segunda-feira, 28 de maio de 2018

Faustão, a greve e a “merda na cabeça”

Por Altamiro Borges

Fausto Silva, o milionário apresentador da TV Globo, anda muito revoltado. Precisa tomar cuidado para não sofrer um infarto. Na cavalgada golpista pelo impeachment de Dilma Rousseff, ele apoiou festivamente as “marchas contra a corrupção” organizadas por seitas fascistas e entidades patronais, como a ética Fiesp. Ele vibrou com os patinhos amarelos e as camisetas da CBF. Agora, porém, ele parece estar preocupado com o destino do covil golpista de Michel Temer. No último “Domingão do Faustão”, o serviçal da famiglia Marinho se mostrou irritado com a greve dos caminhoneiros, como registrou o jornalista Maurício Stycer em postagem no site UOL:

Alexandre Garcia, o golpista atropelado

Por Altamiro Borges

O jornalista Alexandre Garcia, que foi a cavalgadura-oficial do general João Batista Figueiredo – aquele que aprovou “execuções sumárias” de democratas durante a ditadura militar, segundo recente relatório da CIA –, tem uma doença incurável. Sua obsessão contra as forças de esquerda chega a ser patética. Nesta segunda-feira (28), no telejornal Bom Dia Brasil da Globo, ele culpou os presidentes Lula e Dilma pela greve dos caminhoneiros. Para ele, o apagão nos transportes só ocorreu porque os governos petistas deram incentivo à compra de caminhões. A idiotice foi tamanha que de imediato o "calunista" global ocupou o segundo lugar no ranking do Twitter, virando motivo de galhofa nacional.

A rendição de Temer não soluciona a greve

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O tique de fechar a boca, como quem está engolindo a saliva que escorre do beiço; as mãos magras, desossadas, melífluas, espelhos da alma; a dissimulação de disfarçar a leitura do teleprompter com observações vazias, e, principalmente, o tom impositivo, ridículo para cenas de rendição, como que estivesse batendo em retirada de costas, para não levar projéteis no traseiro. Todo esse conjunto ajuda a compor a mais execrável personalidade política da história da República.

As lições da "greve dos caminhoneiros"

Por Haroldo Lima, no site Vermelho:

As cinco medidas anunciadas ontem pelo governo ilegítimo de Michel Temer, em resposta às reivindicações da greve, podem levar à sua suspensão, mas não resolvem o problema existente, protelam-no.

A desastrada política de preços atuais de combustíveis da Petrobras não foi revogada, será mitigada. A Petrobras continuará sendo vista como uma empresa que tem compromissos impreteríveis com seus acionistas privados, estrangeiros em sua maioria, a quem tem de pagar dividendos, não com o Brasil, a quem teria que garantir abastecimento. Os preços dos combustíveis, que estavam sendo reajustados diariamente, passarão a sê-los a cada 30 dias, depois do congelamento inicial de 60 dias. Ademais, Pedro Parente, cuja política de preços que impôs à Petrobras provocou um caos no país e fez a estatal perder R$74,3 bilhões de valor de mercado, não foi afastado, como seria natural, mas continua dirigindo a Petrobras segundo a sua concepção do que deve ser essa empresa. E é essa sua concepção, que não é só dele, e que predomina no momento, que está na raiz dos problemas aflorados. Senão vejamos. 

Parente tem de ser demitido imediatamente

Da Rede Brasil Atual:

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu a demissão de Pedro Parente da presidência da Petrobras, em entrevista à TV 247, neste domingo (27). Ela também pediu que a política de preços da estatal seja alterada como solução para a crise desencadeada pela greve dos caminhoneiros, que protestam contra o preço do diesel.

"Esse Pedro Parente tem que ser demitido imediatamente. Se esse governo tivesse um mínimo de dignidade, mas não tem... E a gente precisa mudar a política de preços, demitir esse cara. Para que tenhamos um mínimo de altivez", afirmou Jandira.

Professor de SP cata lixo para sobreviver

Ronaldo Pereira (na foto com mulher, Regina Pereira,
em frente a sua casa) é professor temporário do estado de São Paulo
Por Ricardo Chapola e Gabi Di Bella, no site The Intercept-Brasil:

Uma lata de óleo, um pacote de arroz e um gomo de linguiça. Foi isso que Ronaldo Pereira, de 44 anos, conseguiu comprar com os 10 reais que ganhou depois de passar um dia inteiro catando papelão na rua e revendendo para reciclagem.

“Teve uma vez que conseguimos comprar uns bolinhos de carne. Minha mulher juntou tudo, enrolou e fomos picando de pouquinho em pouquinho para render mais”, contou.

Você se preocupa com os caminhoneiros?

Do blog: Rico Studio
Por Jorge Luiz Souto Maior, no Blog da Boitempo:

Perguntaram-me se a mobilização dos caminhoneiros seria greve ou locaute.

