Na edição da semana passada, na reta de chegada das eleições
municipais, a revista Veja publicou em seu encarte paulistano, Vejinha, uma bajuladora
reportagem em defesa de Gilberto Kassab. Na capa, uma foto glamorosa do atual
prefeito e um título garrafal: “Será que estamos sendo justos com ele?”. Na
chamada da matéria, outra declaração de amor e de perplexidade: “Uma radiografia
da gestão Kassab, que após sete anos deixa a prefeitura com avanços em algumas
áreas importantes, mas a popularidade em baixa”.
As relações promíscuas com a mídia "privada"
A informação está registrada no Diário Oficial do município
de 20 de setembro. Para usar um termo da moda, ela revela a existência de um “mensalão”
para comprar a revista Veja. Este tipo de corrupção não é novidade na
mídia "privada". Luis Nassif lembra que “anos atrás, o governador do Distrito
Federal, José Roberto Arruda, foi destaque nas Páginas Amarelas da Veja. Na
mesma semana que saiu a entrevista, uma blogueira de Brasília levantou no
Diário Oficial o pagamento de R$ 500 mil em assinaturas da Veja”.
No caso de São Paulo, as relações promíscuas entre os
governos tucanos e os veículos de comunicação são ainda mais descaradas. Em
apenas cinco anos, o Estado desembolsou R$ 608,9 milhões com publicidade
oficial – o equivalente a 30% dos gastos da União. Este volume não computa a
publicidade de fundações e estatais, como o Metrô e a Sabesp. O auge deste
rombo nos cofres públicos se deu exatamente na segunda metade do governo José
Serra, quando ele já havia se lançado como candidato à presidente da República.
TV Globo: menos audiência, mais grana
Em 2009, o governador Serra doou à mídia “privada” R$ 173
milhões em anúncios, quase o triplo do início da sua gestão em 2007. Em 2010, o
desembolso total recuou 9% em decorrência da norma que proíbe publicidade oficial
nos três meses que antecedem a eleição. Já a média dos nove meses permitidos de
2010 acabou sendo o recorde dos cinco anos: R$ 17,6 milhões por mês. Dos R$ 609
milhões gastos nos cinco anos, 70% deles bancaram anúncios na TV; 17,1%,
nas rádios; 7,7% nos jornalões; e 2% nas revistonas.
Das emissoras com sinal aberto, a Globo recebeu R$ 210
milhões, 49,5% do total em TVs. Isto apesar do Ibope apontar que a audiência da
emissora caiu de 41%, em 2007, para 38%, em 2011. Baita “mensalão” para a
famiglia Marinho. Já entre os jornais, o Estadão garfou R$ 4,7 milhões e a
Folha abocanhou R$ 4,4 milhões. Não foram divulgados os valores recebidos pela Veja,
mas com certeza ela ficou com boa parte dos 2% do total de R$ 609 milhões
dedicados às revistonas. Bob Civita é muito amigo dos tucanos!
Cerca de 20% desta fortuna também enriqueceu as agências de
publicidade. Por mera coincidência, a maior beneficiária foi a empresa Lua
Propaganda. Ela venceu uma licitação de 2007 no valor estimado em R$ 34,6
milhões por ano. A Lua está registrada no nome de Rodrigo Gonzalez e três
sócios. Rodrigo é filho de Luiz Gonzalez, o marqueteiro das campanhas de Serra
e Alckmin. Como se observa, o “mensalão” corre solto na mídia “privada”. E
ainda tem “calunista” que faz discurso contra o jornalismo “chapa branca”.
Eles
deveriam devolver os seus altos salários!
2 comentários:
Miro, na mesma pagina do mesmo D.O. tambem aparece a compra de assinatura da editora Confiança, a mesma da Carta Capital. O que você acha?
‘O DOMÍNIO DO FATO’ DA ‘veja’(!) ENTENDA
http://www.youtube.com/watch?v=HvhimevpXXg&feature=relmfu
República Destes Bananas da [eterna] Oposição ao Brasil – fascista, histriônica, MENTEcapta, terrorista, golpista de meia-tigela, entreguista…
Bahia, Feira de Santana
Messias Franca de Macedo
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