O Brasil vive, enfim, a tal “enxurrada de dólares”, tão prometida pelos que se dedicaram, a todo custo, a demolir qualquer pretensão do país ao progresso econômico social.
A Folha, neste domingo. dedica duas reportagens à análise das pioras que o país sofreu no Governo Bolsonaro, a mais completa delas a de Fernando Canzian mostrando que o ”Custo Bolsonaro’ cobra fatura com dólar, inflação, juros e miséria em alta“, de onde reproduzo o gráfico daí de cima expondo a redução violentíssima dos investimentos estrangeiros no país: apenas um terço em um ano (considerado o acumulado em 12 meses).
E não se diga que é a pandemia – o que certamente influiu no início de 2020 – porque a velocidade de retração das inversões externas acelerou-se este ano, quando o cenário econômico internacional já era de reaquecimento.
A análise é ampla e passa por muitos pontos já abordados aqui: inflação e juros em alta, renda em baixa, dólar sobrevalorizado e degradação da condição de vida dos brasileiros, com a entrada de 34 milhões de pessoas nas classes D e E.
Fiquemos só nas origens políticas deste desastre: temos um governo absolutamente carente de credibilidade, previsibilidade, estabilidade e, cada vez mais, legitimidade.
Temos, numa palavra, algo pior que um desgoverno: um não-governo.
Explico: mais do que turbulência, carecemos de rumo e estamos submetidos às flutuações do varejo da política sem chance de controlá-las pela absoluta falta de Norte, de horizonte a se perseguir.
“É uma grande frustração para quem esperava alguma coisa com pé e cabeça do governo Bolsonaro e sua equipe”, diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Fator.
Mas quem esperava isso de um sujeito que, afora apontar como “Posto Ipiranga” um neoliberal furioso, despreparado e ultrapassado até para as políticas conservadoras, era um sociopata sem pé nem cabeça, com propostas alucinadas como a de “metralhar os petralhas”, industrializar bijuterias de nióbio, liberar o garimpo e a grilagem e distribuir um arsenal de pistolas e carabinas a seus eleitores?
Até certo ponto, para a turma que tem dinheiro e, por isso, parece precisar menos de governo, pois já manda, pouco se lhe importava a incapacidade do governo, desde que ele fosse capaz de não deixar que se aproximasse do leme quem queria dar rumo ao Brasil.
Mas o cara extrapolou e passou a ameaçar até a flutuação do barco e de seus tesouros. Precisam arranjar outro, mas o motim que fizeram para colocá-lo ao timão arruinou os quadros com que achava poder contar.
É por isso que se descabelam atrás de quem possa fazer este papel, trazendo uma novidade por mês, sem que nenhuma emplaque.
A velha máxima de que em política não há vácuo está operando, com o favoritismo de Lula a caminho de tornar-se irreversível.
A Folha, neste domingo. dedica duas reportagens à análise das pioras que o país sofreu no Governo Bolsonaro, a mais completa delas a de Fernando Canzian mostrando que o ”Custo Bolsonaro’ cobra fatura com dólar, inflação, juros e miséria em alta“, de onde reproduzo o gráfico daí de cima expondo a redução violentíssima dos investimentos estrangeiros no país: apenas um terço em um ano (considerado o acumulado em 12 meses).
E não se diga que é a pandemia – o que certamente influiu no início de 2020 – porque a velocidade de retração das inversões externas acelerou-se este ano, quando o cenário econômico internacional já era de reaquecimento.
A análise é ampla e passa por muitos pontos já abordados aqui: inflação e juros em alta, renda em baixa, dólar sobrevalorizado e degradação da condição de vida dos brasileiros, com a entrada de 34 milhões de pessoas nas classes D e E.
Fiquemos só nas origens políticas deste desastre: temos um governo absolutamente carente de credibilidade, previsibilidade, estabilidade e, cada vez mais, legitimidade.
Temos, numa palavra, algo pior que um desgoverno: um não-governo.
Explico: mais do que turbulência, carecemos de rumo e estamos submetidos às flutuações do varejo da política sem chance de controlá-las pela absoluta falta de Norte, de horizonte a se perseguir.
“É uma grande frustração para quem esperava alguma coisa com pé e cabeça do governo Bolsonaro e sua equipe”, diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Fator.
Mas quem esperava isso de um sujeito que, afora apontar como “Posto Ipiranga” um neoliberal furioso, despreparado e ultrapassado até para as políticas conservadoras, era um sociopata sem pé nem cabeça, com propostas alucinadas como a de “metralhar os petralhas”, industrializar bijuterias de nióbio, liberar o garimpo e a grilagem e distribuir um arsenal de pistolas e carabinas a seus eleitores?
Até certo ponto, para a turma que tem dinheiro e, por isso, parece precisar menos de governo, pois já manda, pouco se lhe importava a incapacidade do governo, desde que ele fosse capaz de não deixar que se aproximasse do leme quem queria dar rumo ao Brasil.
Mas o cara extrapolou e passou a ameaçar até a flutuação do barco e de seus tesouros. Precisam arranjar outro, mas o motim que fizeram para colocá-lo ao timão arruinou os quadros com que achava poder contar.
É por isso que se descabelam atrás de quem possa fazer este papel, trazendo uma novidade por mês, sem que nenhuma emplaque.
A velha máxima de que em política não há vácuo está operando, com o favoritismo de Lula a caminho de tornar-se irreversível.
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