Do ponto de vista jurídico, não se trata de locaute, pois este, nos termos da lei é “a paralisação das atividades, por iniciativa do empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de reivindicações dos respectivos empregados”, sendo proibido (art. 17 da Lei n. 7.783/89).

No caso concreto, ainda que se tenha elementos para afirmar que muitas empresas de transporte apoiaram e até impulsionaram a paralisação dos caminhoneiros, não se pode dizer que o fizeram para frustrar uma negociação com os respectivos empregados ou dificultar-lhes o atendimento de suas reivindicações. Muito pelo contrário, embora rara, haveria uma comunhão de interesses com relação ao objeto da paralisação, a redução dos custos de produção, razão pela qual, visto como ação de natureza política, parece-me legítimo o movimento, pois a política não está interditada para nenhum segmento social.

Caos de Temer e o futuro dos patos amarelos

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

Muita gente se pergunta: onde foram parar os patos amarelos do golpe de 2016? Outros tendem a ver os caminhoneiros que param o Brasil como parte do movimento patolino. Estariam arrependidos do que ajudaram a fazer com o país?

Sobre o tema, tenho dito o seguinte (com base em pesquisas, dados, e também com base em o que ouço nas ruas):

– engana-se quem acha que os patos estão “envergonhados”, ou que farão um movimento de sensatez, de volta ao “centro”, ajudando a reconstruir o que Temer/PSDB transformaram em terra arrasada;

O combate ao 'jornalismo de guerra'

Foto: Tuane Fernandes
Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Raivoso, sem espaço para divergência e sem diversidade de opiniões e ideias. Esse é o jornalismo de guerra praticado pela mídia monopolista, na avaliação de Jean Wyllys. O deputado federal (PSOL-RJ) participou, neste sábado (26), do 6º Encontro Nacional de Blogueir@s eAtivistas Digitais, em São Paulo.

O evento, que reúne comunicadores e midiativistas, discute o papel estratégico da disputa de ideias na defesa da democracia e na resistência contra os retrocessos em curso no país. “A esquerda, por muito tempo, negligenciou o campo da comunicação como campo de produção de sentido e de imaginário”, opina Wyllys. “Os governos progressistas não deram a devida importância para a pauta da democratização da comunicação, promovendo diversidade regional e fortalecendo meios alternativos, comunitários e populares”.

Preço da gasolina e as 'fake news' da mídia

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Observação importante: este artigo é inteiramente baseado nas notas oficiais da própria Petrobras.

Em outubro de 2016, o presidente da Petrobras do governo golpista, o tucano Pedro Parente, anunciou que a estatal iria mudar a política de preços mantida durante os 13 anos em que o PT esteve no governo. A partir de então, os preços seriam paritários aos praticados no mercado internacional. Nos governos Lula e Dilma, a Petrobras mantinha os preços baixos para controlar a inflação e para não afetar os consumidores mais pobres com um aumento abusivo do gás de cozinha.

Bolsonaro e a privatização da Petrobras

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

Jair Bolsonaro, presidenciável da extrema-direita, faz sucesso entre caminhoneiros em greve. Um destes, Claudinei Habacuque, dono de uma pequena frota em Barueri (SP), comentou em um grupo de Whatsapp, em meio à paralisação: “Sabe que todo caminhoneiro vota no Bolsonaro, né?”. Um relato feito no site da revista Piaui.

Se os caminhoneiros estão furiosos com o preço dos combustíveis e querem Bolsonaro presidente, a decepção poderá ser grande, em caso de vitória do deputado do PSL. O economista escolhido por ele como “ministro da Fazenda” e ajudante na elaboração de seu programa de governo é a favor de vender a Petrobras. E, no Brasil, tarifa pública costuma subir pós-privatizações.

Temer ignora política de preço da Petrobras

Do jornal Brasil de Fato:

Após um dia de reuniões com ministros e representantes dos caminhoneiros, neste domingo (27), o presidente golpista Michel Temer anunciou pacote de medidas visando encerrar a greve da categoria, que completou uma semana e afetou o abastecimento de combustíveis e alimentos pelo país.

Entre as medidas, está a redução do preço do diesel em R$ 0,46 por 60 dias, que se obterá por meio do corte das cobranças do PIS-Cofins e da Contribuição no Domínio Econômico (Cide). A Cide já estava prevista em outra proposta feita pelo governo aos caminhoneiros na última quinta-feira (24), mas foi considerada insuficiente por parte das representações da categoria. Após o período de 60 dias, o dobro do proposto inicialmente, os reajustes serão mensais.

A capitulação e a humilhação de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Vamos ao fatos: o governo não conseguiu restabelecer minimamente o fluxo de combustíveis e o de cargas no país e o ultimato dos caminhoneiros não será o último que enfrentará.

