Vários fatores explicam a sanha assassina dos sionistas contra os palestinos em Gaza, que já causou quase 800 mortos, entre eles, 257 crianças, segundo recente informe da conivente ONU. Há razões de natureza geopolítica, que confirmam que Israel é uma cabeça de ponte dos EUA no Oriente Médio, região rica em petróleo e nevrálgica no tabuleiro mundial. Há, ainda, causas mais conjunturais, ligadas às próximas eleições em Israel. Os dois mais visíveis carniceiros do atual genocídio – Ehuad Barak, ministro da Defesa, e Tzipi Livni, ministra das Relações Exteriores – disputam a cadeira de primeiro-ministro do país, distribuindo sangue na sua campanha eleitoral.
No impactante livro “A doutrina de choque. A ascensão do capitalismo de desastre”, a premiada jornalista Naomi Klein agrega mais um elemento decisivo para se entender a política agressiva e expansionista do Estado de Israel. Conforme ele demonstra, com inúmeros dados e análises, este país hoje é dominado por poderosas corporações belicistas. Estas empresas privadas lucram com a guerra e a fomentam. Mesmo quando o restante da economia israelense patina, paralisada pelos confrontos, a Bolsa de Valores de Tel Aviv aponta lucros recordes das multinacionais da morte. Para elas, as crianças palestinas mortas e feridas engrossam as taxas de lucro do “livre mercado”.
350 corporações de guerra
“As razões pelas quais a indústria israelense se coaduna ao desastre não são misteriosas. Anos antes que as empresas estadunidenses e européias se apoderassem do potencial de crescimento da segurança global, firmas de tecnologia israelenses construíram, de modo pioneiro, a sua indústria de segurança e continuam a dominar o setor até hoje. O Instituto Israelense de Exportação estima que Israel tenha 350 corporações dedicadas à venda de produtos para segurança nacional, sendo que trinta novas empresas desse tipo entraram no mercado em 2007”.
Segundo explica, essas empresas da guerra sabotam qualquer acordo de paz mais duradouro com os palestinos. No passado, setores das classes dominantes até apostaram numa solução negociada do conflito para evitar maiores transtornos na economia israelense. Shimon Peres, ministro das Relações Exteriores no início da década de 90 e hoje um presidente-carniceiro, naquela época até defendeu um armistício como “algo inevitável”. “Não estamos procurando uma paz de bandeiras. Estamos interessados numa paz de mercados”, confessou por ocasião da assinatura dos Acordos de Oslo, em 1994. Atualmente, porém, com o Estado de Israel totalmente dominado e financiado pelas multinacionais da morte, a busca da paz já não é mais “inevitável”. Muito pelo contrário!
Vitrine das empresas de armas
Para Naomi Klein, “a rápida expansão da economia de segurança de alta tecnologia criou enorme apetite dentro dos setores mais ricos e poderosos de Israel para abandonar a paz em troca da luta numa prolongada, e continuamente expansiva, Guerra ao Terror [senha cunhada pelo presidente-terrorista George W. Bush]”. O Estado investiu fartos recursos na militarização da economia “e encorajou a indústria de alta tecnologia a migrar dos segmentos de informação e comunicação para os de segurança e vigilância... Jovens soldados israelenses, que ganharam experiência em sistemas de rede e equipamentos de vigilância enquanto cumpriram o serviço militar obrigatório, transformaram suas descobertas em planos de empreendimentos, quando voltaram à vida civil”.
Com a eclosão da bolha pontocom, no início deste século, a próspera indústria de alta tecnologia de Israel foi “substituída pelo surto de expansão da segurança nacional. Era o casamento perfeito da inclinação autoritária do partido Likud com a aceitação radical da economia de Chicago” – o antro do neoliberalismo. Num curto espaço de tempo, o país se tornou numa vitrine das empresas de guerra. “Todos os anos, após 2002, Israel sediou pelo menos meia dúzia das principais conferências sobre segurança, destinadas a legisladores, chefes de polícia, delegados e CEOs de todo o mundo, como a ampliação anual de seu tamanho e escopo. Na medida em que o turismo tradicional declinou diante da insegurança, esse tipo de turismo surgiu para preencher a lacuna”.
A paz não seduz os abutres
Hoje, a economia israelense está totalmente militarizada. As exportações de produtos e serviços “contraterrorismo” aumentaram 15%, em 2006, e quase 20%, em 2007, totalizando 1,2 bilhão de dólares ao ano. “As exportações de defesa do país alcançaram a cifra recorde de 3,4 bilhões de dólares (comparados a 1,6 bilhão de dólares em 1992) e transformaram Israel no quarto maior comerciante de armas do mundo. O país tem mais ações de tecnologia listadas no índice Nasdaq – muitas delas relacionadas à segurança – do que qualquer outra nação estrangeira e possui mais patentes tecnológicas registradas nos EUA do que China e Índia juntas. Seu setor de tecnologia, em grande parte vinculado à segurança, agora representa cerca de 60% de todas as exportações”.
Numa economia deste tipo, a paz realmente não seduz a elite burguesa. Como afirmou um rico banqueiro israelense, Len Rosen, à revista Fortune, “a segurança importa mais do que a paz”. Os negócios desta indústria da morte crescem com o derramamento de sangue inocente. Empresas israelenses, como o Nice Systems (que monitora telefonemas), Comverse (produz as câmeras de vídeo Verint), SuperCom (fabrica cartões de identificação eletrônica), Check Point (faz barreiras preventivas) e Audubon, Golan, Magal e Elbit (firmas de segurança privada e treinamento), entre centenas de outras, não têm qualquer compromisso com a vida – ainda menos dos palestinos.
Excitados com a guerra em Gaza
Os “senhores das armas” lucram com guerras e tragédias. “Os preços das ações da Elbit e Magal mais do que dobraram desde 11 de setembro [atentado nos EUA], um desempenho que se tornou padrão para as companhias israelenses de segurança nacional. A Verint, apelidada de ‘vovó do segmento de vídeos de vigilância’, não era nada lucrativa antes do 11 de setembro, mas, entre 2002 e 2006, o preço de suas ações mais do que triplicou, graças ao surto de crescimento da arte de vigiar”. Em agosto de 2006, a sangrenta guerra contra o Líbano fez a Bolsa de Valores de Tel Aviv bater recorde. Após a vitória do Hamas nas eleições em Gaza, os abutres capitalistas viram a oportunidade de uma nova provocação belicista e a economia israelense cresceu 8%.
