terça-feira, 19 de abril de 2022

A que ponto chegamos, Mourão!

Charge: Brum
Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:


Eu já disse e redisse aqui, e reitero agora, que todos, sem exceção, os que integram o governo do pior presidente da História não valem absolutamente nada.

São desprezíveis, quando não asquerosos. Mas volta e meia alguém se supera na indecência.

É o que fez agora o general da reserva do Exército e vice-presidente Hamilton Mourão.

Vi várias vezes na internet essa figura tenebrosa debochando das vítimas da ditadura militar que tanto ele quanto Jair Messias elogiam sem parar.

A razão da minha insistência: comprovar que tipo de gente foi alçada ao governo e o perigo que representam todos eles.

Que o filhote presidencial Eduardo Bananinha se derrame em elogios sobre um criminoso chamado Newton Cruz não surpreende ninguém. É parte do jogo da família.

Mas que Mourão, tido como mais equilibrado, sensato e coerente se lance a debochar de quem foi torturado e morto, quando não “desaparecido”, por agentes do Estado – o que em toda a comunidade civilizada é considerado crime imprescritível – durante a ditadura supera tudo que ele já fez de absurdo, inclusive elogiar o torturador sanguinário Brilhante Ustra.

O deboche do general da reserva, além de provocar indignação e asco, é um claro sinal do perigo que vivemos.

Conforme registrei no livro “A memória de todos nós”, o Brasil é o único país da América Latina que não puniu nenhum dos responsáveis pelos horrores dos anos de breu da ditadura.

A maneira como um Supremo Tribunal Federal foi poltrão ao reconhecer em pleno 2010 como válidos os termos de uma Lei de Anistia aprovada no fim da ditadura permite agora não apenas que torturadores perambulem vida afora como gente da laia de Mourão faça o que fez.

É mais uma ameaça ao pouco que resta da democracia neste país destroçado por um desequilibrado e seu bando.

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