domingo, 3 de setembro de 2017

A volta das filas de desempregados

Por Altamiro Borges

As filas de desempregados, que tinham sumido de cena durante os governos Lula e Dilma, voltaram a mostrar a dramaticidade da crise brasileira. A quadrilha de Michel Temer, que assaltou o poder com o apoio da cloaca empresarial e da classe “mérdia” egoísta, prometeu que a economia iria se recuperar “instantaneamente” com a derrubada de Dilma Rousseff. O que se vê em todo o país, porém, é a explosão do desemprego. A imprensa venal, nutrida com milhões em publicidade, até tenta esconder a tragédia e jura que “o Brasil voltou a crescer”. Mas a realidade desmente os falsários. Na quarta-feira passada (30), uma fila quilométrica de desempregados se formou diante do Shopping Jardim Guadalupe, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

Quem financiou o filme-farsa da Lava-Jato?

Por Altamiro Borges

O Sindicato dos Advogados de São Paulo decidiu ingressar com uma ação na Justiça exigindo a apresentação dos nomes dos financiadores do filme “Polícia Federal – A Lei é Para Todos”, que estreará nos cinemas em 7 de setembro. Conforme explica Aldimar de Assis, presidente da entidade, “essa questão está obscura e nossos associados, que defendem réus da Lava Jato, estão preocupados porque as pessoas são apresentadas como culpadas antes mesmo do julgamento final de seus processos. Será que os patrocinadores são de empresas que prestam serviços públicos? Há algum interesse eleitoral nesse filme?”.

O fundamentalismo evangélico do juiz Bretas

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

O Estadão publica um interessante perfil do juiz Marcelo Bretas, que conduz os processos do ramo fluminense da Lava Jato.

No texto, sobressai a formação evangélica do magistrado. Nada contra a formação evangélica, mas, em Estado laico, a cultura evangélica pode fazer do juiz um agente público que se considere dotado de uma missão superior.

Por exemplo, há um trecho que fala de sua reação ao que disse o ministro Gilmar Mendes sobre a “revisão” de Bretas a um habeas corpus concedido pelo ministro da suprema corte.

7 de Setembro e os saqueadores do Brasil

Por Mauricio Dias, na revista CartaCapital:

Neste período de Michel Temer no comando de um governo golpista, o país subitamente bate de frente com o Dia 7 de Setembro e, por ironia, sofre constrangimentos ao fazer reverência à data de comemoração da Independência do Brasil, proclamada às margens do riacho Ipiranga. Nada menos que 195 anos se passaram. A realidade de 2017 briga, neste momento, com a referência histórica de 1822.

Esse badalado “evento cívico” poderia ser rebatizado e, por causa da entrega da soberania do País, passaria a ser o “Dia da Dependência”, conduzido pelo subjugado Temer, uma figura distante do determinado dom Pedro I.

O Brasil que brota para ver Lula

Fotos: Ricardo Stuckert
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Fiquei em dúvida se ilustrava o post com a foto aí de cima ou com a que vai no corpo do texto, ambas do Ricardo Stuckert, que virou uma espécie de Debret desta “missão francesa” de um nordestino pelo Nordeste, à procura de si mesmo e de força para rebrotar, como uma planta busca água em suas raízes.

Escolhi porque nela há uma criança, que não merece ter, daqui a 50 anos, a expressão que a outra mulher tem no rosto crestado de sol e de carências.

Meirelles e a falência da democracia

Por Guilherme Boulos, no site Mídia Ninja:

“Com Temer ou com Maia, eu fico.” Essa frase vem sendo dita por Henrique Meirelles a quem queira ouvir. Mesmo sob uma crise política sem precedentes e com a avalanche de denúncias ao sistema político do país, o ministro e sua equipe vem sendo tratados como intocáveis pelo mercado e pela imprensa. Difícil imaginar um Ministro da Fazenda tão confortável no seu posto com indicadores pífios e piora da recessão, chegando a 14 milhões de desempregados. A economia? Derrete. E a equipe econômica? Vai muito bem, obrigado.

Venezuela, Trump e a submissão do Brasil

Josetxo Ezcurra/Rebelión
Por José Dirceu, no site Opera Mundi:

Há semanas escrevi para o jornal espanhol El Pais um artigo sobre a Venezuela, indignado que estava com a política do governo brasileiro, através das operações diplomáticas do Itamaraty, agindo de forma absolutamente irresponsável e submissa aos interesses da direita venezuelana e dos Estados Unidos.

Ao apoiar a oposição, o governo brasileiro alimenta as correntes favoráveis à guerra civil e à intervenção norte-americana, chancelando um noticiário que, no Brasil como na maioria da imprensa internacional, está comprometido com os inimigos do chavismo e sua versão dos fatos.

