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De mais importante no novo Ibope divulgado nesta terça-feira sobre as eleições em São Paulo, como me alertou meu colega Domingos Fraga, um estudioso de pesquisas, foi o número de eleitores que ainda não têm candidato: entre votos nulos, brancos e não sabem o total chegou a 20%.
É este contingente formado por um em cada cinco eleitores que vai decidir quem irá ao segundo turno na cada vez mais embolada disputa na maior cidade do País.
Como previ aqui na semana passada, se fosse uma corrida de cavalos, a eleição seria decidida "focinho a focinho", tal o equilíbrio entre o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad em todas as pesquisas.
Agora, com a constante queda de Celso Russomanno, do PRB, que neste Ibope perdeu 7 pontos, passando de 34 para 27% (no último Datafolha já tinha registrado perda de 5 pontos, caindo de 35 para 30%) é possível que os três cheguem ao dia da eleição sem se saber quem vai se classificar para a disputa do segundo turno.
Serra subiu dois pontos e foi para 19%, enquanto Haddad continuava patinando nos 18% da pesquisa anterior, os dois mantendo índices semelhantes ao dos que não têm candidatos.
Este número de eleitores sem candidato é bem maior do que a média histórica das ultimas eleições em São Paulo, que ficou em torno de 10%.
Além disso, é grande a migração de votos de um candidato para outro nos últimos dias, trazendo para a disputa também Gabriel Chalita, do PMDB, que pela primeira vez atingiu os dois dígitos.
Foi ele quem mais ganhou pontos nesta rodada do Ibope, passando de 7 para 10%, ainda longe dos três primeiros, mas não totalmente fora da corrida.
Na chegada imprevisível desta corrida eleitoral, ao final da campanha mais fria, apática e desmobilizadora na cidade desde a volta das eleições diretas nas capitais, fica até difícil tentar explicar o que está acontecendo com a cabeça dos eleitores.
Mais desafiador ainda é entender a estratégia dos marqueteiros, que estão mudando radicalmente seus alvos de uma hora para outra.
Primeiro, PT e PSDB passaram semanas travando uma guerra particular, deixando Russomanno correndo livre na raia, sem dar bola para os adversários, e disparando na liderança, sem brigar com ninguém.
Agora, na reta final, o PT resolveu mirar no candidato do PRB, partido aliado no plano federal, criticando suas propostas e ausência de um plano de governo, enquanto Serra centra sua campanha na denúncia do "mensalão" para desgastar Haddad.
Russomanno deixou de lado o figurino paz e amor e a fala mansa, e partiu logo para o contra-ataque na TV, dando tapas na mesa e chamando Haddad de "mentiroso".
O petista não respondeu, mas desafiou o líder nas pesquisas para um duelo particular, já que tanto a Record como a Globo cancelaram os debates marcados para esta semana.
Nos comitês dos candidatos, os trackings diários enlouqueceram, com cada um dando números diferentes e mudando a cada dia.
A quatro dias das eleições, honestamente falando, ninguém sabe o que vai dar. Não adianta ficar me perguntando em todo lugar aonde vou porque eu também não sei. Se muitos eleitores ainda não sabem em quem vão votar, como saberei quem vai ganhar?
E o caro leitor do Balaio tem alguma ideia sobre o que vai dar domingo?
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