Cachoeira e o sumiço de Perillo

Por Altamiro Borges

Nas eleições municipais deste ano, o governador Marconi Perillo, do PSDB de Goiás, é o grande ausente. Ele sumiu dos palanques, não é mais procurado para fotos com os candidatos e nem aparece nos programas na rádio e televisão. A operação da Polícia Federal que revelou o esquema de corrupção da quadrilha de Carlinhos Cachoeira desmascarou o tucano, que sempre se travestiu de “ético”. Os grampos indicaram que ele era um serviçal do mafioso. “Perillo é o vice de Cachoeira”, ironizaram os jovens nos protestos em Goiânia.

A eleição para a prefeitura da capital de Goiás confirma o declínio do político tucano, outrora metido a todo-poderoso. Pesquisa Ibope divulgada neste sábado aponta que o atual prefeito da cidade, Paulo Garcia, do PT, poderá ser reeleito já no primeiro turno. Ele soma 54% dos votos válidos. Já o candidato apoiado por Marconi Perillo, o sinistro Jovair Arantes, do PTB, aparece com 17% das intenções de votos. Elias Junior, do PMN, tem 11%, e a combativa Isaura Lemos, do PCdoB, surge em quarto lugar, com 7% dos votos válidos.

Em outras importantes cidades do estado, a situação de Marconi Perillo também é delicada. O PSDB deve ser derrotado, o que coloca em dúvida o futuro do governador e do seu partido em Goiás. As forças de esquerda precisarão de inteligência política para enterrar de vez o político que se tornou um dos maiores inimigos do ex-presidente Lula e chegou a ser cogitado como a nova liderança da direita nativa. A CPI do Cachoeira, que será retomada na próxima semana, bem que poderia dar uma contribuição neste sentido.