Um mês após o fim das agressões sionistas ao Hezbollah, a Bolsa de Nova Iorque promoveu uma conferência especial sobre investimentos em Israel. No Líbano, naquele momento, a atividade econômica estava paralisada; cerca de 140 fábricas ainda limpavam seus escombros. Mas, imune aos impactos da guerra, os empresários israelenses reunidos nos EUA estavam animados. “Israel se encontra aberto para os negócios, sempre aberto para os negócios”, exultou o embaixador Dan Gillermann. Como se nota, a guerra também é um ótimo negócio para os carniceiros sionistas.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
sábado, 10 de janeiro de 2009
O alarme da queda da produção industrial
O IBGE divulgou nesta semana que produção industrial de novembro passado teve uma queda de 5,2% em relação ao mês anterior, que já havia se contraído em 2,8%. Foi a maior retração desde maio de 1995, no início do reinado de FHC, quando a produção despencou em 11,2%. Segundo o balanço oficial, a forte contração do final do ano atingiu 21 dos 27 ramos industriais pesquisados pelo instituto, o que indica que a crise capitalista mundial, detonada nos EUA, já produz os seus efeitos destrutivos em vários setores da economia nacional.
“Esta redução atingiu níveis recordes. O quadro de novembro mostra o aprofundamento da queda da produção industrial e o alargamento dos setores atingidos”, advertiu Silvio Sales, coordenador de pesquisa do setor de indústria do IBGE. Conforme relembra, em maio de 1995 a queda brusca foi puxada por um único setor, o de petróleo, em decorrência da greve dos petroleiros reprimida com mão de ferro por FHC. Agora, a retração atingiu vários setores e decorreu, basicamente, da escassez de crédito, devido à grave crise financeira mundial. Os setores mais dependentes de financiamento é que mais sentiram o baque – como o ramo automotivo, que despencou 22,6%.
Da “marola” ao tsunami
“A indústria acusou logo o golpe e os números mostram que os efeitos da crise são bem graves”, alerta Rogério de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que não se cansa de criticar a política ortodoxa de juros estratosféricos do Banco Central. Apesar das iniciativas do governo Lula para enfrentar a crise mundial, como a liberação do compulsório bancário para estimular o crédito, a falta de liquidez e as incertezas do mercado desregulado parecem já afetar com velocidade surpreendente a produção nacional.
Entre outras advertências, os números do IBGE atestam a política criminosa do BC, que mantém nas alturas a taxa de juros – num momento em que todos os bancos centrais do mundo reduzem ou até zeram suas taxas, como nos EUA. Diante da brusca queda da produção industrial será preciso ver se o presidente Lula terá coragem para seguir os conselhos do seu vice, José Alencar. Para ele, a redução da taxa Selic “não é assunto para técnicos, mas sim uma decisão política. É preciso dar ao Banco Central a ordem para que pratique taxas mais competitivas”. Do contrário, a crise mundial poderá ultrapassar rapidamente a fase da “marola” para virar um tsunami.
“Esta redução atingiu níveis recordes. O quadro de novembro mostra o aprofundamento da queda da produção industrial e o alargamento dos setores atingidos”, advertiu Silvio Sales, coordenador de pesquisa do setor de indústria do IBGE. Conforme relembra, em maio de 1995 a queda brusca foi puxada por um único setor, o de petróleo, em decorrência da greve dos petroleiros reprimida com mão de ferro por FHC. Agora, a retração atingiu vários setores e decorreu, basicamente, da escassez de crédito, devido à grave crise financeira mundial. Os setores mais dependentes de financiamento é que mais sentiram o baque – como o ramo automotivo, que despencou 22,6%.
Da “marola” ao tsunami
“A indústria acusou logo o golpe e os números mostram que os efeitos da crise são bem graves”, alerta Rogério de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que não se cansa de criticar a política ortodoxa de juros estratosféricos do Banco Central. Apesar das iniciativas do governo Lula para enfrentar a crise mundial, como a liberação do compulsório bancário para estimular o crédito, a falta de liquidez e as incertezas do mercado desregulado parecem já afetar com velocidade surpreendente a produção nacional.
Entre outras advertências, os números do IBGE atestam a política criminosa do BC, que mantém nas alturas a taxa de juros – num momento em que todos os bancos centrais do mundo reduzem ou até zeram suas taxas, como nos EUA. Diante da brusca queda da produção industrial será preciso ver se o presidente Lula terá coragem para seguir os conselhos do seu vice, José Alencar. Para ele, a redução da taxa Selic “não é assunto para técnicos, mas sim uma decisão política. É preciso dar ao Banco Central a ordem para que pratique taxas mais competitivas”. Do contrário, a crise mundial poderá ultrapassar rapidamente a fase da “marola” para virar um tsunami.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Um relato da Bolívia revolucionária
“Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo”, do jornalista Leonardo Wexell Severo, é um livro-reportagem indispensável para se entender os últimos acontecimentos que abalaram o país irmão – vitima da violência fascista das oligarquias, das conspirações do “império do mal” e das manipulações da mídia hegemônica. Ele cobre todos os episódios que agitaram esta nação no ano passado: desde as iniciativas separatistas da direita racista da chamada Meia Lua, passando pela consagradora vitória de Evo Morales no referendo de agosto, até a marcha de 20 de outubro em que 200 mil bolivianos comemoraram a convocação do referendo sobre a nova Constituição.
“A história é um carro alegre”
Com base em três viagens realizadas nos momentos de maior tensão e em várias entrevistas com autoridades e lideranças políticas, o autor, editor do jornal Hora do Povo e assessor de imprensa da CUT, demonstra que está em curso um processo com marcas revolucionárias na Bolívia, que lembra uma canção de Chico Buarque e Pablo Milanês: “A história em um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”. A ativa mobilização dos movimentos sociais, em especial dos indígenas, que compõem mais de 60% da população, foi o fator chave que barrou as investidas golpistas e separatistas da oligarquia e do império ianque.
