Por conta da má gestão do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido) durante a pandemia do coronavírus, alguns pastores evangélicos que votaram nele há dois anos já falam em terceira via para as eleições de 2022.
Outros ainda admitem que o apoio ao presidente persiste apenas para evitar a volta do PT ao poder.
Nem mesmo o fato de Bolsonaro ter lutado para manter templos abertos durante o isolamento social parece ter melhorado o humor de parte destes evangélicos.
No ano passado, 36 líderes evangélicos gravaram um vídeo em que atendiam “à proclamação santa feita pelo chefe supremo da nação” para um “dia do jejum”. Este ano, a cerimônia realizada no mesmo dia em que foi anunciada a troca de seis ministros, teve a presença de três lideranças.
O pastor Samuel Câmara, da Assembleia de Deus Belém, é um dos que hoje tem restrições ao presidente:
“O exercício do poder tende a desgastar, e a pandemia tem participação nisso. Gostaríamos que o presidente fosse mais protagonista. Acho que em alguns momentos ele é extremamente inflexível. Se houver uma terceira via, creio que o apoio (a Bolsonaro) será menor”, disse.
Bolsonaro sempre obteve seus melhores índices de aprovação entre os evangélicos.
Pesquisa Datafolha mostrava que 42% dos eleitores desse grupo consideravam o governo como ótimo ou bom em abril de 2019.
Em março deste ano, esse número era de 37%. Apesar da redução, os evangélicos ainda avaliam Bolsonaro melhor do que a média da população. Segundo o Datafolha, o percentual geral dos que consideram o governo ótimo ou bom é de 30%.
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