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Foi um espetáculo grotesco o da sessão da Câmara dos Deputados do dia 17 de abril passado. Durante horas, deputados votaram pela continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma no Congresso Nacional. A cena revelou aspectos inusitados.
Ficou claro que muitos votantes pareciam desconhecer, ou desconsideravam inteiramente , o tema em questão, declarando seus votos por razões que não estão em questão. Uma legião de deputados alteou sua voz para homenagear mãe, pai, filhos e netos, às vezes nominado-os individualmente. Houve um que foi ao microfone com seu filho de 18 anos a tiracolo e queria que o rapaz votasse em seu lugar. Outro, depois de votar, voltou correndo para dizer que se esquecera de anunciar à Nação o nome de um seu parente, que precisava ser homenageado. Uma mulher fez o elogio de seu marido, prefeito de Montes Claros, cujos méritos eram tais que demonstravam que o “Brasil tinha jeito”, sem imaginar que o dito marido seria preso no dia seguinte pela manhã.