Diferente de outros países da América Latina, que ingressaram na onda de vitórias eleitorais de governantes progressistas, mas que ainda esbarram no descenso das lutas sociais, a Bolívia hoje conta com intensa participação popular. A luta de classes vive uma fase de ascensão. “Nas ruas e nas urnas”, o povo defende os avanços conquistados com a vitória de Evo Morales nas eleições presidenciais em dezembro de 2005. No referendo revogatório de agosto, o “sim” à continuidade do seu mandato obteve 67,4% dos votos. Já os referendos “autonomistas” de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, ocorridos poucos antes, tiveram alta abstenção e revelaram as fragilidades da elite.
Carros com a suástica nazista
O povo está decidido a avançar nas suas conquistas. A nacionalização dos hidrocarbonetos, que estancou o saque do petróleo e gás – antes, 82% dos recursos ficavam com as empresas e apenas 18% iam para o Estado; agora é o inverso –, possibilitou investimentos nos programas sociais – como o que garante Renda Dignidade aos idosos. O país erradicará o analfabetismo ainda neste ano. Já a reforma agrária progride, inclusive em Santa Cruz, onde apenas 15 famílias detinham mais de 80% das terras. O autor mostra que estes avanços devem ser consolidados e ampliados com a nova Constituição, com vários artigos progressistas, que passará por referendo em janeiro.
A oligarquia resiste com violência a tais conquistas. Leonardo Severo não esconde a sua aversão às cenas de racismo e fascismo nos antros da direita. Bandos armados humilhando os indígenas, carros com a suástica nazista transitando livremente, pichações hediondas nos muros contra os “collas” (indígenas), destruição de prédios públicos. Ele também comprova a descarada atuação golpista da embaixada dos EUA, tendo à frente o embaixador separatista Philip Goldberg, que já foi expulso do país. E denuncia a postura da mídia local, controlada por poucas famílias. O livro é um valioso contraponto às abjetas manipulações da mídia boliviana, mundial e brasileira.
“A história é um carro alegre”
Com base em três viagens realizadas nos momentos de maior tensão e em várias entrevistas com autoridades e lideranças políticas, o autor, editor do jornal Hora do Povo e assessor de imprensa da CUT, demonstra que está em curso um processo com marcas revolucionárias na Bolívia, que lembra uma canção de Chico Buarque e Pablo Milanês: “A história em um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”. A ativa mobilização dos movimentos sociais, em especial dos indígenas, que compõem mais de 60% da população, foi o fator chave que barrou as investidas golpistas e separatistas da oligarquia e do império ianque.
Diferente de outros países da América Latina, que ingressaram na onda de vitórias eleitorais de governantes progressistas, mas que ainda esbarram no descenso das lutas sociais, a Bolívia hoje conta com intensa participação popular. A luta de classes vive uma fase de ascensão. “Nas ruas e nas urnas”, o povo defende os avanços conquistados com a vitória de Evo Morales nas eleições presidenciais em dezembro de 2005. No referendo revogatório de agosto, o “sim” à continuidade do seu mandato obteve 67,4% dos votos. Já os referendos “autonomistas” de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, ocorridos poucos antes, tiveram alta abstenção e revelaram as fragilidades da elite.
Carros com a suástica nazista
O povo está decidido a avançar nas suas conquistas. A nacionalização dos hidrocarbonetos, que estancou o saque do petróleo e gás – antes, 82% dos recursos ficavam com as empresas e apenas 18% iam para o Estado; agora é o inverso –, possibilitou investimentos nos programas sociais – como o que garante Renda Dignidade aos idosos. O país erradicará o analfabetismo ainda neste ano. Já a reforma agrária progride, inclusive em Santa Cruz, onde apenas 15 famílias detinham mais de 80% das terras. O autor mostra que estes avanços devem ser consolidados e ampliados com a nova Constituição, com vários artigos progressistas, que passará por referendo em janeiro.
A oligarquia resiste com violência a tais conquistas. Leonardo Severo não esconde a sua aversão às cenas de racismo e fascismo nos antros da direita. Bandos armados humilhando os indígenas, carros com a suástica nazista transitando livremente, pichações hediondas nos muros contra os “collas” (indígenas), destruição de prédios públicos. Ele também comprova a descarada atuação golpista da embaixada dos EUA, tendo à frente o embaixador separatista Philip Goldberg, que já foi expulso do país. E denuncia a postura da mídia local, controlada por poucas famílias. O livro é um valioso contraponto às abjetas manipulações da mídia boliviana, mundial e brasileira.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
0729 - Boicote aos produtos de Israel
Durante a longa e heróica resistência ao apartheid, os lutadores anti-racistas da África do Sul contaram com uma inestimável solidariedade internacionalista. Além dos crescentes e massivos protestos de rua, um movimento mundial de boicote às multinacionais daquele país, que sempre lucraram com o segregacionismo, contribuiu decisivamente para isolar os racistas. Agora, diante da barbárie promovida por Israel na Faixa de Gaza, um apelo internacionalista semelhante ganha corpo. A idéia é não comprar produtos fabricados pelos sionistas, que hoje escondem o “made in Israel” para driblar a repulsa mundial, mas tem o código de barras iniciado com o número 0729.
Este movimento de solidariedade, que adquiriu velocidade pela rede da internet nos últimos dias, teve início nos meios universitários da Europa e dos EUA. Uma das promotoras deste boicote é Olícia Zemor, uma judia indignada com as políticas genocidas de Israel – o que confirma que o movimento não tem qualquer marca anti-semita e nem é contra o povo israelense, mas sim contra a política terrorista e expansionista do Estado e das classes dominantes daquele país. Segundo ela explicou, em Paris, “o boicote se tornará ainda mais abrangente e eficaz quando os consumidores memorizarem o código de identificação internacional dos produtos israelenses, o 0729”.
