familiar e de trabalho, Carmen Eliza optou voluntariamente por não mais atuar no Caso Marielle Franco e Anderson Gomes”, afirma a nota do desmoralizado MP-RJ. A decisão do afastamento, porém, não deveria limpar a barra da promotora nem servir à sua impunidade. O certo seria apurar se a militante bolsonarista cometeu outros crimes, visando proteger os milicianos envolvidos no assassinato e as suas relações com o clã Bolsonaro.
A Lei Orgânica Nacional do Ministério Público veda que promotores exerçam "atividade político-partidária". Já o Conselho Nacional do Ministério Público expediu, em 2016, uma determinação proibindo "a participação de membros do Ministério Público em situações que possam ensejar claramente a demonstração de apoio público a candidato ou que deixe evidenciado, mesmo que de maneira informal, a vinculação a determinado partido político". A legislação não explicita quais devem ser as sanções. Mas o afastamento não representa qualquer punição. E agora? O Ministério Público vai ficar só nisso, afundando ainda mais a sua reputação?
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