quinta-feira, 1 de março de 2018

Do fim das aposentadorias à privataria

Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:

O início do processo de definição das candidaturas às eleições presidenciais de outubro próximo contribui também para a antecipação de alguns temas que podem ser norteadores no debate entre os postulantes ao cargo. O mais importante de todos parece ser a tentativa de impedir que o ex-presidente Lula consiga manter o registro de sua candidatura ao Palácio do Planalto. Com isso, o Brasil corre o vergonhoso risco de promover uma escancarada fraude antes mesmo do início do pleito. O candidato que todas pesquisas apontam como o virtual vencedor não poderá concorrer? Mas existem também outras ameaças.

A intervenção na Venezuela e o Brasil

Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

Aparentemente, os EUA estão pretendendo acelerar os preparativos para uma intervenção mais aberta e incisiva na Venezuela.

Após as declarações de Trump, de que não descartaria uma intervenção militar naquele país, o Secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, em discurso na Universidade do Texas, em 1º de fevereiro, sugeriu que solução para a Venezuela poderia vir de um golpe.

Tillerson, em recente passagem pela América Latina, onde visitou México, Peru, Colômbia e Argentina, concentrou todos os seus esforços em convencer os governos desses países a apoiarem medidas mais duras contra o regime chavista da Venezuela.

Temer e seu mapa do medo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Atitude autoritária. Medida eleitoreira. Erro sociológico. Equívoco técnico. Ameaça aos direitos humanos. Militarização de política pública. Essas são apenas algumas das características mais destacadas da intervenção federal na segurança no Rio de Janeiro. A elas se somam o populismo, o incentivo à discriminação e a criação de um ambiente de medo.

O autoritarismo se expressa desde a forma como foi anunciada a intervenção, como no objeto imediatamente apresentado à sociedade: tratar a situação como se fosse guerra. O militarismo explícito, com suas tristes evocações na memória brasileira, foi resgatado como signo de uma eficiência improvável.

Alckmin avança sobre a Caixa

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

No compreensível esforço para chamar a atenção dos brasileiros e brasileiras, que não têm demonstrado grande interesse por suas ideias presidenciais, Geraldo Alckmin voltou a conhecida melodia do PSDB - privatização.

Depois que Temer-Meirelles já entregaram boa parte do patrimônio do país - no momento se dedicam a abrir caminho para que a Boeing tome posse da Embraer e à venda da Eletrobras - a Folha informa que assessores do governador já começam a preparar um projeto para privatizar a Caixa Econômica Federal.

Banco Central independente de quem?

Editorial do site Vermelho:

Derrotado na tentativa de impor a contra reforma reacionária na Previdência, o governo do golpista Michel Temer apresenta agora, como compensação para a especulação financeira, seu pacotão de 15 medidas neoliberais que há tempos compõem o receituário conservador.

Entre elas se destaca a renovada tentativa de entregar aos banqueiros – ao chamado “mercado” – o controle do Banco Central e, assim, dar a eles o poder sobre as atividades financeiras – sobre a moeda, a política de juros, o controle e fiscalização da atividade bancária, etc. Como diz o povo, dar à raposa o controle do galinheiro...

Servidores do Judiciário debatem conjuntura

Comunicação não é mercadoria. É direito!

Por Joaquim Ernesto Palhares, no site Carta Maior:

O que seria deste país se a Comunicação não estivesse nas mãos de golpistas?

Se suas empresas, no devido respeito às leis, garantissem a pluralidade de opinião, de representação e universalidade?

Se em vez de atacar, elas defendessem as instituições democráticas?

Em outras palavras:

O que seria da nossa direita, deste golpe absurdo, dos sucessivos retrocessos de direitos, sem o comando e a manipulação diuturna das Organizações Globo?

General interventor favorece a Globo

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Quem quiser enxergar o simbolismo escandalosamente realista do momento de retrocesso que vive o Brasil não vai ter dificuldade se gastar alguns minutos com uma breve análise da coletiva de imprensa concedida pelo General Braga Netto, interventor federal-militar do Rio de Janeiro, concedida na terça-feira 27 de fevereiro. O chefão militar deu um show de prepotência e de falta de espírito público, bem ao estilo militar brasileiro, de triste memória.

