quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Cabral e a lavagem de luxo das joalherias

Por Altamiro Borges

A prisão do ex-governador Sérgio Cabral, acusado de receber milhões em propina das empresas que realizaram várias obras no Rio de Janeiro, trouxe à tona um esquema luxuoso e ardiloso de lavagem de dinheiro ilícito. Ele envolve as principais joalheiras do país, que fazem o sonho de consumo dos ricaços nativos. A mídia privada, que abocanha muito dinheiro com os anúncios publicitários destas marcas, evita tratar do assunto – por razões meramente mercenárias e venais. Mas o tema pode voltar à baila nos próximos meses com os novos desdobramentos da midiática Operação Lava-Jato.


Folha aplaude destruição de Temer e Macri

Por Altamiro Borges

As economias do Brasil e da Argentina estão definhando, mas o maior diário em circulação no país, a Folha, segue bajulando os neoliberais Michel Temer e Mauricio Macri. No caso do primeiro, talvez o aumento das verbas publicitárias explique tamanho chapa-branquismo. Já no caso da nação vizinha, a motivação é puramente ideológica. Nesta quarta-feira (4), o jornal publicou um editorial elogiando “as escolhas acertadas” do presidente argentino. Dois dias antes, também em editorial bajulador, ele destacou os “avanços” implementados pelo covil golpista no Brasil. O jornal da famiglia Frias – que apoiou o golpe de 1964 e tratou a sanguinária ditadura de “ditabranda” – não toma jeito!

Massacre do Compaj e o futuro do Brasil

Por Sebastião Velasco, no site Carta Maior:

Feliz 2020! Disse-me o amigo quando nos despedimos, na praia, na noite do dia 30. Otimista que sou, devolvi a brincadeira: feliz 2019! Mesmo com o abatimento, a fatura ainda sairá cara...

Estava escrito. Contra o anseio geral, 2017 anunciava-se um ano amargo. Mas ninguém podia imaginar que seria aberto por tragédia de tal monta.

A notícia explodiu na TV na noite do primeiro dia útil do ano, em competição desleal com a cobertura sobre a posse dos novos prefeitos, subitamente ofuscados em gestos longamente planejados de pornográfica demagogia. Rebelião de presos em Manaus deixa saldo de 60 mortos; a maior chacina em presídios brasileiros, desde o massacre do Carandiru.

João Doria e a farsa completada

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Para quem imaginava que fantasias do marketing político de João Doria estariam limitadas ao período de campanha eleitoral, o que seria compreensível pelo baixo padrão instituído no sistema eleitoral em vigor no Brasil e na maioria dos países, o primeiro dia do mandato do novo prefeito de São Paulo encarregou-se de mostrar o contrário.

Ao fantasiar-se de gari tentando fingir - em companhia dos secretários - que limpava uma praça que já fora varrida na véspera por funcionários de limpeza pública, Dória evoluiu em seu disfarce de personagem da sociedade do espetáculo. Depois de apresentar-se como não-político durante a campanha, deu um passo além e assumiu um trabalho como ator, profissional treinado para fingir ser o que não é. Com a roupa esverdeada, o prefeito ilustra uma cena que tanto ele como o eleitorado sabem que é pura ficção. Sequer tenta enganar. É falso de ponta a ponta.

A privataria carcerária em Manaus

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Cenário do maior massacre no sistema prisional brasileiro desde o Carandiru, o Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus (AM), mantinha presos em situação de superlotação e “sofrimento psíquico”, aponta relatório da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) divulgado pelo site Huffpost Brasil.

O presídio tinha 1.147 detentos, sendo que a capacidade era de 450, uma superlotação de 254%, de acordo com o documento enviado PELA SDH ao Ministério Público Federal em janeiro de 2016, após visita em 9 de dezembro de 2015.

Novo salário mínimo agrava a pobreza

Do site Vermelho:

A Política de Valorização do Salário Mínimo foi criada para garantir aumentos acima da inflação e fomentar a economia interna. Essa política ajudou no crescimento do país e na “erradicação da pobreza de milhões de brasileiros e brasileiras", diz Carlos Rogério Nunes, secretário de Políticas Sociais da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

O cálculo passou a ser baseado no índice da inflação do ano anterior, acrescida da taxa de crescimento da economia de 2 anos antes. Apesar de ser aplicada desde 2007, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a valorização do mínimo virou lei somente em 2011, durante o governo de Dilma Rousseff, com a Lei 12.382/11.