Filme sobre a Lava-Jato é uma farsa

Por Paulo Pimenta, no site da Fundação Perseu Abramo:

Dizer que, no Brasil, a “lei é para todos”, infelizmente, soa como uma piada. Que digam Aécio, Temer e o próprio juiz Sérgio Moro, que além de receber salários acima do teto constitucional, conforme divulgado pela imprensa, vem cometendo uma série de ilegalidades ao longo dos últimos anos.

Só mesmo alguém como Sérgio Moro, que tem absoluta certeza da impunidade, para se achar no direito de grampear de forma ilegal a presidenta da República do Brasil e vazar de maneira criminosa os áudios para a Rede Globo. É por saber muito bem que, no Brasil, a lei não é para todos que Sérgio Moro autorizou a condução coercitiva do ex-presidente Lula, sem que Lula tenha sido intimado previamente para prestar depoimento, como prevê o Código de Processo Penal.

A luta pela paz na Venezuela

Foto: Jornalistas Livres
Do site Vermelho:

Políticos e ativistas de movimentos sociais realizaram nesta sexta-feira (1º) o Ato Político-Cultural pela Paz na Venezuela. Além de pronunciamentos e apresentações culturais, o evento também foi marcado pela divulgação de um manifesto assinado por dezenas de instituições. A iniciativa do ato foi do Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela.

Uma das presenças destacadas no ato foi a do ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim que atribuiu a crise por que passa o país vizinho a ações externas e condenou a ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de intervir militarmente na Venezuela. Para ele, a queda global do preço do petróleo é parte das operações que afetam o governo de Nicolás Maduro. O ex-chanceler comparou conflitos entre Rússia e Ucrânia, Irã e Arábia Saudita e a situação da América do Sul. "É muita coincidência que os preços do petróleo tenham baixado tanto."

Temer repete o beija-mão

Por Aldo Arantes, no Blog do Renato:

O beija-mão ocorreu em 1946, logo após o final da Segunda Guerra Mundial, quando o general Dwigth Eisenhower visitou o Brasil. Na homenagem a ele prestada pela Câmara dos Deputados o então deputado Otávio Mangabeira, da UDN, falou em nome da casa. Ao final o general estendeu a mão para cumprimentá-lo. Para espanto de todos ao invés do deputado pegar na mão do homenageado, de joelhos, a beijou na mais patética cena de bajulação e submissão, aos Estados Unidos, vista no país.

As medidas de interesse de Washington e do mercado, adotadas pelo ilegítimo governo Temer representam, simbolicamente, a repetição da atitude tomada por Otávio Mangabeira. Os fatos são contundentes.

Maia já não desdenha o cavalo selado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Se a segunda denúncia contra Temer chegar à Câmara neste setembro, ele estará bem mais fraco, com a base trincada com disputas e ressentimentos. E haverá o fator Rodrigo Maia, que terá novamente um peso importante na tramitação da denúncia. O presidente da Câmara e sucessor imediato de Temer em casos de ausência ou vacância deixou o cavalo passar selado à sua frente daquela vez mas, agora, sua postura mais distante e independente vem chamando a atenção de seus pares.

Enquanto ele despachava esta semana no Planalto, por conta da viagem de Temer, era corrente na Câmara a avaliação de que ele não irá mais quebrar lanças pela rejeição da denúncia, como da primeira vez. Que não refugará se for novamente tentado a se apresentar como alternativa na eleição indireta que haverá se Temer for afastado. Isso lhe garantiria a possibilidade de disputar a reeleição no cargo, como candidato das forças conservadoras que hoje não têm um nome competitivo para 2018. Ainda mais se Lula conseguir ser candidato pelo PT.

Alckmin lança novo poste para frear Doria

Por Renato Rovai, em seu blog:

O cientista político Luiz Felipe d’Avila, cujo grande feito é ser casado com a filha do empresário Abílio Diniz, vai apresentar sua pré-candidatura ao governo do Estado de São Paulo na próxima reunião do Diretório Estadual do partido.

O encontro estava marcado para esta segunda-feira, mas foi cancelado.

A operação tem a mão, o braço e a cabeça de Alckmin, que está bastante irritado com a movimentação de João Doria pela vaga de candidato do partido à presidência da República.

Caravana de Lula: Brotos verdes no sertão

Foto: Ricardo Stuckert
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Tem um filme novo passando nas telas de cinema; não é a superprodução da Lava Jato.

Invisível na mídia conservadora, um Brasil pobre, mas teimoso em seu viço, emergiu nas redes alternativas e delas atingiu uma parte do imaginário nacional em imagens exuberantes.

O que elas contam é a arrebatadora história de uma fronteira onde o Brasil impossível se mistura ao da esperança.

Colhidas ao longo da caravana na qual Presidente Lula percorre 25 cidades em nove estados do Nordeste, desde o dia 17 de agosto, as imagens estabelecem um contraste chocante com a estética e a agenda do país oficial.