Produção em “terras roubadas”
“Os europeus, em particular, precisam saber que muitos dos produtos israelenses, beneficiando-se das tarifas preferenciais da UE, são fabricados nos territórios palestinos ilegalmente ocupados pelos colonos judeus, incluindo áreas ‘anexadas’ há pouco – e nisso é utilizada a água que Israel usurpa também, para não dizer rouba, dos palestinos”, advertiu a corajosa judia. Outro ativista da jornada de boicote, o escritor Maurice Rajsfus, de 74 anos, explicou os motivos da sua adesão:
“Há muitos cidadãos judeus, como eu, que não vivem no passado, com esta vontade de transferir o ódio para os outros, de fazer os palestinos pagarem pelos crimes nazistas. O melhor modo de não se esquecer do holocausto consiste em evitar que outros homens, mulheres e crianças sejam reprimidas, sob indiferença geral”. No âmbito universitário, o movimento já reúne 120 docentes europeus e estadunidenses, vários de origem judaica, que defendem a suspensão do intercambio com suas homólogas israelenses. No meio artístico, ele gerou o cancelamento de temporadas na Europa de companhias de dança e música israelense, enquanto congêneres européias decidiram não participar do próximo Festival de Israel. Também ocorrem protestos em ginásios de esporte.
Comércio já sente os efeitos
Segundo a imprensa européia, o boicote, deflagrado no meio universitário, já obteve o apoio de comerciantes e industriais e preocupa os empresários israelenses. Até agora, porém, nenhum país ocidental se declarou favorável ao movimento. Em abril passado, diante do bloqueio sionista à economia palestina, o Parlamento Europeu até discutiu sanções contra Israel, mas a proposta foi rejeitada pela Comissão Executiva da União Européia. Apesar disto, as exportações israelenses para o velho continente já caíram cerca de 20%, atingindo especialmente o comércio de armas.
Alguns fornecedores europeus também têm se recusado a vender várias peças de reposição para geladeiras e máquinas de lavar, “sob o pretexto que elas poderão servir à fabricação de mísseis”. Sob pressão, a Alemanha decidiu retardar o fornecimento de motores e caixas de câmbio para os tanques e carros de combate Merkava, utilizados pelo exército israelense. Já industriais gregos e holandeses suspenderam a venda de detergentes de cozinha, argumentando que tais produtos são “potencialmente armas químicas”. Empresários de origem palestina têm jogado papel decisivo na campanha, superando a passividade na defesa dos seus irmãos de Gaza e da Cisjordânia.
O papel ativo do sindicalismo
Além disso, o que é bastante sintomático sobre o papel que o proletariado pode jogar, estivadores noruegueses impediram recentemente a entrada no porto do Oslo de um cargueiro transportando mercadorias israelenses. Pouco depois, alguns dos principais sindicatos da Escócia, Dinamarca e Noruega conclamaram os trabalhadores a não comprar nos supermercados os produtos “made in Israel”, principalmente o das suas poderosas multinacionais. O movimento do boicote já tem sido divulgado nos protestos de rua na Europa organizados, entre outros, pelas centrais sindicais.
O Brasil, que infelizmente ainda não tem uma cultura de solidariedade internacionalista, bem que poderia aderir ao movimento mundial das redes pelo boicote aos produtos sionistas. As primeiras manifestações contra o genocídio em Gaza, embora tímidas, já pipocam pelo país, a partir do ato em São Paulo, que reuniu 600 pessoas e teve o apoio das entidades e igrejas árabes, dos partidos de esquerda (PCdoB, PT, PSOL, PSTU e PCB) e dos movimentos sociais. Outras manifestações contra o terrorismo de Israel já estão agendadas para esta semana. Seria uma ótima oportunidade para divulgar o número 0729, da campanha mundial de boicote aos produtos sionistas.
Este movimento de solidariedade, que adquiriu velocidade pela rede da internet nos últimos dias, teve início nos meios universitários da Europa e dos EUA. Uma das promotoras deste boicote é Olícia Zemor, uma judia indignada com as políticas genocidas de Israel – o que confirma que o movimento não tem qualquer marca anti-semita e nem é contra o povo israelense, mas sim contra a política terrorista e expansionista do Estado e das classes dominantes daquele país. Segundo ela explicou, em Paris, “o boicote se tornará ainda mais abrangente e eficaz quando os consumidores memorizarem o código de identificação internacional dos produtos israelenses, o 0729”.
Produção em “terras roubadas”
“Os europeus, em particular, precisam saber que muitos dos produtos israelenses, beneficiando-se das tarifas preferenciais da UE, são fabricados nos territórios palestinos ilegalmente ocupados pelos colonos judeus, incluindo áreas ‘anexadas’ há pouco – e nisso é utilizada a água que Israel usurpa também, para não dizer rouba, dos palestinos”, advertiu a corajosa judia. Outro ativista da jornada de boicote, o escritor Maurice Rajsfus, de 74 anos, explicou os motivos da sua adesão:
“Há muitos cidadãos judeus, como eu, que não vivem no passado, com esta vontade de transferir o ódio para os outros, de fazer os palestinos pagarem pelos crimes nazistas. O melhor modo de não se esquecer do holocausto consiste em evitar que outros homens, mulheres e crianças sejam reprimidas, sob indiferença geral”. No âmbito universitário, o movimento já reúne 120 docentes europeus e estadunidenses, vários de origem judaica, que defendem a suspensão do intercambio com suas homólogas israelenses. No meio artístico, ele gerou o cancelamento de temporadas na Europa de companhias de dança e música israelense, enquanto congêneres européias decidiram não participar do próximo Festival de Israel. Também ocorrem protestos em ginásios de esporte.
Comércio já sente os efeitos
Segundo a imprensa européia, o boicote, deflagrado no meio universitário, já obteve o apoio de comerciantes e industriais e preocupa os empresários israelenses. Até agora, porém, nenhum país ocidental se declarou favorável ao movimento. Em abril passado, diante do bloqueio sionista à economia palestina, o Parlamento Europeu até discutiu sanções contra Israel, mas a proposta foi rejeitada pela Comissão Executiva da União Européia. Apesar disto, as exportações israelenses para o velho continente já caíram cerca de 20%, atingindo especialmente o comércio de armas.
Alguns fornecedores europeus também têm se recusado a vender várias peças de reposição para geladeiras e máquinas de lavar, “sob o pretexto que elas poderão servir à fabricação de mísseis”. Sob pressão, a Alemanha decidiu retardar o fornecimento de motores e caixas de câmbio para os tanques e carros de combate Merkava, utilizados pelo exército israelense. Já industriais gregos e holandeses suspenderam a venda de detergentes de cozinha, argumentando que tais produtos são “potencialmente armas químicas”. Empresários de origem palestina têm jogado papel decisivo na campanha, superando a passividade na defesa dos seus irmãos de Gaza e da Cisjordânia.