Internet ironiza propaganda do governo

Do blog Cafezinho:

É no mínimo curiosa a nova campanha publicitária do governo de Michel Temer. Em suma, ao invés de fortalecer sua imagem junto aos grandes empresários e a classe média golpista, Temer preferiu ir atrás das minorias que o detestam.

É sabido que propaganda “vende” desejo, mas não originalidade. Do contrário, cai no ridículo.

O horror no presídio privado de Manaus

Por Cesar Locatelli e Laura Capriglione, no site Jornalistas Livres:

O ano de 2017 mal começou e começou mal. Depois de 17 horas de terror, abrem-se as portas do Complexo Penitenciário, com 1.072 detentos, localizado na Rodovia BR 174, Km 8, em Manaus. E o que se vê é indescritível. São corpos desfigurados, cabeças cortadas, corações arrancados – uma violência sem limites, que destruiu as vidas de pelo menos 60 homens.

(Não publicaremos nenhuma foto disso em respeito às vítimas e seus familiares).

Massacre de Manaus: O país armou a bomba

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, no Amazonas, choca. Mas não deveria.

Não, não estou defendendo o discurso idiotizante do ''bandido bom é bandido morto''.

Mas lembrando que o sistema prisional brasileiro é uma bomba armada que, só por um milagre, não explode.

Apenas solta faíscas, como os 111 mortos no Carandiru, os decapitados de Pedrinhas, os 56 do Anísio Jobim.

A teoria que ainda sustenta o golpe

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – as ideias e a conspiração

Nessa geleia geral em que se transformou o golpe, uma boa análise estratégica exige a tipificação mais detalhada do papel de cada personagem.

O poder de fato está em uma entidade chamada mercado.

É o mercado quem forneceu o fio agregador do golpe, o objetivo final, o componente ideológico capaz de criar uma agenda econômica alternativa, em torno dos quais se agruparam a mídia, o PSDB e se induziu à politização de instituições, como o STF (Supremo Tribunal Federal) e o MPF (Ministério Público Federal), montando o círculo inicial que passou a dar as cartas no governo Temer e, possivelmente, no pós-Temer.

Precisamos combater a cultura do ódio!

Por Paulo Pimenta, no site Sul-21:

O ano de 2017 inicia com um País chocado diante da chacina de doze pessoas durante uma festa de réveillon em Campinas. Tivemos o primeiro caso de feminicídio do ano. Antes de matar a ex-esposa, o próprio filho, seus amigos e parentes, o assassino que planejou o crime fez vídeos e escreveu uma carta em que revela seu desprezo às mulheres, chamadas de vadias repetidas vezes por ele. Em busca dos holofotes que comumente são dados aqueles que se manifestam contra os direitos humanos, os termos dessa carta revelam a crescente destruição de valores humanos em nossa sociedade.

Temer salva os ricos e paralisa o país

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A aprovação pelo governo Temer da PEC 55 que congela em termos reais os gastos federais não financeiros aprisiona os próximos 20 anos à semi-estagnação dos rendimentos do conjunto dos brasileiros. No país da financeirização da riqueza, a referida PEC não limita do crescimento real somente os gastos financeiros que seguem livres para continuar crescendo.

Como o Brasil se encontra há muito tempo entre os países das mais altas taxas de juros do mundo, os rentistas que vivem sem a necessidade do trabalho árduo, mas da fácil apropriação das transferências dos recursos públicos, ganham o passaporte para o futuro. Atualmente, mais de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) nacional encontra-se absorvido pela economia da financeirização da riqueza, o que retira dinamismo da economia real para crescer e, portanto, gerar empregos e renda nacional.

Propaganda do governo vira antigoverno

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Anuncia Lauro Jardim que o Planalto abriu licitação para a escolha de agências de publicidade que se dedicarão à inglória tarefa de cuidar da imagem de um governo em ruínas.

Segundo a nota de O Globo, o tema proposto às agências é a crise, a recessão, a retomada da economia? Não…São os, acredite, Direitos Humanos, a proteção a LGBT, idosos e crianças e a pregação da igualdade racial e de gênero.

