Por Fernando Brito, em seu blog:
Mais uma pesquisa – a do PoderData, do site Poder360, de Fernando Rodrigues – repete o cenário de rejeição a Jair Bolsonaro. aproximadamente nas mesmas proporções que todas as outras a situam, em torno dos 60%.
Da mesma forma, o apoio ao atual presidente, depois de ter baixado para o patamar dos “convertidos” ao bolsonarismo, segue perto da faixa de um quarto dos eleitores e, não importa quantas barbaridades faça o ex-capitão, continua sólido, nesta faixa, bloqueando o surgimento de qualquer candidatura de direita que o desafie.
O item que, avalio, é o mais significativo é o dos que consideram Bolsonaro como “regular” mingou a menos da metade do que era há um ano e, ultimamente, pouco passa de 10% da população.
Ou seja, já quase não há neutralidade possível ante o atual presidente.
Ontem, em pesquisa regional em Pernambuco, publicada pelo Jornal do Commercio do Recife, que aponta a rejeição de Bolsonaro no estado, com 61%, impressiona que o “péssimo” chegue a 51% e o “ruim” apenas 10%.
Tudo isso indica que Bolsonaro, apostando na radicalização para manter sua base de fanáticos, produziu o efeito colateral de transformar em seus inimigos figadais todos os que não se identificam com ela.
A relação polarizada com o eleitor, obra do próprio presidente com os eleitores, não depende, portanto, da radicalização de seus adversários e, especialmente, não de Lula, o principal deles.
Duas consequências para os esquálidos defensores da tal “Terceira Via”: o “cercadinho” de Bolsonaro na direita permanece sólido, enquanto a rejeição que sofre anula qualquer possibilidade de prosperar a ideia de que seria inconveniente o voto em Lula.
Lula, portanto, segue somando o “recall” de seus bons governos a um sentimento de que, diante da chance de derrotar o atual presidente, mesmo os que têm críticas ao PT vão com o ex-presidente, sem medo de serem felizes.
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