Por Altamiro Borges
A agência de notícias Reuters informa que "sete policiais do Capitólio dos Estados Unidos processaram nesta quinta-feira (26) o ex-presidente Donald Trump, alegando que ele conspirou com grupos de extrema-direita para provocar o ataque de 6 de janeiro contra o Congresso, que deixou cinco mortos".
No processo, "os policiais alegam que o ataque foi a culminação de meses de retórica de Trump, que eles dizem que sabia do potencial de violência e que a incentivou ativamente na esperança de interromper a certificação da vitória eleitoral do presidente Joe Biden".
Ainda segundo a ação, o psicopata conspirou com as milícias de extrema-direita The Proud Boys e The Oathkeepers. “Trump, conjuntamente com outros acusados, fez e incentivou deliberada e persistentemente afirmações falsas de fraude eleitoral para desacreditar o resultado da eleição e incitar maliciosamente a revolta entre seus apoiadores".
Segundo a Reuters, “o caso é o mais recente de uma série de processos que tentam responsabilizar Trump pelo cerco de uma multidão de apoiadores ao Capitólio. Quatro pessoas morreram no dia da invasão. Um policial que foi atacado por manifestantes faleceu no dia seguinte. Quatro policiais que participaram da defesa do Capitólio se mataram mais tarde”.
"Policiais espancados, torturados e feridos"
No final de julho, reportagem da Folha mostrou os traumas causados pelo fascista estadunidense – que tanto inspira o psicopata que preside o Brasil e que bate continência à bandeira dos EUA. De acordo com a matéria, no dia da invasão do Capitólio, policiais foram “espancados, torturados e feridos” pelas milícias trumpistas.
Os atos terroristas foram descritos em audiência no Congresso dos EUA. “As quatro horas de relatos feitos por quatro entre dezenas de policiais torturados pelos invasores ilustraram, como nenhum outro momento da história recente, o grau de ódio que uma expressiva minoria de americanos sente pela maioria dos americanos”.
A tragédia só não foi maior porque “parlamentares e assessores que se preparavam para sessão que certificaria a vitória de Joe Biden foram poupados de violência física pela ação heroica da polícia do Capitólio, logo reforçada por um magro contingente da polícia de Washington, enquanto o criminoso na Casa Branca atrasava o envio da Guarda Nacional”.
O depoimento de um policial negro
Ainda de acordo com a reportagem, “milhares de horas de vídeos gravados durante a invasão”, que só agora estão sendo divulgados, mostram a barbárie protagonizada por cerca de 500 invasores incentivados Donald Trump. “Vídeos inéditos foram mostrados na audiência no Congresso entre os depoimentos. São chocantes, mas nada provoca um frio maior na espinha do que ouvir a descrição dos próprios policiais.
“‘Você vai morrer de joelhos’, ouviu um dos policiais, enquanto era espancado e, ao cair, um dos terroristas tentou cegá-lo. ‘Vamos matá-lo com a arma dele’', ouviu outro, que foi eletrocutado tantas vezes por cargas de taser, enquanto era ouvido gritando por clemência, que acabou inconsciente. Em seguida, sofreu um ataque de coração e foi diagnosticado com concussões cerebrais”.
“Harry Dunn, um policial negro, disse que, até o 6 de janeiro, nunca havia sido chamado de “nigger”, o pior insulto racial, usando seu uniforme. E fez a analogia: quando um pistoleiro de aluguel mata alguém, não é o único a enfrentar a Justiça. O mandante também vai preso. Dunn cobrou dos deputados a identidade e a punição do mandante, numa óbvia referência a Donald Trump”.
Será que Jair Bolsonaro, que visivelmente tenta copiar a trágica experiência do Capitólio no Brasil, também será punido?
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