Duas reportagens publicadas na semana passada confirmam a desgraceira imposta por Jair Bolsonaro. Uma revela que a inflação da cesta básica encostou em 16% nos últimos 12 meses. O povo passa fome. Tem gente pegando comida no lixo e ossos em açougues. Já a outra exibe o extremo oposto: a fortuna abocanhada por Paulo Guedes em sua offshore com a crise no Ministério da Economia e a alta do dólar.
A matéria da Folha mostra que “a inflação dos alimentos que compõem a cesta básica encostou em 16% no acumulado de 12 meses no Brasil. A conclusão é da pesquisa lançada por professores do curso de Economia da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A disparada dos preços afeta principalmente o bolso dos mais pobres na pandemia”.
O mínimo que as pessoas colocam na mesa
De acordo com a pesquisa, os 13 produtos que formam a cesta básica acumularam inflação de 15,96% em 12 meses até setembro. Para calcular o resultado, os pesquisadores utilizaram os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Até setembro, esse índice oficial da inflação do IBGE aumentou 10,25% – taxa inferior a alta dos alimentos.
“Fomos até a base de dados do IBGE e separamos os 13 alimentos que compõem a cesta básica. Rodamos o mesmo modelo estatístico do IPCA para calcular a inflação específica desses produtos... Olhamos para aquilo que é considerado o mínimo para as pessoas colocarem na mesa. O problema é que esse mínimo vem subindo muito”, afirma o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso da PUC-PR.
No acumulado de 12 meses, o açúcar cristal (38,37%), o óleo de soja (32,06%) e o café moído (28,54%) foram os produtos da cesta básica que registraram as maiores altas de preços no país. Em seguida, aparecem o contrafilé (26,88%), a margarina (24,97%), a batata inglesa (24,71%) e o tomate (24,32%).
A reportagem da Folha mostra a relação desta alta dos alimentos com as cenas de pessoas famintas no Brasil. “Um dos episódios recentes ocorreu em Fortaleza (CE). Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra pessoas à procura de comida em um caminhão de lixo na capital cearense. Outros casos que ficaram conhecidos foram registrados no Rio de Janeiro, onde um caminhão distribuía restos de carne, e em Cuiabá (MT), que teve filas em busca de doações de ossos de boi. ‘Há um processo de empobrecimento das famílias brasileiras’, define Jackson Bittencourt”.
Em três dias, Guedes lucra R$ 2 milhões
A outa reportagem, que mostra o extremo oposto, foi postada pelo site Metrópoles. Ela denuncia que “o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode ter lucrado R$ 2 milhões com a valorização do dólar nos últimos três dias, em meio à reação do mercado financeiro ao provável descumprimento do teto de gastos pelo governo Bolsonaro”.
No início de outubro, a investigação batizada de Pandora Papers – coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), do qual o site faz parte – revelou que o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro tem uma empresa escondida em “alto mar” em um paraíso fiscal nas Ilhas Virgens Britânicas. A denúncia da reportagem é bem objetiva:
“A offshore de Guedes tinha US$ 9,55 milhões em 24 de setembro de 2014. Na última segunda-feira (18), com o dólar cotado em R$ 5,46, o montante equivalia a R$ 52,1 milhões. Na quinta-feira (21), o dólar fechou em R$ 5,66, passando os recursos de Guedes para R$ 54 milhões. Nesse intervalo de três dias, a alta de 20 centavos do dólar foi uma reação às medidas do governo Bolsonaro, que pretende furar o teto de gastos para fundar um novo programa social”.
“O Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, seria lançado na terça-feira (19) no Planalto, mas a cerimônia foi cancelada apenas meia hora antes. A equipe econômica tentava defender uma política fiscal que controle o crescimento de gastos, ao passo que o Planalto busca abrir os cofres e está de olho na campanha de 2022. Na quinta-feira (21), o time de Guedes teve baixas importantes”.
A crise ministerial agitou o “deus-mercado”, causou novas insônias e choros de Jair Bolsonaro no banheiro, levantou suspeitas sobre a queda iminente de Paulo Guedes e elevou sua fortuna escondida no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Enquanto isso, a inflação dos alimentos dispara e o povo pega comida no lixo!
“Fomos até a base de dados do IBGE e separamos os 13 alimentos que compõem a cesta básica. Rodamos o mesmo modelo estatístico do IPCA para calcular a inflação específica desses produtos... Olhamos para aquilo que é considerado o mínimo para as pessoas colocarem na mesa. O problema é que esse mínimo vem subindo muito”, afirma o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso da PUC-PR.
No acumulado de 12 meses, o açúcar cristal (38,37%), o óleo de soja (32,06%) e o café moído (28,54%) foram os produtos da cesta básica que registraram as maiores altas de preços no país. Em seguida, aparecem o contrafilé (26,88%), a margarina (24,97%), a batata inglesa (24,71%) e o tomate (24,32%).
A reportagem da Folha mostra a relação desta alta dos alimentos com as cenas de pessoas famintas no Brasil. “Um dos episódios recentes ocorreu em Fortaleza (CE). Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra pessoas à procura de comida em um caminhão de lixo na capital cearense. Outros casos que ficaram conhecidos foram registrados no Rio de Janeiro, onde um caminhão distribuía restos de carne, e em Cuiabá (MT), que teve filas em busca de doações de ossos de boi. ‘Há um processo de empobrecimento das famílias brasileiras’, define Jackson Bittencourt”.
Em três dias, Guedes lucra R$ 2 milhões
A outa reportagem, que mostra o extremo oposto, foi postada pelo site Metrópoles. Ela denuncia que “o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode ter lucrado R$ 2 milhões com a valorização do dólar nos últimos três dias, em meio à reação do mercado financeiro ao provável descumprimento do teto de gastos pelo governo Bolsonaro”.
No início de outubro, a investigação batizada de Pandora Papers – coordenada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), do qual o site faz parte – revelou que o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro tem uma empresa escondida em “alto mar” em um paraíso fiscal nas Ilhas Virgens Britânicas. A denúncia da reportagem é bem objetiva:
“A offshore de Guedes tinha US$ 9,55 milhões em 24 de setembro de 2014. Na última segunda-feira (18), com o dólar cotado em R$ 5,46, o montante equivalia a R$ 52,1 milhões. Na quinta-feira (21), o dólar fechou em R$ 5,66, passando os recursos de Guedes para R$ 54 milhões. Nesse intervalo de três dias, a alta de 20 centavos do dólar foi uma reação às medidas do governo Bolsonaro, que pretende furar o teto de gastos para fundar um novo programa social”.
“O Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, seria lançado na terça-feira (19) no Planalto, mas a cerimônia foi cancelada apenas meia hora antes. A equipe econômica tentava defender uma política fiscal que controle o crescimento de gastos, ao passo que o Planalto busca abrir os cofres e está de olho na campanha de 2022. Na quinta-feira (21), o time de Guedes teve baixas importantes”.
A crise ministerial agitou o “deus-mercado”, causou novas insônias e choros de Jair Bolsonaro no banheiro, levantou suspeitas sobre a queda iminente de Paulo Guedes e elevou sua fortuna escondida no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Enquanto isso, a inflação dos alimentos dispara e o povo pega comida no lixo!
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