O erro de Dilma e Lula no trato com a mídia

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os barões da mídia gostam de manter a pose à luz do sol, mas na sombra a história é bem diferente.

No último Roda Viva, o jornalista e escritor Carlos Maranhão falou sobre a biografia que lançou há pouco de Roberto Civita.

Num determinado momento, Maranhão citou traços fundamentais de RC.

Um deles, típico dos liberais clássicos, era a fé cega no mercado. O governo, para RC, jamais deveria se meter na economia.

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Temer taxa Netflix. Globo agradece!

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Na virada do ano, o Judas Michel Temer deu mais um presentão às emissoras privadas que exploram as concessões públicas de rádio e tevê. Ele sancionou a lei complementar que determina a cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) para as transmissões online de áudio e vídeo, conforme publicação do Diário Oficial da União de sexta-feira (30). Desta forma, Netflix, Spotify e outros serviços online serão taxados, o que elevará os seus preços. A bondade presidencial atende a uma antiga demanda dos impérios midiáticos, que reclamavam da "concorrência desleal" que fez desabar as audiências das emissoras de tevê e rádio e diminuir os bilionários anúncios publicitários.

O ano em que se tentou matar a esperança

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Leonardo Boff, em seu blog:

A situação social, política e econômica do Brasil mereceria uma reflexão severa sobre a tentativa perversa de matar a esperança do povo brasileiro, promovida por uma corja (esse é o nome) de políticos, em sua grande maioria corruptos ou acusados de tal, que, de forma desavergonhada, se pôs a serviço dos verdadeiros forjadores do golpe perpetrado contra a Presidenta Dilma Rousseff: a velha oligarquia do dinheiro e do privilégio que jamais aceitou que alguém do andar de baixo chegasse a ser Presidente do Brasil e fizesse a inclusão social de milhões dos filhos e filhas da pobreza.

Globo e Lava-Jato mataram em Campinas

O ano do asno. Pomposo

Por Mino Carta, na revista CartaCapital:

Pompous ass, expressão da língua inglesa para qualificar o medíocre empolado

A se adotar o costume chinês que a cada ano atribui a influência, ou as características de um bicho, feroz ou manso, 2016 no Brasil foi o ano do asno, ou do burro, se preferirem. Houve uma contribuição fluvial para tanto.

A partir dos autores do golpe e a terminar com quantos acreditaram que bastaria defenestrar Dilma Rousseff, destruir o PT e seu líder Lula, para colocar o País na rota da felicidade. Não, não foi ano de tigres ou lobos.

Salário-mínimo e a mesquinharia de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A lei orçamentária aprovada para 2017 previu um reajuste do salário-mínimo de R$ 880,00 para R$ 945,80, com base na inflação projetada de 7,5%.

Como ela fechará menor, em 6,74%, o decreto de Temer, assinado ontem, fixando o novo valor, expurgou a diferença no índice. Até ai tudo bem. Mas além desta adequação, o governo fez outro ajuste que levou ao encolhimento do valor do novo mínimo para R$ 937,00. A diferença de R$ 8.80 entre o valor aprovado pelo Congresso na lei orçamentária e o valor fixado por Temer deriva da queda na inflação e também de um expurgo retroativo, revelador da mesquinharia social do governo.

Movimentos sociais: o que esperar de 2017?

Por Rute Pina, no jornal Brasil de Fato:

“Derrota dos campos progressistas”, “esgotamento da política de conciliação” ou “ perda institucional da esquerda”. O ano de 2016 foi definido de diferentes formas por ativistas e dirigentes de movimentos sociais, mas há consenso em um aspecto: no ano que passou, pouco se avançou em pautas importantes do movimento social - ao contrário, o período foi marcado por retiradas de direitos historicamente conquistados.

No entanto, os acontecimentos do ano passado, como a proposta de Reforma da Previdência, podem pavimentar o terreno para um aumento da indignação das pessoas e alcançar parcelas da população que ainda não saíram às ruas em manifestações contra o governo não eleito de Michel Temer (PMDB). Ainda que grandes, os protestos estão restritos aos movimentos organizados e tradicionais da esquerda.