quarta-feira, 12 de agosto de 2020
Bolsonaro: um governo em debandada
Por Rodrigo Vianna, no site Brasil-247:
Num dia, a Globo abre largo espaço para "reportagem" baseada em estudos do Instituto Millenium: o material defende sem meias palavras a redução do peso do Estado e do funcionalismo público no Brasil.
Trata-se de evidente reforço à agenda ultraliberal de Paulo Guedes (que, por sinal, foi um dos fundadores do Instituto mantido pelas organizações Globo e por outros empresários de direita).
No dia seguinte, dois dos principais assessores de Guedes (Sallim Mattar e Paulo Uebel) pedem o boné e vão embora.
São dois extremistas, dois ideólogos do Estado mínimo.
De forma surpreendente, Guedes em pessoa vai à TV e confirma o que chamou de "debandada".
Num dia, a Globo abre largo espaço para "reportagem" baseada em estudos do Instituto Millenium: o material defende sem meias palavras a redução do peso do Estado e do funcionalismo público no Brasil.
Trata-se de evidente reforço à agenda ultraliberal de Paulo Guedes (que, por sinal, foi um dos fundadores do Instituto mantido pelas organizações Globo e por outros empresários de direita).
No dia seguinte, dois dos principais assessores de Guedes (Sallim Mattar e Paulo Uebel) pedem o boné e vão embora.
São dois extremistas, dois ideólogos do Estado mínimo.
De forma surpreendente, Guedes em pessoa vai à TV e confirma o que chamou de "debandada".
Livro de cabeceira (nova definição)
Por Paulo Nogueira Batista Jr.
Tenho escrito, em 2020, exclusivamente sobre temas de ordem pública, nacionais ou internacionais, econômicos e não-econômicos. Acredito que conquistei o direito de voltar a ser hoje um pouco mais pessoal. Pode ser? O leitor ou leitora não tem como, de certo, responder diretamente, mas pode parar de ler aqui. Espero que não o faça, e prossigo.
No final do ano passado, lancei um livro – O Brasil não cabe no quintal de ninguém: bastidores da vida de um economista brasileiro no FMI e nos BRICS e outros textos sobre nacionalismo e nosso complexo de vira-lata. Transcrevi o longo subtítulo, pois dá uma boa ideia do que é o livro. Trata-se da obra mais pessoal que publiquei até agora, superando o meu até então preferido – Da crise internacional à moratória brasileira, publicado em 1988 pela editora Paz e Terra –, que relata minha participação no governo brasileiro entre 1985 e 1987 e, em especial, na polêmica suspensão de pagamentos da dívida externa, decretada em fevereiro de 1987. Repare, leitor ou leitora, que os meus dois livros prediletos, dos tantos que publiquei, são frutos de vivências práticas e sofrimentos – não sou, nunca serei, um teórico, dado a reflexões abstratas em uma torre de marfim qualquer. E, houve sofrimento, sim, nas duas experiências, na mais recente, assim como na mais remota.
Tenho escrito, em 2020, exclusivamente sobre temas de ordem pública, nacionais ou internacionais, econômicos e não-econômicos. Acredito que conquistei o direito de voltar a ser hoje um pouco mais pessoal. Pode ser? O leitor ou leitora não tem como, de certo, responder diretamente, mas pode parar de ler aqui. Espero que não o faça, e prossigo.
No final do ano passado, lancei um livro – O Brasil não cabe no quintal de ninguém: bastidores da vida de um economista brasileiro no FMI e nos BRICS e outros textos sobre nacionalismo e nosso complexo de vira-lata. Transcrevi o longo subtítulo, pois dá uma boa ideia do que é o livro. Trata-se da obra mais pessoal que publiquei até agora, superando o meu até então preferido – Da crise internacional à moratória brasileira, publicado em 1988 pela editora Paz e Terra –, que relata minha participação no governo brasileiro entre 1985 e 1987 e, em especial, na polêmica suspensão de pagamentos da dívida externa, decretada em fevereiro de 1987. Repare, leitor ou leitora, que os meus dois livros prediletos, dos tantos que publiquei, são frutos de vivências práticas e sofrimentos – não sou, nunca serei, um teórico, dado a reflexões abstratas em uma torre de marfim qualquer. E, houve sofrimento, sim, nas duas experiências, na mais recente, assim como na mais remota.
Guedes faz do caos sua boia de salvação
Por Fernando Brito, em seu blog:
Não é difícil de entender: o líder de uma equipe teria todas as condições de evitar o que o próprio Paulo Guedes reconheceu hoje ser uma “debandada” na equipe econômica.
Mais uma semana aqui, mais duas ali, nada disso é algo que, em condições normais, uma chefe possa pedir a seus subordinados, invocando a continuidade dos trabalhos em curso e uma transição suave de comando.
Se isso não aconteceu, das duas uma: ou Guedes não tem ascendência alguma sobre sua equipe ou ele joga com a ameaça do caos na economia para pressionar o Presidente da República para viabilizar medidas impopulares e que só passarão pelo congresso com o uso da força de Jair Bolsonaro.
Mais uma semana aqui, mais duas ali, nada disso é algo que, em condições normais, uma chefe possa pedir a seus subordinados, invocando a continuidade dos trabalhos em curso e uma transição suave de comando.