Temer e os desastres na política externa

Por Marcio Pochmann, na Revista do Brasil:

A ascensão do governo Temer gerou novas expectativas em relação à condução da política externa frente às críticas dos ministros tucanos que assumiram o Itamaraty à experiência altiva e ativa dos governos petistas. De imediato, as articulações sul-sul que estavam em curso foram imediatamente secundarizadas, o que logo indicou o quanto a temática da soberania nacional poderia ser abalada.

Pela sucessão de fiascos protagonizados pelos ministros de Temer no Itamaraty, o problema se revelou não apenas no enfoque ideológico e programático associado ao retorno da integração subordinada aos países ricos, sobretudo aos Estados Unidos. Apareceu ser também de competência, a começar pela escandalosa imprudência de apoio pré-eleitoral do então recém empossado ministro do Itamaraty de Temer, José Serra, à candidata Hillary Clinton.

Tiago Leifert e o esporte refém da Globo

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Tiago Leifert, apresentador do BBB, escreveu um artigo na revista GQ, da qual é colunista, que está bombando.

Não pelas virtudes, mas pelos defeitos. É um monumento à estupidez, à banalidade e ao conformismo.

O título é “Evento esportivo não é lugar de manifestação política”.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Limites e desatenções de Raquel Dodge

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Não se deve culpar a Procuradora Geral da República (PGR) por todos os pecados da Lava Jato.

Por exemplo:

1, Livrou o governador paulista Geraldo Alckmin de uma denúncia por escutas ilegais nos presídios. Alckmin foi envolvido por ser o chefe maior, o governador do Estado. Forçaram a barra, obviamente.


2. Não endossou o pedido da Polícia Federal de quebra de sigilo bancário de Michel Temer.

Está certa, ela. Golpista, chefe de organização criminosa, ou qualquer outra qualificação que se lhe dê, o fato é que Temer é presidente da República. Permitir a quebra de sigilo bancário de um presidente da República é conferir um poder abusivo à PF.

Que fim levou o homem da mala do PSDB?

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Tão rápido como entrou na semana passada, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, denunciado como o homem da mala dos governos do PSDB em São Paulo, desapareceu do noticiário.

Como as novas ações da Polícia Federal na caça aos corruptos deflagradas nos últimos dias passaram ao largo de tucanos, com exceção do governo do Paraná, o nome de Paulo Preto não surgiu em nenhuma operação da Lava Jato até agora.

O inquérito sobre peculato aberto pelo Ministério Público Federal para investigar Paulo Preto tramita na 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, estado controlado pelo PSDB há mais de vinte anos, onde a Justiça parece não ter pressa para julgar e punir corruptos de alto calibre.

Mochila de crianças e helicóptero de Perrella

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

As fotos de soldados do exército revistando mochilas de crianças negras, no Rio de Janeiro, são o retrato escarrado do nosso país.

Especialmente se fizermos um paralelo com o helicóptero da família dos Perrella, tradicionais políticos da direita mineira, aliados históricos de Aécio Neves e tucanos em geral, apreendido em 2013 carregando 445kg de pasta base de cocaína – o que pode render em torno de 2.225kg de cocaína refinada.

Seriam necessárias 445 mochilas abarrotadas com 5kg de cocaína cada uma para chegar à quantidade encontrada no helicóptero. Os números, assim como as grotescas imagens, evidenciam o ridículo de um exército revistando crianças.

PSDB, Temer e as excelentíssimas gavetas

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Seria uma impensável discriminação ter falado aqui do Doutor Gaveta, que advoga para os tucanos, fazendo serem esquecidas as investigações sobre o explosivo Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e não fazer o registro que há gavetas superiores que ameaçam desbancar os mais lendários adormecedores de processo que já tiveram assento no Supremo Tribunal Federal.

A sua presidente, Cármen Lúcia, contra a vontade manifesta de vários ministros, sinaliza que não colocará o pedido de habeas-corpus do ex-presidente Lula em pauta, embora o próprio relator, Edson Fachin, tenha colocado o caso como pronto para ser julgado em plenário.

