domingo, 16 de setembro de 2012

Serra, Palmeiras e a zona do desespero


Serra é Serra.

Leio na Folha que ele lança a seguinte acusação a Haddad: seu guru é Zé Dirceu.

É um disparate sob qualquer ângulo.

Consideremos.

Se Haddad não tem uma relação de discípulo e professor com Zé Dirceu, é mais uma trapaça como a do histórico atentado da bolinha de papel.

Se tem, qual o problema? Zé Dirceu é satanás? Come criancinhas? Na essência, Zé Dirceu é apenas um político de esquerda — e inegavelmente mais respeitado e mais influente no seio de seu partido do que Serra no seio do dele.

Tal tipo de acusação é estéril, de resto: só ficará impressionado, ou fingirá ficar, o eleitor que é antipetista em qualquer circunstância. É mais ou menos como a pregação de colunistas como Reinaldo Azevedo e Arnaldo Jabor: apesar de contínua e estridente, ela só converte os convertidos.

Quando a situação se complica numa campanha, Serra tem reagido da pior maneira possível – com os resultados previsíveis: o que já estava ruim piora porque o eleitor não é idiota.

Invocar Zé Dirceu contra Haddad é um sinal de que Serra está, como o time de seu coração, bem próximo da zona do desespero.

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