Por Felipe Bianchi, no sítio do Centro de Estudos Barão de Itararé:
No segundo dia do Encontro Nacional de Blogueiros, que ocorre em Salvador, de 25 a 27 de maio, convidados estrangeiros debateram “Mídia e Blogosfera: experiências internacionais”. O equatoriano Osvaldo Leon, da Agência Latinoamericana de Informação (Alai), o cubano Iroel Sanchez, do blog La Pupila Insomne, e o estadunidense Andres Thomas Conteris, fundador do Democracy Now! En Español compartilharam suas experiências e impressões sobre o movimento em uma perspectiva global.
Democratização da mídia
Na avaliação de Leon, a regulação da mídia é fundamental para o desenvolvimento dos países latinoamericanos. “Sem democratização da comunicação não há democracia. Esse lema não pode ser deixado de lado pelos movimentos progressistas do continente”, diz. Citando os casos de Venezuela e Argentina, que enfrentaram os impérios midiáticos tradicionais, ele lembrou a situação de seu país, o Equador: “Há um debate muito forte sobre a regulação no Equador, mas é uma luta árdua”.
Leon ressalta a importância dos movimentos sociais integrarem a pauta em suas agendas. “A luta pela comunicação democrática está concentrada nas mãos de quem trabalha com comunicação. No campo popular, há a ideia de que a comunicação é estratégica, mas precisa ser prioritária”, opina. Com o exemplo do Enlace de Medios, que reúne diversos “veículos livres” sulamericanos (como o Brasil de Fato, por exemplo), Leon afirma que a solidariedade nacional e internacional tem um importante papel contra a criminalização da comunicação alternativa.
A importância da Internet livre
O blogueiro cubano Iroel Sanchez defendeu a liberdade na Internet como fator fundamental para o debate social, em especial no caso de Cuba, que há 50 anos enfrenta o bloqueio econômico dos Estados Unidos. “A blogosfera multiplicou a possibilidade de expressão dos que, historicamente, foram marginalizados pelos grandes meios de comunicação”, diz.
Segundo Sanchez, as tentativas de censurar e controlar à rede são uma grande ameaça à liberdade de expressão. “O governo estadunidense ataca constantemente a liberdade na Internet. O G8, em sua última reunião, também levantou a pauta do controle da rede. A governança da Internet tem que ser multilateral. É um assunto que a mídia fala pouco, mas que é essencial para manter a Internet um espaço livre e democrático”, opina.
O cubano sintetizou sua fala ao III BlogProg em uma analogia, citando o revolucionário Ernesto Che Guevara. “Che falava que a universidade deve pintar-se de negro, mulato, operário e camponês. Em minha opinião, a Internet também”.
Ocupe a mídia
Andres Conteris apresentou o Democracy Now! para o público brasileiro. “Surgimos diante da escassez de informação diversificada nos Estados Unidos, devido ao domínio do mercado da comunicação pelas grandes empresas”, explica. Hoje, o Democracy Now! tem cerca de mil emissoras de rádio e a versão em língua espanhola do sítio já contabiliza 300, que reproduzem os conteúdos do veículo.
O jornalista relatou sua participação no movimento Ocuppy Wall Street, que eclodiu uma série de ocupações globais em rechaço ao sistema econômico pivô das gigantescas crises atuais. Na opinião de Conteris, há um paralelo claro entre a comunicação participativa da blogosfera e os movimentos que resultaram na Primavera Árabe e no próprio Ocuppy Wall Street.
Em sintonia com o jornalista estadunidense, Renato Rovai, presidente da Altercom e editor da revista Fórum, mediador do debate, ponderou que quase não há mais fronteiras entre a rede e as ruas. Segundo Conteris, o intelectual Noam Chomsky afirmou que esses movimentos “híbridos” acendem uma fagulha de esperança e são históricos.
A blogosfera e a Internet tem um papel fundamental nesse processo, de acordo com Conteris.”Há muita horizontalidade e democracia. Essas manifestações demonstraram que o povo tem poder para informar, como nas práticas da blogosfera, além de ampliar o impacto real dos movimentos sociais”, afirma.
Democratização da mídia
Na avaliação de Leon, a regulação da mídia é fundamental para o desenvolvimento dos países latinoamericanos. “Sem democratização da comunicação não há democracia. Esse lema não pode ser deixado de lado pelos movimentos progressistas do continente”, diz. Citando os casos de Venezuela e Argentina, que enfrentaram os impérios midiáticos tradicionais, ele lembrou a situação de seu país, o Equador: “Há um debate muito forte sobre a regulação no Equador, mas é uma luta árdua”.
Leon ressalta a importância dos movimentos sociais integrarem a pauta em suas agendas. “A luta pela comunicação democrática está concentrada nas mãos de quem trabalha com comunicação. No campo popular, há a ideia de que a comunicação é estratégica, mas precisa ser prioritária”, opina. Com o exemplo do Enlace de Medios, que reúne diversos “veículos livres” sulamericanos (como o Brasil de Fato, por exemplo), Leon afirma que a solidariedade nacional e internacional tem um importante papel contra a criminalização da comunicação alternativa.
A importância da Internet livre
O blogueiro cubano Iroel Sanchez defendeu a liberdade na Internet como fator fundamental para o debate social, em especial no caso de Cuba, que há 50 anos enfrenta o bloqueio econômico dos Estados Unidos. “A blogosfera multiplicou a possibilidade de expressão dos que, historicamente, foram marginalizados pelos grandes meios de comunicação”, diz.
Segundo Sanchez, as tentativas de censurar e controlar à rede são uma grande ameaça à liberdade de expressão. “O governo estadunidense ataca constantemente a liberdade na Internet. O G8, em sua última reunião, também levantou a pauta do controle da rede. A governança da Internet tem que ser multilateral. É um assunto que a mídia fala pouco, mas que é essencial para manter a Internet um espaço livre e democrático”, opina.
O cubano sintetizou sua fala ao III BlogProg em uma analogia, citando o revolucionário Ernesto Che Guevara. “Che falava que a universidade deve pintar-se de negro, mulato, operário e camponês. Em minha opinião, a Internet também”.
Ocupe a mídia
Andres Conteris apresentou o Democracy Now! para o público brasileiro. “Surgimos diante da escassez de informação diversificada nos Estados Unidos, devido ao domínio do mercado da comunicação pelas grandes empresas”, explica. Hoje, o Democracy Now! tem cerca de mil emissoras de rádio e a versão em língua espanhola do sítio já contabiliza 300, que reproduzem os conteúdos do veículo.
O jornalista relatou sua participação no movimento Ocuppy Wall Street, que eclodiu uma série de ocupações globais em rechaço ao sistema econômico pivô das gigantescas crises atuais. Na opinião de Conteris, há um paralelo claro entre a comunicação participativa da blogosfera e os movimentos que resultaram na Primavera Árabe e no próprio Ocuppy Wall Street.
Em sintonia com o jornalista estadunidense, Renato Rovai, presidente da Altercom e editor da revista Fórum, mediador do debate, ponderou que quase não há mais fronteiras entre a rede e as ruas. Segundo Conteris, o intelectual Noam Chomsky afirmou que esses movimentos “híbridos” acendem uma fagulha de esperança e são históricos.
A blogosfera e a Internet tem um papel fundamental nesse processo, de acordo com Conteris.”Há muita horizontalidade e democracia. Essas manifestações demonstraram que o povo tem poder para informar, como nas práticas da blogosfera, além de ampliar o impacto real dos movimentos sociais”, afirma.
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