Esta foi a razão da “generosidade” de anunciar uma redução de 46 centavos, por litro, no preço do óleo diesel: o medo de uma situação caótica no início da semana útil, amanhã e depois.

Não conseguiu, em dois dias, uma ação mais expressiva das Forças Armadas, as ameaças de multas ao motoristas e proprietários de caminhões não foram, ao que parece, levadas a sério, não efetivou o confisco de caminhões, fez acordos que se desmancharam no ar.

Demissão de Parente seria solução para caos

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A greve liderada pelas empresas de transporte de cargas iniciada segunda-feira, 21/5, instalou o caos que toda sabotagem de empresários do setor de transportes pode produzir num país.

Sem transporte de bens, produtos, remédios, alimentos, combustíveis e mercadorias de um lugar a outro do país, a consequência é o desabastecimento generalizado.

Em outubro de 1972, os empresários de transportes do Chile, financiados e orientados pela CIA e pelo governo dos EUA, instalaram o caos econômico, político e social que ambientou o clima golpista que finalmente derrubou o governo popular de Salvador Allende em 11 de setembro de 1973.

Bancos são próximo alvo dos estrangeiros

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no blog Tutaméia:

O Brasil é um país ocupado, cujo governo faz tudo que o estrangeiro quer. É um governo estrangeiro no Brasil. O capital externo está forte em todos os setores, exceto no dos bancos. Agora, o último ataque – que já está em curso – é contra os bancos, que são, na maioria, brasileiros. A análise é do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães Neto em entrevista ao Tutaméia. Na visão dele, Henrique Meirelles é o candidato de Wall Street nas eleições. Já Pedro Parente, presidente da Petrobras, é o representante dos interesses do Estado norte-americano no Brasil – daí seu empenho em destruir a Petrobras.

domingo, 27 de maio de 2018

Bolsonaro é o grande beneficiário do caos

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O maior beneficiário do caos instalado pela greve dos caminhoneiros é Jair Bolsonaro.

Bolsonaro é o candidato da lei e da ordem, clássica plataforma fascista. O sujeito que vai acabar com a corrupção, abaixar os preços dos combustíveis e dar um jeito nessa bagunça que virou o Brasil.

Seu assessor, o advogado Gustavo Bebianno, esteve num bloqueio no Rio de Janeiro.

Do capô de um carro, saudou os homens. “Parabéns pela força do caminhão brasileiro”, falou.

“Não sou político, mas acompanho o maior político da atualidade: Jair Bolsonaro”.

Brasil vive dias de anomia social

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

A anomia social ocorre quando os indivíduos se sentem incitados a violar as normas para poder alcançar as metas (Dicionário Infopédia).
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Acabou a fantasia. Não falta mais nada. Com o governo Temer estatelado no chão e pedindo água, os militares já voltaram ao poder.

Agora é cada um por si, salve-se quem puder.

Vivemos estes últimos dias na mais completa anomia social, com a falência das instituições e a falta de autoridade do poder constituído.

Uma bomba de combustíveis prestes a explodir

Por William Nozaki, no site da Fundação Perseu Abramo:

A alta no preço dos combustíveis, que levou à greve dos caminhoneiros, coloca o país em sinal de alerta: há risco de desabastecimento de diesel, querosene, gasolina e gás. As consequências: interrupção de serviços de transporte e aviação, criação de gargalos logísticos e de infraestrutura, interrupção da produção de bens industriais e da distribuição de alimentos, além da pressão inflacionária sobre os preços de insumos básicos.

Crise sobre rodas era anunciada

Por Jamile de Campos Coleti, no site Brasil Debate:

A crise no sistema de transporte brasileiro já vem sendo prevista há muito tempo pela maior parte dos especialistas. Um sistema nacional que confia mais de 60% do transporte de cargas a um único modal, com tantas fragilidades, mais cedo ou mais tarde iria falhar.

Ao longo dos anos 1980-90, uma série de decisões políticas levou o nosso país a priorizar os investimentos nas rodovias, em um movimento contrário ao de décadas anteriores, quando foram feitos massivos investimentos na malha ferroviária – um modal mais adequado para longas distâncias, em um país continental como o Brasil.

Parente e os tubarões que rapinam Petrobras

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

"Mexer com o preço do óleo diesel é muito diferente de mexer com o preço de um picolé de sorvete", afirma o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais economistas do país, com uma obra fundamental sobre as idas e voltas da economia brasileira nas últimas décadas.

Explicando a diferença: enquanto uma alta no preço do picolé tem um impacto limitado ao bolso dos consumidores e produtores envolvidos na fabricação e compra de uma ótima sobremesa de verão, o preço do diesel envolve a economia de um país inteiro, como os 210 milhões de brasileiros puderam experimentar nesses dias.