O papel ativo do sindicalismo
Além disso, o que é bastante sintomático sobre o papel que o proletariado pode jogar, estivadores noruegueses impediram recentemente a entrada no porto do Oslo de um cargueiro transportando mercadorias israelenses. Pouco depois, alguns dos principais sindicatos da Escócia, Dinamarca e Noruega conclamaram os trabalhadores a não comprar nos supermercados os produtos “made in Israel”, principalmente o das suas poderosas multinacionais. O movimento do boicote já tem sido divulgado nos protestos de rua na Europa organizados, entre outros, pelas centrais sindicais.
O Brasil, que infelizmente ainda não tem uma cultura de solidariedade internacionalista, bem que poderia aderir ao movimento mundial das redes pelo boicote aos produtos sionistas. As primeiras manifestações contra o genocídio em Gaza, embora tímidas, já pipocam pelo país, a partir do ato em São Paulo, que reuniu 600 pessoas e teve o apoio das entidades e igrejas árabes, dos partidos de esquerda (PCdoB, PT, PSOL, PSTU e PCB) e dos movimentos sociais. Outras manifestações contra o terrorismo de Israel já estão agendadas para esta semana. Seria uma ótima oportunidade para divulgar o número 0729, da campanha mundial de boicote aos produtos sionistas.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Veja justifica genocídio em Gaza
A revista Veja sempre defendeu abertamente o Estado terrorista de Israel e nunca escondeu o seu ódio à causa palestina. O fundador da Editora Abril, dona da publicação, Victor Civita, filho de judeus italianos, nasceu em Nova Iorque, em 1907. Mudou-se para o Brasil em 1949, trazendo na bagagem as tiras do Pato Donald, o primeiro título da editora. Montou seu império de comunicação e virou uma das principais referências da influente comunidade judaica no país, que lhe conferiu vários títulos honoríficos. Como representante do setor mais fundamentalista desta comunidade, a família Civita sempre usou os seus veículos para justificar os hediondos crimes sionistas.
A edição desta semana da Veja é mais uma peça publicitária desta campanha. Falta informação e sobram manipulações. Já na capa, com a manchete “A guerra total em Gaza” e a chamada “Israel ataca radicais em território palestino”, fica patente o propósito de confundir os incautos leitores. Na prática, a revista reproduz a versão do exército invasor e do imperialismo ianque, sintetizada nas cínicas declarações da secretária de Estado ianque, Condoleezza Rice: “Os EUA condenam os repetidos ataques contra Israel e consideram o Hamas responsável pelo fim do cessar-fogo”.
Defesa marota da “lógica tribal”
A longa matéria difunde a imagem de que Israel é vítima do terror – e não um estado terrorista fortemente armado, agressivo e expansionista. Com base nesta falsa premissa, a revista justifica os bombardeios e a matança de crianças e idosos inocentes, reforçando argumentos primitivos e bárbaros: “A lógica tribal tem regras simples: se você me ataca, eu ataco de volta. Se quiser me destruir, eu o destruo primeiro. Se eu puder, uso dez vezes mais violência. Ou cem. Ou mil”, inicia o texto belicoso. Numa visão simplista, a Veja aponta o Hamas como o único culpado pela atual carnificina em Gaza, relembrando os discursos hidrófobos de Bush da “guerra ao terror”.
Diante das críticas ao “uso desproporcional de força”, inclusive do governo Lula, o texto ainda insiste: “Na lógica tribal, a autodefesa é perfeitamente admissível e moralmente justificável, tanto que a maioria dos israelenses apoiou os ataques”. Vale lembrar que os alemães também apoiaram a ascensão do nazismo, os campos de concentração e o holocausto judeu. O artigo até critica os horrores da atual agressão, sempre procurando ofuscar as mentes. “Os alvos visaram à estrutura de poder do Hamas – a central do aparato de segurança, o quartel de polícia, depósitos de armas”. Mas, infelizmente, “bombardear cidades só pode ter resultados terríveis”.
No final, para aparecer um pouco mais civilizada e menos belicosa, a Veja até defende a solução negociada para a guerra visando “romper a lógica tribal”. Mas ela propõe a paz dos cemitérios. A negociação seria totalmente inviável por causa do Hamas. “A história e a natureza desse grupo são obstáculos tremendos [ao acordo de paz]... O Hamas descende das mesmas fontes que influenciaram a Al Qaeda de Osama Bin Laden”. A exemplo da mídia de Israel, militarmente controlada e censurada, e da mídia dos EUA, sob forte influência da comunidade judaica, a Veja é uma representante “honorífica” do sionismo assassino e da “limpeza étnica” na região.
O holocausto palestino
Enquanto isso, a crise humanitária na Faixa de Gaza ganha contornos dramáticos, que relembram o holocausto nazista e deveriam indignar todos os amantes da paz, inclusive judeus. Basta ler o balanço da ONU de um dia antes da invasão por terra das tropas israelenses. Até sábado passado, 436 palestinos já tinha sido mortos (agora são quase 600, incluindo mais de 100 crianças) e 2.300 estavam feridos. Segundo o relatório oficial, 1,5 milhão de pessoas que superlotam Gaza eram vítimas de um cenário apocalíptico:
- Um ataque aéreo israelense acontece a cada 20 minutos, em média. Os bombardeios se intensificam à noite;
- Os ataques israelenses já destruíram mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infra-estrutura;
- O sistema de saúde, já debilitado desde o início do bloqueio israelense há 18 meses, entrou em colapso;
- Cerca de 250.000 pessoas estão sem eletricidade. A única central elétrica da Faixa de Gaza foi fechada em 30 de dezembro pela sexta vez desde o início de novembro por falta de combustível;
- A água corrente é disponibilizada uma vez a cada cinco ou sete dias durante algumas horas;
- Quarenta milhões de litros de esgoto são lançados no Mar Mediterrâneo diariamente. Em alguns locais, o esgoto se acumula nas ruas depois que o sistema de saneamento foi danificado pelos bombardeios;
- O gás de cozinha e para calefação já não é encontrado no mercado;
- Cerca de 80% da população depende inteiramente da ajuda humanitária.