Se isso não aconteceu, das duas uma: ou Guedes não tem ascendência alguma sobre sua equipe ou ele joga com a ameaça do caos na economia para pressionar o Presidente da República para viabilizar medidas impopulares e que só passarão pelo congresso com o uso da força de Jair Bolsonaro.
Os donos do Estado
Charge do site Aneddotica Magazine |
Uma denúncia de assédio moral por dia é a média registrada pelo governo Jair Bolsonaro desde o seu início.
Para ser preciso: 1,2 denúncia por dia é a média registrada pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A mesma CGU produziu a Nota Técnica nº 1.556/2020, em 29 de julho, que prevê a apuração disciplinar para casos em que um servidor público manifeste publicamente opiniões “críticas ao órgão ao qual pertença”.
Ambos os fatos estão relacionados à confusão entre esfera pública e privada que o governo Bolsonaro cria como meio para executar um projeto autoritário.
terça-feira, 11 de agosto de 2020
Racismo define violência da PM em São Paulo
Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:
Casos recentes de atuação da Polícia Militar (PM) de São Paulo evidenciam como o racismo estrutural permeia e conduz a atuação de policiais. E é decisivo até mesmo para que o resultado da ação acabe em morte. De pessoas abordadas, ou de agentes policiais. No domingo (9), o jovem negro Rogério Ferreira da Silva Júnior foi morto por policiais militares, no Parque Bristol, zona sul de São Paulo. A moto que conduzia não era fruto de roubo, ele não estava armado e não reagiu. Mas os policiais alegaram “risco iminente de agressão” por ele ter colocado a mão na cintura no momento da abordagem.
Amarras de Bolsonaro e Guedes na economia
Editorial do site Vermelho:
Pode-se dizer que o Brasil pegou a contramão em relação ao movimento das economias de outros países. A situação de grave crise econômica, com as óbvias consequências sociais, se deve, no essencial, a atitude do presidente Jair Bolsonaro e de seu ministro da Economia, Paulo Guedes, de se aferrarem à pauta ultraliberal e se recusarem a enxergar a realidade pelas demandas da imensa maioria do povo.
É um governo tão entranhado no rentismo que chega ao ponto de recusar o caminho de outros países, mesmo com governos conservadores e neoliberais, que utilizam recursos do Estado para socorrer empresas e proteger empregos. Os países que adotaram essa orientação passam por menos dificuldades econômicas e apresentam melhores condições para a retomada do crescimento.
É um governo tão entranhado no rentismo que chega ao ponto de recusar o caminho de outros países, mesmo com governos conservadores e neoliberais, que utilizam recursos do Estado para socorrer empresas e proteger empregos. Os países que adotaram essa orientação passam por menos dificuldades econômicas e apresentam melhores condições para a retomada do crescimento.
As veias do Sul continuam abertas
Do site da Editora Expressão Popular:
Para onde quer que olhemos no Sul Global, encontramos situações que requerem explicações globais. A apropriação de bens comuns na África e na América Latina, a expansão das fábricas têxteis em condições sub-humanas de trabalho na Ásia, o domínio da produção dos países do Sul da Europa e Norte da África por empresas radicadas na Alemanha e na França; a dominação do Estado de Israel sobre a Palestina; as incontáveis intervenções militares no Oriente Médio; a imposição do american way of life pela indústria cultural estadunidense; são todas elas expressões de que o capitalismo global é um sistema gerador de desigualdade entre países e regiões. Essa desigualdade não é uma abstração: ela é vivida nos corpos dos oprimidos e oprimidas do Sul.
Para onde quer que olhemos no Sul Global, encontramos situações que requerem explicações globais. A apropriação de bens comuns na África e na América Latina, a expansão das fábricas têxteis em condições sub-humanas de trabalho na Ásia, o domínio da produção dos países do Sul da Europa e Norte da África por empresas radicadas na Alemanha e na França; a dominação do Estado de Israel sobre a Palestina; as incontáveis intervenções militares no Oriente Médio; a imposição do american way of life pela indústria cultural estadunidense; são todas elas expressões de que o capitalismo global é um sistema gerador de desigualdade entre países e regiões. Essa desigualdade não é uma abstração: ela é vivida nos corpos dos oprimidos e oprimidas do Sul.
A vitoriosa greve de 21 dias na Renault
Foto: Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba |
Vitoriosa a greve de 21 dias na Renault. Metalúrgicos da fábrica, em São José dos Pinhais, Paraná, aprovaram proposta negociada entre Sindicato e empresa que reverte as 747 demissões, consideradas arbitrárias pela Justiça do Trabalho. Assembleia aconteceu em segunda (10), na porta da fábrica.
Prevaleceu o Protocolo de Entendimento negociado entre o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e a Renault, sábado, 8. A votação será agora on-line pelo site da entidade, até as 14 horas desta terça, 12. A decisão deve aprovar retorno ao trabalho quarta.
Situação intolerável dos trabalhadores
Ilustração: Ben Wiseman |
Tedros Adhanom, o secretário da Organização Mundial da Saúde, alertou que junto à pandemia do coronavírus há uma infodemia, uma enxurrada de informações falsas aflitas e desorientadas. Isto se reproduz também nos números.
Enquanto atingimos no Brasil a marca quilométrica de 100 mil mortos e três milhões de casos confirmados (números redondos que consagram infelizmente a “normalização” da doença) vicejam as mais atordoantes numerologias porque todos sabemos que o pior é pior ainda que o numerado e não pode ser mascarado pelos números.
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