As caravanas, de Chico Buarque e Lula

Lula no Theresina Hall
Foto: Guilherme Imbassahy / JL e Mídia Ninja
Por Guilherme Santos Mello, no site Brasil Debate:

Nos últimos dias, o Brasil vem sendo sacudido de cima a baixo por duas caravanas há muito aguardadas. A primeira, uma caravana musical/artística de Chico Buarque, que após seis anos lança seu novo álbum, recheado das tradições e inovações que marcam a carreira daquele que talvez seja o maior artista brasileiro vivo. Nesta caravana, passeamos pelo Brasil atual tão tristemente atrasado, com temas que versam sobre o preconceito, a intolerância, o futebol e a homossexualidade. Os ritmos mais variados se misturam e se sucedem, servindo como base para um lirismo rico e recheado de referências, contrapondo-se à música puramente comercial que domina as rádios brasileiras e se impõe sobre os ouvintes.

Defender a Venezuela é defender o Brasil

Foto: Jornalistas Livres
Da Rede Brasil Atual:

Políticos e ativistas de movimentos sociais realizaram nesta sexta-feira (1º) o Ato Político-Cultural pela Paz na Venezuela. "A Venezuela é o bastião da resistência na América Latina. A todos que são comprometidos com causas sociais e o avanço da democracia cabe resistir contra uma direita sangrenta, bárbara e golpista no país", afirmou o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, em ato promovido pelo Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela.

A pós-mentira no governo Temer

Por Tomás Chiaverini, no site The Intercept-Brasil:

Recentemente, a humanidade criou um novo termo universal: a pós-verdade. Uma pós-verdade é algo falso ou imaginário, tratado como realidade. O México vai pagar por um muro na fronteira com os EUA, por exemplo. Agora, diante do ambiente político nacional, seria o caso de cunharmos um termo de sentido oposto: a pós-mentira. A pós-mentira se constituiria em algo real, mas tratado como falso ou imaginário.

Há vários exemplos do tipo na História recente do país, mas a prática de simplesmente negar os fatos provavelmente nunca esteve tão em voga quanto neste primeiro ano de governo Temer. E não seria exagero dizer que ela foi institucionalizada após as gravações do Conde com Joesley Batista. Não só por tudo o que o fatídico encontro escancarou, mas principalmente pela reação do nosso mandatário e dos brasileiros no geral.

Somos todos Venezuela!

Por João Pedro Stedile, na revista Caros Amigos:

O povo brasileiro vem sendo bombardeado todos os dias por mentiras e manipulações da grande imprensa sobre a situação da Venezuela. As acusações vão desde um governo ditatorial, migração em massa, povo passando fome e até violência diária nas ruas da policia contra todos.

Vamos aos fatos. Desde que Chávez assumiu o governo pelas urnas em 1999, foram realizadas 18 eleições. Duas delas o governo perdeu. A oposição direitista governa três estados importantes... Foi o país do planeta que mais eleições realizou em toda história, em menor período.

sábado, 2 de setembro de 2017

O papel decisivo da Globo no golpe

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – os antecedentes do processo de concentração da mídia

Em 10 de novembro de 1996, em minha coluna na Folha, sob o título “A globalização da mídia”, alertei para os efeitos das novas tecnologias no mercado de mídia, e os riscos de uma concentração excessiva de poder nas mãos da Globo.

Dizia

Nos próximos anos, será a vez de a mídia entrar na dança da modernização e das grandes fusões que estão marcando a imprensa, em nível mundial..

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

"Se Lula for condenado vai ter guerra"

Foto: Ricardo Stuckert
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Olhando para o resto do Brasil de um ponto qualquer do Nordeste, como Picuí, na Paraíba, Mossoró, no Rio Grande do Norte, ou ainda Juazeiro, no Ceará, não há dúvida que a caravana de Lula se encaminha para atingir o objetivo inicial: denunciar, por todos os meios legítimos, a consumação de um golpe dentro do golpe.

Não custa rememorar. Exatamente um ano depois do impeachment sem provas de crime de responsabilidade que afastou Dilma Rousseff, procura-se, pela segunda vez, fazer o mal pela raiz: impedir, de qualquer maneira, Lula de disputar a presidência da República Numa investigação que teve início no Ministério Público de São Paulo, muito antes da Lava Jato, a Justiça não consegue provar que Lula teria recebido um apartamento no Guarujá como suborno pela prestação de favores a uma empreiteira envolvida com transações corruptas com a Petrobras.

A batalha das ideias no Brasil do golpe

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Pode parecer que a apatia tomou conta da sociedade brasileira, escaldada em tanto retrocesso. Muitos reclamam da ausência das pessoas na rua, da diminuição dos protestos, da escalada conservadora em vários campos, da economia ao comportamento. Há uma tristeza no ar, que não pode ser traduzida apressadamente como sentimento de derrota.

Essa situação pode até ter certo fundamento na realidade, mas precisa ser compreendida na nova dinâmica assumida pelo projeto conservador. O desmonte da democracia, que domina a vida institucional nos três poderes da república e que tem na imprensa hegemônica seu fiador de todas as horas, não se dá no vazio.