- Falta farinha, arroz, açúcar, laticínios e latas de conservas;
- Israel permite diariamente a entrada de 60 caminhões carregados com produtos de primeira necessidade. Este número ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território;
- Os dutos do terminal de Nahal Oz pelos quais chegava todo o combustível importado estão fechados desde sábado passado;
- As escolas permanecem fechadas, mas muitas são utilizadas como abrigo por palestinos que fugiram de suas casas.
A edição desta semana da Veja é mais uma peça publicitária desta campanha. Falta informação e sobram manipulações. Já na capa, com a manchete “A guerra total em Gaza” e a chamada “Israel ataca radicais em território palestino”, fica patente o propósito de confundir os incautos leitores. Na prática, a revista reproduz a versão do exército invasor e do imperialismo ianque, sintetizada nas cínicas declarações da secretária de Estado ianque, Condoleezza Rice: “Os EUA condenam os repetidos ataques contra Israel e consideram o Hamas responsável pelo fim do cessar-fogo”.
Defesa marota da “lógica tribal”
A longa matéria difunde a imagem de que Israel é vítima do terror – e não um estado terrorista fortemente armado, agressivo e expansionista. Com base nesta falsa premissa, a revista justifica os bombardeios e a matança de crianças e idosos inocentes, reforçando argumentos primitivos e bárbaros: “A lógica tribal tem regras simples: se você me ataca, eu ataco de volta. Se quiser me destruir, eu o destruo primeiro. Se eu puder, uso dez vezes mais violência. Ou cem. Ou mil”, inicia o texto belicoso. Numa visão simplista, a Veja aponta o Hamas como o único culpado pela atual carnificina em Gaza, relembrando os discursos hidrófobos de Bush da “guerra ao terror”.
Diante das críticas ao “uso desproporcional de força”, inclusive do governo Lula, o texto ainda insiste: “Na lógica tribal, a autodefesa é perfeitamente admissível e moralmente justificável, tanto que a maioria dos israelenses apoiou os ataques”. Vale lembrar que os alemães também apoiaram a ascensão do nazismo, os campos de concentração e o holocausto judeu. O artigo até critica os horrores da atual agressão, sempre procurando ofuscar as mentes. “Os alvos visaram à estrutura de poder do Hamas – a central do aparato de segurança, o quartel de polícia, depósitos de armas”. Mas, infelizmente, “bombardear cidades só pode ter resultados terríveis”.
No final, para aparecer um pouco mais civilizada e menos belicosa, a Veja até defende a solução negociada para a guerra visando “romper a lógica tribal”. Mas ela propõe a paz dos cemitérios. A negociação seria totalmente inviável por causa do Hamas. “A história e a natureza desse grupo são obstáculos tremendos [ao acordo de paz]... O Hamas descende das mesmas fontes que influenciaram a Al Qaeda de Osama Bin Laden”. A exemplo da mídia de Israel, militarmente controlada e censurada, e da mídia dos EUA, sob forte influência da comunidade judaica, a Veja é uma representante “honorífica” do sionismo assassino e da “limpeza étnica” na região.
O holocausto palestino
Enquanto isso, a crise humanitária na Faixa de Gaza ganha contornos dramáticos, que relembram o holocausto nazista e deveriam indignar todos os amantes da paz, inclusive judeus. Basta ler o balanço da ONU de um dia antes da invasão por terra das tropas israelenses. Até sábado passado, 436 palestinos já tinha sido mortos (agora são quase 600, incluindo mais de 100 crianças) e 2.300 estavam feridos. Segundo o relatório oficial, 1,5 milhão de pessoas que superlotam Gaza eram vítimas de um cenário apocalíptico:
- Um ataque aéreo israelense acontece a cada 20 minutos, em média. Os bombardeios se intensificam à noite;
- Os ataques israelenses já destruíram mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infra-estrutura;
- O sistema de saúde, já debilitado desde o início do bloqueio israelense há 18 meses, entrou em colapso;
- Cerca de 250.000 pessoas estão sem eletricidade. A única central elétrica da Faixa de Gaza foi fechada em 30 de dezembro pela sexta vez desde o início de novembro por falta de combustível;
- A água corrente é disponibilizada uma vez a cada cinco ou sete dias durante algumas horas;
- Quarenta milhões de litros de esgoto são lançados no Mar Mediterrâneo diariamente. Em alguns locais, o esgoto se acumula nas ruas depois que o sistema de saneamento foi danificado pelos bombardeios;
- O gás de cozinha e para calefação já não é encontrado no mercado;
- Cerca de 80% da população depende inteiramente da ajuda humanitária.
- Falta farinha, arroz, açúcar, laticínios e latas de conservas;
- Israel permite diariamente a entrada de 60 caminhões carregados com produtos de primeira necessidade. Este número ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território;
- Os dutos do terminal de Nahal Oz pelos quais chegava todo o combustível importado estão fechados desde sábado passado;
- As escolas permanecem fechadas, mas muitas são utilizadas como abrigo por palestinos que fugiram de suas casas.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Ato de solidariedade ao povo palestino
Dia 2 de janeiro, 15h
MASP – Av. Paulista – São Paulo-SP
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Homenagem aos 50 anos da Revolução Cubana
RESPONDE TU
NICOLÁS GUILLÉN (1902-1989)
Tradução de Gilfrancisco Santos
Tu, que partiste de Cuba,
responde tu,
onde acharás verde e verde,
azul e azul,
palma e palma sob o céu?
Responde tu.
Tu, que tua língua esqueceste,
responde tu,
e em língua estranha mastigas
o güel e o yu,
como viver podes mudo?
Responde tu.
Tu, que deixaste a terra,
responde tu,
onde teu pai repousa
sob uma cruz,
onde deixarás teus ossos?
Responde tu.
Ah infeliz, responde,
responde tu,
onde acharás verde e verde,
azul e azul,
palma e palma sob o céu?