As simbologias da condenação de Lula

Por Guilherme Scalzilli, no site da Fundação Maurício Grabois:

Na época das mentiras transformadas em “pós-verdades”, era previsível que a condenação de Lula tivesse caráter mais narrativo do que propriamente jurídico. O regime da versão dos fatos é fechado na subjetividade, basta por si, enquanto o regime do factual é aberto ao escrutínio público e à contestação.

I.

O acórdão do TRF-4 que condenou Lula reúne duas narrativas fortes e complementares. De um lado, o retrospecto de eventos criminosos imputados ao réu, tecendo as delações e os indícios materiais em função de um raciocínio preestabelecido. De outro, o programa ético que permitiu à corte ignorar os desvios morais e legais usados na construção dessa retórica e na busca do objetivo prático de impedir a candidatura do petista.

O capitalismo em tempos de desigualdades

Por Carlos Silveira, no site Brasil Debate:

O tema da desigualdade, para muitos economistas, digamos ‘mainstream’, é um não tema. Não deveria fazer parte das preocupações desses especialistas ungidos à categoria de profetas do pensamento pelo Deus Mercado. Uns veem até uma séria ameaça à teoria econômica, como o Nobel da Teoria das Expectativas Racionais, Robert Lucas [1]. Outro, nosso autóctone, ridiculariza: “Desigualdade, para mim, é inveja” [2]. Outros ainda afirmam que problema é apenas a pobreza, não a desigualdade, até porque depois o bolo cresce e dá para todos [3], em versões da célebre frase com que Delfim Netto, em seus tempos de ministro da ditadura enunciou e, agora nega: primeiro vamos fazer o bolo crescer, depois o distribuímos.

Planalto em pânico; Cunha vai falar

Da revista Fórum:

De acordo com informações do Blog do Vicente, no Correio Braziliense, depois de muito prometer e não entregar nada de relevante, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está preso em Curitiba, enfim, resolveu abrir o bico e detalhar o esquema do qual fez parte. As denúncias envolvem gente graúda da República e desvios na Petrobras e na Caixa Econômica Federal. Há coisa pesada sendo entregue aos investigadores.

Lava-Jato e a violência institucionalizada

Por Jessé Souza, na revista CartaCapital:

George Orwell se torna cada vez mais atual na guerra ideológica movida e financiada pelo capitalismo financeiro internacional. A “novilíngua” a qual estamos submetidos hoje em dia existe para criar palavras que possibilitem amesquinhar a reflexão e impedir o pensamento.

Assim, o termo “austeridade” serve para redefinir e conferir grandeza moral ao assalto do orçamento para o pagamento dos juros de dívidas públicas, ao menos em grande medida, tudo indica, fraudulentas.

De resto, um sem número de palavras passam a ganhar espaço midiático, posto que permitam a colonização e a manipulação da dimensão moral a serviço da rapina da população.

Paulo Preto será socorrido por Gilmar Mendes

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Paulo Preto, o super-Geddel do PSDB que tem R$ 113 milhões de propinas escondidos em paraísos fiscais nas Bahamas, se movimenta para escapar da justiça, como faz todo tucano envolvido em escândalos.

Para desfrutar de foro privilegiado e gozar da impunidade eterna, o operador de propinas do PSDB se socorreu de Gilmar Mendes, o Posto Ipiranga do PSDB no STF.

General na Defesa e o tudo-ou-nada de Temer

Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

O fato da segunda-feira foi o general na Defesa. Pela primeira vez, desde que criado o ministério, seu titular será um militar – o pacato Joaquim Silva e Luna. Porém, este assume na condição de interino. Especula-se que “guarda lugar” para o verdadeiro escolhido de Temer: o sinistro Sérgio Etchegoyen, que trama de modo semi-aberto por uma intervenção militar.

Mas o general na Defesa foi apenas uma a mais, na sucessão frenética de “novidades” criadas por Michel Temer desde o início da intervenção no Rio, que ontem completou dez dias. Na sexta-feira (23/2), entrevistado por Datena, o presidente disparava, bombástico: “Se houver necessidade, os militares devem partir para o confronto”. E ainda ontem convocava, para a próxima quinta, uma incomum “reunião com todos os governadores, para falar sobre segurança pública”.