Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Na última sexta-feira, foi a vez de José Serra submeter-se a sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de São Paulo. Os entrevistadores foram os mesmos que entrevistaram os outros candidatos: Ricardo Balthazar, Vera Magalhães, Barbara Gancia e Maurício Stycer.
Devido à contundência a que foram submetidos os adversários de Serra, não havia como amaciar com ele. Até porque, ocorrendo isso, poderia haver denúncia à Justiça Eleitoral por parte dos outros candidatos.
Pode-se dizer que o tucano foi perguntado sobre quase tudo de importante e incômodo para si, ainda que com baixa insistência e com desprezo aos principais argumentos.
Perguntaram sobre Hussain Aref Saab, ex-diretor afastado do setor de aprovação de prédios da Prefeitura de São Paulo por acusação de corrupção do Ministério Público. E que foi nomeado por Serra quando prefeito.
Perguntaram sobre a privataria tucana, que dominou os debates políticos no início do ano por conta de livro do jornalista Amaury Ribeiro Junior que se tornou best-seller em questão de dias e que durante meses liderou todas as principais listas de livros mais vendidos.
Detalhe: o livro da privataria fez com que um pedido de CPI fosse aprovado na Câmara dos Deputados – a investigação espera apenas que o presidente da Casa determine sua instalação.
Perguntaram, também, sobre a rejeição crescente – e superlativa –do candidato, que acaba de bater o recorde de 46%, e até sobre assuntos que não são mais de sua alçada oficialmente, como a interdição de debates sobre eleições na USP por determinação do seu reitor.
Barbara Gancia caprichou em polêmicas sobre aspectos da personalidade de Serra em uma tentativa de se mostrar tão agressiva quanto nas outras entrevistas. Nesse ponto, foi bem-sucedida. Ela foi quem deu cor a um evento morno.
Seria desonesto, portanto, dizer que os jornalistas omitiram muitas questões, ainda que não tenham sabido indagar Serra sobre escândalos como o da privataria tucana, permitindo que se saísse com desqualificação do todo em vez de responder aos fatos que o livro revela.
Além disso, faltou a questão mais quente do momento em relação ao tucano: o envolvimento da prefeitura, em sua gestão e na de Gilberto Kassab, com o esquema Cachoeira.
Para quem não sabe, a prefeitura e o próprio Kassab foram citados pela quadrilha de Cachoeira e há até inquérito no Ministério Público por conta de contratos de lixo celebrados entre a capital paulista e a empreiteira Delta. O assunto, porém, não apareceu.
Apesar dessa omissão, foi uma entrevista razoavelmente bem-conduzida. O que a marcou, portanto, foi o show de embromação que o entrevistado deu para não responder a absolutamente nenhuma questão incômoda.
Serra, segundo ele mesmo, não sabe de nada sobre ataques que sua campanha faz aos adversários e sobre corrupção em suas gestões, à qual atribui somente aos envolvidos enquanto acusa adversários pelo mesmo que pesa contra si.
Os entrevistadores teriam que ter perguntado de onde veio a dinheirama que a filha do candidato recebeu do exterior aos vinte e poucos anos. Ele não poderia se escudar na desqualificação dos formuladores da denúncia em vez de explicar alguma coisa.
Ninguém que conhece o jornalismo tucano esperava que houvesse omissão de temas tão candentes. Já se sabia que o que marcaria os entrevistadores seriam, justamente, baixo empenho e pouca competência em formular questões incômodas.
José Serra, porém, saiu-se mal. A parcela do público que esperava seus esclarecimentos sobre tais questões, frustrou-se. Terminou a entrevista e não obteve nada. O desempenho do tucano, então, ao menos serviu para explicar a sua crescente rejeição.
Na última sexta-feira, foi a vez de José Serra submeter-se a sabatina promovida pelo UOL e pela Folha de São Paulo. Os entrevistadores foram os mesmos que entrevistaram os outros candidatos: Ricardo Balthazar, Vera Magalhães, Barbara Gancia e Maurício Stycer.
Devido à contundência a que foram submetidos os adversários de Serra, não havia como amaciar com ele. Até porque, ocorrendo isso, poderia haver denúncia à Justiça Eleitoral por parte dos outros candidatos.
Pode-se dizer que o tucano foi perguntado sobre quase tudo de importante e incômodo para si, ainda que com baixa insistência e com desprezo aos principais argumentos.
Perguntaram sobre Hussain Aref Saab, ex-diretor afastado do setor de aprovação de prédios da Prefeitura de São Paulo por acusação de corrupção do Ministério Público. E que foi nomeado por Serra quando prefeito.
Perguntaram sobre a privataria tucana, que dominou os debates políticos no início do ano por conta de livro do jornalista Amaury Ribeiro Junior que se tornou best-seller em questão de dias e que durante meses liderou todas as principais listas de livros mais vendidos.
Detalhe: o livro da privataria fez com que um pedido de CPI fosse aprovado na Câmara dos Deputados – a investigação espera apenas que o presidente da Casa determine sua instalação.
Perguntaram, também, sobre a rejeição crescente – e superlativa –do candidato, que acaba de bater o recorde de 46%, e até sobre assuntos que não são mais de sua alçada oficialmente, como a interdição de debates sobre eleições na USP por determinação do seu reitor.
Barbara Gancia caprichou em polêmicas sobre aspectos da personalidade de Serra em uma tentativa de se mostrar tão agressiva quanto nas outras entrevistas. Nesse ponto, foi bem-sucedida. Ela foi quem deu cor a um evento morno.
Seria desonesto, portanto, dizer que os jornalistas omitiram muitas questões, ainda que não tenham sabido indagar Serra sobre escândalos como o da privataria tucana, permitindo que se saísse com desqualificação do todo em vez de responder aos fatos que o livro revela.
Além disso, faltou a questão mais quente do momento em relação ao tucano: o envolvimento da prefeitura, em sua gestão e na de Gilberto Kassab, com o esquema Cachoeira.
Para quem não sabe, a prefeitura e o próprio Kassab foram citados pela quadrilha de Cachoeira e há até inquérito no Ministério Público por conta de contratos de lixo celebrados entre a capital paulista e a empreiteira Delta. O assunto, porém, não apareceu.
Apesar dessa omissão, foi uma entrevista razoavelmente bem-conduzida. O que a marcou, portanto, foi o show de embromação que o entrevistado deu para não responder a absolutamente nenhuma questão incômoda.
Serra, segundo ele mesmo, não sabe de nada sobre ataques que sua campanha faz aos adversários e sobre corrupção em suas gestões, à qual atribui somente aos envolvidos enquanto acusa adversários pelo mesmo que pesa contra si.
Os entrevistadores teriam que ter perguntado de onde veio a dinheirama que a filha do candidato recebeu do exterior aos vinte e poucos anos. Ele não poderia se escudar na desqualificação dos formuladores da denúncia em vez de explicar alguma coisa.
Ninguém que conhece o jornalismo tucano esperava que houvesse omissão de temas tão candentes. Já se sabia que o que marcaria os entrevistadores seriam, justamente, baixo empenho e pouca competência em formular questões incômodas.
José Serra, porém, saiu-se mal. A parcela do público que esperava seus esclarecimentos sobre tais questões, frustrou-se. Terminou a entrevista e não obteve nada. O desempenho do tucano, então, ao menos serviu para explicar a sua crescente rejeição.
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