Responde tu.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
A mídia e as eleições na Venezuela
Por Altamiro Borges
Na entrevista coletiva em que reconheceu os resultados das eleições e enalteceu a vitalidade da democracia na Venezuela, o presidente Hugo Chávez aproveitou para criticar a cobertura da rede estadunidense CNN. Lembrou que de apoiadora do golpe de abril de 2002, a emissora ianque se transformou no principal cabo eleitoral da oposição direitista no país, manipulando informações para desqualificar o governo venezuelano. A crítica de Chávez serve perfeitamente para analisar a cobertura da mídia brasileira das eleições deste domingo.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
A marcha das centrais contra a crise
Por Altamiro Borges
No próximo dia 3 de dezembro, mais de 15 mil trabalhadores do país inteiro deverão marchar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para exigir que “os ricos paguem a crise do capitalismo”. O protesto unitário, organizado pelas centrais sindicais (CTB, CUT, FS, NCST, UGT e CGTB) e que tem o apoio de diversos movimentos sociais, cobrará do presidente Lula que o ônus da grave crise econômica mundial não seja jogado sobre as costas da classe trabalhadora. Um documento conjunto será entregue ao governo federal contendo as principais reivindicações do sindicalismo.
No próximo dia 3 de dezembro, mais de 15 mil trabalhadores do país inteiro deverão marchar na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para exigir que “os ricos paguem a crise do capitalismo”. O protesto unitário, organizado pelas centrais sindicais (CTB, CUT, FS, NCST, UGT e CGTB) e que tem o apoio de diversos movimentos sociais, cobrará do presidente Lula que o ônus da grave crise econômica mundial não seja jogado sobre as costas da classe trabalhadora. Um documento conjunto será entregue ao governo federal contendo as principais reivindicações do sindicalismo.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Crise e orgia financeira no Brasil (4)
Por Altamiro Borges
O Brasil é um país vulnerável. Para manter, aos trancos e barrancos, o frágil funcionamento da sua economia, ele depende do ingresso anual de quase US$ 53 bilhões do mercado externo. Essa situação de dependência, uma marca da história nacional, chegou às raias do absurdo durante o triste reinado de FHC. Apesar da conversa fiada sobre a austeridade fiscal e da entrega criminosa de boa parte do patrimônio público, via privatizações espúrias, o seu governo tornou o país ainda mais capenga. Na hora em que FHC reaparece das sombras, vale relembrar que seu reinado transformou o país num grande cassino. Ele escancarou de vez a orgia financeira no Brasil!
O Brasil é um país vulnerável. Para manter, aos trancos e barrancos, o frágil funcionamento da sua economia, ele depende do ingresso anual de quase US$ 53 bilhões do mercado externo. Essa situação de dependência, uma marca da história nacional, chegou às raias do absurdo durante o triste reinado de FHC. Apesar da conversa fiada sobre a austeridade fiscal e da entrega criminosa de boa parte do patrimônio público, via privatizações espúrias, o seu governo tornou o país ainda mais capenga. Na hora em que FHC reaparece das sombras, vale relembrar que seu reinado transformou o país num grande cassino. Ele escancarou de vez a orgia financeira no Brasil!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
A crise e as mentiras dos rentistas (3)
Por Altamiro Borges
Apesar dos vários danos causados pelo livre fluxo de capitais, seus apologistas tentam apresentá-lo como algo natural, que sempre existiu. Alguns por ignorância, outros por medo e muitos por má-fé alardeiam a lorota como verdadeira. Mas a história e as experiências recentes desmentem esta manipulação. Na verdade, após a II Guerra o que predominou no mundo foi a existência de regras para entrada e saída de capitais. Este modelo, ancorado na Conferência de Breton Woods, inclusive serviu para alavancar os "30 anos gloriosos" de crescimento do capitalismo mundial.
Apesar dos vários danos causados pelo livre fluxo de capitais, seus apologistas tentam apresentá-lo como algo natural, que sempre existiu. Alguns por ignorância, outros por medo e muitos por má-fé alardeiam a lorota como verdadeira. Mas a história e as experiências recentes desmentem esta manipulação. Na verdade, após a II Guerra o que predominou no mundo foi a existência de regras para entrada e saída de capitais. Este modelo, ancorado na Conferência de Breton Woods, inclusive serviu para alavancar os "30 anos gloriosos" de crescimento do capitalismo mundial.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
A crise e a libertinagem financeira (2)
Por Altamiro Borges
A proposta do controle de fluxos de capital adquire maior relevância com as recentes turbulências no mercado financeiro mundial. Nas últimas semanas, a mídia tem atormentado a sociedade com as tenebrosas notícias de queda na bolsa de valores, elevação do dólar e piora do chamado "risco Brasil"... Alguns já se recordam dos efeitos dramáticos no México da alta dos juros nos EUA em 1994 — de 3% para 6%. Em poucos minutos, a economia mexicana, totalmente dependente dos capitais voláteis, ficou em frangalhos, com a quebradeira de empresas e milhares de demissões.
A proposta do controle de fluxos de capital adquire maior relevância com as recentes turbulências no mercado financeiro mundial. Nas últimas semanas, a mídia tem atormentado a sociedade com as tenebrosas notícias de queda na bolsa de valores, elevação do dólar e piora do chamado "risco Brasil"... Alguns já se recordam dos efeitos dramáticos no México da alta dos juros nos EUA em 1994 — de 3% para 6%. Em poucos minutos, a economia mexicana, totalmente dependente dos capitais voláteis, ficou em frangalhos, com a quebradeira de empresas e milhares de demissões.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
Crise mundial e controle de capitais (1)
Por Altamiro Borges
Com o agravamento da crise mundial, várias propostas surgem para evitar o caos nas economias nacionais. A burguesia, que privatizou o lucro na fase da bonança e que agora tenta socializar os prejuízos, já apresentou sua amarga receita para os trabalhadores. Em síntese, propõe a anulação do acordo feito entre o presidente Lula e as centrais sindicais de valorização do salário mínimo; nova reforma da previdência, penalizando aposentadorias e pensões; redução dos investimentos nos programas sociais, como no Bolsa Família, e demissão e arrocho dos servidores públicos.
Com o agravamento da crise mundial, várias propostas surgem para evitar o caos nas economias nacionais. A burguesia, que privatizou o lucro na fase da bonança e que agora tenta socializar os prejuízos, já apresentou sua amarga receita para os trabalhadores. Em síntese, propõe a anulação do acordo feito entre o presidente Lula e as centrais sindicais de valorização do salário mínimo; nova reforma da previdência, penalizando aposentadorias e pensões; redução dos investimentos nos programas sociais, como no Bolsa Família, e demissão e arrocho dos servidores públicos.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
A crise e a “bolha na agricultura”
Por Altamiro Borges
Em recente entrevista, Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e crítico do neoliberalismo, fez uma previsão sombria que já parece virar realidade: “Podemos ter uma bolha na agricultura brasileira. Isto porque muitos investidores estrangeiros colocaram seu dinheiro nas commodities nos últimos meses, fugindo do dólar. Com a crise mundial, o primeiro impacto é o do fim dos créditos e dos investimentos e as dívidas contraídas pelo país podem ser um problema no campo. Além disso, tudo indica que os preços das commodities vão cair. A bolha no Brasil pode estar no campo. Ninguém está imune à crise. O Brasil, por mais preparado que esteja, também não está”.
Em recente entrevista, Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia e crítico do neoliberalismo, fez uma previsão sombria que já parece virar realidade: “Podemos ter uma bolha na agricultura brasileira. Isto porque muitos investidores estrangeiros colocaram seu dinheiro nas commodities nos últimos meses, fugindo do dólar. Com a crise mundial, o primeiro impacto é o do fim dos créditos e dos investimentos e as dívidas contraídas pelo país podem ser um problema no campo. Além disso, tudo indica que os preços das commodities vão cair. A bolha no Brasil pode estar no campo. Ninguém está imune à crise. O Brasil, por mais preparado que esteja, também não está”.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Itaú-Unibanco e a concentração de capital
Por Altamiro Borges
A “fusão” dos bancos Itaú e Unibanco foi saudada por membros do governo, líderes da oposição de direita e também pela mídia hegemônica. Todos afirmam que a operação revela que o sistema financeiro nacional está sólido, imune à atual crise capitalista, e que o novo megabanco reforçará a posição do país no mercado mundial. “O negócio dá origem a uma instituição com mais escala e capacidade de competir no exterior”, festejou Roberto Troster, ex-economista da Federação Brasileira dos Bancos. Será? No mínimo, seria preciso maior cautela diante de uma fusão que concentra ainda mais os capitais, preocupa os clientes e apavora os bancários.
A “fusão” dos bancos Itaú e Unibanco foi saudada por membros do governo, líderes da oposição de direita e também pela mídia hegemônica. Todos afirmam que a operação revela que o sistema financeiro nacional está sólido, imune à atual crise capitalista, e que o novo megabanco reforçará a posição do país no mercado mundial. “O negócio dá origem a uma instituição com mais escala e capacidade de competir no exterior”, festejou Roberto Troster, ex-economista da Federação Brasileira dos Bancos. Será? No mínimo, seria preciso maior cautela diante de uma fusão que concentra ainda mais os capitais, preocupa os clientes e apavora os bancários.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Vade retro Bush, o sádico torturador (8)
Por Altamiro Borges
Em recente reportagem de capa, o jornal The New York Times confirmou o que todos já sabiam. O presidente-terrorista George W. Bush autorizou as bárbaras torturas de presos políticos nos campos de concentração de Abu Ghraib, no Iraque, e Guantánamo, em Cuba. O texto torna públicos dois memorandos secretos de 2005 e uma ordem direta enviada à CIA em julho do ano passado. Diante de documentos incontestáveis, o editorial do jornalão conservador foi obrigado a dizer que “os pareceres secretos são um legado encoberto do governo Bush”. A grave denúncia reforça a pressão popular, nos EUA e no restante do mundo, e a ação de alguns parlamentares do Partido Democrata pela retirada dos 150 mil soldados que ocupam o Iraque e o Afeganistão.
Em recente reportagem de capa, o jornal The New York Times confirmou o que todos já sabiam. O presidente-terrorista George W. Bush autorizou as bárbaras torturas de presos políticos nos campos de concentração de Abu Ghraib, no Iraque, e Guantánamo, em Cuba. O texto torna públicos dois memorandos secretos de 2005 e uma ordem direta enviada à CIA em julho do ano passado. Diante de documentos incontestáveis, o editorial do jornalão conservador foi obrigado a dizer que “os pareceres secretos são um legado encoberto do governo Bush”. A grave denúncia reforça a pressão popular, nos EUA e no restante do mundo, e a ação de alguns parlamentares do Partido Democrata pela retirada dos 150 mil soldados que ocupam o Iraque e o Afeganistão.
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Vade retro Bush, “mentor” do terrorismo (7)
Por Altamiro Borges
''Darei uma razão propagandística para começar a guerra, não importa se é ela plausível ou não. Ao vencedor não se pergunta depois se ele disse ou não a verdade''. Discurso de Adolf Hitler, em 25 de outubro de 1939, poucos dias antes da invasão da Polônia.
Até hoje persistem dúvidas sobre o que de fato aconteceu na manhã de 11 de setembro de 2001. Naquele fatídico dia, dois aviões atingiram as “torres gêmeas” do World Trade Center, em Nova York, símbolo da ostentação capitalista; outro destruiu parte do prédio do Pentágono, em Washington, símbolo do poder imperial; e um quarto caiu na Pensilvânia. Segundo dados oficiais, estes atentados causaram a morte de 3 mil pessoas e comoveram o mundo. Mas eles também ressuscitaram a desgastada imagem de George W. Bush, eleito de forma fraudulenta no final de 2000, e lançaram o planeta na insana “guerra infinita” contra o “eixo do mal” – que já contabiliza a morte de 700 mil iraquianos e de mais de três mil soldados ianques.
''Darei uma razão propagandística para começar a guerra, não importa se é ela plausível ou não. Ao vencedor não se pergunta depois se ele disse ou não a verdade''. Discurso de Adolf Hitler, em 25 de outubro de 1939, poucos dias antes da invasão da Polônia.
Até hoje persistem dúvidas sobre o que de fato aconteceu na manhã de 11 de setembro de 2001. Naquele fatídico dia, dois aviões atingiram as “torres gêmeas” do World Trade Center, em Nova York, símbolo da ostentação capitalista; outro destruiu parte do prédio do Pentágono, em Washington, símbolo do poder imperial; e um quarto caiu na Pensilvânia. Segundo dados oficiais, estes atentados causaram a morte de 3 mil pessoas e comoveram o mundo. Mas eles também ressuscitaram a desgastada imagem de George W. Bush, eleito de forma fraudulenta no final de 2000, e lançaram o planeta na insana “guerra infinita” contra o “eixo do mal” – que já contabiliza a morte de 700 mil iraquianos e de mais de três mil soldados ianques.
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